PAGINAS FRT

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Gregório Bezerra Presente!!! * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

GREGÓRIO BEZERRA PRESENTE


GREGÓRIO BEZERRA, sem dúvida, é um herói do povo brasileiro. Embora tenha integrado o mais antigo e principal partido político inimigo da REVOLUÇÃO PROLETÁRIA - A REVOLUÇÃO COMUNISTA - o PCB _ Partido Comunista Brasileiro, jamais se deixou ser guiado por sua ideologia de CONCILIAÇÃO DE CLASSES e fez jus a integrar o panteão que lhe dedica a história dos revolucionários comunistas brasileiros. Gregório Bezerra sempre se pautou pela organização dos trabalhadores, do campo e da cidade, e sempre estimulou o avanço de suas lutas rumo à vitória de suas reivindicações. Não é de graça que ele é o personagem protagonista da história das lutas sociais brasileiras, o mais perseguido, o mais arrastado às masmorras, o mais  torturado pelos lacaios do capitalismo, o mais condenado sem provas, mas também foi um dos primeiros lembrados pelo comando guerrilheiro que sequestrou o embaixador norteamericado e incluido na lista dos presos politicos brasileiros a serem libertados.

Em mais este natalício, GREGÓRIO BEZERRA merece e terá sempre toda a glória a ele dedicada pelos REVOLUCIONÁRIOS COMUNISTAS BRASILEIROS.
FELIZES 121 ANOS GREGÓRIO BEZERRA
!!!
HISTÓRIA DE UM VALENTE

Valentes, conheci muitos,
e valentões, muito mais.
Uns só Valente no nome,
uns outros só de cartaz,
uns valentes pela fome,
outros por comer demais,
sem falar dos que são homem
só com capangas atrás.

Conheci na minha terra
um sujeito valentão
que topava qualquer briga
fosse de foice ou facão
e alugava a valentia
pros coronéis do sertão,
Valente sem serventia
foi esse Zé Valentão.

Conheci outro valente
que a ninguém se alugou.
Com tanta fome e miséria,
um dia se revoltou.
Pegou do rifle e, danado,
meia dezena matou,
sem perguntar pelo nome
da mãe, do pai, do avô.
E assim, matando gente,
a vida inteira passou.
Valentão inconsequente,
foi esse Zé da Fulô.

Mas existe nesta terra
muito homem de valor
que é bravo sem matar gente
mas não teme matador,
que gosta de sua gente
e que luta a seu favor,
como Gregório Bezerra,
feito de ferro e de flor.

Gregório, que hoje em dia
é um sexagenário,
foi preso pelo governo
dito "revolucionário",
espancado e torturado,
mais que Cristo no Calvário,
só porque dedidca a vida
ao movimento operário
eà luta dos camponeses
contra o latifundiário.

Filho de pais camponeses,
seu rumo estava traçado:
bem pequeno á sofria
nos serviços do roçado.
Com doze anos de idade
foi pra Capital de Estado,
Mas no Recife só pode
ser moleque de recado.
Voltou pra roça e o jeito
foi ser assalariado.
Até que entrou pro Exército
e decidiu ser soldado.

Ferreira Gullar/MA
...
MAIS GREGÓRIO BEZERRA

1 - Brasil de Fato PE

Feito de ferro e de flor: história de Gregório Bezerra | Política 

2 - Instituto Luiz Carlos Prestes

“MEMÓRIAS” DE GREGÓRIO BEZERRA: LEITURA OBRIGATÓRIA 

3 - Jornal Panelas Pernambuco

Gregório Bezerra “Feito de ferro e flor”” | Panelas Pernambuco 

4 - Folha de São Paulo 

Folha.com - Livraria da Folha - "Memórias" resgata suor e sangue de ícone contra a ditadura - 16/08/2011 

5 - Partido Comunista Brasileiro

118 anos de Gregório Bezerra, o homem “feito de ferro e flor” – PCB – Partido Comunista Brasileiro 

6 - Biografia

https://livrariacidadedasletras.blogspot.com/2021/02/memorias-gregorio-bezerra.html 

*

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Rafael Martineli Presente! * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

 RAFAEL MARTINELI PRESENTE!
faleceu em 16 de fevereiro de 2020, aos 95 anos, o histórico líder sindical, militante comunista e guerrilheiro da ALN - Ação Libertadora Nacional, junto com Carlos Marighella, Rafael Martineli, operário ferroviário, paulistano do bairro da Lapa, tendo iniciado a trabalhar na profissão ainda menino.

Foi militante do PCB - Partido Comunista Brasileiro,  desde os anos 40, quando tornou-se conhecido líder ferroviário, e, no início dos anos 60 integrou a direção do CGT - Comando Geral dos Trabalhadores, a maior central sindical brasileira até ao golpe de 1964, quando foi extinta pela perseguição da ditadura militar. Por isso, Martineli teve seu mandato sindical cassado e aceitou o convite de Marighella para se juntar à ALN, o que fez sem demora.

Como guerrilheiro da ALN, integrou um GTA - Grupo Tático Armado - e ajudou em várias ações, entre elas o assalto ao trem pagador da ferrovia paulista. Foi preso e torturado na Operação Bandeirantes - OBAN, mas acabou solto e foi anistiado em 1979.

MAIS RAFAEL MARTINELI

1 - CENTRO DE MEMÓRIA SINDICAL
2 - REVISTA ÓPERA
3 - PROVOCAÇÕES /ANTONIO ABUJAMRA
***

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Vera Magalhães presente! * Vinicius Shumacher Santa Maria

VERA MAGALHÃES PRESENTE

ENTREVISTA 
https://www.youtube.com/watch?v=8gXE_-rNoSE

"No último dia 5 de fevereiro ela faria 72 anos. Vera Sílvia Araújo de Magalhães, levou um tiro na cabeça e mesmo ferida foi torturada por três meses. Pendurada no pau-de-arara, respondeu aos torturadores: "Minha profissão é ser guerrilheira."

Bisneta do líder republicano Augusto Pestana, Vera Sílvia Araújo de Magalhães nasceu em uma família de classe média gaúcha radicada no Rio de Janeiro. 


Ainda criança, estudando na tradicional escola carioca Chapéuzinho Vermelho, em Ipanema, Vera brigava com as professoras porque a escola queria que os alunos fizessem exercícios em inglês. Ganhou de seu tio Carlos Manoel, aos onze anos, o livro "Manifesto do Partido Comunista", de Marx e Engels, e começou a militar na política com apenas quinze anos de idade, na Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (Ames).

Ainda no início da adolescência, influenciada pelo que lia e como o pai dava algumas roupas a parentes e companheiros comunistas que viviam na clandestinidade e tinham dificuldade de trabalhar, saiu dando suas bicicletas e bonecas às vizinhas e amigas, acreditando ser isso o "socialismo". Adolescente, estudando no Colégio Andrews e participando do grêmio estudantil, comandou uma greve contra o aumento das mensalidades colocando cimento no portão, o que impediu a entrada de todos na escola, professores e alunos.


Aos 16 anos, participou do comício de João Goulart na Central do Brasil e ao prestar vestibular para Economia, em 1966, passou a integrar a Dissidência Comunista da Guanabara, na ala da Economia, para a qual cooptava estudantes amigos da mesma área, entre eles Franklin Martins e José Roberto Spigner, com quem passou a viver maritalmente. 


Aos vinte, em 1968 e já na universidade, organizava passeatas e passou à clandestinidade, integrando a luta armada contra a ditadura militar.


Ela passaria para a história como uma das mais famosas guerrilheiras do Brasil da ditadura militar, quando foi a única mulher a participar do seqüestro do embaixador norte-americano no país, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969.


Ela foi presa em março de 1970, numa casa do bairro do Jacarezinho, junto com outros companheiros denunciados por uma vizinha e levando um tiro que lhe trespassou a cabeça.


Depois de retirada do hospital com um ferimento à bala na cabeça, Vera Sílvia foi torturada nas dependências do DOI-CODI do Rio de Janeiro, baseado num quartel da Polícia do Exército na Rua Barão de Mesquita, bairro da Tijuca, zona norte da cidade.


Pendurada no pau-de-arara, respondeu aos torturadores quando lhe perguntaram sua profissão: "Minha profissão é ser guerrilheira." 


Nas mãos do exército e da polícia por três meses, passou por choques elétricos, espancamento, simulação de execução, queimaduras, isolamento completo em ambientes gelados e muita tortura psicológica – tentativa de destruição da personalidade e da dignidade do indivíduo e suas crenças – causadas por remédios psiquiátricos ministrados pelo Dr. Amílcar Lobo, seu principal algoz. 

Lobo, codinome Dr. Cordeiro, depois denunciado também por envolvimentos com tortura na famosa Casa da Morte, em Petrópolis, teve seu registro como médico cassado em 1989. 


Chegou a sair ensanguentada direto de uma sessão de torturas para uma audiência no Supremo Tribunal Militar. 


A tortura lhe valeu uma hemorragia renal, o que a fez ser transferida para o Hospital Central do Exército, pesando 37 quilos e sem mais conseguir se locomover. Do HCE ela acabou sendo libertada junto com outros 39 presos políticos, em 15 de junho do mesmo ano, em troca do embaixador alemão no Brasil, Ehrenfried von Holleben, sequestrado por outro grupo guerrilheiro, do qual fazia parte Alfredo Sirkis. 


Banida do país para a Argélia, retornou ao Brasil em 1979 após a aprovação da Lei da Anistia, e depois de quatro anos vivendo em Recife com o companheiro, voltou ao Rio de Janeiro e trabalhou no governo estadual como planejadora urbana, até se aposentar por invalidez.


Vera, musa dos integrantes da guerrilha carioca, foi presa após levar um tiro na cabeça e, mesmo ferida, foi torturada por três meses e após dias em estado de coma; entre outras sequelas, sofreu o resto da vida de surtos psicóticos, sangramento da gengiva e crises renais, combateu um linfoma nos últimos anos de vida e morreu de infarto em 2007. 


Por causa de seus problemas permanentes de saúde causados pela tortura, em 2002 ela foi a primeira mulher a receber reparação financeira do Estado, através da 23ª Vara Federal do Rio, com uma pensão mensal vitalícia garantida por lei".


Texto do Vinícius Shumacher Santa Maria


Cabra Marcado Pra Morrer: Elizabeth Teixeira * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

 Cabra Marcado Pra Morrer: Elizabeth Teixeira

Eduardo Coutinho
MAIS "CABRA MARCADO PRA MORRER"
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=T214HTjwFNA 
...


Eduardo Coutinho, 
não menos heróico cineasta
que foi buscar a história.
Elizabeth Teixeira, com o cineasta, atores e familiares.

MAIS 1 - https://mst.org.br/2015/02/18/os-90-anos-de-elizabeth-teixeira-mulher-marcada-para-morrer/ 

MAIS 2 - https://www.brasildefato.com.br/2017/08/27/eu-continuo-a-luta-diz-elizabeth-teixeira-esposa-de-joao-pedro-teixeira 

***

domingo, 14 de fevereiro de 2021

TAIGUARA 25 ANOS DE AUSÊNCIA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

TAIGUARA 25 ANOS DE AUSÊNCIA

TAIGUARA - Taiguara Chalar da Silva -  foi um militante incansável na luta pela construção de um mundo inclusivo, sem explorados nem exploradores.  Suas letras e sua postura pessoal demonstram o que dizemos e confirmam se tratar um combatente pelas causas populares no mais autêntico sentido das palavras. Taiguara não era FORMAL. Ele escrevia, tocava, cantava e vivia por uma causa, a causa dos oprimidos, a causa da libertação nacional, da soberania das nações e do direito delas disporem de si próprias, da edificação da utopia libertadora, sempre empenhado na marcha rumo à sociedade comunista.Vveu e acreditou, como todos nós, a esperança nascida das mobilizações operárias contra a ditadura militar, pela abertura, pelas "DIRETA JÁ!", pela constituinte, enfim, por tudo que a esperança anuncia... 

Faleceu em 1996, com 51 anos de idade, levando um pouco de cada de nós. Hoje, nesses 25 anos de sua ausência, sentimos a falta de sua pessoa e de sua voz. Mas que tal aquecer os corações, ouvindo algumas canções... 

TAIGUARA NA DITADURA/RÁDIO USP

https://jornal.usp.br/cultura/na-ditadura-taiguara-citou-mais-valia-de-forma-lirica-e-metaforica/ 



TAIGUARA


Mais valia eu ter-te amado
Que ter-te explorado tanto
Mais valia o meu passado a teu lado
Do que mais luxo e mais encanto

Fiz capital, te explorando
Fiz o mal, nos separando
E hoje aqui estou derrotado,
Um ladrão desalmado
Que acabou chorando

(Mais Valia, de Taiguara)






Taiguara (1945-1996) foi um dos artistas mais censurados pela ditadura militar brasileira (1964-1985). No entanto, ele se utilizava da criatividade para driblar as imposições do regime, como afirmou o pesquisador Omar Jubran no programa Olhar Brasileiro, da Rádio USP (93,7 MHz), transmitido no dia 22 passado, que apresentou a obra desse cantor e compositor nascido em Montevidéu, no Uruguai, e radicado no Brasil desde os 4 anos de idade.

Um exemplo dessa criatividade é a música Mais Valia, que de forma lírica e metafórica faz referência a um dos mais conhecidos conceitos elaborados pelo pensador alemão Karl Marx (1818-1883), criador do chamado socialismo científico – o conceito de mais-valia, que se refere à diferença entre o valor final de uma mercadoria e a soma do valor do trabalho e dos meios de produção necessários para a produção daquela mercadoria, que é a fonte do lucro.

Além de Mais Valia, outras composições de Taiguara foram apresentadas em Olhar Brasileiro, como Teu Sonho Não Acabou, Universo no Teu Corpo, Hoje, Viagem, Que as Crianças Cantem Livres e Voz do Leste.

Ouça nos links acima a íntegra do programa.

Dedicado à divulgação da música popular brasileira, Olhar Brasileiro vai ao ar pela Rádio USP (93,7 MHz) sempre aos domingos, às 10 horas, com reapresentação na terça-feira, à 0 hora, inclusive via internet, através do site da emissora. Às terças-feiras ele é publicado no Jornal da USP. O programa é produzido e apresentado pelo pesquisador Omar Jubran.
***

QUANDO O REI DO SAMBA FOI IMPEDIDO DE SAMBAR * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

 Quando o rei do samba foi impedido de sambar

MESTRE CARTOLA
Em 1976, a polícia invadiu o Ensaio da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, que ocorria na rua Visconde de Niterói, na entrada da favela, Rio de Janeiro. Mestre Cartola, um dos fundadores da agremiação, sentou no asfalto para protestar e lamentar mais uma operação policial contra o Carnaval Carioca. Na época, apesar da festa já aquecer a economia da cidade, o Samba era considerado pelas forças policiais como bagunça, baderna, perturbação da ordem, entre outras coisas.

Antes da construção do Sambódromo, os ensaios e desfiles ocorriam nas ruas do Rio, e a reunião das escolas eram constantemente interrompidas pela Justiça, Polícia e Ministério Público. Uma das principais alegações era que os ensaios e desfiles geravam um ambiente promíscuo e fértil para uso de drogas, sexualização e incentivo ao jogo do bicho.


A imagem emblemática foi capturada por por Eurico Dantas e virou símbolo da resistência do samba contra o sistema, uma

Iconografia da História.


Não importa se é samba, capoeira, comemorações sagradas afro-brasileiras, rap, funk ou qualquer coisa vinda do povo... O sistema só sabe esmagar o pobre, o negro e promover humilhações, como o que vem ocorrendo com a juventude atualmente, não só mas principalmente negra e favelada. Muito se tem feito em termos de valorização cultural e profissional das pessoas mais humildes do nosso pais, mas faz-se necessário muito mais. Só que isso depende delas, as pessoas mais humildes, os pobres, os negros, os desempregados, enfim, os marginalizados pelo sistema, devem se unir no seu local de moradia, formar cooperativas de geração de renda, promover cursos de elevação tecnica e profissional para superar essa situação de opressão imposta pelo sistema, o capitalismo. Sem a iniciativa dos próprios interessados, fica praticamente impossível a ajuda da comunidade em torno.


sábado, 13 de fevereiro de 2021

FELIPE QUISPE * Maurício Campos dos Santos / RJ

FELIPE QUISPE
Mais sobre

Ontem, 21/01/21,  foi sepultado, com grandes manifestações de apreço e comoção popular, umas das figuras mais extraordinárias mas também menos conhecidas da história recente da América Latina. Felipe Quispe morreu na terça-feira aos 79 anos na enorme periferia de El Alto, bastião da luta indígena e popular na Bolívia.

Quispe, indígena aymara, nasceu numa pequena cidade próxima a La Paz e logo se envolveu nas lutas do país. Foi fundador em 1978 do Movimiento Indígena Túpac Katari, no qual se formaram vários combatentes do Ejército Guerrillero Túpac Katari (criado em 1986), e do qual fez parte inclusive o ex-vice-presidente de Evo Morales, Álvaro García Linera. Quispe teve que se exilar depois do violento golpe de Estado do general narcotraficante García Meza em 1980, e passou por diversos países latino-americanos, tendo atuado inclusive nas guerrilhas da Frente Farabundo Martí em El Salvador e do Ejército Guerrillero de los Pobres na Guatemala. De volta à Bolívia em 1983, passou a defender abertamente a luta armada como caminho de luta para indígenas, camponeses e trabalhadores, ao mesmo tempo que atuava nas grandes organizações sindicais do país, como a Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia (CSUTCB), a principal organização dos povos indígenas bolivianos na época.

Foi preso em 1988 e depois em 1992, e mesmo na prisão formou-se historiador pela Universidad Mayor de San Andrés. Ao ser libertado em 1998, foi eleito secretário executivo da CSUTCB e passou a ser conhecido como “El Mallku”, um título de liderança máxima entre os aymaras. Destacou-se nas grandes mobilizações indígenas e populares do final dos anos 1990 e início dos 2000, inclusive nas célebres Guerras da Água e do Gás. Sua figura combativa estava sempre presente nos bloqueios e barricadas.

Em 2000 fundou o Movimiento Indígena Pachakuti, um partido político pelo qual concorreu à presidência da república por duas vezes (2002 e 2005, nas quais também participou Evo Morales, sendo eleito na segunda), mas seu desempenho eleitoral nem chegou perto de sua importância nas lutas populares, nunca atingiu mais de 7% dos votos. Foi oposição à esquerda a Morales e Linera, mas esteve novamente à frente nos protestos de rua contra o golpe de Estado dos militares e da presidente fantoche Jeanine Áñez em 2019.
Felipe Quispe, presente!

Texto de Maurício Campos dos Santos/RJ

JULIO CORTAZAR 107º ANIVERSÁRIO * FRT

 O MELHOR DA ARGENTINA
CADERNO SANDINISTA
&
Costumo brincar com meus amigos argentinos, e dizer-lhes que tudo que a Argentina teve de melhor, partiu, e foi morrer longe: Chê Guevara e Julio Cortazar. Nem sempre, mas a maioria concorda comigo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

113º ANIVERSÁRIO DE OLGA BENÁRIO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

 113º ANIVERSÁRIO DE OLGA BENÁRIO

12 02 1908  ( 113 anos de #OlgaBenárioPrestes )

#OlgaBenárioVive #OlgaBenárioPresente


“Queridos:


Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças – ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça, correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica… Vês? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha carta de despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a idéia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte.


Carlos, querido, amado meu: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes? Conformar-me-ei, mesmo que não pudesse ter-te muito próximo, que teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorriso. Quero-os a ambos, tanto, tanto. E estou tão agradecida à vida, por ela haver-me dado ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os três juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz t sentes por nossa filha?

Querida Anita, meu querido marido, meu Garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça, pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que esforço-me para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nas últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão por que se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue.


Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas… Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte.


Beijo-os pela última vez.


Olga Benário Prestes”.


Esta carta jamais chegou ao seu destino, prisioneira ficou da documentação dos facínoras, tendo sido publicada somente 73 anos após escrita


Fernando Morais

12/02/21

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Intrigas de la United Fruitt * Carlos Hernández-Echeverria

Intrigas de la United Fruitt

Así nacieron las “Repúblicas Bananeras” 

Carlos Hernández-Echeveria, 14.01.2021 


Escribió Pablo Neruda que, cuando Dios creó el mundo y lo repartió entre las grandes multinacionales estadounidenses, “la Compañía Frutera se reservó lo más jugoso, la costa central de mi tierra, la dulce cintura de América”. Y es cierto que durante un siglo la United Fruit estadounidense trató a muchos países latinoamericanos como si el mismo Dios se los hubiera entregado para hacer con ellos lo que quisiera. Para cultivar su oro amarillo, la banana, la empresa no dudó en amenazar, maltratar y matar. Y si un gobierno se rebelaba ante esto, se cambiaba al gobierno.


Ahora que es la fruta más popular del mundo y se consumen 100.000 millones de unidades cada año, es difícil recordar que hace no tanto era un manjar exótico y desconocido en la mayor parte del planeta, un producto que en Estados Unidos solo estaba al alcance de los más ricos. Es posible que hubiera seguido siendo así si no fuera por la visión de negocio de un joven neoyorquino llamado Minor Cooper Keith.


La forja de un imperio


En 1873, Keith estaba construyendo una línea de ferrocarril en Costa Rica y empezó a cultivar bananas junto a la vía del tren para alimentar a sus trabajadores. No tardó en darse cuenta de que aquellas frutas tropicales que a él le salían tan baratas multiplicaban su valor al llegar a los muelles de Nueva York o Nueva Orleans.


Diez años después, ya había negociado con el gobierno costarricense la cesión de 325.000 hectáreas de tierras vírgenes y una exención de impuestos de 20 años. También se había casado con la sobrina del presidente del país. En 1899, Minor Keith fundó junto con otros empresarios la United Fruit.


La empresa, que será conocida en Latinoamérica como “el pulpo” por sus numerosos y hábiles tentáculos, arrancó con presencia en Costa Rica, Jamaica y Panamá, pero pronto llegó también a Honduras y Guatemala, y más tarde a Colombia, Ecuador, Cuba y la República Dominicana.


La United Fruit se hizo con miles y miles de hectáreas de plantaciones, en ocasiones, gratuitamente. A principios de los años treinta controlaba el 90% del mercado mundial de bananas. Dado que su producto estrella era perecedero, desde su fundación tenía a su servicio 50 barcos, la conocida como “gran flota blanca”, para transportarlo. En las siguientes décadas siguió haciéndose con nuevos buques.


Un huésped incómodo


Desde el principio, una parte básica del negocio fue mantener a raya a los gobiernos de los países latinoamericanos donde crecían las bananas. Ya en 1911, Sam Zemurray, un treintañero recién llegado a Honduras y que acabará siendo presidente de la United Fruit, organizó una expedición de mercenarios para derrocar al presidente Miguel Dávila después de que este se negara a concederle ciertas ventajas.

Cuando la United Fruit no lograba sobornar a los que mandaban o forzar un golpe de Estado que los sacara del poder, sabía que casi siempre podía contar con el apoyo del gobierno estadounidense.


En 1928, por ejemplo, sus 25.000 trabajadores colombianos se declararon en huelga pidiendo algunas mejoras básicas. Un mes después, Washington amenazó al gobierno de Bogotá con una invasión militar. Fue entonces cuando las autoridades colombianas ordenaron al Ejército disparar contra una concentración de huelguistas en la llamada “masacre de las bananeras”.


Chiquita Banana

La cara amable de la United Fruit en el norte


Aunque en Latinoamérica la United Fruit no tardó en ganarse una reputación siniestra, para el consumidor estadounidense la empresa presentaba una fachada muy diferente. Desde los años veinte, la compañía gasta una fortuna en publicidad y promete que sus bananas curan la celiaquía, la obesidad, son ideales para los bebés...

La multinacional tiene incluso un “departamento de Educación” que prepara charlas en los colegios sobre las bondades de la banana y reparte panfletos a los niños.


En los últimos compases de la Segunda Guerra Mundial hasta crea su propio dibujo animado, la “Señorita Chiquita Banana”, a imagen y semejanza de la famosa cantante Carmen Miranda. En unas décadas, con el nombre de United Fruit ya muy manchado por los abusos de la compañía, esta se rebautizará como Chiquita.


Dominar  el relato


En 1951, Jacobo Árbenz había sido elegido democráticamente como presidente de Guatemala. El mandatario proyecta una reforma agraria. Su gobierno aprobó la expropiación de buena parte de las tierras que la multinacional tenía sin cultivar y se comprometió a indemnizarla según el valor que la empresa había dado a las fincas en sus declaraciones de impuestos. La United Fruit reclamaba mucho más, y contó con el apoyo del gobierno de Estados Unidos.


Bernays ideó una campaña para tildar a Árbenz de comunista y decir que su reforma agraria “la habían redactado en Moscú”. La United Fruit pagaba viajes a Guatemala a periodistas de grandes medios y les “organizaba” testimonios falsos de bombas, algaradas comunistas y asesores soviéticos. También distribuía por los centros del poder en Washington informes anónimos sobre “el peligro comunista en Guatemala”.


En 1951, Jacobo Árbenz había sido elegido democráticamente como presidente de Guatemala. El mandatario proyecta una reforma agraria. Su gobierno aprobó la expropiación de buena parte de las tierras que la multinacional tenía sin cultivar y se comprometió a indemnizarla según el valor que la empresa había dado a las fincas en sus declaraciones de impuestos. La United Fruit reclamaba mucho más, y contó con el apoyo del gobierno de Estados Unidos.


Bernays ideó una campaña para tildar a Árbenz de comunista y decir que su reforma agraria “la habían redactado en Moscú”. La United Fruit pagaba viajes a Guatemala a periodistas de grandes medios y les “organizaba” testimonios falsos de bombas, algaradas comunistas y asesores soviéticos. También distribuía por los centros del poder en Washington informes anónimos sobre “el peligro comunista en Guatemala”.


El golpe llegará en 1954


En una operación denominada PBSUCCESS, la recién nacida CIA financia el entrenamiento en Nicaragua de un pequeño ejército golpista al mando del coronel Carlos Castillo Armas. Cuando el golpe triunfa y Árbenz sale hacia el exilio, el nuevo presidente Castillo anula todas las reformas que han perjudicado a la United Fruit.


En Guatemala, la United Fruit probablemente hizo valer sus relaciones con la administración republicana del presidente Eisenhower. La CIA organizó el golpe mientras su director era Allen Dulles, y el ministro de Exteriores estadounidense que condenó la expropiación a la empresa era su hermano, John Foster Dulles. Ambos habían trabajado como asesores para la multinacional bananera.


Una obra en declive


Irónicamente, aquel gran éxito de United Fruit marcó el inicio de su declive. Apenas unos días después del golpe, el Departamento de Justicia estadounidense acusó formalmente a la compañía de violar las leyes antimonopolio.


Es el primer paso de un largo camino judicial que llevará a la empresa a trocearse y a abandonar algunas de sus plantaciones en América Latina, centrándose más en el negocio de la distribución. Sin embargo, no renunció a algunos antiguos vicios.


En enero de 1959, Fidel Castro entra victorioso en La Habana. Un pequeño grupo de revolucionarios ha acabado con la dictadura de Batista, buen amigo del gobierno de Estados Unidos que había visitado varias veces las 8.000 hectáreas que la United Fruit tenía en Cuba.


El nuevo líder también conocía bien la empresa. Ángel Castro, el inmigrante gallego padre de Fidel, había trabajado para la United Fruit y le debía en buena parte su fortuna.


El gobierno comunista decidió nacionalizar todas las propiedades de la United. Dos años después, la compañía ponía al servicio de la CIA dos buques de su “gran flota blanca” para el intento de invasión de Cuba en el desembarco de la bahía de Cochinos. El acuerdo lo habían gestionado en secreto el fiscal general Robert Kennedy, hermano del presidente, y algunos directivos de la compañía.


United Fruit tenía problemas con los tribunales, con las huelgas y con las enfermedades que afectaban a sus bananas, y, para colmo, ya ni siquiera era capaz de organizar un golpe de Estado exitoso. La compañía empieza a perder dinero y estrena la década de los setenta con un nuevo nombre (United Brands) y perdiendo la primera posición en venta de bananas en Estados Unidos. La enorme crisis que vive queda trágicamente expuesta a la luz pública el 3 de febrero de 1975.


Las autoridades acusaron a United Brands de haber sobornado al presidente hondureño para frenar una subida de impuestos.


A las 8 de la mañana, el presidente de United Brands, Eli Black, revienta con su maletín la ventana de su despacho en el mítico edificio PanAm de Nueva York y se arroja al vacío desde el piso 44. Como suele pasar con United Fruit, había un secreto directamente relacionado con forzar la mano a un gobierno latinoamericano.


Solo dos meses después de la muerte de Black, las autoridades acusaron a United Brands de haber pagado un soborno millonario al presidente hondureño Oswaldo López Arellano para frenar una subida de impuestos a la compañía. El escándalo provocó un nuevo golpe militar en Honduras y United Brands acabó declarándose culpable de haber pagado a un ministro.


Viejos pecados


La United Fruit sigue viva, aunque desde finales de los ochenta se llama oficialmente Chiquita Brands, tomando el nombre del famoso dibujo animado que dio a conocer sus bananas. Desde que salió de una quiebra hace veinte años, la multinacional se ha esforzado en dar una imagen diferente. Sin embargo, siempre queda algún rastro del pasado.


En 2007, Chiquita se declaró culpable de haber financiado a un grupo paramilitar colombiano de extrema derecha, las Autodefensas Unidas de Colombia. La compañía reconoció haber dado a este grupo al menos 1,7 millones entre 1996 y 2004 para obtener “protección” para sus plantaciones y empleados.


Durante años, este tipo de trampas y abusos fueron el día a día de la United Fruit: violencia, sobornos, explotación, intervencionismo... Sus excesos convirtieron a la empresa en la personificación del imperialismo para millones de latinoamericanos. La pegatina azul de Chiquita era sinónimo de dominación en un puñado de países a los que les tocó ser “repúblicas bananeras”. Todavía hoy se arrastra su doloroso legado.


(Colaboração de Osvaldo Leon/Ven)

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