O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho, ele não morre de morte natural. Precisamos aliar o antifascismo e o antimperialismo ao internacionalismo proletário, e assim somar forças para construir o socialismo. Faça a sua parte. A FRENTE REVOLUCIONARIA DOS TRABALHADORES-FRT, busca unir os trabalhadores em toda sua diversidade, e formar o mais forte Movimento Popular Revolucionário em defesa de todos e construir a Sociedade dos Trabalhadores - a SOCIEDADE COMUNISTA!
PAGINAS FRT
terça-feira, 31 de maio de 2022
COMPANHIA VALE DO RIO DOCE: MILÍCIA * Rogério Almeida - PA
PORQUE AS DITADURAS CENSURAM AS ARTES * A. Galvão
PORQUE AS DITADURAS CENSURAM AS ARTES
PQ A ARTE É TÃO COMBATIDA NA DITADURA, NOS REGIMES DA EXTREMA DIREITA?
AULA DE GRAMÁTICA * Poranduba Brasiliensis
AULA DE GRAMÁTICA
- “Filho da puta”: É adjunto adnominal, quando a frase for: Conheci um Presidente da República “filho da puta”.
- Mas se a frase for: O Bolsonaro é um “filho da puta”, daí, é predicado.
- Agora, se a frase: Esse “filho da puta” não está fazendo nada para combater a Covid 19, é sujeito.
- Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do Presidente e diz: Agora nega o envolvimento com a milícia, “filho da puta!!!”. Daí é vocativo.
- Finalmente, se a frase for: O Presidente..., aquele “filho da puta”, retirou dinheiro da área da saúde, daí, é aposto.
Que língua a nossa, não?!?!?!
Agora vem o mais importante para o aprendizado:
- Se estiver escrito: Saiu do exército no passado e ainda se denomina capitão, o “filho da puta” é sujeito oculto.
segunda-feira, 30 de maio de 2022
DESAFIOS DA MOBILIZAÇÃO DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA EM TEMPOS DE NEOFASCISMO * Michelangelo Torres - RJ
DESAFIOS DA MOBILIZAÇÃO DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA EM TEMPOS DE NEOFASCISMO
Introdução
É sabido que, em perspectiva sociológica, a partir dos anos 1990 o Brasil tem vivenciado profundas mutações no mercado de trabalho, desde as reformas gerenciais orientadas pelo mercado (TORRES 2021) até continuidades estruturais da política econômica dos governos posteriores. Ocorre que, o que está a ocorrer no Brasil desde 2015-2016 é a combinação de uma reforma do Estado (previdenciária, trabalhista, administrativa) simultaneamente à transformações no mundo do trabalho visando a flexibilização, desregulamentação e precarização do trabalho na era informacional-digital e da indústria 4.0 (ANTUNES 2020). O complexo processo de reestruturação produtiva do capital, apoiado na financeirzação, no parasitismo especulativo e na precarização do trabalho representa um potencial destrutivo sobre a classe trabalhadora e seus mecanismos tradicionais de representação, desmontando suas forças de resistência. Em contexto de crise, o Estado tem possibilitado cada vez mais aos capitais acesso aos fundos públicos, com volume gigantesco de transferência de recursos financeiros.
De tal modo, o que está em curso no Brasil é uma ofensiva ultraneoliberal sobre a legislação social protetora do trabalho e um desmonte de novo tipo das conquistas sociais oriundas da Constituição Federal de 1988: uma combinação da já conhecida lógica privatista empresarial de cariz neoliberal coma ideologia do neofascismo (MATOS 2020). Dada a inserção subalterna e associada do mercado brasileiro ao mercado mundial e à divisão internacional do trabalho, pode-se dizer que dispomos de uma burguesia expansionista mas subordinada ao imperialismo e ao capital financeiro.
E, em tempos de crise, em que nem a conciliação de classes está nos planos das classes dominantes, o Estado brasileiro tem desregulamentado seu mercado e sistema de proteção social e trabalhista tendo em vista a recuperação da taxa de lucro das corporações empresariais, sobretudo dos interesses do capital financeiro. Daí a onda de privatizações aceleradas e desmonte de direitos fundamentais desde a era Temer à devastação bolsonarista.
Bolsonaro representa uma coalizão de extrema-direita que articula políticas econômicas ultra-neoliberais com uma ofensiva autoritária reacionária, com evidentes traços neofascistas e antissindicais.
Adentramos na era da devastação dos direitos sociais e da legislação social protetora do trabalho, situação desfavorável à luta dos trabalhadores. Desde março de 2020 temos enfrentado um endurecimento de três dimensões de crise nacional: sanitária, política, e social-econômica. O que os governos estão fazendo é se aproveitar da pandemia do COVID-19 para “passar a boiada” e impor duras condições para os trabalhadores, com pautas privatistas e de destituição de direitos.
As lutas defensivas do trabalho diante do capital em uma situação reacionária.
É vidente o processo de fragmentação da classe trabalhadora e da ofensiva reacionária que se projetou no país nos últimos anos. O Brasil, de fato, segue em situação política reacionária e ofensiva burguesa contra direitos sociais e democráticos. Como os trabalhadores tem atuado na defensiva? Analisemos brevemente o balanço das greves em 2020, conforme registro do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG)do DIEESE[1].
Afinal, as forças organizadas do trabalho contra o capital nos parecem um indicador significativo de mensuração da correlação de forças sociais entre as classes.
Duranteoprimeirosemestrede2020,60% das greves encerraram-se no mesmo dia em que foram deflagradas (predomínio de greves de curta duração), e apenas 10% alongaram-se por mais de 10 dias. Quase 40% foram greves de advertência (com anúncio antecipado do retorno normal das atividades). 70% do total de greves não reuniram mais de 200 grevistas por movimento paredista. Paralisações com mais de 2 mil trabalhadores representam apenas 2% dos protestos realizados. A maioria (64%) foram movimentos organizados no âmbito local de empresa ou de unidade, diferente de paralisação por categoria profissional. Ao fim
e ao cabo, a imensa maioria foram greves defensivas[2], pela manutenção de direitos e não por avanço de novas conquistas. As greves que incluíram itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações representaram90%, sendo a maior parte(37%) referente ao pagamento de vencimentos em
atraso.
[1] DIEESE. Balanço das Greves do primeiro semestre de 2020. Estudo & Pesquisa. Nº 97, de setembrode2020.
[2] “As greves denominadas defensivas são as que se caracterizam pela defesa de condições de trabalho vigentes, pelo respeito a condições mínimas de trabalho, saúde e segurança ou contra o descumprimento de direitos estabelecidos em
acordo, convenção coletiva ou legislação. Paralisações que visam ao atendimento de reivindicações que ultrapassam o âmbito das relações de trabalho são classificadas como greves de protesto” (DIEESEp.4-5).
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Das greves observadas nos serviços públicos estaduais, amaioria foideflagrada por servidores da Segurança Pública, seguidos pela Saúde e Educação, respectivamente. Nos serviços públicos municipais, a maioria foi impulsionada pela Educação, seguidapelos servidores da Saúde e Segurança Pública. No total do serviço público, 78% das greves foram de caráter defensivo. Nas empresas estatais, o setor de serviços (72%) realizou mais paralisações do que o setor industrial, embora tenham realizado menos horas paradas (52%). No setor privado, 78% das greves ocorreram no setor de serviços (sendo 86% das horas paradas), a maioria deflagradas na região sudeste (53%). Neste setor, os trabalhadores dos transportes (especialmente os rodoviários do transporte coletivo) representam 45% das paralisações; seguido dos trabalhadores classificados na categoria Turismo e Hospitalidade (que envolve principalmente trabalhadores de serviços gerais, limpeza e coleta de lixo) - 16%-; os profissionais dos estabelecimentos privados de educação (5%) e os profissionais dos estabelecimentos privados de saúde, também(5%).
Portanto, podemos concluir que houve um predomínio de greves defensivas, de curta duração, paralisações que não são de massas (sem adesão de mais de 2 mil
trabalhadores), maioria localizada na própria unidade de trabalho (e não por categoria profissional). A situação, portanto, permanece desfavorável.
Uma importante observação. No primeiro trimestre de 2020 (antes da publicização da pandemia), ocorreram cerca de 84 paralisações por mês. No segundo trimestre, já sob impacto da pandemia, o número caiu para 34. Conclusão evidente: a pandemia é um elemento conjuntural desmobilizador das lutas do trabalho. Note-se, ainda, que de 2016 a 2020 há redução do total do número de greves no país, com pequena recuperação em2018, sendo que de 2011 a 2014 há um aumento constante do número de paralisações no local de trabalho. Outra conclusão evidente: o golpe de 2015/16 representou a abertura de uma situação ainda mais desfavorável para o movimento organizado dos trabalhadores. E o governo Bolsonaro, é fruto (ainda que “acidental”) do golpe que afastou a conciliação de classes no país.
Desafios
De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), tendo por base o mês de janeiro de 2021, o salário nominal no Brasil foi de R$ 1.100,00, ao passo que o salário mínimo necessário para uma família (com base no índice de preços e inflação da cesta básica de alimentos) correspondia a R$5.495,52. Observe o descompasso entre o que as pessoas recebem como salário mínimo e o valor do mínimo necessário para se viver dignamente. Se tomarmos por base o impacto da pandemia da COVID-19 no mercado de trabalho brasileiro, observamos que a taxa de desemprego no Brasil no 3º trimestre fechou em 14,6%, entretanto, a porcentagem feminina durante esseperíodomarcou16,8%. Houve uma queda de 53% para 45,8% da taxa de participação feminina nos postos de trabalho em comparação com o ano de 2019, antes da pandemia. A situação das mulheres é ainda mais grave do ponto de vista socioeconômico durante a pandemia. E se observarmos para a questão étnico racial, certamente veremos um quadro ainda mais crítico: as mulheres negras das periferias.
Em maio de 2020, 8,5 milhões de brasileiros não trabalharam e não procuraram ocupação devido à pandemia; 19 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho e 30 milhões tiveram alguma redução no rendimento do trabalho; as perdas de rendimento foram maiores entre os ocupados dos serviços, do comércio e da construção e entre os trabalhadores informais. Ainda, segundo o DIEESE, cerca de 36% dos trabalhadores ocupados em maio de 2020 (30 milhões de pessoas) tiveram alguma perda no rendimento na comparação com a situação anterior à pandemia. A redução média do rendimento foi de 61%.
Como se não bastasse, o impacto da pandemia na subjetividade da militância tem sido imenso. É verdade que vemos acumulando um conjunto de derrotas políticas desde o golpe. A situação para militarmos tem sido muito mais difícil do ponto de vista subjetivo.
Os desafios, portanto, são enormes. É preciso varrer o neofascismo nas urnas, mas
também combate-lo de modo organizado e extra-parlamentar. Este ano de 2022 é um ano eleitoral, tendo as eleições presidenciais uma centralidade conjuntural enorme para as lutas sociais. Irão as organizações do trabalho serem capazes de construir a mais ampla unidade da esquerda em torno de uma candidatura realista para derrotar Bolsonaro ou, antes disso, irão sucumbir diante da fragmentação de projetos? A despeito do resultado eleitoral – e desejamos que a era bolsonarista seja varrida nestas eleições -, faz-se importante que a classe trabalhadora permaneça em mobilização permanente por seus direitos e saia de lutas defensivas diante da situação reacionária que se instaurou no país.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. O trabalho sob fogo cruzado.SãoPaulo:Boitempo,2020.
DIEESE. Balanço das Greves do primeiro semestrede2020.Estudo&Pesquisa.Nº97, desetembrode2020.
MATTOS, Marcelo Badaró. Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil. São Paulo: Usina Editorial,2020.
TORRES, Michelangelo. Formação Técnica e Profissional sob a devastação ultraneoliberal e o gerenciamento privado no Brasil. In: CAETANO; PORTOJÚNIOR; SOBRINHO(Orgs). Educação Profissional e os desafios da formação humana integral: concepções, política e contradições. Curitiba:CRV,2021.
Por Michelangelo Torres - RJ
Michelangelo Torres. Professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), na área de Sociologia do Trabalho. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (UNICAMP), Mestre em Sociologia pela mesma instituição, graduado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e possui aperfeiçoamento em formação pedagógica em Ciências Sociais.
nasentrelinhas.informativo@gmail.com
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POBRE NA FILA DO CAIXA * Poranduba Brasiliensis
POBRE NA FILA DO CAIXA
Onde já se viu gastar um dinheirão fazendo a transposição do Rio S. Francisco para levar água para nordestinos, eles tinham era que morrer de sede e fome. As duas não concordaram comigo, "Também não é assim", eu continuei , Nem domésticas nós não conseguimos mas , as preguiçosas agora querem é fazer faculdade pelo tal Prouni e Fies, dormir no emprego também não querem se dormem querem hora extra por conta daquela maluca que assinou a PEC das domésticas, desse jeito não dá. Desejo que esse governo não volte nunca mais! Até os aeroportos foram invadidos por pobres, era horrível viajar ao lado de alguém suado, com uma renca de catarrentos ao lado, ainda bem que o atual governo já desfez metade desses projetos que beneficiava esses melequentos . Elas arregalaram os olhos e sem argumentos fecharam a cara. Acho que se pudessem tinham me matado. Somente assim para abrir os olhos de pobres alienados.
Diga não ao retrocesso!!!
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domingo, 29 de maio de 2022
NAS ENTRELINHAS EDIÇÃO Nº 5 * PROFª PATRÍCIA SOUZA - BA
NAS ENTRELINHAS EDIÇÃO Nº 5
Está disponível on-line a edição de maio do informativo *“Nas entrelinhas”*. A revista traz um ensaio crítico sobre *“Os desafios da mobilização de luta da classe trabalhadora em tempos de neofascismo.”* de autoria do professor Michel Torres IFRJ; *“Abril indígena e indianidade: como é o seu cocar de cartolina?“*, uma reflexão crítica sobre uma prática docente ainda comum, mas que reforça o racismo contra a população indígena no país. Texto de autoria da professora Taise Chates.
A edição traz também uma análise sobre os caminhos e descaminhos trilhados pela Educação à distância (EaD) no IFBA ao longo dos últimos anos. O que vai acontecer com todo conhecimento e prática acumulados mesmo que de forma precária pelos docentes durante a pandemia? Este e outros questionamentos no texto *“EaD na encruzilhada”*.
Diante dos últimos acontecimentos relacionados à prática de assédio sexual na instituição, propomos a seguinte reflexão: *Seria o combate ao assédio sexual no IFBA um simples “cala a boca?* Ainda, uma grave denúncia sobre como a gestão do IFBA está postergando há mais de um ano a abertura de PAD contra servidores que são seus aliados políticos. *“Denúncia sem instauração de PAD faz aniversário no IFBA: É pra comemorar? é pra rir, ou chorar?”* e convida as figuras políticas do IFBA a refletir com o texto intitulado: *“Onde estão as figuras políticas do Instituto Federal da Bahia?”*.
PROFª PATRÍCIA SOUZA - BA
OS POLÍTICOS E AS FRALDAS * Eça de Queiroz - PT
OS POLÍTICOS E AS FRALDAS
O florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo.
Após o corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro respondeu:
- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.
O florista ficou feliz e foi embora.
No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um buquê com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista.
- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.
O padeiro ficou feliz e foi embora.
No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de agradecimento do padeiro.
Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse:
- Não posso aceitar seu dinheiro porque estou prestando serviço comunitário essa semana.
O vereador ficou feliz e foi embora.
No dia seguinte, quando o barbeiro veio abrir sua barbearia, havia uma dúzia de vereadores fazendo fila para cortar cabelo.
"Os políticos e as fraldas devem ser trocados
frequentemente e pela mesma razão."
( Eça de Queirós)
sábado, 28 de maio de 2022
REPÚBLICA DE NECRÓPOLIS * Adão Alves dos Santos / SP
REPÚBLICA DE NECRÓPOLIS
AS FESTAS DE MORTE E DA (DÁ) MORTE)
Para todo bom idiota, os últimos dias foram de festas, tanto cá, "no Brasil", como lá, " nas terras do péssimo irmão do Norte, as mortes tem se acumulada com uma veracidade que só encontra eco, nos defensores da política de morte e de armas, que vieram no bojo das últimas eleições.
Ações desastrosas da polícia, se a ação é desastrosas em si, agravada nominalmente pela morte de uma moradora por tiro de fuzil, disparado a longa distância, onde as facilicitações da compra de armas a vilá esperada para uma política genocida.
O péssimo exemplo que os amantes da imponência importaram do modelo americano devolve ao dias atuais cenas do velho Oste yanque.
Apesar do verdadeiro festival de mortes e de horrores a claque dos bolzominiuns segue fiel, apesar o quê são vinte e cinco mortes anti a liberdade de ser um completo idiota. Poderíamos até mergulhar na psiquiatria falar da castração do processo de desenvolvimento da masculinid mas para esta discussão a interlocução teria que ser tátil, precisaríamos que houvesse por parte dos bolzominiuns uma leitura aceitável da realidade, se os bolzominius fossem capaz de ler a realidade, não seriam bolzominius.
Apesar de implorar para que não peçam para eu não desista, não quer dizer que eu não saiba quanto inglória e penosa é nossa tarefa. A tarefa de elucidar que a ostentação de contribui em nada para uma política de oaz.
Adão Alves dos Santos.SP
ANEXOS
O BODE * Poranduba Brasiliensis
O BODE
Em frente ao Ministério Público passava um pequeno menino conduzindo cinco cabras.
Com esforço, o menino fazia caminhar o pequeno rebanho.
Uma Promotora observou a cena e começou a imaginar que aquilo era um caso de exploração de trabalho infantil. Então, foi conversar com o menino.
- Olá, meu jovem. Como é o seu nome?
- Helder, Dra.
- O que é que você está fazendo com essas cabras, Helder?
- É pro bode Dra. Tou levando elas lá pro sítio de seu João, pra elas cruzá.
- Me diga uma coisa, Helder, o seu pai ou seu irmão não podiam fazer isso?
- Já fizéro. O Bozonalo já fez. Até eu já fiz. Mas num dá cria... tem que ser o bode mermo!
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sexta-feira, 27 de maio de 2022
VAI TER GOLPE? * Frei Betto / SP
VAI TER GOLPE?
(Creio que o golpe já foi dado, diante da certeza dos milicos em apresentar, sem nenhuma preocupação eleitoral, um plano de governo até 2035, destacando-se o propósito totalmente antipopular de cobrar pelo SUS a partir de 2025.
Agora só falta, como num teatro, abrir as cortinas.)
Meu pai lutou contra a ditadura de Vargas. Esteve preso e assinou o “Manifesto dos Mineiros”, estopim político que detonou o regime de terror implantado pelo caudilho.
Meu pai, em 1945, acreditou que nunca mais o Brasil seria governado por outra ditadura. A democracia havia recuperado fôlego.
Em 1962, troquei Belo Horizonte pelo Rio, disposto a me dedicar à política estudantil em âmbito nacional. Jânio Quadros havia sido eleito presidente da República em 1961 e renunciado oito meses depois. Houve breve período de instabilidade política. A Constituição, entretanto, prevaleceu, e João Goulart, vice de Jânio, tomou posse.
Como candidato, Jânio visitou Cuba em março de 1960 e, poucos dias antes de renunciar, condecorou Che Guevara com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a principal comenda da República. Para os setores conservadores, era mais um sinal de que o país se deslocava da órbita dos EUA para a comunista. De fato, não eram os países socialistas que atraíam o governo de Jango.
Era a coalizão dos Não Alinhados que congregava 115 países decididos a ficarem distantes das grandes potências.
Tal independência, contudo, foi encarada pela Casa Branca como alinhamento ao comunismo. Na polarização da Guerra Fria entre EUA e a União Soviética, Tio Sam não admitia neutralidade.
Na política interna, Jango apregoava o óbvio: promover reformas de base, como a agrária, tão necessárias ao Brasil ainda hoje. Movimentos sociais, como as Ligas Camponesas, davam respaldo às intenções do governo.
Diante das mobilizações de apoio à política reformista de Jango, a direita brasileira, monitorada pela CIA, como hoje comprovam documentos oficiais, desencadeou articulações para impedir que as estruturas anacrônicas do país, tão convenientes aos interesses dos EUA e à elite agroindustrial, fossem alteradas. O fantasma do comunismo ocupou as manchetes da mídia. Entidades foram fundadas para aglutinar as forças de direita, como o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). Havia cheiro de golpe no ar...
As forças progressistas, no entanto, não tiveram suficiente olfato para captá-lo. Acreditavam que as mobilizações populares, comandadas pela UNE (União Nacional dos Estudantes), a CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) e os partidos progressistas e grupos de esquerda (PC, PCdoB, Ação Popular etc.) haveriam de conter qualquer aventura golpista.
Líderes da esquerda garantiam que Jango estava firmemente respaldado por um fiel “esquema militar”. Tinha em mãos o controle da situação. Embora as ruas do país fossem ocupadas pelas Marchas da Família com Deus pela Liberdade, encabeçadas por um sacerdote estadunidense remetido pela CIA ao Brasil, a democracia não sofria ameaça.
Oito anos de ditadura de Vargas (1937-1945) haviam imunizado o país do vírus golpista.
O dilúvio desabou em 1º de abril de 1964. Sem disparar um único tiro, as Forças Armadas derrubaram o governo constitucionalmente eleito, rasgaram a Constituição e disseminaram o regime de terror que cassou políticos e lideranças sociais, prendeu, torturou, assassinou, fez desaparecer e/ou baniu do país militantes de movimentos populares, pastorais, sindicais e políticos. O regime de trevas durou 21 anos!
Hoje, o Brasil é governado por um cúmplice das milícias que ostensiva e repetidamente ameaça a democracia e promete sabotar as eleições presidenciais de outubro caso as urnas não lhe deem vitória.
E, de novo, vozes se levantam em defesa da democracia e asseguram que ela está sólida. São vozes do Judiciário, do Legislativo, da grande mídia, e até de quem admite ter dado, em 2018, seu voto ao neofascista que ocupa o Planalto.
Enquanto Carolina, com seus olhos fundos, vê a banda passar e guarda tanta dor, a defesa da democracia se sustenta, até agora, em mera retórica. “Eu já lhe expliquei que não vai dar / seu pranto não vai nada ajudar”, pois não há mobilizações populares. Não há ações efetivas do Judiciário, do Legislativo e dos movimentos sociais para acuar o presidente nos demarcados limites da Constituição. O tempo passa na janela e só Carolina não vê.
Ninguém sabe o que pensam as Forças Armadas, exceto que não se queixam do “cala boca” de tantas mordomias asseguradas pelo capitão, que lhes abriu o cofre, encastelou milhares de militares nas estruturas de governo e convoca, altissonante, a população a se armar e desconfiar do processo eleitoral.
Carolina vai continuar na janela e fazer de conta que não vê? Quem garante, hoje, que Lula será eleito e, se eleito, tomará posse?
Frágil não é a democracia brasileira, e sim a nossa capacidade de, como povo, transformar a nossa indignação em mobilização.
Frei Betto é escritor, autor de “O diabo na corte – leitura crítica do Brasil atual” (Cortez), entre outros livros. Livraria virtual:
https://www.ultrajano.com.br/vai-ter-golpe-por-frei-betto/
PARÁBOLA DO RATO * Poranduba Brasiliensis
PARÁBOLA DO RATO
Certo dia, um homem entrou numa loja de antigüidades e se deparou com uma
belíssima estátua de um rato.
Bestificado com a beleza da obra de arte, ele correu ao balcão e perguntou o
preço ao vendedor:
- Quanto custa?
- A peça custa R$ 50 e a história do rato custa R$ 1.000.
- O quê? Você ficou maluco? Vou levar só a obra de arte.
Feliz e contente o homem saiu da loja com sua estátua debaixo do braço. À medida que ia andando, percebeu mortificado que inúmeros ratos saíam das lixeiras e bocas de lobo na rua e passaram a segui-lo.
Correndo desesperado, o homem foi até o cais do porto e atirou a peça com
toda a sua força para o meio do oceano. Incrédulo, viu toda aquela horda de ratazanas se jogarem atrás e morrerem afogadas.
Ainda sem forças, o homem voltou para o antiquário e o vendedor disse:
- Veio comprar a história, não é?
- Não, eu quero saber se você tem uma estátua do Bolsonaro
***