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TRIBUNA DE DEBATES FRT

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COMPANHEIROS, 
aguardamos a contribuição de cada um, seja individual, seja coletivamente, aqui serão postadas todas as propostas que irão a debate. 
FORÇA!
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CONVITE AOS CAMARADAS

Os descaminhos e a crise profunda da esquerda brasileira: a importância da batalha pela reconstrução do movimento comunista revolucionário.

1-O regime burguês vive uma das mais severas crises de sua história certamente. Após o esgotamento nos idos dos anos 70 do século passado, daquilo que se chamou "anos dourados" da acumulação desde o pós Segunda Guerra, o capitalismo mundial entrou num período de crise estrutural, caracterizado pelo caráter universalizante e mundial desta crise; 

2-As sérias limitações que a sociedade burguesa impõe sobre o conjunto das potencialidades humanas chegaram a seu ápice. Nunca a contradição entre o desenvolvimento das forças produtivas por um lado, e as relações de produção por outro foram tão ameaçadoras para a própria sobrevivência dos seres humanos e o conjunto da vida no planeta, como agora. As atuais guerras e conflitos, bem como a completa instabilidade econômica, social e política que tomam conta do mundo, são expressões deste fato, ou seja, de que o valor de troca se impôs de tal forma às necessidades da humanidade, que a ameaça existencialmente; 

3-Desde meados dos anos 1990, particularmente com a queda do Muro de Berlim, fim da União Soviética e restauração do regime capitalista em quase todos os antigos Estados operários produtos das revoluções socialistas que havia ameaçado o poder burguês no mundo, o capital conseguiu relativo fôlego e uma espécie de fuga para frente, criando as condições para a imposição da chamada "globalização" neoliberal. Rebaixamento das condições de existência das massas laboriosas, generalização a nível mundial da superexploração da força de trabalho, destruição dos serviços sociais universais, supressão das conquistas econômicas do mundo do trabalho, privatizações, recrudescimento da internacionalização da produção, etc., colocaram o proletariado e as massas populares na defensiva; 

4-Podemos mesmo dizer, baseados em fatos objetivos, que o proletariado mundial e seus aliados sofreram e vem sofrendo, derrotas históricas desde meados dos anos 1980/90 até agora. Nessa esteira, os países dependentes, subdesenvolvidos e de capitalismo ultra -tardio, estão passando por um verdadeiro período de regressão neocolonial globalizada, marcada por destruição de forças produtivas, desindustrialização, reprimarização econômica, desemprego estrutural, avanço ainda maior do pauperismo e marginalização, obscurantismo e decomposição das franjas de seu tecido social; 

5-Por sua vez, o imperialismo estadunidense, chefe de fila de uma coalizão de potências imperialistas de segunda ordem, vê sua hegemonia ameaçada por potências emergentes, no entanto não imperialistas como a China e, até certo ponto a Rússia. Tal fato induz ao recrudescimento da agressividade por parte dos bandidos imperialistas contra os povos oprimidos do mundo, radicalizando a pilhagem através de guerras por procuração como na Líbia, Síria, Ucrânia, ou mesmo em Israel, que devido a seu caráter de cabeça de ponte e enclave dos Estados Unidos na Ásia Ocidental, tem promovido um brutal e covarde genocidio e mesmo extermínio do povo palestino; 

6-O caráter expansionista e incontrolável do capital, onde impera a alienação, o estranhamento e a reificação de todas as relações humanas, parece ter fugido ao controle e hoje, como o feitiço que domina o feiticeiro, coloca a humanidade diante de um gravíssimo dilema: socialismo ou extinção; 

7-O Brasil não pode passar incólume disso. Como país de capitalismo atrasado e dependente, de industrialização hiper -tardia, cuja burguesia e demais setores das classes dirigentes sempre estiveram submetidas ontologicamente a dominação imperialista, vive claramente uma regressão de 100 anos em relação a sua estruturação sócio-econômica e cultural. As consequências de tal fato gravíssimo pode-se ver nas massas de desempregados crônicos, no crescimento sem precedentes da criminalidade, da juventude sem perspectivas, aumento da fome, do desamparado social, agigantamento das favelas, moradores de rua e outras manifestações claras da barbárie social que toma conta do país e cuja resolução de tais danos malignos, escaparam das possibilidades de nossas classes dominantes, completamente alheias aos tormentos de nossa gente; 

A falência da esquerda institucional e pequeno burguesa:

8-Diante do tamanho da gravidade da situação em que nos encontramos, é correto nos perguntar, por onde anda as expressões políticas dos interesses dos explorados, ou seja, as organizações e partidos da esquerda? 

9-O avanço avassalador do neoliberalismo como regime de reprodução do capital para responder a queda das taxas de lucros da burguesia, super-produção e aumento do raio de acumulação, também trouxe em seu bojo o acirramento sem precedentes do poderio de manipulação, mistificação, fetichismo e embotamento ideológicos. Ou seja, estamos em pleno período agressivo do capitalismo manipulatório, inerente a sua fase de reprodução neoliberal, onde a própria indústria cultural em sua totalidade passa por uma grande fase de incremento e acentuação, levando ao paroxismo o poder da ideologia e da alienação em massa; 

10-O movimento comunista mundial sofreu grande baque e revés em tal período histórico, se enfraquecendo, estando distante da classe e perdendo o norte programático histórico de ir além do capital. Nestas condições, a crise de direção do proletariado toma proporções assustadoras, colocando objetivamente um grande desafio histórico para a atual e as novas gerações de revolucionários marxistas-leninistas; 

11-A batalha para se inserir no interior da classe, ajuda-la a superar suas barreiras que a impedem de ver com clareza os males que a atormentam e submetem humilhante, é tarefa dos revolucionários comunistas. Somente o marxismo revolucionário pode apontar até às últimas consequências o caminho da luta dos explorados e oprimidos para sua emancipação da sociedade de classes. E isso exige uma autêntica vanguarda de revolucionários profissionais, verdadeiro "Estado maior" da classe; 

12-Na atual conjuntura histórica em que vivemos, a esquerda institucional está a cada dia mais atrelada aos interesses de manutenção da ordem capitalista. O Partido dos Trabalhadores, que desde o seu surgimento se propôs Social Democrata fora do tempo e dos espaço. Ou seja, reformista num país de capitalismo dependente, cuja história de suas classes dirigentes foi sempre conciliar pelo alto para impedir autênticas reformas estruturais, minimamente civilizatórias, recorrendo de forma ontológica aos golpes de Estado, tal partido ao não colocar como seu norte a superação histórica do capital em nosso país, só poderia metamorfosear-se em tais condições, num partido conservador da ordem, é isso o que se tornou o PT; 

13-Também outros partidos como o PSOL, ao adotarem uma postura política meramente "reformista" e "civilizadora" do capital, tem se transformado cada vez mais em meros elementos do radicalismo pequeno burguês, entusiasta da avalanche pós -moderna e identitária que tem tomado conta de praticamente toda a esquerda brasileira, cada vez menos guiada por critérios de classe, ou seja, uma esquerda cada vez menos marxista e incapaz de enfrentar o rolo compressor do capital contra as massas trabalhadoras; 

14-Diante de tais dilemas gravíssimos, é preciso identificar aonde estamos. Pensamos que da forma em que se encontra, a esquerda brasileira e o próprio movimento comunista internacional, cada vez mais fragmentados, estéreis, sem um norte programático e revolucionário claro, carente de um firme critério classista e cada vez mais aburguesado, não pode se colocar como algo que se pareça a uma autêntica vanguarda da classe. O proletariado no Brasil e no mundo, nunca esteve tão órfão de um Partido revolucionário e de vanguarda como no atual período histórico. Disso mesmo, entre outras coisas, pode depender a sorte da revolução brasileira. As condições objetivas para uma revolução radical e para a própria viabilidade da construção socialista nunca estiveram tão maduras como agora. Nossa grande tragédia é de ordem subjetiva, ou seja, orgânica; 

15-É diante de tal constatação de nossa situação histórica, que lançamos esse chamamento aos demais agrupamentos e camaradas que reivindicam o socialismo e se propõem a combater pela revolução social contra a barbárie capitalista reinante. Superar nossas debilidades, nossas divisões e fragmentações sectárias que somente beneficia o inimigo; se inserir e enraizar no interior da classe, nas suas lutas e batalhas contra a burguesia e seus agentes; ganhar sua simpatia e confiança, formar novos quadros e dirigentes revolucionários proletários, devem ser nosso norte no atual período, nos preparando para as batalhas de morte contra a burguesia e seu regime de exploração, opressão e alienação do gênero humano; 

16-Nessas condições, batalhar honestamente sem sectarismos e com sinceridade, pela formação de uma Frente de Esquerda Revolucionária, que se coloque como um possível embrião de um autêntico partido que tenha direito a dirigir a classe no caminho da superação do capitalismo em nosso país, é das tarefas mais importantes e dignas de nossa época. Ter direito a dirigir a classe significa aqui, se colocar nas primeiras trincheiras das batalhas contra toda exploração e opressão. É lutar ombro a ombro com os homens e mulheres de nossa classe em seu dia a dia. É ganhar sua confiança não como burocratas, mas sim como autênticos lutadores da classe; 

17-Apesar de sua doença de morte, o capitalismo senil e putrefato não cairá de velho, precisa ser enterrado por seus coveiros, que para isso, necessitam mais do que nunca do seu partido revolucionário, como expressão maior da consciência em vias de emancipação humana do proletariado na sua histórica e urgente tarefa da superação de sua condição humilhante em que se encontra de "classe em si", para transmutar-se revolucionariamente em "classe para si". Está em nossas mãos tal tarefa histórica.


Adiante camaradas!
Partido Comunista dos Trabalhadores Brasileiros/PCTB
Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT
Roberto Bergoci, 02/11/2023.
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