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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Carta ao Povo Brasileiro * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

Carta ao Povo Brasileiro
A Frente Revolucionária dos Trabalhadores
FRT 

vem através deste documento, se dirigir ao povo trabalhador brasileiro, superexplorado pelos patrões em troca de míseros salários de fome nas fábricas, nas construções, nas grandes redes comerciais, nos campos, etc. Nos manifestamos aos desempregados, subocupados, aos estudantes, aos moradores das favelas e periferias das grandes cidades, às organizações revolucionárias e partidos políticos autênticos dos trabalhadores; nos dirigimos também aos movimentos populares, Sem Terra, Sem Teto e aos demais aliados da classe trabalhadora em todo o país.

Como bem sabem, vivemos o auge de uma crise sem precedentes em nossa história republicana. A economia brasileira está estagnada, em franco retrocesso, sem perspectivas concretas de resolver o problema da fome, do desemprego, da miséria de nossa gente, muito menos de permitir à juventude um horizonte de esperanças profissionais, acadêmicas, de melhoras de seu padrão de vida em relação aos país, etc.

A manifestação mais cruel e desumana dessa profunda crise que vivemos é o desemprego histórico que atinge a classe trabalhadora: um terço da população em condições de trabalho está desempregada ou subocupada em nosso país. Contando os efeitos multiplicadores disso para a sociedade, significa que este desemprego selvagem atinge as famílias dos trabalhadores, toda a cadeia de consumo dessa massa, que por sua vez leva a mais paralisia da economia, mais desemprego, miséria e agigantamento da crise, que ganha contornos de uma avalanche econômica e social. 

As recentes fugas de multinacionais em direção ao exterior e fechamentos sem igual de empresas e comércios em todo o país é expressão deste fato. É reflexo de que não existe no Brasil por parte da burguesia nacional, qualquer plano de desenvolvimento ou reversão da desindustrialização que atinge nossa sociedade e que arrastará para um precipício o próprio país, deixando patente o grau de parasitismo alcançado por nossas classes dirigentes, que se tornaram especuladores financeiros improdutivos.

O radicalismo que ganha corpo a agenda neoliberal na última década, sobretudo desde os governos golpistas de Michel Temer a Jair Bolsonaro, tem desconstruído o que restava de Estado social brasileiro. As conquistas econômicas e sociais dos trabalhadores como a CLT, Previdência Social, etc., estão sendo, uma a uma, destruídas pelas chamadas reformas estruturais, que nada mais são do que puro roubo social contra a classe trabalhadora e garantia de liberdade para os patrões explorarem à vontade, sem limites a força de trabalho no país. 

O resultado mais imediato dessa selvageria capitalista tem sido o aumento sem igual de pessoas em situação de rua, sem perspectivas, sem condições de garantirem sustento às suas famílias em toda a sociedade brasileira, a ponto de o país já ter voltado ao macabro mapa da fome, em meio a quantidade sem limites de riquezas existentes em nossa pátria.
À gravidade de nossa hecatombe econômica e social, se soma a pandemia mortal da Covid-19, que já matou mais de 210 mil brasileiros e tem gerado também efeitos devastadores socialmente; nenhum plano de combate a pandemia foi traçado por Bolsonaro e o ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Pelo contrário, Bolsonaro e seu ministro tem na prática sabotado a vacinação, o isolamento social, eliminou o auxílio emergencial para quebrar um plano de quarentena e está diretamente envolvido, junto de Pazuello no colapso da falta de oxigênio em Manaus que tem literalmente matado os pacientes nos hospitais por afogamento, como os nazistas faziam com suas vítimas nos campos de concentração em Auschwitz. 

Enquanto isso, o presidente da República Jair Bolsonaro pouco caso faz da dramática situação do povo brasileiro. Como serviçal que é dos patrões e do conjunto das classes dominantes, tem atacado sem limites as condições mais elementares de existência do povo trabalhador pelas mãos de seu ministro da Economia Paulo Guedes, este último, representante direto dos grandes bancos e dos magnatas do capital financeiro nacional e internacional, verdadeiros bandidos espoliadores da riqueza nacional, basta vermos o roubo direto que estão cometendo via privatizações contra nossas empresas estratégicas como a Petrobrás, Banco do Brasil, etc. 

Nas periferias das grandes cidades vemos os jovens negros e pobres serem literalmente caçados e exterminados pelas forças polícias bolsonaristas, assassinos de nossa gente, sob plácido apoio, velado ou direto dos chamados “poderes da República”, instituições auxiliares dos ricos inimigos do povo e garantidores da perpetuação desse iniquo estado de coisas em benefício dos parasitas burgueses.

Resumindo, vivemos uma soma de elementos combinados que potencialmente podem levar a radicalização sem igual, das lutas do povo trabalhador contra os seus exploradores. As condições de existência das massas oprimidas nas periferias de nossas cidades tornaram-se absolutamente desumanas, portanto insuportáveis e insustentáveis!

Diante de tal conjuntura dramática é preciso reação urgente e radical do povo brasileiro. Os trabalhadores não podem tolerar mais esse coquetel de crimes e ataques dos inimigos capitalistas.

Uma agenda de mobilizações contra o governo genocida de Bolsonaro precisa ser articulada urgentemente. A fragmentação das forças de esquerda e populares precisam ser superadas o quanto antes e as burocracias corruptas encasteladas nas cúpulas das centrais sindicais como a CUT, Força Sindical, etc., traidores e sabotadores contra as massas, precisam ser expulsos dos sindicatos e das organizações operárias.

A Frente Revolucionária dos Trabalhadores faz um chamado a todo o povo brasileiro, às suas vanguardas e organizações classistas, no sentido de trabalharmos seriamente e sem sectarismos pela formação de uma Frente Nacional de Mobilizações contra Bolsonaro e suas políticas neoliberais, sem no entanto, capitular aos encantos do cretinismo parlamentar e eleitoreiro, bem ao gosto da esquerda liberal e da ordem, aliados das classes dominantes.

Defendemos a articulação e convocação de um Congresso Nacional da Classe 

Trabalhadora, para deliberarmos um plano geral de mobilizações com destaque para a formação de um forte movimento pela ocupação de fábricas e o estabelecimento concreto de um conjunto de pautas em defesa dos interesses do povo brasileiro.

Levando em conta a urgência do momento em que vivemos, oferecemos com sinceridade e o melhor de nossas expectativas, esse documento aos trabalhadores brasileiros e suas organizações, bem como a todas as forças progressistas de nossa sociedade, como forma de contribuição a construção de um plano concreto de lutas de nosso povo contra as forças do retrocesso humano, ou seja, contra o capitalismo decadente brasileiro e sua “elite” do atraso.

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DOS TRABALHADORES

2 comentários:

  1. Amigos da FRT. Sua convocação é correta, oportuna e consistente. Carrega, no entanto, uma falha imperdoável. Se conseguem ver com clareza a monstruosidade do atual governo e, mais do que dele, de todo o sistema politico, são cegos à percepção do mecanismo que os imobiliza e transforma todo os seus enormes esforços em mero espernear de um bebê? Como uma organização capaz de redigir um texto como este não faz referência ao mecanismo que algema a classe operária e dobra a coluna vertebral do trabalhador inviabilizando totalmente todos os anseios nobres e totalmente legítimos presentes em sua carta? Estou falando da miséria sindical brasileira, estou falando das direções sindicais pelegas, estou falando da CUT braço avançado do PT. Sem superar ou pelo menos apontar claramente estas organizações como inimigas juradas sem contemplação, vcs me perdoem, a carta esta bonitinha mas é mera literatura.

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    1. Caro camarada, desde já manifestamos nossa gratidão por sua perspicaz observação quanto a questão bem levantada por você a respeito do movimento sindical brasileiro, completamente atrelado ao Estado burguês e que tem funcionado como correia de transmissão do capital contra os trabalhadores. Mas veja, gostaríamos de chamar atenção para o texto da carta. No décimo primeiro parágrafo, veja que fazemos uma dura denúncia, embora de forma muito sumária, devido às limitações do espaço, as burocracias traidoras das centrais sindicais (citamos a CUT e Força Sindical, porque são as duas principais representantes e expressões do sindicalismo mafioso e entreguista que temos no Brasil). Veja a integra do que citamos no referido paragrafo: "Uma agenda de mobilizações contra o governo genocida de Bolsonaro precisa ser articulada urgentemente. A fragmentação das forças de esquerda e populares precisam ser superadas o quanto antes e as burocracias corruptas encasteladas nas cúpulas das centrais sindicais como a CUT, Força Sindical, etc., traidores e sabotadores contra as massas, precisam ser expulsos dos sindicatos e das organizações operárias."
      Não nutrimos a menor ilusão quanto a esta casta corrupta de burocratas profissionais aburguesados; funcionários e lacaios da burguesia, responsáveis direto (entre outros fatores de muita importância) pelo atual quadro de apatia e desmobilização das massas trabalhadoras em nosso país. Tal critica não vale somente às raposas da burocracia sindical; mas também e essencialmente, à esquerda liberal, principalmente PT e PC do B, ambos espécie de pata esquerda da burguesia, comprometidos até a medula com a "estabilidade" do regime burguês em troca das migalhas e dos pratos de lentilha dos cargos e gerencias miseráveis do Estado e das agencias capitalistas.
      Desde já camarada, manifestamos imenso apreço e a mais devida atenção a sua critica revolucionária. Receba um grande abraço fraternal em nome da FRT!

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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho