Nas mãos de um genocida
É muito triste rescordá
Desde o ano retrasado,
Que o povo tem passado
Uma sofrença de se lascá.
Cum a praga arrinitente
Levando a nossa gente
Falo sem ter nenhum medo
Que fica assim a vida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
E muitos achou ser comum
Nada sendo esquisito,
Que não vindo do mosquito
Assim morrendo um por um.
Com muita gente doente
Se tornando paciente
Sem mostra nenhum segredo
Na insistênça vivida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Sem nada de esperança
Cum seu peito cheio de mágua,
Vendo toda a matança
Que dos zói iscorri água.
Pru mardade e intenção
Do próprio chefe da nação
Levá todos ao degredo
Com a vida esvanecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Chega no sertanejo
Que morre sem a vacina,
Levado por um lampejo
Interrompendo sua sina.
Que tá morrendo de fome
Com o vírus que cunsome
Sem emenda, nem enredo
Que não é esclarecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Sem saí da própria casa
Morre feito indigente,
Feito pássaro sem asa
Escuitando só quem mente
Tomando a cloroquina
E também a ivermectina
Enviado feito torpedo
Em nada que elucida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
O sertanejo lamenta
Chega faz eco lá na serra,
Como uma cabra que berra
Que no grito atormenta.
Sem ter nenhum resultado
Acaba sendo frustrado
E jogado no lajedo
Com a vida falecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Mas nunca perdeu a fé
De vortá cum sua vidinha,
Ir pra casa da visinha
De tumá cum ela seu café.
Sem ter medo de bandido
Não ficando iludido
Espalhando dessegredo
Na palavra exercida
Nas mãos de um genocida
A morte chega maias cedo
Todo sertão tá calado
Parece qui nem tem gente,
Fica parado, paciente
Como gado acurralado.
Só rumina, come grama
E sem fazê nenhum drama
Fica só chupando dedo
Sua vida comprometida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
O povo mago morreno
Com a praga assassina,
Sem um galo na campina
Pra cantá com o sereno.
Só a coruja agourenta
Que da morte é sedenta
Canta lá no arvoredo
Está sempre convencida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
A vida que não fulora
Se vai com a seca do rio,
Morre Zefinha, morre Dora,
Na voz do salafrario.
Fica do povo a zombá
Como vira-lata a rosná
Sempre fazendo seu praguedo
Sem rogá a Aparecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Mas o povo vai vencê
Derrubando o maligno,
Que o sertão vai florecê
Por um homem muito digno.
Vai respingá no cariri
Falado pela C.P.I
Gritando feito bêbado
Na voz estremecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
É por isso que eu digo
As vezes me dá vontade,
De fazê uma mardade
Pra saí desse perigo.
De picá-lo bem miudim
Feito um anjo Querubim
Gritá pra seu Figueiredo
Na voz ensandecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Que Jesus me perdôi
Mas é que fico zangado,
E que minha vida eu dôi
Pra acaba com o gado.
E saí desse sufôco
Na palavra do cabôco
Pois nem um pouco eu sedo
Pela voz agradecida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo
Será que com tanta briga
Com mentira espalhada,
E a fome na barriga
A nação enxovalhada.
Vamos tê um Brasil novo
Pelo direito do povo
Saindo forte do bredo
Sem a fala ressequida
Nas mãos de um genocida
A morte chega mais cedo.
Por: Genildo Mateus/CE
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