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domingo, 9 de janeiro de 2022

Proibido esquecer Soledad Barret Viedma * Coordenadoria Simon Bolívar / Ve

PROIBIDO ESQUECER

Soledad Barrett Viedma


Soledad Barrett Viedma nasceu no Paraguai 🇵🇾 em 6 de janeiro de 1945 e foi assassinada em Olinda, Pernambuco em 8 de janeiro de 1973, era uma militante comunista paraguaia, que morava no Brasil e fazia parte a Vanguarda Popular Revolucionária. 


Em 6 de julho de 1962, quando ela tinha 17 anos, ela foi sequestrada em um carro por um comando nazista uruguaio, que marcou suas coxas com uma cruz de suástica com uma faca por se recusar a repetir o slogan: "Viva Hitler! Fidel!”.


Neste momento, Soledad viaja para Moscou para a Escola Komsomol por um ano. Mais tarde, ele se estabeleceu na Argentina como membro do Partido Comunista Paraguaio. Em 1967 decidiu viajar para Cuba, onde recebeu treinamento de guerrilha, e foi também nesse local que conheceu seu parceiro sentimental, o brasileiro José María Ferreira de Araujo, com quem se casou e teve uma filha, a quem chamavam de Ñasaindy (claro de luna em guarani).


Em julho de 1970, José María voltou ao Brasil para se juntar à luta armada, mas no mesmo ano foi capturado e assassinado por militares pró-governo. Soledad soube da morte do marido até 1971, quando partiu para procurá-lo. Diante dessa notícia, ele decide se juntar à guerrilha brasileira para derrubar a ditadura junto com a Vanguarda Popular Revolucionária.

O VPR a mandou para Recife com outros combatentes. Nesse local conheceu José Anselmo dos Santos, o "Cabo Anselmo", mas com o nome de Daniel, que havia servido com o marido e também um velho conhecido em Cuba. O cabo Anselmo era o líder da Associação dos Marinheiros quando do golpe contra João Goulart, conhecido como "herói" pelos guerrilheiros por causa de seu passado, mas que a ditadura usou como espião duplo para expor seus companheiros. É por isso que o cabo Anselmo decidiu ingressar na Soledad Barrett sob o nome de Daniel, como era conhecida e respeitada pela VPR. Fixaram-se em Olinda, Pernambuco, em 1972.


Soledad Barrett foi traída pelo cabo Anselmo em 8 de janeiro de 1973, juntamente com outros membros da VPR, Pauline Reichstul, Eudaldo Gómez da Silva, Jarbas Pereira Márquez, José Manoel da Silva e Evaldo Luiz Ferreira. 

De acordo com a Polícia, eles morreram em um confronto em uma fazenda, no que muitas vezes é chamado de 'Massacre da Fazenda São Bento', mas na verdade foram detidos separadamente em diferentes locais de Olinda e depois mortos. Nesse local, em São Bento, município de Abreu e Lima, próximo ao Recife, foram encontrados os corpos.

O corpo de Soledad Barrett não foi divulgado e seu paradeiro ainda é desconhecido.


Resgatando a Memória Histórica.

Para cima aqueles que lutam! ! ! 

A única luta que se perde é a que se abandona! ! ! 

A luta nos libertará! ! ! 

Da Venezuela 🇻🇪 Tierra de Libertadores 530 anos após o início da Resistência Antiimperialista na América e 211 anos após o início de nossa Independência.


Coordenador Simón Bolívar 

Caracas - Venezuela 🇻🇪.

Janeiro de 2022.

*

49 ANOS SEM SOLEDAD BARRET VIEDMA

Neste 8 de janeiro, completam-se 49 anos de um dos mais brutais crimes políticos cometidos no Brasil. Trata-se do monstruoso assassinato da poetisa e intelectual paraguaia Soledad Barrett Viedma, ela foi cruelmente torturada e morta pela Ditadura Militar em Pernambuco. Soledad estava grávida de quatro meses, e mesmo assim não foi poupada. Soledad foi encontrada nua, dentro de um barril numa poça de sangue, tendo aos pés o feto de 4 meses, expelido provavelmente durante as sessões de torturas. Este foi um dos mais hediondos crimes cometidos nos anos de chumbo da Ditadura Militar, no Brasil. Soledad recebeu quatro tiros na cabeça e apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses no olho direito.


Mércia de Albuquerque Ferreira, advogada de presos políticos na época, conseguiu ter acesso aos corpos removidos para o necrotério. Sobre Soledad ela declarou, em depoimento formal:


“Ela estava com os olhos muito abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta, e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão de que ela foi morta, ficou algum tempo deitada e depois a trouxeram. O sangue, quando coagulou, ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror.”


Soledad, atuou no VPR – Vanguarda Popular Revolucionária, movimento que fazia oposição à Ditadura numa luta pela redemocratização, e que denunciava internacionalmente as práticas da torturas e assassinatos cometidos pelo regime instaurado pós 1964. A Vanguarda atuou em várias células, tendo em Olinda ponto estratégico, onde a partir de movimentos culturais expunha todo o terror ao qual o pais encontrava-se mergulhado. Soledad e outros companheiros da Vanguarda, foram mortos, pegos numa emboscada feita a partir de delação de um agente duplo infiltrado na própria Vanguarda, o Cabo Anselmo, que na ocasião militava usando o nome de “Daniel”, fato ocorrido numa chácara no Munícipio de Paulista, sendo considerado um dos crimes de maior repercussão internacional, episódio que ganhou o nome de “Chacina da Chácara de São Bento”. Na ocasião encontravam-se junto a Soledad, seus companheiros, Pauline Reichstul, Eudaldo Gómez da Silva, Jarbas Pereira Márquez, José Manoel da Silva e Evaldo Luiz Ferreira, cabe salientar que o filho que Soledad estava a esperar era de José Anselmo dos Santos ou “Cabo Anselmo” como era conhecido nos meios militares.


O último poema de Soledad Barret Viedma foi composto e endereçado para sua mãe numa forma de despedida:


Mãe, me entristece te ver assim

o olhar quebrado dos teus olhos azul céu

em silêncio implorando que eu não parta.

Mãe, não sofras se não volto

me encontrarás em cada moça do povo

deste povo, daquele, daquele outro

do mais próximo, do mais longínquo

talvez cruze os mares, as montanhas

os cárceres, os céus

mas, Mãe, eu te asseguro,

que, sim, me encontrarás!

no olhar de uma criança feliz

de um jovem que estuda

de um camponês em sua terra

de um operário em sua fábrica

do traidor na forca

do guerrilheiro em seu posto

sempre, sempre me encontrarás!

Mãe, não fiques triste,

tua filha te quer.


(Soledad Barret Viedma)


Antes, de nos posicionar admiráveis e saudosos a elogios a atos de crueldade e tortura, faz-se necessário saber que houve aqui, uma Soledad, e que sua História foi real!


- Que sua memória jamais seja esquecida!


Olinda de antigamente.

Via Elianildo Nascimento

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