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sábado, 30 de abril de 2022

PRESSÃO X PREÇÃO * Luis Fernando Veríssimo / RS

 PRESSÃO X PREÇÃO



"Eu tomo um remédio para controlar a pressão.

Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.

Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o 'preção.'

Tô sofrendo de 'preção' alto.

O médico mandou cortar o sal. Comecei cortando o médico, já que a consulta  era salgada demais.

Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico.

Sério!

Não sei mais o que é real.

Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.

Não tem mais um Real.

Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas:

Sabe aquele carro? Esquece!

Aquela viagem? Esquece!

Tudo o que o presidente prometeu? Esquece!

Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time:

- nas últimas.

Bem, e o que dizer do carioca? Já nem liga mais pra bala perdida...

Entra por um ouvido e sai pelo outro.

Faz diferença...

'A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem  o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo'

'Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio'."


(LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO)

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FUZILAMENTO DE HERÓI * Douglas Zabala / VE

 FUZILAMENTO DE HERÓI

Por Douglas Zabala / VE


*Em Homenagem a Manuel Piar*


Você sabia disso.  Manuel Piar nasceu em 28 de abril de 1774 na cidade de Willemstad em Curaçao e quando tinha apenas onze anos, acompanhado por sua mãe María Gómez, entrou na Venezuela por Puerto La Guaira. A chegada deles gerou desconfiança no governo, já que Manuel Gual e José María España estavam hospedados na casa de seu irmão mais velho Felipe Piar, na ilha. 


Piar desde o início de sua participação na luta libertária esteve envolvido em 24 ações de guerra, mas onde desempenhou um papel como líder militar foi na batalha de El Juncal em 27 de setembro de 1816 perto de Barcelona e na Batalha de San Félix em 11 de abril de 1817. Manuel praticamente libertou toda a Guayana, e foi ele quem em Angostura criou as condições para os sucessos do Libertador em 1819. 


Mesmo assim, este herói do país foi submetido a um julgamento injusto e implacável, onde Ele foi condenado à execução pelas mesmas forças patrióticas por ele comandadas, com base na crença de que Piar conspirava a favor de uma revolução das raças ou mestiços, que após a independência continuariam nas mesmas condições de segregação e pobreza. 


Nos autos do processo, O'Leary refere-se ao que Piar disse: "Que tudo isso junto com a nova invenção que causa a última acusação que foi feita contra mim, cuja falsidade pode ser verificada por todos os indivíduos que existiram em Cumanacoa e os, que havia uma teia de calúnias, forjada apenas para minha ruína".


Patentemente como seu inimigo, responde ao julgado por traição: "O general Piar infringiu as leis; conspirou contra o sistema, desobedeceu ao governo, resistiu à força, abandonou o exército, fugiu como um covarde; assim, ele se colocou fora da lei, sua destruição é um dever e seu destruidor um benfeitor”.


O capitão Conde, que era seu carcereiro, conta que Piar, espantado ao saber de sua sentença, exclamou entre outras coisas: “O homem nasceu para morrer, seja qual for o destino que lhe der. Então vamos resolver. Fechou os olhos e ficou imóvel numa espécie de estupor. Depois de meia hora ele se levantou e me disse: Capitão Conde, não acredite e até diga a quem perguntar, que o que você notou em mim é uma fraqueza: não é covardia, é apenas o efeito do que aconteceu ... Meu coração deve ter sofrido quando ouvi essa sentença bárbara, porque nunca acreditei que meus companheiros me sentenciariam à morte. E mais ainda, executando-me nesta praça que eu mesmo contribuí tanto para libertá-la, mas no final tudo acabou”


Tendo executado o herói, o Libertador de Bogotá, em uma carta datada de 16 de novembro de 1828 ao general Pedro Briceño Méndez, comenta: "Lamento a morte de Piar e Padilla e dos outros que pereceram pelo mesmo motivo: a partir de agora não haverá justiça para punir o assassino mais hediondo, porque a vida de Santander é o perdão ao mais impune O pior de tudo é que amanhã lhe darão um perdão e ele voltará a fazer guerra a todos os meus amigos e a favorecer todos os meus inimigos, mas o que me atormenta ainda mais é o justo clamor com que a classe vai reclamar de Piar y Padilla" Esta é outra tradição republicana.

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*FUSILANDO AL HÉROE*

Por Douglas Zabala / VE


*En Homenaje a Manuel Piar*


Sabías que.  Manuel Piar nació el 28 de abril de 1774 en el poblado de Willemstad en Curazao y cuando apenas tenía once años de edad, acompañado de su Madre María Gómez entró por el Puerto La Guaira a Venezuela. La llegada de ellos generó sospecha al gobierno, pues en la casa de su hermano mayor Felipe Piar, allá en la Isla, habían estado hospedados Manuel Gual y José María España. 


Piar desde los inicios de su participación en la lucha libertaria se involucró en 24 acciones de guerra, pero donde jugó un papel de líder militar fue en la batalla de El Juncal el 27 de septiembre de 1816 cerca de Barcelona y en la Batalla de San Félix el 11 de abril de 1817.  Manuel prácticamente liberó toda Guayana, y fue él quien en Angostura creó las condiciones para los éxitos del Libertador en 1819. 


Aun así, a este héroe de la patria se le vino un proceso injusto y despiadado, donde se le sentenció a su fusilamiento, por las mismas fuerzas patriótica comandadas por él, basadas en la creencia de que Piar conspiraba a favor de una revolución de las razas o mestizos, que después de la independencia seguirían en las mismas condiciones de segregación y pobreza. 


En el expediente del juicio, O' Leary refiere lo expresado por Piar: "Que todo esto reunido a la nueva invención que ocasiona el último cargo que se me ha hecho, cuya falsedad pueden comprobar todos los individuos que existían en Cumanacoa y al árbol genealógico que falsa y maliciosamente se supuso encontrado entre mis papeles, debía haber hecho al jefe Supremo patentemente, que había un tejido de calumnias, forjadas solo para mi ruina”.


Bolívar, con demasiada alevosía contra quien ese momento aparece como su enemigo, responde ante el enjuiciado por traición: "El general Piar ha infringido las leyes; ha conspirado contra el sistema, ha desobedecido al gobierno, ha resistido la fuerza, ha desertado el ejército, ha huido como un cobarde; así pues, él se ha puesto fuera de la ley, su destrucción es un deber y su destructor un bienhechor”.


Cuenta el Capitán Conde, quien hacía de su carcelero, que Piar asombrado al conocer su sentencia, entre otras cosas exclamó: “El hombre ha nacido para morir, sea cual fuere el modo que la suerte le depare. Conformémonos pues. Cerró los ojos y quedó inmóvil en una especie de sopor. Después de media hora se levantó y me dijo: Capitán Conde, no crea usted y aun manifieste a todo el que se lo pregunte, que esto que ha advertido en mi sea una debilidad: no es cobardía, es solo el efecto de lo que ha debido sufrir mi corazón al oír esa bárbara sentencia porque nunca creí que mis compañeros me sentenciarían a muerte. Y lo que es más ejecutarme en esta plaza que yo mismo he contribuido tanto a liberarla, pero en fin ya todo se acabó”


Habiendo fusilado al héroe, el Libertador desde Bogotá, en carta de 16 de noviembre de 1828 al General Pedro Briceño Méndez, le comenta: "Yo estoy arrepentido de la muerte de Piar y Padilla y de los demás que han perecido por la misma causa: en adelante no habrá justicia para castigar al más atroz asesino, porque la vida de Santander es el perdón de las impunidades más escandalosas. Lo peor de todo es que mañana le darán un indulto y volverá a hacer la guerra a todos mis amigos y a favorecer a todos mis enemigos; pero lo que más me atormenta todavía, es el justo clamor con que se quejarán los de la clase de Piar y Padilla" Este es otro saber Republicano.

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MERCENÁRIOS – GUERRA PRIVATIZADA * Ernesto Germano Parés / RJ

MERCENÁRIOS – GUERRA PRIVATIZADA
(1)
(Ernesto Germano Parés – 14/03/22)
O termo “mercenário” vem do latim onde “merce” significa comércio. Mercenário é, então, o nome dado a todo aquele que trabalha a soldo, mais especificamente, os soldados que lutam em guerras com o único objetivo de receber um pagamento ou, como na antiguidade, participar da divisão dos despojos dos vencidos. Não lutam por qualquer tipo de ideologia.
Sabemos que não é um fenômeno moderno. Já na antiguidade soldados eram contratados para lutar na defesa de interesses políticos ou econômicos. Há registro de que a China, durante os séculos IV e III a.C. já teria usado tropas mercenárias. Também no antigo Egito e na Grécia havia exércitos de mercenários contratados em outras regiões.
Mas tropas mercenárias vão ganhar grande vulto já na chamada Alta Idade Média com soldados que eram contratados pelos príncipes. E as depredações e os saques eram comuns e se tornaram uma praga em várias regiões da Europa.
Para quem não sabe, o Brasil também já usou tropas de mercenários. D. Pedro I criou um Corpo de Soldados Estrangeiros (todos mercenários) para lutar na Guerra Cisplatina. D. Pedro II também contratou mercenários, os “Brummer”, germânicos, para lutarem na Guerra contra Oribe e Rosas.
Mas o fato que precisamos salientar é que, durante todo esse tempo, era uma relação quase pessoal entre governantes e homens que se prestavam a guerrear, lutar, depredar e saquear.
Apenas em 1990 vamos tomar conhecimento do que pode ser chamado de “privatização da guerra” quando surgem empresas especializadas em contratar esses mercenários, treiná-los, armá-los e colocá-los a serviço de governos. Podemos, comparando com o que acontece nas empresas, dizer que isso significa a “terceirização” da guerra.
Para “aliviar” um pouco o choque que causaria nas populações, os governos e a mídia amestrada passaram a dar um nome diferente para essas empresas que agora eram chamadas de “sociedades militares privadas”! E essas “sociedades”, em apenas uma década, tiveram um desenvolvimento “explosivo” (com trocadilhos). Pelas informações que obtivemos, o desempenho mundial nesse setor gira em torno dos 70 bilhões de euros anuais
Aqui queremos realçar um fato que nos fez usar a comparação com as terceirizações que acontecem nas empresas de hoje. Estamos dizendo que o fato de existirem e serem toleradas essas “sociedades militares privadas” comprova que, em sua essência, a guerra atende a interesses econômicos privados, seja de que tipo for.
Como acontece em qualquer outra atividade econômica que conhecemos, as empresas de mercenários também vão ganhando dimensões. Na medida que o imperialismo vai tendo mais fome de lucro, essas empresas vão servindo aos propósitos de alguns espertos e rendendo também muito dinheiro. Por exemplo, há uma “sociedade militar” inglesa, a G4S, que tem mercenários atuando em nada menos do que 125 países (são 193 em todo o planeta). Essa sociedade emprega em torno de 570 mil pessoas.
Para não alongar demasiadamente este primeiro artigo da série, vamos encerrar lembrando que existe uma Convenção das Nações Unidas, em vigor desde 2001, proibindo o recrutamento, treino, uso e financiamento de mercenários. EUA, Reino Unido, França e Japão assinaram o documento!

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MERCENÁRIOS – GUERRA PRIVATIZADA! (2)
(Ernesto Germano Parés – 15/03/22)
Conversando com algumas pessoas sobre o surgimento desses soldados “mercenários” recordei um fato que creio ter sido determinante para o crescimento dessas “sociedades militares”. Lembrei da guerra do Vietnam e da comoção nacional nos EUA quando as famílias viam seus filhos voltarem para casa em sacos plásticos! Já no final da guerra um filme apontou toda a decepção e a comoção do povo estadunidense. Estou falando de “Corações e Mentes”, de Peter Davis.
Bem, as autoridades de Washington devem ter pensado que continuar mandando os filhos das famílias tradicionais para morrerem em uma guerra distante de casa não daria muitos votos. Mas, ao mesmo tempo, o complexo industrial militar não pode sobreviver sem uma guerra em algum lugar do planeta.
Surge então o espaço tão desejado por essas “sociedades”. Afinal de contas, os mercenários que aceitam matar ou morrer pelos EUA, muitas vezes, não têm nenhuma ligação com o país. Em uma avaliação do Pentágono, manter soldados estadunidenses nas frentes de guerra é muito caro para o país, então, essas “sociedades” vão recrutar em países pobres, como Uganda, El Salvador, Nepal e Filipinas e muitos outros. Um levantamento feito por um jornal estadunidense mostrou que um cidadão dos EUA, para entrar em uma guerra assim, pode ganhar até US$ 1,5 mil por dia. Mas um combatente de país pobre recebe US$ 500 pelo mesmo serviço.
E vamos encontrar nessas empresas muitos paramilitares colombianos, alguns chilenos remanescentes do governo Pinochet e até brasileiros apaixonados pela conversa da direita.
A mais conhecida, mais famosa e mais denunciada dessas “sociedades” é a Blackwater, dos EUA. Poucos conhecem ou levam em consideração, mas o nome Blackwater significa “água negra”, uma referência aos pântanos onde são feitos os primeiros treinamentos dos mercenários. Pântano! Sim, uma excelente definição para o serviço prestado por essas respeitáveis empresas.
No dia 19 de agosto de 2009, fazendo o povo estadunidense se impressionar, o jornal The New York Times revelou que a CIA havia utilizado, em 2004, funcionários da Blackwater como parte de um programa secreto, com o objetivo de descobrir pistas e assassinar dirigentes da Al-Qaeda. A tal empresa contribuiu para as missões da organização estadunidense de treinamento e espionagem, cobrando milhões de dólares pelo serviço, sem nem ao menos ter capturado ou assassinado um único ativista.
Ainda em 2004, na cidade de Fallujah, Iraque, quatro contratados da Blackwater foram emboscados, mortos, queimados e desmembrados. A imagem de seus corpos pendurados em uma ponte se tornou o símbolo da fase mais sangrenta daquele conflito. Mais tarde, em 2007, funcionários da empresa perderam controle de um comboio e mataram 17 civis em Bagdá. Soterrada pela publicidade negativa, a Blackwater mudou de nome: hoje ela se chama Xe.

MERCENÁRIOS – GUERRA PRIVATIZADA! (Final)

(Ernesto Germano Parés – 15/03/22)
Para encerrar o artigo vamos esclarecer que essas empresas oferecem quase todos os tipos de serviços para aplicação militar. Trabalham desde a reparação de veículos e preparação de alimentos nas bases militares até segurança particular e mesmo assassinatos.
Um caso que ganhou espaço na imprensa internacional, há alguns anos, foi o fato dos Emiratos Árabes Unidos (EAU) terem contratado a Spear Operations Group – fundada por Abraham Golan, um israelense residente nos EUA – para executar um programa de assassinatos no Iémen. Um dos alvos dos mercenários estadunidenses foi um líder da al-Islah, organização que os EAU classificam de terrorista, mas que é reconhecido como um partido político legítimo, que se opõe à intervenção estrangeira no Iémen e conta entre os seus membros Tawakkul Karman, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2011.
É fato que os governos gastam muitos milhares de milhões de dólares em armamentos e em seus exércitos, mas é também fato que a chamada “segurança privada” ou “sociedades militares privadas” estão crescendo exponencialmente nas últimas décadas.
Um fato de se estranhar é que, não estando protegidos pelas Convenções de Genebra sobre as guerras e nem contando com apoios nacionais, esses mercenários carecem totalmente de garantias e apoios em caso de serem feridos em combate.
E cabe registrar que, da mesma forma, essas “sociedades” funcionam à margem dos códigos internacionais e não estão sujeitas a qualquer limites, agindo longe de qualquer controle.
Vamos encerrar colocando mais um importante dado na equação. Há um grande interesse por parte dos militares estadunidenses (também ingleses ou franceses) na manutenção dessas “sociedades”. Quase todo o pessoal de comando dessas SMP é ex-oficiais das forças armadas desses países. E sabemos que essa proximidade, essa familiaridade entre uns e outros permite com bastante facilidade um acesso em matéria de informações confidenciais e até uma certa impunidade.
E tudo leva a uma situação pouco conhecida do grande público: essas “sociedades militares privadas”, por seus vínculos com exércitos e até com governos, estão em posição privilegiada também para influenciar nas decisões militares ligadas às operações.
Como dissemos no título original, é a Guerra Privatizada em toda a sua extensão!

quinta-feira, 28 de abril de 2022

SOBRE A HISTÓRIA E O PASSADO * Lorena Romero de Donayre / Nicarágua

 SOBRE A HISTÓRIA E O PASSADO

Se a história fosse cronologia, se fosse crônica, então a história seria o passado, o que aconteceu... e o que aconteceu... aconteceu. No entanto, o tempo da história não é o passado, mas o presente, e não pertencemos ao passado, mas ao presente.  

É claro que a história é também um acúmulo de fatos, uma sucessão de eventos e então nos perguntamos: por que de tantos eventos são selecionados alguns e não outros que caem no esquecimento e, no melhor dos casos, tornam-se memória? pouco, como uma vela.


A resposta é que os acontecimentos que persistem, que não se tornam o “passado que passou”, que não são esquecidos, representam o que foi vivido, o que foi vivido que não é passado, o que foi vivido que não é memória mas memória. 


A matéria-prima da história, portanto, é a memória, razão pela qual a história é algo vivo que se alimenta e se enriquece, se faz presente, e a partir do presente atua com um papel político de enorme importância estratégica: refiro-me ao papel da memória no produção de identidades. A memória desempenha este papel tão importante na construção das identidades sociais precisamente porque tem uma dimensão narrativa que se constrói em torno de quem, o quê, como e quando...  


Se não há história não há memória e sem memória não há identidades fortes e quando as identidades são enfraquecidas, o sentimento de pertencimento é enfraquecido, a referência ao passado comum se perde, o que, em última análise, permite construir sentimentos de valor próprio e sustentar a coerência e continuidade necessárias para a manutenção de uma identidade.

A história é sempre a história do nosso tempo e é através da história que interpretamos o presente. 


Do meu profundo sentimento de gratidão por aqueles homens que tornaram possível a construção da FSLN, reivindico meu orgulho de ser militante sandinista, reivindico minha fé sem fronteiras no povo e reitero meu profundo amor por todos aqueles combatentes que deram suas vidas e tornou possível o Triunfo da nossa Revolução.  


…Como não lembrar…? 

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OS MOTIVOS PARA O CRESCIMENTO DA EXTREMA-DIREITA ENTRE OS POBRES NA FRANÇA E NO MUNDO * HEITOR SILVA.RJ

OS MOTIVOS PARA O CRESCIMENTO DA EXTREMA-DIREITA ENTRE OS POBRES NA FRANÇA E NO MUNDO
HEITOR SILVA.RJ

O quadro acima mostra que a candidata da extrema-direita na França foi a favorita entre os trabalhadores de mais baixas rendas. Lembramos que além dos que votaram na Le Pen ainda houve 28,3% dos eleitores que não compareceram para votar, ou seja, mais de 1 em cada 4 franceses se recusa a acreditar no sistema eleitoral.

Este não é um fenômeno francês, há uma tendência mundial de ampliação dos votos dos mais pobres na extrema-direita. Por que aqueles que defendem a concentração de riqueza, os que não dão valor a vida humana, conseguem os votos dos mais pobres?

A resposta está, ao nosso modo de ver, na incapacidade da esquerda de garantir emprego, perspectiva de vida ou de apontar para mudanças, o que abre uma insatisfação dos mais prejudicados que só encontram como contestação do status-quo a extrema-direita. A dificuldade é que eles não percebem que o ataque da extrema-direita a democracia não é para ampliar direitos, mas para ampliar a exploração dos trabalhadores.

A esquerda vem se comportando não como parteira de uma nova ordem, mas como guardiã de uma ordem injusta e recolhe a repulsa daqueles que mais sentem na pele as injustiças.

Para fazer frente a extrema-direita precisamos de uma esquerda que também queira, pense e trabalhe pela mudança, mas não mudanças cosméticas, mas sim mudanças radicais.
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A CONJURAÇÃO DO RIO DE JANEIRO * Ernesto Germano Parés / RJ

A CONJURAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

(PARA NÃO ESQUECER – 1786 (sem data)

Manuel Inacio da Silva Alvarenga
Interior de uma "boteca"
Aqueduto do Rio de Janeiro
Porto do Rio de Janeiro
Lutas separatistas no Brasil
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Ernesto Germano Parés / RJ

Sei que pouquíssimos ouviram falar e eu conhecia superficialmente. Sempre ouvimos histórias sobre a Conjuração Mineira, mas não sabíamos de outra que também teve importância e significado.
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Em 1786 foi criada a Sociedade Literária do Rio de Janeiro. Originalmente composta por um grupo de intelectuais (poetas, escritores e médicos – basicamente) que debatiam textos e ideias que chegavam da Europa. Discutiam a Revolução Francesa, a criação dos EUA, livros dos pensadores iluministas e temas como eclipse lunar, alcoolismo e muitos outros.
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Depois de poucos anos o grupo foi crescendo e admitiu a entrada de professores, médicos, padres, advogados, marceneiros, sapateiros e ourives que discutiam ideias filosóficas e políticas de Rousseau e Voltaire. E, é claro, isso começou a preocupar os poderes da Metrópole portuguesa.
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Em 1789 a Conjuração Mineira chega ao seu auge e sabemos toda a repressão havida. Temendo o mesmo caminho, em 1794 o vice-rei português, Conde de Resende, manda fechar e prender todos os integrantes da Sociedade Literária sob acusação de subversão. Foram presos os principais líderes da Sociedade: Ildefonso Costa Abreu (professor de grego), Silva Alvarenga, Mariano José Pereira da Fonseca, Vicente Gomes, João Manso Pereira e João Marques Pinto. Todos acusados de conspiração contra a Coroa Portuguesa.
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Mariano José Pereira da Fonseca, foi acusado de ter uma obra de Jean Jacques Rousseau depois, Mariano defendeu a independência e tornou-se marquês de Maricá.
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Dez integrantes da Sociedade Literária permaneceram presos por três anos e em 1799 foram enforcados, esquartejados. Os soldados Luis Gonzaga e Lucas Dantas, e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino tiveram partes e de seus corpos expostos. A maior parte dos prisioneiros eram escravos, soldados e artesãos. Dos membros mais ilustres apenas quatro foram presos, sendo estes integrantes da Maçonaria.
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Com princípios muito parecidos com a Inconfidência Mineira, a Conjuração Fluminense (ou conjuração carioca ou conjuração do Rio de Janeiro) criticava a monarquia, a dependência do Brasil frente a Portugal e defendia a sua emancipação. Tinha clara afinidade com os ideais iluministas, sendo inclusive acusados de defenderem um Brasil dependente não de Portugal, mas sim da França napoleônica.
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Poucos sabem, principalmente os mais novos, mas, na época, não existiam farmácias e grandes laboratórios farmacêuticos dominando o mercado, como hoje. Quando o médico prescrevia um medicamento era preciso procurar uma “botica”: estabelecimento onde se preparam e/ou se vendem medicamentos. Levava-se a receita e, muitas vezes, era preciso ficar esperando o remédio ser preparado.
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A maior parte dos membros que criaram a Sociedade Literária era formada de médicos e boticários (os que faziam os remédios). Na rua do Cano (hoje Sete de Setembro) funcionavam as principais boticas da cidade. Ali a população do Rio de Janeiro podia encomendar medicamentos, unguentos e outros tratamentos.
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Mas, uma curiosidade: ao chegar na “botica”, como dissemos acima, o cidadão precisava ficar esperando o preparo do seu remédio. Isso fez com que fossem criados no espaço da loja, locais onde as pessoas ficavam lendo, conversando, ouvindo novas ideias, etc. Dos balcões das boticas para espaços públicos como o Chafariz do Mestre Valentim, na atual praça Quinze de Novembro e outro local de encontros do Rio antigo, as ideias se espalhavam pelo ar na velocidade do som.
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Vale lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, Tiradentes não foi enforcado em Minas Gerais. Foi preso no Rio de Janeiro e enforcado no Campo de São Domingo, hoje Praça Tiradentes (1792).
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A prisão dos participantes da Sociedade Literária tem muito com esse episódio. Não havia qualquer prova ou acusação de que pretendiam lutar pela separação do Brasil de Portugal ou algo parecido. Era um grupo intelectual movido pelas ideias iluministas. Mas a Coroa Portuguesa via “fantasmas” em todo canto.
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A chamada Conjuração do Rio de Janeiro não chegou a constituir um plano para derrubar o poder colonial. Mas o vice-rei do Brasil, temendo o mal maior, manteve os letrados suspeitos trancafiados por dois anos, sem acusação formal.
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CONTRA TODO TIPO DE DOMÍNIO IMPERIAL!
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VIVA A CONJURAÇÃO DO RIO DE JANEIRO!
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Nas imagens: 01) o Aqueduto da Carioca; 02) Manuel Inácio da Silva Alvarenga; 03) o interior de uma “boteca”
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quarta-feira, 27 de abril de 2022

NOTA DE SOLIDARIEDADE Ao Sr. Flávio Ferreira de Souza * Associado da Associação de Moradores Agricultores Quilombolas Comunidade Nova Betel (AMAQCNB)

NOTA DE SOLIDARIEDADE

Ao Sr. Flávio Ferreira de Souza, Associado da Associação de Moradores Agricultores Quilombolas Comunidade Nova Betel (AMAQCNB)

GRAVE VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

As entidades subscritas vêm manifestar solidariedade ao associado da Associação de Moradores Agricultores Quilombolas Comunidade Nova Betel, Senhor FLÁVIO FERREIRA DE SOUZA (39 anos), preso de forma arbitrária e ilegal no dia 21 de abril de 2022, por agentes de segurança que prestam serviço a empresa de cultivo e beneficiamento do dendê, denominada BRASIL BIO FUELS REFLORESTAMENTO, INDUSTRIA E COMÉRCIO S/A (BBF), com sede no município de Acará.

Assim que houve a apreensão arbitrária, o senhor Flávio foi levado para as dependências da empresa e, após foi transportado pela Polícia Militar até a Seccional de Marituba sendo apresentado naquela Delegacia às 22:00hs, fato que já está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Pará.

De fato, no dia da apreensão (21), muitas pessoas, entre indígenas, quilombolas, agricultores e ribeirinhos se encontraram configurando o legítimo e pacífico protesto inconformados diante dos abusos que sofrem, e impactos que atingem as populações na Amazônia Brasileira, causados pelo uso excessivo de agrotóxicos no cultivo do dendê. Ao longo dos anos, a situação vem prejudicando a saúde dos integrantes das comunidades, adquirindo doenças da pele, problemas respiratórios, no sistema digestivo, além de incidir no próprio modo de vida - e contaminar os aquíferos da região.

No dia seguinte (22), o Juiz responsável pelo caso, suspendeu a audiência de custódia, decidindo às 6:45hs desse dia, pela prisão de Flávio, lavrando o flagrante. De forma descuidada, a autoridade valorizou as versões dos seguranças da empresa, que se constituíram como testemunhas dos supostos crimes imputados ao senhor Flávio. Entretanto, o laudo do exame de corpo delito acusou indícios de espancamento, o que foi observado pelo Promotor de Justiça de Acará, razão pela qual, a retomada do rito legal.

Após inúmeras manifestações de apoio ao Senhor Flávio Ferreira de Souza, no final do dia 23 de abril de 2022 o juiz da Vara Única da Comarca de Acará - responsável pelo caso, concedeu a Liberdade Provisória efetuando a liberação do integrante da comunidade, o qual, responderá as acusações feitas pelos agentes de segurança da empresa, em liberdade.

Da forma como as coisas ocorreram, urge aos subscritores continuarem a acompanhar essa e outras violações aos Direitos Sócio Territoriais das comunidades Originárias e Quilombolas. Evidenciou-se vã tentativa de favorecimento aos interesses da BBF. O que chama a necessária e total vigilância da parte das autoridades e da sociedade, no sentido de que se faça justiça e os devidos ritos legais sejam cumpridos para o caso em tela.

Exigimos respeito ao direito da manifestação pública dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e agricultores, cujos direitos humanos são constantemente violados. Foi exatamente o que se deu no dia 21, quando as comunidades tradicionais de Acará decidiram expressar seus sentimentos ante os constantes ataques da coalizão empresa BBF, maior produtora de dendê da América Latina.

O sofrimento vem se acumulando desde que a Biopalma, subsidiária da Vale, iniciou o plantio do dendê, ampliando cada vez mais a área explorada na região, chegando a passar

tratores nas plantações das comunidades, substituindo a agricultura familiar (subsistência dos povos tradicionais) pelo dendê.

Com a chegada da BBF anunciando o projeto "Bio sustentável" como alternativa de vida, iludindo essas populações, a situação ao invés de melhorar, conforme a empresa propagava, piorou. Por consequência acentuaram as violações e, portanto, os conflitos.

Além de avançar na ocupação do território o que se vê é o despejo de toneladas de veneno glifosato (agrotóxico) e outros rejeitos da produção de palma, causando a morte de peixes pelo envenenamento, em total descuidado com o meio ambiente e com as comunidades tradicionais, pois o projeto do cultivo de palma de dendê é uma imposição externa que fere a prática da agricultura familiar.

Nós apoiamos a decisão dessas Populações em recuperar seus territórios, que originalmente pertencem a esses povos, tendo em vista o direito de herança de seus ancestrais e da população ribeirinha. Eles têm o direito de viverem em paz e harmonia em seus territórios ancestrais, dos quais dependem intimamente suas sobrevivências.

Por outro lado, essas populações se queixam também da ausência das autoridades governamentais, que terminam por favorecer direta ou indiretamente a empresa, pela falta e fiscalização e leniência diante de tantas violações de direitos humanos e ambientais, e indícios de fraudes nos licenciamentos ambientais e nos registros de propriedade das áreas adquiridas pela BBF da Biopalma, em novembro de 2020. Do mesmo modo, a morosidade na titulação definitiva de uso coletivo das terras das comunidades tradicionais, contribui para o conflito em si, e para a angústia e perda da qualidade de vida dessas comunidades.

Por fim, reiteramos que, diante de todas as questões acima expostas, é justo que às comunidades se organizem e queiram resgatar o pleno direito de uso de seus territórios. Ratificamos ainda, que toda manifestação pública por direitos é amparada pelo Estado Democrático de Direitos, é que privar os indivíduos de fazê-lo significa depor contra a liberdade, sob a qual está assentada - mesmo que sob ataques constantes a Nação Brasileira, praticadas por um governante com tendências fascistas.

Belém, 25 de abril de 2022.
ASSINATURAS ENTIDADES E PESSOAS FÍSICAS
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Porque expulsamos a OEA da Nicarágua * Evert Cerda . Nicarágua

Porque expulsamos a OEA da Nicarágua


Evert Cerda . Nicarágua


Não é segredo para ninguém que a Nicarágua já havia anunciado a saída da Nicarágua da OEA. As notícias de hoje sobre a expulsão da OEA da Nicarágua têm algumas nuances que vamos estudar.



De acordo com os protocolos da OEA, a Nicarágua pode deixar a OEA uma vez que cumpra com esses protocolos, que são obrigatórios; geralmente, esse procedimento pode levar até 2 anos. já foi cumprido.


Como resultado da ação vencida pela Nicarágua na CIJ em Haia, a Colômbia, como um governo lacaio do império, tentaria iniciar um conflito com a Nicarágua através da OEA e assim descumprir e acusar a Nicarágua na OEA onde o apoio é mais do que obviamente, para evitar esta situação, também vale a pena expulsar a OEA da Nicarágua, retirando as credenciais de nossos funcionários para que ninguém possa inventar autoridade perante aquele órgão criminoso, como é o caso do embaixador fantasma do governo fantasma de Guaidó.


Nos meios de comunicação do fim do decadente império dos EUA, lê-se o seguinte: 


SAÍDA VIOLA CARTA DA OEA


O anúncio da Nicarágua contraria a Carta da OEA que, em seu artigo 143, estabelece que, uma vez apresentada a denúncia, deverão passar dois anos para seja efetiva e desde que o Estado denunciante "tenha cumprido as obrigações decorrentes desta Carta".

Essa afirmação só tenta manipular a mente dos tolos úteis, porque a realidade é que o artigo 143 estabelece claramente que, uma vez apresentada a denúncia, tem-se 2 anos para cumprir as obrigações geralmente financeiras, e uma vez que a Nicarágua tenha cumprido esse ônus ou obrigações, você tem todo o direito de se retirar imediatamente, retirar seus funcionários e expulsá-los.


Diz-se geralmente que o país que se retira da OEA, dentro das implicações de maior peso seriam as econômicas, ou seja, suspendem-se os empréstimos e ajudas de fontes multilaterais, a Nicarágua tem nota financeira internacional ou nota financeira "A", ou seja, a mais alta qualificação que qualquer país gostaria de ter, portanto esse mito não nos afeta.

 

Foi uma decisão muito bem tomada, bem estudada e executada no melhor momento, isso nos ajudará a evitar confrontos e punições desnecessárias, não me surpreenderia se essa decisão também tivesse o propósito de atrapalhar planos que já estavam na mesa do delinquente Almagro.


Continuamos a lutar contra os mesmos inimigos dos povos que não se submetem ao império, continuamos a mostrar dignidade e patriotismo, nada nem ninguém nos deterá.

 

Até a vitória sempre...

LIDERE. 

EM ESPANHOL

 Porque expulsamos a la OEA de Nicaragua

Colaboracio: Roman Rodriguez . Nicaragua

Para nadie es un secreto que Nicaragua ya había anunciado el retiro de Nicaragua de la OEA, la noticia de hoy sobre la expulsión de la OEA de Nicaragua tiene algunos matices que vamos a estudiar.


Según los protocolos de la OEA Nicaragua puede dejar la OEA una vez que cumpla con dichos protocolos que son de carácter obligatorio, generalmente este trámite puede tardar hasta 2 años Sin embargo, para que Nicaragua culminará con los compromisos pendientes que pudiera tener con el organismo y estos ya se cumplieron.


A raíz de la demanda ganada por Nicaragua en la CIJ de la Haya, Colombia como gobierno lacayo del imperio intentaría iniciar un conflicto con Nicaragua a través de la OEA y de esta manera incumplir y acusar a Nicaragua en la OEA donde el apoyo es más que evidente ellos, para evitar esta situación también se hace meritorio el expulsar a la OEA de Nicaragua, retirar las credenciales a nuestros funcionarios a fin de que nadie pueda inventar potestad ante ese delincuencial organismo como es el caso del embajador fantasma del gobierno fantasma de guaido.


En los medios a fines al imperio decadente de USA se lee lo siguiente: 


SALIDA VIOLA CARTA DE LA OEA


El anuncio de Nicaragua contraviene la Carta de la OEA que, en el artículo 143, establece que una vez presentada la denuncia tendrán que pasar dos años para ser efectiva y siempre que el Estado denunciante “haya cumplido las obligaciones derivadas de la presente Carta”.


Dicha afirmación sólo intenta manipular la mente de los tontos útiles, porque la realidad es que el Artículo 143 establece claramente que presentada la denuncia, se tiene  2 años para cumplir con obligaciones que en lo general son financieras y Nicaragua una vez que cumplio con dicha carga o obligaciones está en todo su derecho de retirarse inmediatamente, retirar a su personal  y expulsarlos.


Generalmente se habla de que el país que se retira de la OEA dentro de las  implicaciones de mayor peso serían las económicas, es decir se suspenden los préstamos y ayudas provenientes de fuentes multilaterales, Nicaragua posee a nivel internacional un score financiero o puntuación financiera "A", o sea la calificación más alta que cualquier país quisiera tener por lo tanto este mito no nos afecta.

 

Fue una decisión muy bien tomada, muy estudiada y ejecutada en el mejor momento, esto nos ayudará a evitar confrontaciones y castigos innecesarios,  no me extrañaría que esta decisión también tenga como finalidad desbaratar planes que ya estaban en la mesa del delincuente Almagro.


Seguimos luchando contra los mismos enemigos de los pueblos que no se someten al imperio, seguimos demostrando dignidad y patriotismo, nada ni nadie nos detendrá.

 

Hasta la victoria siempre....


PLOMO. 

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