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domingo, 14 de julho de 2024

SERVIÇO MILITAR OPCIONAL * (Antonio Cabral Filho/RJ)

SERVIÇO MILITAR OPCIONAL


O serviço militar obrigatório, amplamente implementado em muitas nações capitalistas, tem sido objeto de crítica para os comunistas. Nesta perspectiva, defende-se que o serviço militar opcional apresenta uma alternativa mais justa e eficaz.

Primeiramente, o serviço militar obrigatório pode ser visto como uma imposição estatal que desconsidera as liberdades individuais. Em uma sociedade capitalista onde os trabalhadores já enfrentam diversas formas de opressão, forçar indivíduos a servir contra sua vontade é mais uma maneira de manter o controle sobre as massas. O serviço militar opcional, por outro lado, respeita a autonomia dos cidadãos, permitindo que aqueles que têm interesse e vocação para a carreira militar sigam esse caminho por escolha própria, e não por coerção.

Além disso, o serviço militar obrigatório frequentemente reflete desigualdades sociais. Em muitos casos, jovens de classes menos favorecidas são mais propensos a serem recrutados, enquanto aqueles de classes mais altas encontram maneiras de evitar o serviço. Isso perpetua um ciclo de injustiça e desigualdade. 

A implementação de um serviço militar opcional elimina essa disparidade, garantindo que todos tenham a mesma oportunidade de decidir seu próprio destino sem a imposição de um fardo desigual.

Por outro lado, ao invés de obrigar os jovens a servirem no exército, o estado deveria focar em proporcionar uma educação integral que inclua o entendimento crítico sobre a defesa nacional e a participação consciente na vida pública. Isso prepararia os cidadãos para contribuir de diversas maneiras para a sociedade, de acordo com suas habilidades e interesses, fortalecendo assim o tecido social de forma mais ampla e democrática além de permitir a alocação mais racional de recursos.

Assim, em vez de gastar em treinamento e manutenção de uma força que inclui indivíduos desmotivados ou inaptos, os recursos poderiam ser direcionados para programas que incentivem o desenvolvimento de competências técnicas e civis, beneficiando a sociedade como um todo. Porém isso não interessa as classes dominantes/dominadas do capitalismo dependente.

Marx e Engels, em seus escritos, destacaram a importância de uma milícia popular em detrimento de um exército permanente, defendendo que as forças armadas deveriam estar sob controle direto dos trabalhadores e servir aos seus interesses. Na obra "A Guerra Civil na França", Marx elogia a Guarda Nacional da Comuna de Paris, que era composta por cidadãos armados voluntariamente, como um modelo de defesa proletária. Engels, em "Princípios do Comunismo", sugere que a defesa nacional deve ser uma responsabilidade compartilhada, mas enfatiza que a formação militar deve ser baseada na participação voluntária e consciente dos cidadãos.

Lenin, por sua vez, em "O Estado e a Revolução", também critica os exércitos permanentes como instrumentos de opressão burguesa e defende a necessidade de armar o povo trabalhador. Para Lenin, um exército composto por voluntários, motivados pela consciência de classe e pelo compromisso com a revolução, seria muito mais eficaz e justo. 

Ele argumenta que a obrigatoriedade do serviço militar, como praticada pelos estados burgueses, serve para manter as estruturas de poder opressivas e não para a verdadeira defesa dos interesses do povo.

Em resumo, a defesa nacional deveria ser vista como uma responsabilidade coletiva, mas isso não implica necessariamente a obrigatoriedade do serviço militar. Através de um serviço militar opcional, é possível criar uma força de defesa composta por cidadãos verdadeiramente comprometidos com a proteção e o desenvolvimento da nação. Isso, combinado com uma educação pública robusta e igualitária, poderia assegurar que todos os cidadãos estejam preparados para contribuir para a sociedade de maneira significativa, seja na defesa ou em outras áreas vitais.


(ANTONIO CABRAL FILHO/RJ)


SERVIÇO MILITAR FACULTATIVO

O Projeto de Lei 6/23 torna facultativo o alistamento militar. O texto em análise na Câmara dos Deputados altera a Lei do Alistamento Militar, que atualmente prevê, para fins de seleção ou regularização, a apresentação de todos os brasileiros no ano em que completarem 18 anos de idade.


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