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quinta-feira, 30 de junho de 2022

O PONTAL DO PARANAPANEMA VISTO POR DENTRO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

O PONTAL DO PARANAPANEMA VISTO POR DENTRO
CIDO BISPO - SP


PERFIL BIOGRÁFICO

Aparecido Bispo,

conhecido como Cido Bispo, tem 49 anos, natural de Presidente Venceslau, cursa na Faculdade Anhanguera Administração de empresas, tem cinco filhos.

Cido Bispo é trabalhador Rural, trabalhou na área rural desde criança e teve seu primeiro registro de carteira aos 12 anos como cortador de cana, só concluiu seu segundo grau aos 25 anos, devido ao trabalho exercido desde garoto, se tornou Sindicalista aos 26 anos quando passou a lutar pelos direitos dos trabalhadores rurais, que em sua maioria trabalhavam com condições bem precárias desde equipamentos de segurança bem como salários baixos, nesta luta, e em algum momento precisou libertar trabalhadores migrantes dentre eles remanescentes indígenas de trabalhos análogos a escravo, Cido Bispo liderou várias greves de trabalhadores rurais no estado de são Paulo nas regiões de Presidente Prudente, Araçatuba e São José do Rio Preto. Também participou de várias lutas em manifestações e ocupações de terras exigindo a reforma agrária, pois em sua visão essa bandeira e essencial para o Brasil se tornar um país realmente justo.

 Em 1997 Foi fundador do Sindicato dos Empregados Rurais de Presidente Prudente e Região no qual foi secretário Geral e depois presidente, em 2005 mudou se para Andradina, e em 2006 se elegeu Secretário Geral da FERAESP Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado De São Paulo não qual também foi presidente e hoje é secretário de Formação, Educação e Qualificação Profissional, em 2007 foi eleito para a diretoria da ABRA Associação Brasileira de Reforma Agrária, em 2008 se tornou presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Andradina-SP, em 2009 foi eleito para secretário de Meio Ambiente da CUT-SP Central Única dos Trabalhadores do Estado De São Paulo.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

O Brasil caiu nas mãos do seu torturador * Márcia Tiburi / Carta Capital

 O Brasil caiu nas mãos do seu torturador

Márcia Tiburi / Carta Capital


Em 17 de abril de 2016 na votação do farsesco impeachment contra Dilma Rousseff, Bolsonaro se tornou o Ubu rei nacional. Ubu Rei é um personagem de uma peça homônima de Alfred Jarry que data do final do século 19. Nela o personagem principal é um sujeito que quer ser rei para comer muito, matar, enriquecer ilicitamente e fazer todo tipo de maldade e grosseria que estiver ao seu alcance.


O Ubu Rei é um personagem fundamental que nos ajuda a perceber como e por que as figuras mais grotescas fazem muito sucesso na política. Quando a política não se realiza como tragédia, ela se realiza como farsa e a farsa, no sentido do teatro do grotesco que produz efeitos de poder justamente por ser desqualificado e violento, é o que vivemos há um bom tempo no Brasil. Pelo menos desde o golpe de 2016.


Nero e Hitler, Trump e Erdogan fazem parte da estirpe do Ubu. Bolsonaro consegue ser mais surpreendente do que todos eles. De mentalmente inimputável a presidente da república, Bolsonaro deu um salto que faz lembrar das pulgas que não tendo tamanho para ir tão longe vão mesmo assim. Como ele conseguiu tal façanha? Sendo empurrado por muitos, pelos poderes coniventes que saqueiam o Brasil, mas não só. Todos reconhecem que ele tem brilho próprio. Bolsonaro conseguiu transformar as dezenas de deputados grotescos em cena na votação de 17 de abril de 2016 em figuras coadjuvantes diante da sua verve. Em 2018 muitos se elegeram com o mesmo método no teatro atual da política, mas nenhum se compara a ele. De Janaina Paschoal a Kim Kataguiri, de João Doria a Wilson Witzel, todos se garantiram na eleição e provaram que não basta fazer uso da tecnologia política do ridículo, é preciso arrasar no papelão. A infâmia só é capital quando ela produz efeito de poder sobre as massas: um efeito estupefaciente, de droga pesada, de hipnose.


Bolsonaro é imbatível na produção desses efeitos, seja com suas frases, seja com suas cenas. Mostrando o Golden Shower, debochando dos coveiros e dos mortos por COVID, se lambuzando com um cachorro-quente ou fazendo propaganda de cloroquina, o que Bolsonaro faz é causar efeitos pelo choque, em intensidades diversas essa é a técnica que ele domina. Seja ameaçando de morte, seja sendo cínico, ele é único no seu papel. E ao que ele deve tamanha habilidade? Ora, ele teve escola e isso é o que mais importa.


Foi em nome de uma escola que Bolsonaro criou sua fama tendo sido em 17 de abril de 2016 o grande orador da turma. Melhor aluno da escola, ele recebeu a faixa presidencial do Ubu rei anterior, na verdade um pouco esmaecido, mas igualmente funesto, Michel Temer. Mas o sucesso pertence a Bolsonaro, que não perdeu de vista o “dia de glória” e, no contexto de uma violência simbólica espetacular, fez o elogio de ninguém menos que “Carlos Alberto Brilhante Ustra”, o famoso torturador da ditadura militar que ele tinha como mestre. Mas ele precisava se superar no parque temático do Congresso Nacional. Não bastava a coleção de asneiras, nem apenas o elogio ao torturador, era preciso adicionar um aspecto ao discurso que faria toda a diferença no inconsciente político do povo. E para isso, ele foi ao ponto ao falar do “terror de Dilma Rousseff” trazendo de volta das catacumbas apodrecidas da história a pedagogia que durante anos tocou o terror no Brasil: a tortura.


Podemos dizer que, nesse dia, Bolsonaro colocou grande parte da nação em uma imensa síndrome de Estocolmo. Se de uma lado, ele escandalizou a muitos que não acreditaram que ele poderia avançar, de outro lado, em sua catarse demoníaca, ele seduziu uma imensa parte da população para o seu lado. Em sua atitude, as bases da psicopedagogia da tortura. Costumamos associar um torturador a um psicopata, a um sádico, o que não deixa de ser, mas ela é uma técnica organizada pelos Estados e Igrejas, da Europa aos Estados Unidos e aplicada em todo mundo há séculos por instituições do poder. Ora, uma dimensão, talvez a mais fundamental da tortura, é justamente o seu caráter psicológico. Daí que se possa falar de psico-pedagogia da tortura como uma técnica de psico poder. A tortura sempre mexe com o medo das pessoas. E, mais além, com o pavor e angústia políticas que precisam ser elaboradas e que no Brasil jamais foram.


Quem ouviu Bolsonaro naquele dia 17 de abril ficou estupefato. Grande parte da população se deixou tocar pelo “pavor” do qual Dilma Rousseff estava sendo cobaia mais uma vez. Aí é que surgiu o que define a “síndrome de Estocolmo”, o estado psicológico que envolve algozes e vítimas por um elo complexo no qual a vítima se identifica com o agressor. Porém, ela não se identifica por empatia, mas muito mais por medo. Colocando-se ao lado do agressor, defendendo-o, o sujeito exorciza o medo de ser maltratado por ele. O operador da síndrome é o medo que, manipulado, faz o indivíduo ceder. Por isso, podemos dizer que Bolsonaro naquele dia 17 de abril, num gesto de perversão radical, colocou o Brasil no pau-de-arara, na cadeira do dragão, sob choque elétrico, em estado de pavor e devendo confessar alguma coisa, mesmo que ela não fosse verdade. A confissão chegou nas urnas dois anos depois como um diploma, prova de que a pedagogia deu certo.


Bolsonaro pertence a um escola. A da ditadura, sobre a qual ficamos sabendo nos depoimentos de torturadores e torturados. Quem consegue esquecer dos depoimentos de pessoas contando sobre choques elétricos e toda sorte de horrores vividos em seus corpos? Quem conseguirá esquecer de Lúcia Murat contando sobre a função de baratas amarradas em barbantes passeando sobre seu corpo? E quem conseguirá esquecer dos jacarés sobre o corpo de Dulce Pandolfi servindo de exemplo em uma aula de tortura?


A tortura foi um método de produção de confissão, mas antes de mais nada foi um método para imprimir pavor. Os militares brasileiros eram imediatistas, não estavam interessados em fazer pesquisas como os americanos fizeram com técnicas de tortura com o objetivo da lavagem cerebral. Os americanos sempre exportaram conhecimento para o Brasil, podemos dizer ironicamente. Os militares brasileiros nunca tiveram tanta paciência, sempre puderam contar com a televisão e sua programação torturante (sou da época em que se dizia com desgosto “não tem nada na televisão no domingo” e mesmo assim, as pessoas continuavam assistindo como se estivessem treinando para o desprazer, como se tivessem se tornado capazes de suportar qualquer sofrimento).


O Brasil caiu nas mãos do seu torturador e segue sendo torturado por ele. Todo o deboche, toda a maldade, todo o descaso e, agora o COVID19 fazem parte das técnicas de tortura em escala nacional. Quem precisa buscar jacarés, ratos ou cobras quando se dispõe do coronavírus que não dá muito trabalho e elimina uma parcela gigante da população odiada pelo fascismo nacional?


Muita gente morreu na ditadura sob a ordem de torturadores como Ustra, o herói de Bolsonaro. Muita gente segue morrendo sob a nova tortura elevada a forma de governo.


Bolsonaro é o resultado de uma parte muito séria da história do Brasil que não foi resolvida até agora. Assim como a escravização, a ditadura militar pesa na vida brasileira e muitos se esforçam para não tocar nesse assunto porque ela faz voltar do passado horrores insuportáveis e responsabilidades que uma nação de oligarquias e poderes coniventes não quer assumir.


Essas oligarquias seguem, junto com Bolsonaro, torturando e matando o povo brasileiro." 


MARCIA TIBURI.RJ

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segunda-feira, 27 de junho de 2022

O rastro das chacinas * Antonio Cabral Filho / FRT-RJ

O RASTRO DAS CHACINAS
Aline dos Santos, mãe de Thiago dos Santos, morto em chacina na Penha - RIO

SOBRE ALINE DOS SANTOS 

Toda violência deixa sequelas. E elas causam um amálgama profundo na alma da gente. Desde o parto até à morte. É como uma dor infinita, para a qual não sabemos a cura. Mas há violências que são assustadoras, como a das chacinas no mundo atual - JUNHO 2022 - que não sabemos as raízes mas conhecemos suas flores: famílias destruídas. 

Muitas vezes devido a um membro que se desviou para o crime, seja ativa ou passivamente. Ou seja, às vezes um consumidor de substâncias ilícitas pensa que ELE não está fazendo mal a ninguém com o seu hábito, mas se esquece da situação causada pelo efeito do seu consumo: geralmente desequilíbrios, distúrbios, brigas, quando não degenera para ações criminosas, como assaltos, estupros etc. 

No caso do DESVIO PASSIVO - o consumidor - se considera no direito de realizar seus atos porque se considera dono do seu destino, da sua vida etc, sem avaliar os efeitos de seus atos. Mas no caso do DESVIO ATIVO - tráfico, assalto, furtos, milícia etc - o sujeito tem SIM consciência de seus atos, até porque não pode realizá-los inconscientemente, sob pena de ser executado. Neste caso, a relação com seus familiares acaba destruída. Ele se afasta da família ou ela se junta a ele. São situações inusitadas, que podem levar ao apodrecimento do ambiente social: essa comunidade familiar não terá - jamais - uma vida de paz. Muitas vezes a morte do membro da família que se desviou para o crime parece a solução, mas não é: a família continua traumatizada. Afinal, uma parte dela foi retirada, violentamente.

Mas no caso das chacinas, isso é ainda pior: leva ao suicídio, de pelo menos um membro da família: geralmente a mãe.
O AVC de Aline não foi natural:
Mãe de Thiago Santos, estudante morto dentro de casa na Penha, falece no Rio.
Aline Santos já estava internada há dias devido ao AVC que teve; família informou que ela vinha sofrendo muito com a perda do filho.

CONFIRA

Mas essa violência tem história e tem raízes na divisão social do trabalho. A classe dominante precisa se defender do perigo criado por ela: a miséria causada pela depreciação da mão de obra, a exclusão do trabalhador do mercado formal de trabalho, seu afastamento lá para as periferias desassistidas do mundo, formando os bolsões de marginalizados, que servirão de mão de obra para a sua sub-indústria, o narcotráfico e as milícias, civis ou paramilitares. Este é o efeito da divisão social do mundo em classes - primeiro nos exclui, depois nos mata.

No entanto, podemos verificar que no período bozonazista, o Brasil se vê mergulhado num mar de sangue, uma vez que se trata de um representante das milícias, do campo e da cidade, cujo único investimento é na eliminação de indefesos.

Agora, neste momento, me pergunto qual o metro quadrado do mundo não está contaminado por essa desgraça. Ela precisa ser destruída, mas apenas as sua vítima pode exterminá-la. 

ANEXO
POLÍCIA DE MIAMI COMPRANDO ARMAS DA POPULAÇÃO DEVIDO A EXPLOSÃO DE VIOLÊNCIA NA CIDADE.
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domingo, 26 de junho de 2022

Toda solidariedade ao povo Guarani Kaiowá * José Rainha Junior - Coordenação Nacional da FNL

Toda solidariedade ao povo Guarani Kaiowá


A FNL manifesta seu repúdio diante de mais um crime dos latifundiários, praticado pela PM do Mato Grosso do Sul, com a conivência das autoridades governamentais, contra o povo Guarani – Kaiowá, que matou Vito Fernandes e baleou dez indígenas, entre os quais três adolescentes, incluindo duas meninas. 
O Batalhão de Choque da PM do Mato Grosso do Sul agiu sem ordem judicial, junto com fazendeiros, na manhã de 24 de junho, para desalojar os Guarani Kaiowá que retomavam o território Guapoy, em Amambaí (MS). A covardia da PM chegou tentar impedir que os baleados fossem socorridos. Davi recebeu três tiros fatais.
O povo Guarani – Kaoiwá que tem sofrido seguidamente a violência dos latifundiários, que assassinam impunemente esse povo, que tem sido vítima de um genocídio, que se aprofundou com o atual governo que tem imposto uma política anti-indígena no país, atacando, perseguindo e descontruindo as políticas indigenistas e avançado sobre os territórios indígenas com o garimpo, derrubadas em busca de madeiras de lei e com o agronegócio que envenena terras, rios e o ar.
A ação policial realizada em parceria com pistoleiros contra os Guarani Kaiowá comprova que a criminalidade avança nas forças públicas, que tem causado mortes de indígenas e indigenistas. Os assassinatos de Bruno Pereira, perseguido pelo chefe do Planalto e seus agentes, e de Dom Philips, no Vala de Yapari, com a perversidade dos genocidas que controlam o país não pode ser aceita, nem naturalizada. 
A FNL conclama todas as forças, que combatem este governo, que ataca os povos indígenas, o povo negro, os pobres, mulheres e destrói o Estado brasileiro, a se unirem e ocupar às ruas e todos os espaços até a definitiva derrubada do fascismo instaurado no Brasil.  
Não podemos mais permitir que tantos crimes sigam sendo praticados contra os povos indígenas, como mais esta ação, perversa, ilegal e desumana, contra o povo Guarani Kaiowá.
Pela imediata reestruturação da Funai.
Pela imediata demarcação das terras indígenas.
Punição imediata de assassinos dos povos indígenas.
Fora Bolsonaro. Basta.
Brasília, 25 de junho de 2022
 
José Rainha Junior - Coordenação Nacional da FNL
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AGRICULTOR ASSASSINADO EM RODÔNIA * Comissão Pastoral da Terra / RO

AGRICULTOR ASSASSINADO EM RODÔNIA
Wesley da Silva recebia série de ameaças de fazendeiros locais; assassinato pode estar ligado a conflito fundiário envolvendo o ex-senador Ernandes Amorin
Wesley Flávio da Silva, presidente da associação rural Nova Esperança, foi assassinado na última sexta-feira, 17 de junho, por volta das 9h da manhã, dentro do Projeto de Assentamento Nova Floresta, no município de Campo Novo de Rondônia, localizado a 322 km de Porto Velho (RO).

Segundo informações divulgadas, Wesley morreu após ser baleado pelas costas por uma pessoa que chegou numa moto vermelha na sede da associação Nova Esperança. Testemunhas disseram que o atirador chegou a apertar a mão da vítima e, depois de conversarem por um momento, efetuou o disparo. Wesley faleceu no local, antes da chegada do socorro médico.

Wesley da Silva tinha 37 anos, era casado, pai de um casal de filhos menores de idade, e já foi secretário de obras do município vizinho de Governador Teixeira, onde foi realizado o velório. A liderança rural e sua família haviam se mudado de Governador Teixeira para Campo Novos após receber uma série de ameaças de fazendeiros locais.

Até o momento nenhum suspeito foi apontado como autor ou mandante do crime e considera-se que a motivação do assassinato esteja relacionada a um conflito agrário.

Área de conflito agrário com graves situações de violência

A Associação Nova Esperança reivindica uma terra pública ocupada por mais de 280 famílias desde 2018. Essa é um antigo seringal, desapropriado em 1989, no qual foi criado nos anos 90 o projeto de Assentamento Nova Floresta, em que a maior parte da área não teve a efetivação do assentamento em razão da grilagem por parte da Fazenda Marechal Rondon, do ex-senador, deputado federal, prefeito e por último, vereador de Ariquemes, Ernandes Amorim.

Amorim é um conhecido e controverso político local, vinculado ao garimpo, que já sofreu prisão e diversos processos e condenações por agressões e por corrupção, sendo acusado também de desmatamento ilegal.

O local de conflito, situado entre os municípios de Governador Teixeira e Campo Novo, já foi palco de tensão após acusações de desaparecimento de dois caseiros e do ataque de um grupo de pistoleiros aos posseiros da área que, segundo informações locais, foi realizado por uma milícia de doze homens, comandada por um ex-policial de Buritis conhecido como “Zeca Urubu”, em 18 de julho de 2020.

Na época, diversos vídeos e fotografias divulgados nas mídias de Rondônia denunciaram diversas pessoas que foram espancadas e vários carros danificados a balas. Deixaram, ainda, uma lista com ameaças de morte a seis pessoas do acampamento.

Reintegração de posse

Na manhã de uma quinta-feira, 04 de fevereiro de 2021, uma megaoperação policial executou uma reintegração de posse no local com homens da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e um Helicóptero do Núcleo de Operações Aéreas de Rondônia (NOA).

Mais de 180 famílias tiveram as casas e roças destruídas durante os três dias que demorou o cumprimento da reintegração de posse, acarretando, dessa maneira, uma situação de extrema vulnerabilidade às famílias em plena pandemia da COVID-19.

Na ocasião, conseguiram evitar que todas fossem despejadas, porém, a ação de reintegração, nestas circunstâncias, colocou em perigo de contágio centenas de pessoas em situação de risco e de extrema vulnerabilidade. Segundo os posseiros, algum tempo depois da efetivação do despejo, mais de trinta famílias contraíram o vírus da COVID-19, seguramente por terem sido impedidos de manter o isolamento e precisarem se refugiar em casas de familiares e em acampamentos.

Suspensão da ordem judicial e reocupação da área

Uma nova ameaça de reintegração de posse foi suspensa com intervenção do Ministério Público Federal de Rondônia, em parceria com a Defensoria Pública do Estado. Após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Agravo N. 1002678-68.2021.4.01.0000) o despejo que estava programado para ocorrer no dia 17 de março de 2021 não se concretizou.

Os camponeses, atendidos pela Ouvidoria do DPE, obtiveram apoio do MPF, que no mês de janeiro de 2021 agravou uma decisão da Justiça Federal, defendendo a efetiva competência federal e o domínio do Incra na área. Após decisão, os posseiros fizeram a reocupação da área e expulsaram um grupo de pistoleiros armados que estava na sede da fazenda do Amorim, os quais se refugiaram na Terra Indígena (TI) vizinha, a Uru Eu Au Au.

Assim, este conflito em momentos atinge também a aldeia indígena Alto Jamar, da TI Uru Eu Wau Wau, causando grande constrangimento e colocando famílias em risco, já que os indígenas precisam atravessar a área em disputa para entrar e sair de sua aldeia. Há décadas a fazenda tem sido acusada de ser utilizada para garimpo ilegal, com denúncias atuais de invasões e roubo de madeira da Terra Indígena.

Em 2022, já são 22 assassinatos no campo brasileiro

Recentemente, diversos vídeos e reportagens divulgados pela Associação Nova Esperança na mídia de Rondônia mostram as reivindicações e o trabalho na terra das famílias de posseiros e as suas dificuldades no conflito com o ex-senador Amorim, que também se manifestou.

Continua a tensão diante das possibilidades de uma nova reintegração de posse, que pode estar acontecendo após a Procuradoria Especializada do INCRA não ter se manifestado, a pedido da justiça, sobre a titularidade da área.

Com a morte de Wesley da Silva, e após a confirmação das mortes no Vale do Javari, os assassinatos por conflitos no campo no Brasil registrados pela CPT em 2022, segundo dados parciais do Centro de Documentação Dom Thomás Balduino (CEDOC) já somam 22, dos quais 18 ocorreram na Amazônia Legal.

A CPT Rondônia, em conjunto com outras organizações parceiras, divulga nota pública cobrando a investigação do crime no Projeto de Assentamento Nova Floresta, assim como a punição do autor e dos mandantes. Leia na íntegra:

Basta de impunidade e de assassinatos no campo de Rondônia

Reunidos em Conselho Estadual da Comissão Pastoral da Terra Regional Rondônia (CPT RO), junto com representantes da Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR), da Organização Vida e Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Rondônia (Fetagro), assim como diversas associações de pequenos agricultores, no dia 17 de junho de 2022, em Porto Velho, durante a apresentação do Caderno de Conflitos de 2021, nos chegou a triste notícia do crime que vitimou Wesley Flávio da Silva, de 37 anos, casado, pai do um casal de filhos, e presidente da Associação Nova Esperança, em Campo Novo de Rondônia.

Este grupo de 280 famílias de posseiros reivindica uma área grilada pelo ex-senador Ernandes Amorim, uma terra pública da União que já tinha sido expropriada pelo Incra para criação do Projeto de Assentamento Alta Floresta.

Unindo nossas vozes àqueles que repudiam as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips em toda a Amazônia, nos deparamos em Rondônia com mais uma morte que se soma à de Ari Uru Eu Au Au em 2020, numa região próxima. Mais uma morte, entre as quatro já registradas neste ano de 2022, depois das 11 de 2021, que fez de Rondônia o estado do Brasil com mais mortes no campo.

Todos estes registros de camponesas e camponeses mortos em conflitos no campo de Rondônia permanecem sem esclarecimentos, sem apuração rigorosa dos fatos, sem punição dos autores e muito menos dos mandantes. Com o agravante que, das 11 mortes registradas no ano passado, oito foram atribuídas à atuação das forças policiais.

Em contraste com outros atos atribuídos aos grupos de pequenos agricultores, nos quais rapidamente são acusados os supostos autores. Alguns recebem um trato totalmente diferente em unidades de conservação, reservas extrativistas e terras indígenas, em lugares como Cujubim ou o Parque de Guajará Mirim, diante das infrações de madeireiros, grileiros e garimpeiros.

Wesley já tinha recebido ameaças e mudado do município de Governador Teixeira para o de Campo Novo de Rondônia. Porque os crimes de ameaças não são investigados e punidos antes que o pior aconteça? Com isto, a morte da liderança da Associação Nova Esperança pode somar-se a esta triste estatística de impunidade dos crimes no campo em Rondônia, que apenas estimula o crescimento de um espiral de violência e abona aqueles que não acreditam mais na capacidade do sistema de justiça do Estado para reduzir os conflitos e atender as famílias mais vulneráveis.

Viemos somar nossas vozes em solidariedade, especialmente à família de Wesley, aos posseiros da Associação Nova Esperança e a todas as defensoras e defensores de direitos humanos ameaçadas e perseguidas em todo o país, especialmente na Amazônia.

Exigimos que este crime seja investigado e esclarecido com a maior rapidez possível, assim como seus autores e mandantes punidos. Da mesma forma para os crimes cometidos no campo contra todos aqueles homens e mulheres que nos deixaram de forma prematura pela violência, sendo necessária uma Força Tarefa que investigue de forma imparcial todas as mortes de camponesas e camponeses registradas em Rondônia nos últimos anos.

Wesley da Silva, presente!
Porto Velho, 19 de junho de 2022.

Conselho Regional da Comissão Pastoral da Terra de Rondônia (CPT RO)
Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR)
Organização Vida e Juventude
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Rondônia (Fetagro)

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sábado, 25 de junho de 2022

FORA A CÚPULA DA OTAN * Plataforma da Classe Trabalhadora Anti-imperialista = PCOA

FORA  A CÚPULA DA OTAN
Plataforma da Classe Trabalhadora Anti-imperialista
PCOA

Nos dias 29 e 30 de junho, a Cúpula da OTAN será realizada em Madri, braço armado do O imperialismo dos EUA e seus aliados União Européia, Canadá, Japão e Austrália. Esta Cimeira realiza-se no meio de uma crise orgânica, uma crise civilizatória do capitalismo.

 Onde observamos uma forte disputa político-econômica entre os EUA e seus parceiro da União Europeia contra a China e a Rússia. A crise se expressa no esgotamento de O neoliberalismo como regime socioeconômico e ideológico predominante em um que tem provocado um questionamento ativo da hegemonia do imperialismo norte-americano no mundo, em nível econômico, social, político e cultural.

Para preservar sua hegemonia, o imperialismo norte-americano vem implantando uma processo onde, ao desenvolver as forças produtivas, realiza um inédito aumento das forças destrutivas que afetam a humanidade e a natureza. Parte desse processo é o crescimento da lucratividade do complexo industrial-militar, o gasto de orçamentos de armas, guerras, destruição e recolonização de países nos últimos anos, a própria pandemia de COVID 19, a criação em biolaboratórios para exterminar a humanidade e a natureza e, finalmente, as mudanças climáticas.

As facções capitalistas coloniais do Fórum Econômico Mundial propuseram a “Grande Restart” que nada mais é do que o aumento da exploração das mulheres trabalhadoras e trabalhadores, desemprego, informalidade e precariedade no trabalho. Da mesma forma, o recolonização de países, que exige a eliminação da soberania nacional e leva à destruição do meio ambiente e com ele a raça humana.

Para manter essa hegemonia, o imperialismo norte-americano e seus parceiros a União Europa, Canadá, Austrália e Japão usam seu braço militar, a OTAN. começando o milênio, essa organização terrorista iniciou uma política e atividades expansionistas destruição agressiva de países e povos que não aderiram aos seus interesses, como São os casos da Iugoslávia, Kosovo, Afeganistão, Iraque, Líbia, Somália, Síria, Iêmen, entre outros.

A expansão da OTAN na Europa Oriental desde a década de 1990, a fim de de cercar a Rússia e a invasão das Repúblicas Donbass que se declararam independente em 2014, provocou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. esta guerra promovido e armado pela OTAN tem mostrado ao mundo os processos de fascistização, 
crescimento ou conformação de governos de tendências fascistas que vêm se desenvolvendo na Europa.

Além disso, a OTAN também está provocando a República Popular da China, tentando controlar o Mar da China fornecendo armas a Taiwan e reconhecendo sua independência.

Na América Latina, a Colômbia foi incorporada à OTAN como parceiro global, com Argentina e Brasil como colaboradores com o propósito de destruir nações e povos soberanos da América Latina como: Venezuela, Cuba e Nicarágua.

OTAN promove a globalização da guerra, na prática tornou-se uma organização terrorista que busca a destruição da humanidade e do planeta.

Outra característica da situação é a disputa pela hegemonia capitalista entre um setor unipolar, sob o predomínio do neoliberalismo e liderado pelos EUA e seus aliados a União Europeia, Canadá, Austrália e Japão, e um setor multipolar formado por um grupo de países heterogêneos e desiguais, opostos de diferentes maneiras ao neoliberalismo sob a liderança da China e da Rússia.

Acreditamos que a formação de uma nova ordem mundial multipolar impulsionará ainda mais a lutas operárias e populares pela soberania e autodeterminação dos povos que Eles vêm se desenvolvendo desde 2008 a partir do acúmulo histórico de forças na luta comum contra o neoliberalismo.

Na América Latina, com um esforço do PCOA e outros órgãos sociais e sindicatos que conseguimos articular com mais de setenta organizações que representam diferentes setores: trabalhadores e sindicatos, camponeses, indígenas, políticos e eventos sociais para realizar dois eventos no México: O primeiro é o Encontro dos Povos realizada em Chicomuselo, Chiapas, nos dias 7 e 8 de junho. Evento que reuniu mais de 1.200 delegados camponeses, sindicais e de movimentos sociais do México e da América Central concluindo com uma mobilização de 4.000 trabalhadores. 

O outro era a Cúpula dos Trabalhadores das Américas em Tijuana de 10 a 12 de junho, com a participação de mais de 200 delegados do México, Venezuela, EUA, Cuba, Canadá, América Central e Caribe. O objetivo era duplo: lutar contra as políticas ingerências e expansionistas do imperialismo norte-americano e da OTAN e nos articularmos como movimentos na luta por um mundo melhor. 

Essa experiência nos mostra que devemos reconstruir articulações e alianças no que estruturemos nossas forças comuns para uma luta única e global contra imperialismo colonial. 

Globalizar as lutas

Em última análise, precisamos construir um grande movimento trabalhista popular antiimperialista, anticolonial e antipatriarcal.

É necessário construir um internacionalismo vigoroso que preste a devida atenção e aos perigos de extinção: extinção por guerra nuclear, por catástrofe climática e por colapso social.

Afirmamos que a emancipação da humanidade do capitalismo opressor e do imperialismo colonial será apenas obra da própria humanidade.

SÓ A LUTA DOS TRABALHADORES SALVARÁ A HUMANIDADE, A NATUREZA E O PLANETA!!

NÃO OTAN, BASES FORA DO PLANETA!!

24 de junho de 2022

Comissão Geral da Plataforma Anti-Imperialista da Classe Trabalhadora 
(PCOA)

sexta-feira, 24 de junho de 2022

TRABALHADORES NO PONTAL DO PARANAPANEMA AVANÇAM NA LUTA POR TERRA * Militante do Campo/DF

TRABALHADORES NO PONTAL DO PARANAPANEMA AVANÇAM NA LUTA POR TERRA



Duzentas famílias de trabalhadores rurais de Rosana, região de Pontal do Paranapanema, Oeste do estado de São Paulo, ocuparam na manhã desta quinta-feira, 16, uma área pública de 350 alqueires, comprovam que há disposição e luta pela reforma agrária, contra a grilagem de terras públicas e pelo direito de viver e trabalhar no campo.



A região do Pontal do Paranapanema tem uma longa história grilagem de terras e de luta pela reforma agrária. Na região está a área identificada como 14º perímetro, a qual tem uma decisão julgada em todas as instâncias, com publicação em edital datada de 31 de março de 2020, que considerou todas as glebas dentro do perímetro, como terras públicas. Entre outras, na região estão os “grilos” conhecidos como Ponte Branca (12 mil – hectares), Fazenda Guaná (18 mil – hectares) e Fazenda Veneza (13 mil – hectares), onde a grilagem tenta se apropriar das terras públicas. Esta região tem mais de 80 mil hectares, que devem cumprir a função social, como previsto na Constituição Federal, ainda mais por serem terras do Estado, devolutas. O governo que deveria retirar os grileiros e destinar a terra para reforma agrária, nada faz. Quando age é para reprimir quem luta pela reforma agrária. A FNL diante da necessidade de milhares de famílias, omissão e conivência das autoridades com os grileiros, avança, ocupa e resiste. Foi nesta região que ocorreu na manhã de hoje, a ocupação da fazenda Santa Rita, terra grilada por Rafael Pereira Lemos, dentro do 14º perímetro. Mesmo com a decisão judicial de 2020, o Estado nada faz para que os grileiros sejam desalojados e as terras destinadas para assentar as milhares de famílias que buscam produzir e viver no campo.
As 200 famílias, organizadas pela FNL, seguem firmes e dispostas a defender a reforma agrária e garantir que as terras públicas sejam destinadas a produção da agricultura familiar, por segue em luta e combaterá até a vitória.

Setor de Comunicação FNL
-Frente Nacional de Luta-
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quinta-feira, 23 de junho de 2022

AGROPARASITISMO INVADINDO O PONTAL DO PARANAPANEMA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT-BR

AGROPARASITISMO INVADINDO O PONTAL DO PARANAPANEMA
-BRASIL DE FATO-

Projeto de Lei nº 277/2022 – aviso: pedido de urgência aprovado!
Assunto: Cria o Programa Estadual de Regularização de Terras.

Autores: Deputados Vinicius Camarinha (Líder de governo - PSDB), Carla Morando (PSDB), Mauro Bragato (PSDB) e Itamar Borges (PMDB)

Companheiras e companheiros, informo que o PL nº 277 de 2022 - que entrega as terras públicas devolutas para os fazendeiros possuidores por valores simbólicos e parcelados, encerrando na prática a possibilidade de criação de assentamentos estaduais - teve seu pedido de urgência aprovado neste 21 de junho, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP.

A partir do dia 22 de junho, o PL nº 277 poderá seguir uma tramitação mais rápida, com possibilidade de ser aprovado em Congresso de Comissões e em seguida encaminhado para o Plenário. Nesta fase final, serão necessárias 6 horas de discussão para depois iniciar o processo de votação.

O Projeto de Lei nº 277 de 2022 “Cria o Programa Estadual de Regularização de Terras”. Para tanto, busca sanar a irregularidade atual que consiste em que terras públicas devolutas são utilizadas graciosamente por grandes fazendeiros. Estas terras, normalmente grandes extensões de áreas agricultáveis localizadas na região do Pontal do Paranapanema, são indevidamente utilizadas por produtores que não possuem títulos de domínio reconhecidos pela justiça. Na atual legislação, o governo estadual deveria arrecadar essas áreas, incorporar ao seu patrimônio público e destinar a implantação de assentamentos de famílias de agricultores, tal como previsto nos objetivos da Lei Estadual nº 4.957 de 1985.

O objetivo do PL nº277 de 2022 é bem diferente. Busca “autorizar a Fazenda do Estado a transigir e a celebrar acordos, judicialmente ou administrativamente, para fins de alienação, com vistas a prevenir demandas ou extinguir as que estiverem pendentes, em todas as fases dos seguintes processos: I- Discriminatórios; II- Reivindicatórios; III- regularização de posses em terras devolutas”.

Em outras palavras, modifica a legislação vigente para permitir que os acordos fundiários sejam feitos de forma onerosa, ou seja, os possuidores de terras devolutas poderão pagar e ficar com as terras. Importante destacar que a lei nº 4.925 de 1985, que seria revogada caso este PL seja aprovado, foi proposta pelo governo Montoro para celebrar acordos para regularizar a terra de agricultores. Essa lei já teve seus primeiros oito artigos prescritos, mas tem em seu artigo nono uma importância muito grande, pois viabiliza os acordos fundiários para arrecadação de terras que são destinadas para a implantação de assentamentos.

É importante lembrar que a implantação de assentamentos das áreas devolutas do Pontal do Paranapanema, fruto de acordos de arrecadação de terras realizados principalmente no governo Covas, representou uma profunda transformação social e econômica da região. Aos poucos, os agricultores familiares instalados nessas terras pelo ITESP se consolidaram e tiveram importante participação na produção de alimentos com grande destaque para a produção leiteira.

A Lei 4.925 de 1985 foi objeto de atualização pela lei nº 16.115, de 14 de janeiro de 2016 para ampliação do escopo dos acordos fundiários em que fica explícito (no § 1º do Artigo 9º) que “As áreas arrecadadas objeto dos acordos previstos no “caput” deste artigo serão destinadas para a execução da política pública estadual instituída pela Lei nº 4.957, de 30 de dezembro de 1985”. Ou seja, a função dos acordos é destinar terras para a implantação de assentamentos.

Se aprovado este PL, as grandes áreas devolutas serão regularizadas para os fazendeiros e o ITESP não arrecadará mais terras para implantar assentamentos estaduais. Ao contrário, a Fundação ITESP trabalhará para que as terras públicas sejam privatizadas para possuidores que poderão adquirir imóveis com valores muito abaixo do mercado e parcelados em várias prestações.

Na verdade, este PL 277 é a retomada da tratativa de entregar terras aos fazendeiros do Pontal que estava presente na Emenda do Parecer 736/2021 de autoria do Deputado Mauro Bragato, elaborado durante a tramitação do PL 410 de 2021. Esta emenda foi excluída e representada por esta proposição.

É necessário mobilizar todas as forças políticas comprometidas com a criação de assentamentos de agricultores familiares para defender a manutenção da política agrária paulista, fundamentadas nas leis de 1985, do Governo Montoro. A produção de alimentos, a geração de renda e a própria continuidade da agricultura familiar paulista estão ameaçadas.

A Bancada do PT na ALESP, liderada atualmente pela Deputada Marcia Lia, seguirá no enfrentamento parlamentar, utilizando os instrumentos políticos e legais para barrar mais esta ameaça à continuidade das políticas públicas paulistas.
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terça-feira, 21 de junho de 2022

FORA DA CASINHA * Ana Lúcia Vacchiano.SP

 FORA DA CASINHA

Jair Bolsonaro, o tirano do Planalto Central, além de genocida,  preconceituoso, xenófobo, disfuncional cognitivo e cruel se mostra também, o destruidor do patrimônio nacional. Em campanha pela reeleição, qualquer movimento que julgue ameaçador, não poupa os disparos. Primeiro atacou o Congresso, em seguida o STF, não satisfeito, o STE, a pandemia, até a guerra na Ucrânia, aliás. Agora a bola da vez é a Petrobrás!


GABINETE DO ÓDIO

Amigo íntimo de Queiroz e dos Silveiras da vida, devoto da cloroquina, o patriarca das rachadinhas, nos últimos dias resolveu atacar a petroleira, já que a troca dos presidentes não surtiu o efeito esperado, e propõe agora uma CPI, afirmando que a empresa perderá mais de 30 bilhões. Na verdade, esse jogo de cena, tem por objetivo a privatização da empresa, como se isso fosse possível. Bem, se continuar assim, não irá vendê-la, mas entregá-la à preço de banana. 


Bolsonaro nomeou o presidente da petroleira e indicou seis dos onze conselheiros, mas disse que ‘a Petrobras é a maior inimiga do Brasil’. Maluco beleza, não? Agora, resolveu culpar os fundos de pensionistas americanos, que são acionistas da empresa.


E mais: quer uma Comissão Parlamentar de Inquérito para ‘investigar’ a nova inimiga. Será que alguém pode avisá-lo de que é uma companhia aberta, de capital misto, e já auditada por gigantescas empresas independentes, e não um ministério obscuro seu?


A CPI que Bolsonaro propõe, e que apenas irá tumultuar e causar mais prejuízos à companhia, é a mesma que ele não quer que aconteça a respeito de seus cartões corporativos, verbas secretas, emendas PIX e rachadinhas e mansões de seus pimpolhos.


Bolsonaro, há muito fora da casinha, com o medo real de levar uma surra na disputa eleitoral, tentará de tudo para culpar os outros por seu fracasso como governante. Não, presidente, a culpa não é dos outros, a culpa é sua por ter se tornado quem você é, e terá como legado o título de pior presidente do Brasil.


Texto: Ana Lúcia Vacchiano.SP

segunda-feira, 20 de junho de 2022

*NA NOSSA IRMÃ COLOMBIA, PAZ - UNIDADE TRIUNFOU, PELO APOIO À PARTICIPAÇÃO POPULAR * Siguaraya-CBSTCCP / Venezuela

 *NA NOSSA IRMÃ COLOMBIA, PAZ - UNIDADE TRIUNFOU, PELO APOIO À PARTICIPAÇÃO POPULAR*

FRANCIA MÁRQUEZ

A família Cantevista na comemoração dos 92 anos de sua fundação, comemora que ao mesmo tempo, o sonho de Bolívar começa a percorrer os UNIDADE americana, todos com um feixe de esperança no resultado eleitoral de Gustavo Petro como presidente e de Francia Márquez como vice-presidente da irmã Colômbia 🇨🇴


São mais de 200 anos de governos pró-Yankee - San Tanderianos, hegemônico interesses estranhos à paz, propensos à guerra, narcotráfico, paramilitarismo, prostituição, violação contínua e permanente dos direitos humanos, exclusão...


Este momento é histórico, porque os caminhos do otimismo estão sendo semeados, a confiança para superar os horrores da guerra. A Colômbia está em sintonia com os povos irmãos do continente, dando-se a oportunidade de construir um modelo diferente de governo. Os falsos positivos foram derrotados, a desqualificação (Rendón), a mentira, essa derrota aprofundará a oposição e só será superada com a mobilização permanente.


Em outra ordem de ideias, nesta segunda-feira, dia 20, nas instalações da Cantv (NEA) Caracas, mais de trezentos trabalhadores de todo o país se reunirão, não só para comemorar os 92 anos de fundação da Cantv, mas também para ratificar o despertar da classe trabalhadora como pilar fundamental para a manutenção de nossa fonte de trabalho e produção para a Pátria Bolivariana...


Esta participação massiva é um sinal de que a gestão que se vê e se sente, deve continuar dialogando com as fundações, para que estes estão cada vez mais sólidos e a nova gestão promove o respeito às suas formas de organização, que não podem sofrer interferências.


A mobilização de amanhã, segunda-feira, de todo o território nacional, é um reencontro de avaliação organizacional, visto que em 92 anos passamos por mais de 26 Acordos Coletivos, eles significaram greves, cadeias, demissões, alguns níveis de fiscalização antiéticos e nós destacar que desde a privatização - nacionalização - privatização - nacionalização, ainda não alcançamos as estruturas de poder e realizamos um novo tipo de governança.


 Hoje, como Classe, estamos participando dessa atividade com os delegados da prevenção, o CPTT, a milícia operária, o mundo sindical. Nosso papel de liderança na empresa não é uma coisa pequena.


Nossas instituições sindicais não nos são alheias, a história da Cantv porque nascemos nela, somos produto da construção coletiva, onde as mãos e o intelecto dos trabalhadores, Aposentados, Pensionistas e Sobreviventes continuam a lançar as bases para a desenvolvimento, sustentação e permanência de nossa entidade.


Reconhecemos que este encontro serve para remoralizar nossas forças, restabelecer a confiança e foi construído por esta nova gestão, pela contribuição do combativo mundo sindical, que reconhecendo seus fracassos, temos avançado rapidamente para tirar a liderança da indigência.


Da mesma forma estamos avançando e promovendo a participação massiva de homens e mulheres no resgate natural e orgânico do mundo sindical.


A atual crise do sistema e a pandemia de Covid afetaram toda a entidade laboral, juntamente com as organizações de base que a nutrem, e juntos avançamos para a recomposição global.


Assim, parabenizamos a todos que comparecerem a esta atividade, ao mesmo tempo em que ratificamos que continuamos empenhados em fomentar, aprofundar espaços organizativos, formativos e ideologizantes, onde a classe trabalhadora continuará lutando para liderar, governar e construir diferentes cenários de participação protagonista.


Este é o ano da classe trabalhadora e avançamos sem hesitação na construção das bases unitárias.


*Atte Siguaraya*

*Presidente da FETRATEL*

*Diretor do CBSTCCP*


MAIS COLOMBIA

Partido Comunista dos Trabalhadores Brasileiros: DESAFIOS APÓS A VITÓRIA DE GUSTAVO PETRO * Fernando Rivero / VEN


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domingo, 19 de junho de 2022

BOLSONARO BEBE A VERVA DA MORADIA * Rosely Rocha / CUT

BOLSONARO BEBE A VERVA DA MORADIA
Insensível à dor do outro, sem a mínima empatia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobrevoou áreas da Região Metropolitana de Recife atingidas por fortes chuvas, que causaram deslizamentos de terra deixando 106 mortos, 11 desaparecidos e 6,6 mil desabrigados, e disse coisas como “tragédias acontecem”.

Para piorar, disse que a “população deveria colaborar evitando morar em áreas de risco”. O que Bolsonaro não disse é que, em maio do ano passado, seu governo praticamente zerou a verba da União destinada à construção de moradias populares. O corte de verbas foi de R$ 2,039 bilhões (98%) do projeto aprovado pelo Congresso Nacional que previa R$ 2,151 bilhões para o programa.

Sem casas em locais seguros para morar porque o governo travou a política pública, pernambucanos pobres viveram a tragédia de ver suas casas serem levadas ou soterradas pelos deslizamentos de morros, encostas e barreiras que levaram ou soterraram também famílias inteiras.

A maioria das vítimas pertence a faixa 1, a mais afetada pelos cortes de recursos do programa “Minha Casa Verde Amarela” (antigo Minha Casa, Minha Vida, criado pelo governo Lula, do PT) e poderia estar viva se a prioridade de Bolsonaro fosse o povo. Vários sobreviventes declararam em entrevistas que moram em áreas de risco por absoluta falta de opção.

A faixa 1 contempla as famílias pobres que ganham entre um (R$ 1.212) e dois salários mínimos (R$ 2.224). Neste segmento está concentrado cerca de 80% do déficit habitacional do Brasil.

O economista Clovis Scherer, que assessora a CUT no Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (CCFGTS) explica que quando foi criado o “Minha Casa, Minha Vida”, a faixa 1 recebia verbas do Orçamento da União, sem contrapartidas, era um aporte do governo. Já as famílias com rendas maiores para a compra de moradias de faixas acima têm de bancar parte do financiamento via FGTS.

De acordo com o economista, quando Bolsonaro zera o aporte da União para a construção de moradias da faixa 1, simplesmente deixa de construir e a população que ganha entre 1 e dois salários mínimos fica sem a mínima condição de contrair empréstimos porque o dinheiro do FGTS é do trabalhador e ele precisa ser remunerado, por isso que o Fundo não pode ser utilizado para a construção de casas da faixa 1, pois o tomador tem de pagar de volta o empréstimo.

“As famílias que ganham um salário mínimo mal têm condições de comprar a alimentação básica, pagar as contas de água, luz e o aluguel. São pessoas que não têm a mínima condição de contrair um empréstimo em que terão de pagar juros”, diz o economista.
Quem constrói barraco sem menor condição de infraestrutura, sem drenagem, sem urbanização são os que tinham o financiamento de moradia totalmente subsidiado, mas Bolsonaro cortou para manter o Teto de Gastos Públicos- Clovis Scherer

O Teto de Gastos Públicos, instituído em 2016, após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), proíbe que o governo invista recursos acima da inflação por 20 anos. O prazo termina em 2036.

Corte de verbas causa desemprego na construção civil

O corte de verbas no programa chegou a paralisar em 2021 a construção de 250 mil moradias populares, afetando também os trabalhadores e trabalhadoras da construção civil e de mobiliários, que de uma hora para a outras ficaram desempregados.

O Casa Verde e Amarela respondia por 50% dos empregos gerados na construção civil e de madeira no final do segundo semestre de 2020 e já diminuiu para algo em torno de 35% a 30%, em abril do ano passado.

“Antes a construção civil respondia por 4 milhões de empregos. A paralisação do Casa Verde Amarela gerou um desemprego em torno de 1,5 milhão de trabalhadores da construção. Hoje, o que mantém os empregos no setor é o financiamento dos bancos privados, mas ainda assim, a crise econômica fez o poder de compra diminuir e o nível de emprego no setor foi afetado”, diz o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (Conticom-CUT), Cláudio da Silva Gomes, o Claudinho.

O dirigente lembra que o então Minha Casa, Minha Vida, teve seu auge no número de empregos no governo Dilma, em 2012, com 1,2 milhão de pessoas trabalhando naquele ano no programa de habitação de Lula.

De acordo com Claudinho, a demanda pela construção da casa própria caiu também, além da crise econômica e baixos salários, por causa dos aumentos nos preços de materiais utilizados no setor, inclusive de mobiliários, já que após o fim da obra, é preciso colocar pias, tanques, pisos, entre outros equipamentos.
Bolsonaro é um desastre para a economia em geral. Todos os indicadores econômicos demonstram isso e dentro da nossa atividade é um governo catastrófico- Claudio da Silva Gomes

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