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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

CORDEL DA INDEPENDÊNCIA * Gerardo Carvalho Frota (PARDAL) & Oliveira de Panelas / FRT

Eu não sei como um Cristão Vota num torturador
Oliveira de Panelas
(Poeta-Repentista)
João Pessoa-PB, 7 de setembro de 2022



Duvido que o Cristo queira
Quem falou que a Ditadura
Amar uma “Pátria Armada”
“Assassinou pouca gente”

Onde a morte é cultuada
Esse é um Drácula doente
E o ódio gera cegueira
Enfermo que não tem cura.
Contra a vida, a vida inteira
Quem, das garras da tortura
Sem sentido, sem amor
É réu confesso, a favor
Tem, a caixa do rancor
É, da vida, um predador

No lugar do coração
Sem fé, sem Religião
Eu não sei como um Cristão
Eu não sei como um Cristão
Vota num torturador
Vota num torturador

Nada mais repugnante
O Negro, o Índio, a Mulher,
Do que “alguém no Comando”
Pra “ele”, são objetos
Debochar, arremedando
Pobres e analfabetos
A morte do semelhante

São “descartáveis quaisquer”.
E gritar, ao reclamante:
Não tem remorso, sequer
“Não sou Coveiro”, Senhor.
De lhe trair, Eleitor
Cristo sentiu tanto horror!
Seja livre, por favor

Será que lhe deu perdão?
Com essa reflexão:
Eu não sei como um Cristão
Eu não sei como um Cristão
Vota num torturador
Vota num torturador

Oliveira de Panelas venceu 353 dos 405 Congressos de Violeiros dos quais participou
e foi o vencedor do 1º Campeonato Brasileiro de Poetas-Repentistas, realizado no Memorial da América Latina, São Paulo, SP, em 1997. Nascido em Panelas, PE, vive em João Pessoa,
PB, há mais de 40 anos. E-mail: opanelas@hotmail.com.br – WhatsApp: +558399843560 – Canal no You Tube: Oliveira de Panelas
*
INDEPENDÊNCIA 

200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA 
E SUAS PENDÊNCIAS 
Autor: Gerardo Carvalho Frota (PARDAL)

Olá quem for brasileiro
Me dê aqui sua atenção 
 Acompanhe estes meus versos
Que é séria reflexão
Sobre o momento presente 
De fato tão deprimente 
Por que passa esta Nação.

No tempo em que todo mundo
Esteve a "comemorar"
500 anos de Brasil
Só hoje está a completar
200 DE INDEPENDÊNCIA
Mesmo com tanta PENDÊNCIA
Pra independente ficar!!!

Portugueses e franceses 
E holandeses cá chegaram 
Nós aprendemos na escola 
Que a terra vazia acharam 
E assim o povoamento 
Sem nenhum constrangimento 
Logo logo iniciaram.   

Diz a história oficial
Que os tais colonizadores
Eram homens de boa índole 
Homens pacificadores
Mas nada disso é verdade
Muitos mostravam maldade 
Pois eram destruidores.

"Tentando justificar
Esse massacre mais vil
A destruição dos índios
Pela ponta do fuzil
- Da verdade ninguém fuja 
 - Esconderam a cara suja
Da história do Brasil.”
(poeta Manoel Inácio)

A onda de violência 
Por que passa este país 
É triste e constrangedora 
Coisa que nunca se quis.
E graças aos governantes 
Os falsos representantes 
O povo não é feliz...   



 Tremembé de Almofala(1)
Tapeba lá em Caucaia (2) 
Lutam contra alguns políticos 
Que fazem maracutaia 
E protegem os invasores 
Mas pra acabar com as dores 
Dos índios fogem da raia.

O índio não tem direito 
De poder manifestar 
Sua cultura e tradição 
E a memória resgatar. 
Mas suas crenças e danças 
Não vão ficar nas lembranças 
Nunca irão abandonar.

Dos cinco milhões de índios 
Que existia antigamente
Duzentos cinquenta mil 
Tão lutando atualmente 
Contra estes mesmos grilhões 
Pra que voltem a ser milhões 
Decerto futuramente.
_______________
(1)  - Almofala(CE) 
(2)  - Caucaia(CE).

Pra que maior violência 
Do que tirar a garantia 
Que o índio tem de viver 
Na sua terra noite e dia? 
Tudo pelo capital : 
Nada pelo social 
É a cruel filosofia!

Um país em que seus índios
Sofrem um massacre brutal
Pois é do conhecimento 
 Nacional e internacional.
É porque inda segue os planos
Que há mais de 500 anos 
Por aqui fez Portugal.

Depois de 500 anos
Continua a invasão
Na terra de tantos índios 
Os reais donos do chão . 
Mas a luta continua 
E a Campanha está na rua
Pra resolver a questão.

Nunca se teve notícia 
De tanta desigualdade 
Social e cultural 
Que gera tanta maldade.
Um Povo sem educação 
Sem teto terra e sem pão 
Não encontra felicidade.

Inda hoje continua 
A mesma realidade 
Governo luta de um lado 
Do outro a comunidade.
E a opressão predomina 
 Tornando cruel a sina
Da nossa sociedade.

Sociedade impedida 
 De saber e educação 
Continua analfabeta 
U'a grande população. 
Pra completar a tristeza
Inclusive a natureza 
Passa por destruição.

Independência, onde estás? 
Por que vives escondida? 
Por ti muitos já doaram 
Suas cabeças, sua vida.
Inda hoje em cada canto
Ouvimos o triste pranto
De tanta gente sofrida...

Ó Brasil como eras bom
Quando eras brasileiro
Antes de ser invadido 
Por monopólio estrangeiro.
E hoje tua INDEPENDÊNCIA
Está cheia de pendência
De um governo verdadeiro.

O capital continua
Vivo e centralizador
Do jeito de antigamente 
 Continua destruidor.
Vendendo o país por nada
É a mesma prática usada
Pelo colonizador!

Diante da situação 
De opressão pede-se urgência 
A construção de um caminho
Que nos leve a INDEPENDÊNCIA.
E possível mas só faz 
Quem crê num mundo de paz 
Sem exploração e violência.


Descobriram-te ao acaso 
 Enganados te encontraram
E depois da descoberta
Os teus tesouros levaram
Toda a tua desenvoltura
Bem como tua cultura
Pouco a pouco desmancharam...

Ô  Brasil, como és tão novo,
Só tens uns 500 anosp
Que o sonho de``` INDEPENDÊNCIA``` 
Nunca saia dos teus planos.
Que para te governar
Jamais encontrem lugar
Em teu seio homens insanos!

Independência, onde estás? 
Que até hoje não achamos
Como vamos te encontrar
Se nem mesmo procuramos?
És um Brasil dependente
Da vontade dessa gente
Em quem ainda votamos...

Ó Brasil Pátria querida 
Aumada pelo pequeno,
Enquanto  os que têm poder
Em tua vida põem veneno.
És uma nação tão rica
Mas vem a “boiada” e indica
A te alimentar com feno.

Brasil nossa Pátria amada
Guardas em ti o vigor
Da força da juventude
Que te ama e dá valor.
E é capaz de dar a vida
Para não te ver sofrida
Com as dores do dissabor!

É uma pena que os cabeças
Que norteiam o teu destino
Não consigam te livrar
De um rumo um tanto ferino.
Sempre após as gordas vacas
Veem-se logo as vacas fracas
E é mais um desatino.

Independência, onde estás? 
Nós iremos te encontrar: 
És um sonho tão antigo 
Que nunca irá se acabar.
Jamais estamos sozinho
E quem estiver no caminho
Não nos irá atrapalhar

Fim -  Fortaleza(CE) 7/set./2022

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