Eu não sei como um Cristão Vota num torturador
Oliveira de Panelas
(Poeta-Repentista)
João Pessoa-PB, 7 de setembro de 2022
Duvido que o Cristo queira
Quem falou que a Ditadura
Amar uma “Pátria Armada”
“Assassinou pouca gente”
Onde a morte é cultuada
Esse é um Drácula doente
E o ódio gera cegueira
Enfermo que não tem cura.
Contra a vida, a vida inteira
Quem, das garras da tortura
Sem sentido, sem amor
É réu confesso, a favor
Tem, a caixa do rancor
É, da vida, um predador
No lugar do coração
Sem fé, sem Religião
Eu não sei como um Cristão
Eu não sei como um Cristão
Vota num torturador
Vota num torturador
Nada mais repugnante
O Negro, o Índio, a Mulher,
Do que “alguém no Comando”
Pra “ele”, são objetos
Debochar, arremedando
Pobres e analfabetos
A morte do semelhante
São “descartáveis quaisquer”.
E gritar, ao reclamante:
Não tem remorso, sequer
“Não sou Coveiro”, Senhor.
De lhe trair, Eleitor
Cristo sentiu tanto horror!
Seja livre, por favor
Será que lhe deu perdão?
Com essa reflexão:
Eu não sei como um Cristão
Eu não sei como um Cristão
Vota num torturador
Vota num torturador
Oliveira de Panelas venceu 353 dos 405 Congressos de Violeiros dos quais participou
e foi o vencedor do 1º Campeonato Brasileiro de Poetas-Repentistas, realizado no Memorial da América Latina, São Paulo, SP, em 1997. Nascido em Panelas, PE, vive em João Pessoa,
PB, há mais de 40 anos. E-mail: opanelas@hotmail.com.br – WhatsApp: +558399843560 – Canal no You Tube: Oliveira de Panelas
*
INDEPENDÊNCIA
200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA
E SUAS PENDÊNCIAS
Autor: Gerardo Carvalho Frota (PARDAL)
Me dê aqui sua atenção
Acompanhe estes meus versos
Que é séria reflexão
Diz a história oficial
Que os tais colonizadores
Que é séria reflexão
Sobre o momento presente
De fato tão deprimente
Por que passa esta Nação.
No tempo em que todo mundo
Esteve a "comemorar"
500 anos de Brasil
Só hoje está a completar
200 DE INDEPENDÊNCIA
Mesmo com tanta PENDÊNCIA
Pra independente ficar!!!
Portugueses e franceses
E holandeses cá chegaram
Nós aprendemos na escola
Que a terra vazia acharam
E assim o povoamento
Sem nenhum constrangimento
Logo logo iniciaram.
Diz a história oficial
Que os tais colonizadores
Eram homens de boa índole
Homens pacificadores
Mas nada disso é verdade
"Tentando justificar
Esse massacre mais vil
A destruição dos índios
Pela ponta do fuzil
- Da verdade ninguém fuja
Muitos mostravam maldade
Pois eram destruidores.
Esse massacre mais vil
A destruição dos índios
Pela ponta do fuzil
- Da verdade ninguém fuja
- Esconderam a cara suja
Da história do Brasil.”
Da história do Brasil.”
(poeta Manoel Inácio)
A onda de violência
Por que passa este país
É triste e constrangedora
Coisa que nunca se quis.
E graças aos governantes
Os falsos representantes
O povo não é feliz...
Tremembé de Almofala(1)
Tapeba lá em Caucaia (2)
Lutam contra alguns políticos
Que fazem maracutaia
E protegem os invasores
Mas pra acabar com as dores
Dos índios fogem da raia.
O índio não tem direito
De poder manifestar
Sua cultura e tradição
E a memória resgatar.
Mas suas crenças e danças
Não vão ficar nas lembranças
Nunca irão abandonar.
Dos cinco milhões de índios
Que existia antigamente
Duzentos cinquenta mil
Tão lutando atualmente
Contra estes mesmos grilhões
Pra que voltem a ser milhões
Decerto futuramente.
_______________
(1) - Almofala(CE)
(2) - Caucaia(CE).
Pra que maior violência
Do que tirar a garantia
Que o índio tem de viver
Na sua terra noite e dia?
Tudo pelo capital :
Nada pelo social
É a cruel filosofia!
Um país em que seus índios
Sofrem um massacre brutal
Pois é do conhecimento
Sofrem um massacre brutal
Pois é do conhecimento
Nacional e internacional.
É porque inda segue os planos
É porque inda segue os planos
Que há mais de 500 anos
Por aqui fez Portugal.
Depois de 500 anos
Continua a invasão
Na terra de tantos índios
Os reais donos do chão .
Mas a luta continua
E a Campanha está na rua
Pra resolver a questão.
Nunca se teve notícia
De tanta desigualdade
Social e cultural
Que gera tanta maldade.
Um Povo sem educação
Sem teto terra e sem pão
Não encontra felicidade.
Inda hoje continua
A mesma realidade
Governo luta de um lado
Do outro a comunidade. E a opressão predomina
Tornando cruel a sina
Da nossa sociedade.
O capital continua
Vivo e centralizador
Do jeito de antigamente
Da nossa sociedade.
Sociedade impedida
De saber e educação
Continua analfabeta
U'a grande população.
Pra completar a tristeza
Inclusive a natureza
Passa por destruição.
Independência, onde estás?
Por que vives escondida?
Por ti muitos já doaram
Suas cabeças, sua vida.
Inda hoje em cada canto
Ouvimos o triste pranto
De tanta gente sofrida...
Ó Brasil como eras bom
Quando eras brasileiro
Antes de ser invadido
Por monopólio estrangeiro.
E hoje tua INDEPENDÊNCIA
Está cheia de pendência
De um governo verdadeiro.
Vivo e centralizador
Do jeito de antigamente
Continua destruidor.
Vendendo o país por nada
É a mesma prática usada
Descobriram-te ao acaso
Vendendo o país por nada
É a mesma prática usada
Pelo colonizador!
Diante da situação
De opressão pede-se urgência
A construção de um caminho
Que nos leve a INDEPENDÊNCIA.
E possível mas só faz
Quem crê num mundo de paz
Sem exploração e violência.
Enganados te encontraram
E depois da descoberta
E depois da descoberta
Os teus tesouros levaram
Toda a tua desenvoltura
Bem como tua cultura
Pouco a pouco desmancharam...
Ô Brasil, como és tão novo,
Só tens uns 500 anosp
Que o sonho de``` INDEPENDÊNCIA```
Nunca saia dos teus planos.
Que para te governar
Jamais encontrem lugar
Em teu seio homens insanos!
Independência, onde estás?
Que até hoje não achamos
Como vamos te encontrar
Se nem mesmo procuramos?
És um Brasil dependente
Da vontade dessa gente
Em quem ainda votamos...
Ó Brasil Pátria querida
Aumada pelo pequeno,
Enquanto os que têm poder
Em tua vida põem veneno.
És uma nação tão rica
Mas vem a “boiada” e indica
A te alimentar com feno.
Brasil nossa Pátria amada
Guardas em ti o vigor
Da força da juventude
Que te ama e dá valor.
E é capaz de dar a vida
Para não te ver sofrida
Com as dores do dissabor!
É uma pena que os cabeças
Que norteiam o teu destino
Não consigam te livrar
De um rumo um tanto ferino.
Sempre após as gordas vacas
Veem-se logo as vacas fracas
E é mais um desatino.
Independência, onde estás?
Nós iremos te encontrar:
És um sonho tão antigo
Que nunca irá se acabar.
Jamais estamos sozinho
E quem estiver no caminho
Não nos irá atrapalhar
Fim - Fortaleza(CE) 7/set./2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho