segunda-feira, 30 de setembro de 2024

O BANDITISMO RURAL FAZ MAIS UMA VÍTIMA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

O BANDITISMO RURAL FAZ MAIS UMA VÍTIMA
MATARAM ZAQUEU!!

"Nota de denúncia da execução de Zaqueu Fernandes Balieiro

Na noite deste domingo (29/09), o sangue de mais um companheiro da luta pela terra foi derramado. Mataram Zaqueu!

Zaqueu Fernandes Balieiro, 45 anos, acampado da Reforma Agrária e liderança dos Acampamentos Tamburi, Terra Preta e Terra Verde, em Gameleiras, Norte de Minas Gerais, vivia há anos sob ameaças de latifundiários e poderosos da região.

Durante os últimos meses, Zaqueu estava envolvido em uma campanha promissora para a vereança do município, que foi interrompida por meio da opressão e violência.

Neste momento de dor e indignação, o MST e a CPT-MG se solidarizam com a família de Zaqueu e dos acampados e acampadas de Tamburi, Terra Preta e Terra Verde. Exigimos uma investigação rigorosa, em que os culpados e mandantes sejam identificados e punidos.

É urgente que os órgãos do sistema de justiça e de defesa dos direitos humanos acompanhem o caso e assegurem os direitos e a proteção dos familiares de trabalhadores rurais, sobretudo através da efetivação da reforma agrária.

A memória e os sonhos de Zaqueu seguirão vivos em nós!

Sua luta será honrada com a continuidade da organização do povo camponês.

Zaqueu presente hoje e sempre!

Montes Claros, aos 30 de setembro de 2024.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) / Direção Regional do Norte de Minas
Comissão Pastoral da Terra/CPT de Minas Gerais"

domingo, 29 de setembro de 2024

07 DE OUTUBRO INUNDAÇÃO DE AL-AQSA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

07 DE OUTUBRO INUNDAÇÃO DE AL-AQSA
PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR
ATO PÚBLICO
DIA 07 DE OUTUBRO ÀS 11HS
EM FRENTE AO CONSULADO DOS EUA
AV PRES. WILSON, 147 CENTRO-RIO.RJ
*
É CERTA A VITÓRIA DOS POVOS NA LUTA CONTRA O IMPERIALISMO

 Inicia-se mais um capítulo da luta mundial contra o capitalismo, e para isso, precisamos derrota-lo no campo de batalha. Até hoje perdeu todas as guerras, desde os tempos coloniais, como na invasão da Nicarágua, na década de 1930,  em que os guerrilheiros comandados por Augusto Cesar Sandino puseram seus marines para correr. Ou como no Vietnam, em que meninas tomavam fuzis da mãos dos seus mercenários e os conduziam ao campo de prisioneiros, ou, mais recentemente, no Afeganistão, aonde vimos ao vivo, a "tropa mercenária" se matando para entrar no avião e fugir do fogo guerrilheiro. Exatamente assim é que esperamos derrotá-lo nos campos do Oriente Médio, sob o fogo do povo palestino, do povo libanês e dos demais povos da região.

 A luta de libertação nacional empreendida por diversos povos mundo a fora ganha força todo dia. O imperialismo não consegue mais impor medo a ninguém. Veja a África, a Europa Oriental e agora o Oriente Médio. Os povos se levantam em lutas gloriosas. Não adianta mais propagar a invencibilidade da OTAN, do exército norteamericano, ou israelense. Não adianta mais bombardeios covardes de populações indefesas. No combate guerrilheiro os exércitos imperialistas perderam todas as guerras até hoje. Mas os financiadores de guerras sabem disso e só não recuam devido ao lucro do comércio de armas.

Os bombardeios contra Gaza, Cisjordânia e agora contra Beirute só tem feito crescer os exercitos guerrilheiros. A contratação de tropas pelo imperialismo caiu no vazio, pois a Ucrânia já demonstrou que o estoque de "buchas de canhão" está zerando. Ou seja, SÓ MORRE PELA PÁTRIA QUEM A AMA! Por isso, o guerrilheiro é um PATRIOTA, não um LIXO MERCENÁRIO.

Neste momento, Biden, Netanyahu, vampiros do sangue inocente, se desesperam atacando desordenadamente os paises visinhos de Israel, mas eles sabem que serão derrotados, exatamente no momento em que a onda antiimperialista se levantar de forma coordenada e atacá-lo de uma só vez. Nesse instante veremos o brilho da estrela de todos os mártires se acender no céu dos povos em luta.

PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR!!

COMITÊ PALESTINA LIVRE DO RIO AO MAR.RJ

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

O QUE É ISSO COMPANHEIRO? * Organização Comunista Arma da Crítica/OCAC

O QUE É ISSO COMPANHEIRO?
LULA TEVE MICROFONE CORTADO NA ONU
*
Semana que passou, o ministro do TCU, ex-secretário geral da Presidência sob Bolsonaro, suspendeu medida provisória emitida pelo Presidente Lula. Na mesma semana, o Copom do Banco Central aumentou a taxa Selic, com deflação no IPVA e corte dos juros nos Estados Unidos e Europa.

No caso do TCU, independente do mérito, que poderes tem um ministro do TCU, que nem tribunal é, de suspender um diploma legal emitido pela Presidência da República? E o que faz a bancada do Copom, nomeada por Haddad, em seguir os ditames do presidente do Banco Central nomeado por Paulo Guedes?

No plano internacional, Lula teve seu microfone cortado em seu discurso em atividade da ONU. E foi obrigado a abandonar evento promovido por Clinton devido a abuso da segurança presidencial estadunidense.

A política externa errática do governo cobra seu preço, em prestígio internacional. Maduro tomará posse, independente da posição subalterna do Brasil. Mais, Venezuela pediu adesão aos BRICS. O que fará a diplomacia brasileira?

Os resultados econômicos numéricos são bons, comparados com o desempenho de Temer e Bolsonaro. Mas insuficientes para serem sentidos pela população.

A crise ambiental é fruto do desmonte dos governos passados. O governo, porém, se orgulha de dar financiamento subsidiado recorde ao agronegócio. E a inação do ministério do meio ambiente é admitida pela própria titular do cargo.

O sinal amarelo está aceso há muito para o governo. Pode passar para vermelho a depender dos resultados das eleições municipais. O desempenho nas pesquisas dos candidatos da esquerda reflete os dois anos de política de rendição, nos planos econômico, ambiental, social e educacional.

A mudança de rumos tem de ser agora. Se o grau de rendição e desarticulação do governo continuar nesse patamar, o caminho do fascismo estará pavimentado.

É mais necessário do que nunca, que o movimento operário e popular se mobilize e promova ações em torno dos direitos sociais e do trabalho, da soberania nacional e da defesa das liberdades democráticas, em uma agenda que não dependa das iniciativas do governo.

Organização Comunista Arma da Crítica
OCAC

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

CÚPULA DA ÁGUA * OBSERVATÓRIO DA ÁGUA

OBSERVATÓRIO DA ÁGUA
Inscripción Cumbre del agua

21 de Septiembre, 9 am, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, sede Macarena A. Organiza Observatorio del Agua de la Universidad Distrital francisco José de Caldas- Alianza por el Agua - Unión popular la Calera. mas información
Amigos do território onde brotam água e vida de acordo com a realidade climática que vivemos e o açambarcamento extrativista abusivo de água no país, apelamos às organizações ambientais, conselhos de ação comunitária, grupos de investigação, aquedutos comunitários, activistas e todas as pessoas que queiram fazer parte da primeira Cimeira para a Defesa da Água e do Território, encontramo-nos no próximo dia 21 de Setembro, pelas 9h00 na Universidade Distrital Francisco José de Caldas, Sede Macarena, 

você deve se cadastrar no QR do convite ou no seguinte Link

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A Internacional contra o fascismo e suas tarefas históricas * Pedro César Batista/DF

A Internacional contra o fascismo e suas tarefas históricas
Pedro César Batista

O capitalismo vive uma de suas mais profundas crises, resultado de sua política de acumulação destruição, sua política criminosa contra os povos, que sofrem duros ataques às históricas conquistas da classe trabalhadora. 

Os EUA efetivam-se como uma central das corporações que saqueiam nações, destroem os Estados nacionais, provocam guerras e desenvolvem poderosas campanhas pelas redes sociais difundindo mentiras, disseminando o ódio, o medo e atacando os governos que não se sujeitam às imposições do grande capital e corajosamente defendem a soberania e autodeterminação. 

A Venezuela tem sido o epicentro desta campanha, que tem a finalidade de derrubar o legítimo governo do presidente Nicolás Maduro Moros, recém-eleito em uma eleição limpa, transparente e segura, na qual a população mostrou a disposição em seguir as transformações iniciadas por Hugo Chávez Frias. 

Na Palestina, os sionistas, sustentados pela organização terrorista denominada “israel”, seguem o extermínio do povo e a ocupação do território, iniciada em 1948. 

A Ucrânia, como uma ponta de lança da OTAN, faz ressurgir o nazismo, com mercenários que, depois de atacarem por 8 anos a população de Donetsk e Lugansk, continuam suas ações terroristas contra a Rússia, que os enfrenta.
 Este quadro que levou a realização do Congresso Mundial contra o fascismo, neofascismo e outras expressões similares.

O Congresso mundial contra o fascismo, chamado pelo governo do presidente Nicolás Maduro reuniu mais de 1200 delegados de 95 países, representando todos os continentes. Durante os dias 10 e 11 de setembro, foram apresentadas inúmeras análises sobre as tarefas que a humanidade tem no momento para derrotar as agressões do imperialismo. No final do encontro foi aprovado por unanimidade a fundação da Internacional contra o fascismo, com sede em Caracas. O congresso foi realizado na data que marcou o martírio de Salvador Allende, assassinado em combate durante o golpe em 11 de setembro de 1973, no Chile.
O congresso foi aberto pela vice-presidente da Venezuela, Delci Rodriguez, que destacou que o “fascismo é a vanguarda extremista do capitalismo”, os quais se utilizam de toda a violência, propagação de mentiras e ataques contra os povos para tentarem superar a crise que a burguesia enfrenta. A vice-presidente Rodriguez ressaltou que apesar de toda a agressão e covardia do imperialismo, sempre haverá resistência. “O povo Palestino tem sido o maior exemplo de resistência ao fascismo em sua vertente sionista”, disse. Assim como os povos de América Latina e Caribe enfrentaram cruéis ditaduras nas décadas de 1970/80, todas financiadas e organizadas pelos EUA, que deixaram um saldo de milhares de mortos, torturados, presos políticos e exilados, atualmente o imperialismo coloca governos que atuam contra os interesses nacionais, após intensas campanhas pelas mídias e redes sociais, como são os casos da Argentina, com Milei; do Equador, com Noboa; de El Salvador, com Bukele, e no Peru, com Boluarte. Na Venezuela ao longo de 25 anos tentam derrotar o processo bolivariano. Somente em propaganda contra o processo eleitoral de 28 de julho neste país foram gastos mais de 1 bilhão de dólares, com o uso da arma dos algoritmos. 

A extrema direita fascista não quer aceitar o resultado da eleição de 28 de julho, mas o povo venezuelano deu a resposta reelegendo Nicolás Maduro. A reação dos fascistas foram ataques terroristas, incendiando inúmeros prédios e assassinando 27 pessoas, entre os quais dois oficiais da Força Bolivariana. Um garoto de 13 anos, detido, confessou que matou porque as redes sociais diziam que tinha que matar todos os comunistas. Entretanto nada disso a imprensa mostra, segue difundindo o discurso da mentira e propaganda contra o resultado da eleição.

A grande batalha no atual momento é enfrentar é derrotar a guerra dos algoritmos, que propagam a morte, o ódio, a normalização do genocídio, como se vê com o extermínio do povo Palestino. Dia 7 de outubro fará um ano que os sionistas matam diariamente crianças, mulheres e homens em Gaza, isso depois de 76 anos de ocupação e ações terroristas contra o povo palestino. A grande imprensa e as redes passam a ideia que isso é normal e aceitável, chegam a difundir a mentira de que quem tem direito a se defender são os invasores, os assassinos sionistas.

A América Latina e o Caribe são a região mais desigual do planeta, com um punhado de parasitas bilionários, ligados às corporações que cada vez mais faturam às custas do sofrimento da população. E justamente por ser o governo bolivariano o que mais investiu em transformações e distribuição de riquezas, a partir de 1999, possuir a maior reserva petrolífera do mundo, tem sido o alvo principal dos ataques dos EUA. O mesmo que enfrenta Cuba, com um cruel bloqueio há 62 anos, que tem causado prejuízo da ordem de aproximadamente 1 trilhão de dólares a ilha rebelde, ou a Nicarágua sandinista, que segue avançando e soberana, apesar de todos os golpes e ações criminosas que tem sofrido.

A classe trabalhadora e os povos do mundo têm sofrido duros ataques dos magnatas da comunicação. Elon Musk, um cachorro louco do capitalismo, ameaçou o presidente Nicolas Maduro, assumiu publicamente que financiou o golpe contra Evo Morales, na Bolívia, em 2019. Também disse não reconhecer a legislação brasileira, após a decisão da Suprema corte decidir por suspender a plataforma no Brasil, devido o não cumprimento da ordem legal. Na Venezuela atacaram o sistema eleitoral, pretendiam provocar uma guerra civil no país, mas a resposta do governo foi debelar os atos terroristas em poucas horas. Ainda assim o sistema eletrônico do estado Venezuela sofreu uma ação com 30 milhões de ataques cibernéticos por minuto, tudo para impedir que o resultado eleitoral fosse divulgado e se efetivasse a vitória de Nicolás Maduro. As redes sociais têm servido como armas dos fascistas a nível mundial. A pandemia possibilitou crescimento da concentração de riquezas e aumento da miséria e desigualdade. Sem nenhuma dúvida, as redes sociais são o maior perigo na atualidade: o Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter agora X, entre outros.

A nível global 17 países são governados pelos fascistas, em 21 países há 727 organizações fascistas, as quais atuam por meio de ONGs e institutos, financiados pelas corporações imperialistas, que controlam os EUA e subjugaram a Europa. Este continente vive uma profunda crise econômica, resultado nas políticas neoliberais, que tem usado políticos fascistas para provocarem divisão, ódio e medo na população europeia. Essa batalha contra o fascismo é global, os fascistas são uma organização do crime, financiadas e organizadas pelas corporações, que controlam todos os governos de direita no mundo e servem aos interesses dos EUA. O inimigo não é quem está ao nosso lado, o inimigo é o imperialismo, controlado pelas corporações.

No encerramento do Congresso foi fundada a Internacional contra o fascismo, resgatando a história das internacionais da classe trabalhadora. Em 1864. Karl Marx e Friedrich Engels lideraram a criação da I Internacional, quando foram lançados os fundamentos da luta proletária, a nível internacional pelo socialismo. Em 1889, criou-se a II Internacional, que não correspondeu as necessidades históricas, levando a um rebaixamento das lutas revolucionárias, porém buscando propagar o movimento de massas a nível mundial. Em março de 1919, liderada por Lenin, criou-se a III Intencional, voltada para a criação dos Estados proletários e a organização revolucionária em todos os países. Nasce agora uma nova Internacional, com a tarefa de barrar o fascismo, que nas décadas de 1920 a 1950 levou a segunda guerra mundial e deixou mais de 30 milhões de mortos, principalmente os soviéticos, responsáveis por derrotar o nazismo e libertar a humanidade. Barrar o fascismo é tarefa de todos, criar as condições para unir, organizar e travar duramente a batalha de ideias, construindo grandes mobilizações de massa, que possibilitem impedir a total destruição da vida no planeta.
O congresso contou com exposições de Manuel Pineda Marín. (España), Jodi Dean (Estados Unidos), Lucas Aguilera (Argentina), Abel Prieto (Cuba), Irene León (Ecuador), Oscar Laborde. (Argentina), Juan Carlos Monedero (España), Eugene Puryear. (Estados Unidos), Rodrigo Acuña. (Australia), Maite Mola. (España), Paloma Griffero (Chile), Valeria Duarte (Bolivia), Rafael Klejzer. (Argentina), Andrea Vlahusic. (Argentina), Alina Duarte (México), Marcelo Koenig. (Argentina), Fernando Buen Abad Domínguez (México), Alejandro Rusconi (Argentina), Javier Couso (España), María Fernanda Ruíz (Argentina), Bruno Lonatti (Argentina), Meyvis Estevez (Cuba), entre outros.

A TV Comunitária de Brasília, a Rede Internacional de Intelectuais, artistas e movimentos sociais em defesa da humanidade – Capitulo Brasil e o Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima participaram deste histórico momento que criou a Intencional contra o fascismo, que terá sede em Caracas. Agora a tarefa é difundir e organizar a internacional contra o fascismo no Brasil.

• Pedro César Batista, jornalista e escritor, integra a TV Comunitária de Brasília, a Rede Internacional de Intelectuais, artistas e movimentos sociais em defesa da humanidade – Capitulo Brasil e o Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima.

domingo, 15 de setembro de 2024

GLAUBER BRAGA ANTIFASCISTA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

GLAUBER BRAGA ANTIFASCISTA
DEPUTADO FEDERAL GLAUBER BRAGA, preso agora na UERJ, onde apoiava o movimento estudantil na luta por direitos legítimos, foi vítima de violenta repressão policial, miliciana e jagunçada contratada pela reitoria.
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"Pra quem não é da UERJ, é difícil entender o que está acontecendo na Universidade mais popular do RJ. Por isso, cabe uma pequena cronologia:
- 1- durante a campanha eleitoral, a chapa 10, Gulnar e Bruno, apresentou um programa eleitoral de universidade popular, prometendo manter todas as bolsas estudantis e a ampliação da assistência e permanência estudantil na UERJ.
- 2- a chapa 10 assinou uma carta compromisso com a ASDUERJ, sintuperj e DCE se comprometento a ampliar a assistência estudantil da UERJ.
- 3- por esses e outros motivos, eu mesmo apoiei a chapa 10 e ajudei a elegê-la.
- 4- o primeiro AEDA publicado pela gestão eleita Gulnar e Bruno prorrogou todas as bolsas estudantis até 31 de dezembro de 2024 (AEDA 001/2024)
- 5- AEDA é uma sigla para Ato Executivo de Decisão Administrativa. É como se fosse um decreto, não precisando de aprovação do Consun.
- 6- como o AEDA 001/2024 consolidava o que foi apresentado em campanha, não tinha nenhum problema de ser feito por "decreto". Eu sou contra o uso do expediente do AEDA, ainda que todas as Reitorias tenham feito uso disso.
- 7- a situação da UERJ mediante o RRF estava grave e os movimentos dos segmentos da UERJ fizeram campanhas desde o 1o dia letivo avisando da gravidade orçamentária, com muitos atos no palácio Guanabara, ALERJ etcetera.
- 8- Chegamos a ter ameaça de termos salários cortados pela ALERJ. A decisão do Tofoli de adiar o pagamento dos juros do RRF aliviou esta situação
- 9- salários dos substitutos atrasaram recorrentemente durante o 1o semestre. Os salários e auxílios dos terceirizados seguem atrasando.
- 10- o vice-Reitor, Bruno Deusdará, percorreu várias unidades informando a crise orçamentária e avisou que estava adiantando parcelas do orçamento, o que ia fazer o dinheiro acabar em julho, mas nunca cogitou cortar direitos. Eu mesmo vi o Bruno informar isso na minha unidade e em outras.
- 11- no dia 24 de julho, no meio das férias da UERJ, a Reitoria publicou o AEDA 38, reduzindo o grupo que tem direito às BAVS e seus benefícios de até 1 salário mínimo e meio para meio salário mínimo, o que exclui do programa de assistência estudantil cerca de 1500 estudantes da Bolsa Vulnerabilidade Social, que seria extinta no ano que vem.
- 12- no dia 26 de julho, ainda durante as férias, os estudantes da UERJ ocuparam a Reitoria no campus Maracanã. Ato contínuo os campus da FFP e da FEBF foram ocupados. Depois, a FENF tb foi ocupada.
- 13- Eu mesmo suspeitei que esse 1o momento da ocupação foi incitado pelo Ricardo Lodi, ex-Reitor da UERJ e atual oposição à Gulnar-Bruno, mas não há nenhuma evidência concreta disso. Os ocupantes informam que os lodistas só chegaram num segundo momento da ocupação. Ou seja, a ocupação não foi incitada pelo Lodi.
- 14- logo nos 1os dias, praticamente todas as forças políticas da UERJ se juntaram à ocupação. Praticamente todo o espectro da esquerda participou. Tendências do PSOL, do PT, PSTU, UP, PCBR, UJC, MEPR, Novo MEPR, CRIA, Ocupa DCE, ADEP e longos etc.
- 15- nas primeiras 24hr da ocupação da reitoria, advogados e mandatos estaduais e municipais, estudantes com remédios e com comida para os ocupantes, foram impedidos de entrar, inclusive rolou cortes de água e luz.
- 16- Quando houve a repressão, os estudantes recuaram para a Reitoria, tbm foram impedidos de entrar e sair do campus, comida não chegou, remédio não chegou, funcionários ficaram presos dentro do pavilhão João Lyra Filho (prédio principal do campus Maracanã) e do campus. Teve uma aluna, diretora da UNE, que teve seu braço torcido por um anti-greve e, segundo os estudantes, um membro da PR4 foi responsável por liberar o criminoso.
- 17- logo nos 1os dias, a atual Reitoria comparou os estudantes aos golpistas de 8 janeiro, tentando criminalizar nossos estudantes. A Reitoria tb chamou a ocupação de invasão, o que vai no extremo oposto do entendimento da esquerda. Vale ressaltar que o vice-Reitor, qnd era estudante de doutorado em 2008, apoiou a ocupação ocorrida naquele momento, que conquistou o bandejão do campus Maracanã, de modo que acredito que o Bruno se orgulhe disso, me estranhando que agora ele chame ocupação estudantil de invasão.
- 18- a partir daí, começou uma guerra de narrativas enviesadas e fake news tanto da parte do Lodi quanto da atual Reitoria. O que dificulta muito que quem não é da UERJ entenda o que está acontecendo na nossa universidade
- 19- não preciso nem citar que a cobertura da oligarquia midiática sobre a crise na UERJ é tendenciosa
- 20- em assembleia, a ASDUERJ deliberou apoio aos estudantes, à permanência e assistência estudantil da UERJ e contra a criminalização dos estudantes.
- 21- a partir disso, a Reitoria e seus apoiadores passaram a atacar a ASDUERJ, o que suscitou uma nota de solidariedade do ANDES, que acusa a Reitoria de "práticas antissindicais" contra a ASDUERJ.
- 22- essas práticas antissindicais têm comprovação cabal, uma vez que o pró-reitor de assistência estudantil (PR4), professor Daniel Pinha, leu, em plena assembleia da ASDUERJ, uma carta que sugeria a destituição da direção do nosso sindicato. Um ato explícito de assédio contra a direção do sindicato.
- 23- desde o 1o momento, a Reitoria se recusou a negociar com o comando de greve dos estudantes e escolheu negociar com o "DCE". Essa parte é mais difícil pra quem é de fora da UERJ entender. Acontece que no final da gestão passada da Reitoria, qnd aconteceu o escândalo do CEPERJ, pessoas ligadas ao DCE foram acusadas de receber propina de 5 mil reais por mês da Reitoria. Isso dissolveu o DCE, que se fragmentou e pulverizou e gerou a ocupação do DCE. Desde então, o DCE perdeu sua legitimidade perante os estudantes.
- 24- a Reitoria decidiu "negociar" com membros do DCE próximos a ela, mas que não representam os estudantes UERJ. Outra parte dos diretores do DCE estava ocupando. Tática semelhante à usada pelo governo federal qnd resolve "negociar" com o PROIFES.
- 25- logo nas primeiras semanas de ocupação, houve uma ordem, ninguém sabe de onde, de os seguranças da UERJ, junto com os terceirizados, desocuparem violentamente a ocupação. As cenas de violência rodaram o Brasil. A Reitoria quis culpar os estudantes pela violência da DESEG-UERJ e dos terceirizados, mas não colou. O próprio sindicato da segurança terceirizada condenou a ordem pros atos violentos.
- 26- durante esse processo, aconteceram 3 sessões do Consun. Logo na 1a, o conselheiro Pablo entrou com pedido de urgência para revogar o AEDA 38. A Reitoria usou de táticas nada republicanas para evitar a votação, pq provavelmente perderia a votação e o AEDA seria revogado. Durante as 3 sessões, a Reitoria e seus defensores usaram de discursos passivo-agressivos para atacar os estudantes, que responderam às agressões, subreptícias, de forma inadequada. Mais uma vez, a Reitoria quis criminalizar os estudantes, escondendo que ela provocou os estudantes o tempo todo.
- 27- no fim, a Reitoria utilizou de manobras nas 3 sessões e impediu a votação.
- 28- na 3a sessão, a Reitoria leu um parecer de um advogado da UERJ ligado ao instituto Millenium dizendo que o Consun não podia revogar AEDAs.
- 29- sabemos que o parecer do advogado ligado ao instituto Millenium é mentira pq o Consun da UERJ já revogou um AEDA no ano de 2011.
- 30- a história do instituto Millenium é central: a professora de economia da UERJ, Lúcia Helena, colaboradora do instituto Millenium, foi presidente da comissão eleitoral da eleição pra Reitoria. Logo depois do pleito com a vitória da chapa 10, ela foi indicada pela chapa vencedora para ser a nova auditora da Reitoria, rendendo vencimentos de cerca de 35 mil para ela. Um procedimento bastante duvidoso. Independente disso, o fato é que a Reitoria indicou uma auditora ligada ao Instituto Millenium.
- 31- a atual Reitoria, cujo projeto de universidade eu apoio, dobrou a aposta o tempo todo tentando criminalizar nossos estudantes.
- 32- A Reitoria também informou que não é possível remanejar verbas entre as linhas e rubricas orçamentárias, o que é uma meia verdade, já que existem sim algumas rubricas "fechadas" que não permitem remanejamento, mas todas as outras rubricas permitem sim remanejamento.
- 33- com ajustes na rubrica de obras, é possível remanejar o suficiente pra linha 4 do orçamento, atividades finalísticas, viabilizando o pagamento de todas as bolsas e auxílios até o fim do ano. Vale ressaltar que a Reitoria prometeu orçamento participativo para a comunidade acadêmica.
- 34- essas apostas dobradas chegaram ao auge com a solicitação de reintegração de posse, que criminaliza 5 estudantes, dos quais 4 pretos, e 1 TAE não- binário (que sequer é estudante e muito menos ocupante).
- 35- até onde tenho conhecimento, só Reitorias abertamente de direita tinham pedido Reintegração de posse: na UFRJ, o interventor Vilhena em 1998. Na UERJ, no começo dos anos 2000, Nilcéa chamou o Choque pra conter manifestações estudantis e o Vieiralves entrou com reintegração de posse em 2008 .
- 36- a atual Reitoria da UERJ oferece, com os AEDAs 41, 42 e 43, uma transição para a aplicação, em janeiro, de todos os cortes previstos na AEDA 038. Ou seja, praticamente troca seis por meia-dúzia.
- 37- eu, pessoalmente, não sinto sangue nas minhas mãos, pois eu apoiei o projeto de universidade popular da chapa 10, que ajudei a eleger. A eleição não é um cheque em branco para os eleitos fazerem o que quiserem, mas é um acordo com a comunidade de implementar o programa eleitoral aprovado na eleição.
- 38- ao cortar direitos dos estudantes, a atual Reitoria faz o oposto do que se comprometeu com a comunidade, que ganhou meu voto e meu apoio.
- 39- defendemos ideias e não pessoas. Defendemos pessoas na medida em que elas representam as ideias acordadas e aprovadas pela comunidade durante o processo eleitoral.
- 40- ainda estou disposto a defender o projeto de universidade popular representado pela atual Reitoria, desde que ela faça o que acordou com a comunidade e que está registrado no seu programa eleitoral e na carta compromisso assinada com a ASDUERJ, sintuperj e DCE.
- 41- atacar os estudantes e criminalizá-los não faz parte do que essa Reitoria acordou com a comunidade acadêmica.


Gregory Magalhães Costa, professor adjunto 4 da UERJ, lotado no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp UERJ)"

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"Nota de solidariedade ao Dep Glauber Braga

O comitê anti-imperialista general Abreu e Lima manifesta sua solidariedade ao deputado federal Glauber Braga, que está ameaçado de ser cassado pela sua atuação consequente dentro do parlamento e no dia a dia, quando faz o duro combate ao fascismo, ao sionismo e aos agentes dos EUA, que atacam os trabalhadores e retiram direitos conquistados nas ruas ao longo de décadas de lutas.

Quem tem que ser cassado são os lacaios das corporações, dos latifundiários, da burguesia e do imperialismo. O que somente com a unidade, organização e mobilização das massas trabalhadoras e populares será possível. O parlamento precisa de representantes do povo, que façam o combate aos fascistas e traidores do Brasil, o que tem sido feito pelo deputado Glauber Braga.

O combate aos fascistas, agentes do imperialismo, é tarefa determinante na luta revolucionária de todos os povos.

Todo apoio ao deputado Glauber Braga.
Fora Arthur Lira e todos os fascistas.

Brasília, 15 de setembro de 2024

Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima"

"Glauber Fica! Lira não vai nos calar!

É a quinta vez que a extrema direita pede a cassação do mandato de Glauber, todas sem nenhum motivo ético ou moral.

Existe uma armação organizada por Arthur Lira (PP-AL) para cassar de fato o mandato de Glauber. Não é apenas mais um pedido, a extrema direita e o centrão vão rasgar a constituição e regimento da Câmara e vão fazer de tudo para cassar nosso mandato legitimamente eleito pelo voto popular.

Não podemos permitir que Lira e a extrema direita atropelem o voto popular e tentem intimidar e calar seus opositores

Assine nosso manifesto em defesa do Mandato de Glauber Braga
GLAUBER BRAGA PRESO NA UERJ, 20/09/2024
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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

COMO DERROTAR DITADURAS * Manoel Cyrillo de Oliveira Netto/Holofote Notícias

COMO DERROTAR DITADURAS
Manoel Cyrillo de Oliveira Netto
O embaixador Charles Burke Elbrick chega em sua residência de taxi, após ser libertado pelos revolucionários

Em 04 de setembro, há exatos 55 anos, durante a ditadura de 1964, o nosso Brasil estava sendo governado por uma Junta Militar. Isso mesmo, no melhor estilo de republiqueta latinoamericana, o Brasil era governado por 3 (três !!!) milicos, o general Lira Tavares, o almirante Rademaker e o brigadeiro Márcio Melo – três consagrados estadistas que substituíram o general Costa e Silva, o ditador de plantão.

Aqui devemos abrir um rápido parêntesis, para levantar uma interrogação: com o impedimento do general Costa e Silva, por que será que o seu “vice”, um certo Sr. Pedro Aleixo, não assumiu a “Presidência da República”?

Parêntesis fechado, a gloriosa Junta Militar seguia no seu desgoverno, preparando e organizando o 7 de Setembro, não o do Bolsonaro, mas a festa nacional!

Foi quando aconteceu algo absolutamente imprevisto: dois grupos guerrilheiros (a ALN – Ação Libertadora Nacional e o MR-8 – Movimento Revolucionário 8 de Outubro), em ação conjunta, capturaram o embaixador norte-americano, o Sr. Charles Burke Elbrick. E, para a libertação do embaixador, faziam duas exigências: a soltura de 15 presos políticos detidos pela ditadura e a publicação ou leitura (em todos os jornais, TVs e rádios do país) do manifesto assinado por aqueles grupos que executavam a ação.

Vexame total! Até aquela data, a ditadura insistia em dizer que não havia presos políticos no Brasil e, de repente, foi forçada a libertar 15 deles… Mas, pior, teria que romper com a sua própria censura e dar voz -em alto e bom som- à guerrilha.

E a ditadura se curvou totalmente. O manifesto foi lido, na íntegra, nas TVs e rádios do país e impresso em todos os jornais.

Somente quando todo o país (com a alma lavada e em clima de festa) e todo o restante do mundo, acompanharam pela TV o desembarque na Cidade do México dos 15 ex-presos políticos brasileiros, em total e absoluta liberdade, o Sr. Charles Burke Elbrick foi libertado. Com isso, a troca de prisioneiros também se efetivara.

Vitória da Resistência!

Para este artigo, resta uma questão semântica: afinal, o ocorrido naqueles idos de 1969 foi um rapto ou um sequestro ou uma captura?

O próprio manifesto da ação, assinado pela ALN e pelo MR-8, falava em “rapto”; alguns órgãos de imprensa também chegaram a noticiar “o rapto do embaixador norte-americano”, porém o filólogo Antônio Houaiss rapidamente esclareceu a questão, dizendo que rapto sempre tem o cunho libidinoso… e citou como exemplo o lendário Rapto das Sabinas.

Já a ditadura, claro, disse que a ação foi um sequestro. Por que ela usou essa palavra? Porque sequestro é crime, ora!

Porém, naquele ato de resistência política, nenhum crime foi cometido, tanto a guerrilha, como os guerrilheiros não cometeram crime algum.

Assim, prevalece o termo captura (e isso não só por uma questão semântica mas, também, política!).

Hoje, 4 de setembro de 2024, comemoramos os 55 anos da Captura do Embaixador dos Estados Unidos, nação que, em 1964, mandou a sua IV Frota para dar suporte e respaldo militar aos seus golpistas brasileiros.

Manoel Cyrillo de Oliveira Netto é publicitário, resistiu à ditadura militar, foi guerrilheiro urbano da ALN (Ação Libertadora Nacional), participou de várias ações armadas, entre elas a da captura do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Preso político, permaneceu encarcerado por 10 anos. Fora da prisão, ganhou a medalha de ouro com a peça publicitária Çuikiri no 37th New York Festivals Advertising Awards, o Festival Internacional de Propaganda de Nova York, e foi recebê-la nos Estados Unidos em 1992.

Confira a seguir o manifesto da ação lido, como exigência da ALN e do MR-8, em todas as TVs e rádios e publicado nos jornais. O texto foi redigido pelos jornalistas Franklin Martins e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo, comissário político da operação, que aliás completaria 111 anos neste 5 de setembro.

"MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA

“Grupos revolucionários detiveram hoje o Sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.

Na verdade, o rapto do embaixador é apenas mais um ato da guerra revolucionária, que avança a cada dia e que ainda este ano iniciará sua etapa de guerrilha rural.

Com o rapto do embaixador, queremos mostrar que é possível vencer a ditadura e a exploração, se nos armarmos e nos organizarmos. Apareceremos onde o inimigo menos nos espera e desapareceremos em seguida, desgastando a ditadura, levando o terror e o medo para os exploradores, a esperança e a certeza de vitória para o meio dos explorados.

O sr. Burke Elbrick representa em nosso país os interesses do imperialismo, que, aliado aos grandes patrões, aos grandes fazendeiros e aos grandes banqueiros nacionais, mantêm o regime de opressão e exploração.

Os interesses desses consórcios, de se enriquecerem cada vez mais, criaram e mantêm o arrocho salarial, a estrutura agrária injusta e a repressão institucionalizada. Portanto, o rapto do embaixador é uma advertência clara de que o povo brasileiro não lhes dará descanso e a todo momento fará desabar sobre eles o peso de sua luta. Saibam todos que esta é uma luta sem tréguas, uma luta longa e dura, que não termina com a troca de um ou outro general no poder, mas que só acaba com o fim do regime dos grandes exploradores e com a constituição de um governo que liberte os trabalhadores de todo o país da situação em que se encontram.

Estamos na Semana da Independência. O povo e a ditadura comemoram de maneiras diferentes. A ditadura promove festas, paradas e desfiles, solta fogos de artifício e prega cartazes. Com isso ela não quer comemorar coisa nenhuma; quer jogar areia nos olhos dos explorados, instalando uma falsa alegria com o objetivo de esconder a vida de miséria, exploração e repressão que vivemos. Pode-se tapar o sol com a peneira? Pode-se esconder do povo a sua miséria, quando ele a sente na carne?

Na Semana da Independência, há duas comemorações: a da elite e a do povo, a dos que promovem paradas e a dos que raptam o embaixador, símbolo da exploração.

A vida e a morte do sr. Embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ela atender a duas exigências, o sr. Elbrick será libertado. Caso contrário, seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências são:

a) A libertação de 15 prisioneiros políticos. São 15 revolucionários entre milhares que sofrem torturas nas prisões-quartéis de todo o país, que são espancados, seviciados, e que amargam as humilhações impostas pelos militares. Não estamos exigindo o impossível. Não estamos exigindo a restituição da vida de inúmeros combatentes assassinados nas prisões. Esses não serão libertados, é lógico. Serão vingados, um dia. Exigimos apenas a libertação desses 15 homens, líderes da luta contra a ditadura. Cada um deles vale cem embaixadores, do ponto de vista do povo. Mas um embaixador dos Estados Unidos também vale muito, do ponto de vista da ditadura e da exploração.

b) A publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país.

Os 15 prisioneiros políticos devem ser conduzidos em avião especial até um país determinado – Argélia, Chile ou México -, onde lhes seja concedido asilo político. Contra eles não devem ser tentadas quaisquer represálias, sob pena de retaliação.

A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos 15 líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por seu transporte para um país seguro. Se a resposta for negativa, ou se não houver resposta nesse prazo, o sr. Burke Elbrick será justiçado. Os 15 companheiros devem ser libertados, estejam ou não condenados: esta é uma “situação excepcional”. Nas “situações excepcionais”, os juristas da ditadura sempre arranjam uma fórmula para resolver as coisas, como se viu recentemente, na subida da Junta Militar.

As conversações só serão iniciadas a partir de declarações públicas e oficiais da ditadura de que atenderá às exigências. O método será sempre público por parte das autoridades e sempre imprevisto por nossa parte. Queremos lembrar que os prazos são improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas.

Finalmente, queremos advertir aqueles que torturam, espancam e matam nossos companheiros: não vamos aceitar a continuação dessa prática odiosa. Estamos dando o último aviso. Quem prosseguir torturando, espancando e matando ponha as barbas de molho. Agora é olho por olho, dente por dente.

Ação Libertadora Nacional (ALN)
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).”

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terça-feira, 10 de setembro de 2024

SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS
VOTE NÃO, POR FAVOR!

Concede anistia aos acusados e condenados em razão dos atos t3rroristas no dia 8 de janeiro de 2023.



AGORA VAI SOBRAR PICANHA, COM VERBA PÚBLICA, É CLARO! * Eduardo Piovesan/Agência Câmara de Notícias

AGORA VAI SOBRAR PICANHA, COM VERBA PÚBLICA, É CLARO!
Eduardo Piovesan
Fonte: Agência Câmara de Notícias

Deputados reunidos no Plenário nesta quarta-feira

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) projeto de lei complementar que retira dos limites de despesas com pessoal os gastos com terceirização e organizações da sociedade civil.

O texto aprovado é um substitutivo da deputada Nely Aquino (Pode-MG) para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 164/12, da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), mudando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na prática, isso aumenta o montante que pode ser gasto com despesas de pessoal dos órgãos públicos, pois retira esses gastos do limite fixado em relação à receita corrente líquida (50% no caso da União, 60% para estados e municípios).

Segundo a proposta, esse tipo de despesa será considerado como “outras despesas de pessoal” na lista de exclusões agora ampliada.

As situações abrangidas são:

- quando a despesa se caracteriza como fomento público de atividades do terceiro setor por meio de subvenções sociais; e

- prestação de serviços por meio da contratação de empresas, de organizações sociais, de organizações da sociedade civil, de cooperativas ou de consórcios públicos.

Exemplo disso são as empresas terceirizadas de limpeza urbana, contratos de gestão hospitalar e outros.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Terceirização é excluída do limite de gastos com pessoal
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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

LULA EMPURRA SERVIDORES FEDERAIS PARA A GREVE * ANDRÉ PELLICCIONE/SINDSPREV.RJ

LULA EMPURRA SERVIDORES FEDERAIS PARA A GREVE
ANDRÉ PELLICCIONE

Asssembleia dos servidores da rede federal de saúde do Rio realizada na tarde desta quarta-feira (4/9), no auditório do Sindsprev/RJ, aprovou a continuidade da greve por tempo indeterminado e reafirmou as pautas dos trabalhadores, como reajuste salarial, concurso público, não ao fatiamento/privatização dos hospitais federais e enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia. A assembleia também aprovou o envio de caravana dos servidores a Brasília, no dia 10 de outubro, para participar de audiência pública que acontecerá na Câmara dos Deputados — sobre a greve da rede federal — e depois realizar um acampamento em frente à casa do presidente Lula (PT). A convocação da audiência pública que acontecerá em outubro foi feita pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

“A nossa greve está constituída e é uma coisa concreta. Tão concreta que o governo quer acabar com ela, apostando em seu esvaziamento. Mas não há ilegalidade alguma na nossa greve, que foi suscitada por conduta ilícita da administração pública. O governo sabe que não pode efetuar o corte do ponto, o governo sabe que não pode culpar a greve pelos problemas de sucateamento da rede. E agora o governo tem que entender que conseguimos abrir negociações com a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, com a qual teremos uma audiência na próxima segunda-feira, dia 9 de setembro, em Brasília”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Contra a municipalização e privatização da rede federal

A assembleia foi aberta com a apresentação de informes das mobilizações e atividades de greve nos seis hospitais federais da rede no Rio. Também foram apresentados informes mais detalhados das sessões dos conselhos municipal e estadual de saúde que, em julho e agosto deste ano, rejeitaram a municipalização da rede federal. “A ideia dos conselhos é solicitar audiência com a ministra Nísia Trindade para confirmar a nossa posição contrária a qualquer municipalização ou fatiamento da rede federal”, explicou Osvaldo Mendes, dirigente do Sindsprev/RJ e presidente do Conselho Municipal de Saúde do Rio. Em resposta a dúvidas dos servidores sobre a sessão do Conselho Estadual de Saúde que também rejeitou a municipalização de unidades federais, Osvaldo respondeu que houve quórum suficiente para tal rejeição.

Presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) manifestou apoio aos servidores. “Sabemos que, infelizmente, a greve é feita majoritariamente por técnicos em enfermagem e sem grande envolvimento de outros profissionais, como médicos, odontólogos e psicólogos. Mas esses profissionais também serão atingidos se o fatiamento da rede acontecer, pois haverá redução do número de trabalhadores e uma piora da situação. Quero lembrar que o governo só não conseguiu fatiar a rede por causa da resistência de vocês. Por isto temos de fortalecer a greve, que é uma luta por mais qualidade no serviço público”, disse ele. Perguntado sobre quais medidas a Comissão de Saúde poderia tomar contra a Portaria nº 4.847 — que transfere a gestão do Hospital Federal do Andaraí ao município do Rio de Janeiro —, Paulo Pinheiro respondeu que, no momento, a orientação da assessoria jurídica da Câmara Municipal é no sentido de não ingressar imediatamente com ação na Justiça, uma vez que a referida Portaria foi apenas publicada pela ministra Nísia, mas ainda não executada.

Servidora lotada no Hospital Cardoso Fontes, Maria Isabel destacou a necessidade de fortalecer a greve. “Estamos num momento derradeiro da nossa luta. O nosso compromisso é o de lutar para conseguir o enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia, mas também vamos continuar brigando contra o fatiamento. Afinal, nós não estamos aqui em vão. Contamos com vocês”, ressaltou.

Fortalecer a greve da rede federal é essencial neste momento

“A importância da nossa união é essencial neste momento. Tomara que esta greve continue até novembro, quando acontecerão as atividades do G-20 aqui no Rio de Janeiro. Nossa mobilização é que nos levará à vitória”, frisou Sebastião José de Souza (Tão), dirigente do Sindsprev/RJ em Niterói.

Também membro da direção do sindicato, Sidney Castro analisou os desafios para os trabalhadores da rede federal. “Já estamos há mais de 100 dias em greve, o que não é nada fácil. Muitos que não acreditaram na nossa greve, como parte dos sindicatos dos enfermeiros e dos médicos, depois tiveram de reconhecer o acerto em fazê-la. Os ataques do governo aos nossos direitos começaram quando ele retirou as estruturas administrativas dos hospitais federais. Lutamos por concurso, pagamento da insalubridade, enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia e não ao fatiamento, mas, se não derrubarmos o fatiamento, vai ser difícil conseguirmos o enquadramento na Ciência e Tecnologia. Precisamos continuar resistindo, como fazemos desde o início desta greve”, disse.

Membro do Comando de Greve do INSS no Estado do Rio e ex-dirigente do Sindsprev/RJ, o servidor aposentado Carlos Vinícius Costa Lopes afirmou seu apoio à greve da rede federal. “Uma greve de quase quatro meses, como a de vocês, não é para qualquer um. Mas nós temos um ponto em comum, pois o mesmo patrão que ataca a saúde é o que também ataca a previdência pública. A greve do INSS continua forte no país e, neste momento, membros do Comando Nacional de Greve ocupam o gabinete da presidência do INSS, em protesto contra a tentativa de desconto dos dias parados. O governo tentou desmobilizar a greve do INSS, mas não conseguiu. Quanto à greve de vocês, eu também vejo que tem perspectiva de vitória”, afirmou, sob aplausos.

Plenária com Reimont sobre enquadramento na Ciência e Tecnologia

Finda a assembleia, por volta de 15h45, foi então iniciada a plenária dos servidores da rede federal — também no auditório do Sindsprev/RJ — com a presença do deputado federal Reimont (PT-RJ). O parlamentar foi convidado por ser autor de uma emenda ao texto do Projeto de Lei (PL) nº 3.102/2022, enquadrando os trabalhadores do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) na carreira da Ciência e Tecnologia. Já aprovada na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, a emenda elaborada por Reimont seguirá as próximas etapas de tramitação. A intenção do Sindsprev/RJ é que o parlamentar envide esforços no sentido de também incluir, no texto do PL 3102 ou em outro dispositivo semelhante, a possibilidade de enquadrar os servidores dos seis hospitais federais (Cardoso Fontes, HSE, Andaraí, Bonsucesso, Lagoa e Ipanema) na carreira da Ciência e Tecnologia. Um dos argumentos centrais para isto é o fato de os trabalhadores dos institutos federais e dos hospitais federais terem ingressado no serviço público por meio do mesmo concurso, o que requer da administração pública um tratamento isonômico e paridade salarial entre os servidores enquadrados e ainda não enquadrados na carreira da Ciência e Tecnologia.

Antes de responder a esta demanda específica, Reimont foi solicitado pelos servidores do INSS e da rede federal a buscar a viabilidade, junto a instâncias do governo Lula, no sentido de abrir negociações com representantes das duas categorias em greve. Sobre o INSS, o deputado se comprometeu a conversar com os ministros Carlos Lupi (Previdência) e Rui Costa (Casa Civil). E sobre a rede federal ele se comprometeu a procurar a ministra Nísia Trindade e também o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI).

Especificamente quanto ao pedido de enquadramento dos servidores dos hospitais federais na carreira da Ciência e Tecnologia, Reimont disse não saber se a reivindicação é viável, mas garantiu que ficará atento quanto às possibilidades de concretizá-la. Segundo ele, a viabilidade poderia ocorrer por meio de inclusão no PL 3.102 ou em outro projeto. “A verdade é que o governo Lula precisa ser pressionado para atender às demandas da sociedade brasileira. Afinal, governo é governo e movimento social é movimento social. Estou à disposição de vocês e quero dizer que podem contar comigo”, finalizou.

sábado, 7 de setembro de 2024

GRITO DOS EXCLUÍDOS: INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

GRITO DOS EXCLUÍDOS: INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO

7 de setembro Juntos na luta pela independência, soberania, autonomia, justiça social,  libertação, solidariedade e autodeterminação  do nosso amado Brasil.
PEDRO CESAR BATISTA
GRITO DOS EXCLUÍDOS - BRASÍLIA
LEOPOLDO PAULINO/SP

Estávamos na Semana da Pátria e, como em todos os anos, a ditadura comemorava o dia 7 de Setembro com desfiles militares e forte esquema de segurança, procurando passar à população a ideia de que o conceito de pátria se confundia com a própria ditadura.


Em Ribeirão Preto, decidimos comemorar o Dia da Pátria a nosso modo.


O palanque para o desfile já estava armado na Avenida Independência. A ALN decidiu colocar ali bombas incendiárias para que ele fosse queimado antes do amanhecer, poucas horas antes do evento para evitar vítimas. Estávamos seguros de que a comemoração da ditadura seria forçosamente cancelada.


Dessa forma, faríamos valer a comemoração da guerrilha, pois nós éramos os verdadeiros patriotas e não aqueles que louvavam o país com desfiles de exibição de armamentos, enquanto entregavam a pátria aos interesses norte-americanos.


Nosso grupo de fogo passou a fazer, então, o levantamento do local da ação. Percorremos por várias vezes a Avenida Independência e as ruas vizinhas, definimos o trajeto, a colocação das bombas e nossa retirada do local.

Já madrugada, no fundo da casa de Claudinei, na Rua Sete de Setembro, 889, confeccionamos as bombas e eu me esmerei em prepará-las com os demais companheiros.


Os dois elementos químicos utilizados para a confecção das bombas não podiam aproximar-se, pois isso causaria a combustão, o que requeria excessivo cuidado na preparação dos artefatos, pois não podiam se acercar os dois companheiros que os manipulavam.


Assim foram as bombas preparadas nos recipientes vazios de duas “laranjinhas” – um refrigerante conhecido na época, com sabor artificial de laranja, cujo frasco de plástico tinha o formato daquela fruta em tamanho maior.


As duas bombas eram suficientes para destruir o palanque.


Encarregado de definir o tempo para a explosão, tive o cuidado de aumentá-lo o máximo possível, pois nunca era exato, mas pude garantir aos companheiros que havia uma margem segura de, pelo menos, uma hora, antes que elas estourassem.


Subimos no carro, Claudinei ao volante, Russo e eu levando às mãos uma bomba cada um, e saímos em direção ao palanque.


Ao aproximarmo-nos do local, um imprevisto nos esperava.


Dois soldados da Polícia Militar faziam guarda em frente ao palanque sem se moverem. Rapidamente, percebemos que seria impossível realizar a ação com a presença deles.


Tínhamos armamento suficiente, superioridade numérica e o fator surpresa do nosso lado, o que me fez propor, com o apoio de Russo, que deveríamos colocar capuzes, dominar os soldados, amarrá-los e realizar a operação.


Claudinei, o comandante da ação, vetou a proposta e alegou, com justa razão, que iríamos realizar a ação em seu carro, um JK vermelho, que seria fácil de identificar já que havia apenas três ou quatro modelos desse tipo em toda a cidade, embora os números da placa estivessem alterados.


Decidiu-se, assim, que nós deveríamos procurar outro local, o mais próximo possível, para realizar o atentado e atingirmos um alvo que simbolizasse a ditadura ou o imperialismo norte-americano.


Começamos, então, a rodar pelo centro da cidade com as bombas no carro, em busca de outro local para efetuar a ação revolucionária.


Ao passarmos pela esquina das Ruas Marcondes Salgado e Duque de Caxias, onde se localizava a Delegacia Regional de Polícia, pensamos em colocar as bombas em viaturas lá estacionadas, o que foi impossível devido à permanência de policiais no local.


Voltamos a circular perto do palanque, mas a situação persistia, com os dois policiais lá postados e, ao que parecia, sem a menor intenção de se afastarem.


Enquanto isso, o tempo corria e eu alertei os companheiros de que não dispúnhamos de mais que vinte minutos para permanecermos com as bombas no automóvel sem o risco de virar churrasco. Naquele instante, tive a ideia: “Coca-Cola”.


Na verdade, a empresa que fabricava o refrigerante, símbolo do capitalismo norte-americano, situava-se perto da Avenida Francisco Junqueira, a algumas quadras dali.


Todos de acordo, rumamos para o local e, depois de um breve levantamento, pouco criterioso em face da premência do tempo que corria contra nós, saltei o muro da Coca-Cola, pela Rua Deolinda, com Russo fazendo proteção armada do lado de fora, enquanto Claudinei permanecia no volante. Já no pátio interno da empresa, coloquei as duas bombas, uma embaixo de cada caminhão.


Retiramo-nos do local quando já amanhecia e nos recolhemos para dormir um pouco e aguardar pelo resultado da ação, que seria o sinal da presença da guerrilha nas comemorações do Dia da Pátria em Ribeirão Preto.


Nas primeiras horas da manhã do dia 7 de Setembro, a primeira bomba entra em combustão e inicia um incêndio em um dos caminhões, enquanto são chamados os bombeiros e a polícia.


De plantão estava o delegado Vlamir Pupo, que nunca se envolveu com a repressão política, mas que compareceu ao local em virtude de ser o plantonista.


Talvez animado com a possibilidade de se promover diante do fato, tomou a segunda bomba em suas mãos, colocou-a em seu carro, um Karman Ghia, veículo de pequeno porte que estava na moda naquela época, e propôs-se a levar o artefato explosivo para a delegacia.

Eu havia programado para que a segunda bomba explodisse mais ou menos meia hora depois da primeira. O delegado, de maneira imprudente, acreditou que ela tivesse falhado, levando-a ao plantão policial.


Ao chegar à delegacia, Vlamir colocou o artefato em sua mesa e deixou a sala por alguns minutos para chamar outras pessoas que o ajudassem a desmontá-lo.


Nesse ínterim, a bomba entrou em combustão e iniciou um princípio de incêndio que foi logo debelado, mas que completou nossa comemoração do Dia da Pátria. Na verdade, o delegado fez o que, para nós, teria sido praticamente impossível: levar a bomba para estourar dentro da delegacia de polícia.

Trecho do Livro Tempo de Resistência 12ª. Edição de Leopoldo Paulino


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