segunda-feira, 4 de novembro de 2024

MARIGHELLA HERÓI DO POVO BRASILEIRO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

MARIGHELLA HERÓI DO POVO BRASILEIRO

Não pretendo nada,
nem flores, louvores, triunfos.
nada de nada.
Somente um protesto,
uma brecha no muro,
e fazer ecoar,
com voz surda que seja,
e sem outro valor,
o que se esconde no peito,
no fundo da alma
de milhões de sufocados.
Algo por onde possa filtrar o pensamento,
a ideia que puseram no cárcere.

A passagem subiu,
o leite acabou,
a criança morreu,
a carne sumiu,
o IPM prendeu,
o DOPS torturou,
o deputado cedeu,
a linha dura vetou,
a censura proibiu,
o governo entregou,
o desemprego cresceu,
a carestia aumentou,
o Nordeste encolheu,
o país resvalou.


Tudo dó,
tudo dó,
tudo dó...


E em todo o país
repercute o tom
de uma nota só...
de uma nota só...


O País de Uma Nota Só
Carlos Marighella
&
Carlos Marighella

Carlos Marighella essa mensagem é para os operários de Sao Paulo
Da Guanabara, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande Do Sul
Incluindo os trabalhadores do interior
Para criar o núcleo do exército de libertação

Carlos Marighella, Carlos Marighella
Carlos Marighella (Carlos Marighella) o poder pertence ao povo
(Carlos Marighella) nosso lema é unir as forças revolucionarias
(Em qualquer parte do Brasil, compatriotas de todas parte
Podem surgir dos bairros, das ruas, dos conjuntos residenciais
Das favelas, mocambos, malocas e alagados
A missão de todos os revolucionários é fazer revolução
Cada patriota deve saber manejar sua arma de fogo

(Carlos Marighella) aumentar sua resistência física (Carlos Marighella)
O principal mesmo para destruir seus inimigos é aprender a atirar
(Carlos Marighella)

Carlos Marighella, atenção, atenção, atenção
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (vamo! Oi!)
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal
Protetor das multidões
Três encarnações de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel, se é o céu o que Deus quer
Consumado, é o que é, assim foi escrito
Mártir, o mito ou Maldito sonhador
Bandido da minha cor
Um novo Messias
Se o povo domina ou não
Se poucos sabiam ler
E eu morrer em vão
Leso e louco sem saber
Coisas do Brasil, super-herói, mulato
Defensor dos fracos, assaltante nato
Ouçam, é foto e é fato a planos cruéis
Tramam 30 fariseus contra Moisés, morô
Reaja ao revés, seja alvo de inveja, irmão
Esquinas revelam a sina de um rebelde, óh meu
Que ousou lutar, honrou a raça
Honrou a causa que adotou
Aplauso é pra poucos
Revolução no Brasil tem um nome
Vejam o homem
Sei que esse era um homem também
A imagem e o gesto
Lutar por amor
Indigesto como o sequestro do embaixador
O resto é flor, se tem festa eu vou
Eu peço, leia os meus versos, e o protesto é show
Presta atenção que o sucesso em excesso é cão
Que se habilita a lutar, fome grita horrível
A todo ouvido insensível que evita escutar
Acredita lutar, quanto custa ligar?
Cidade chama vida que esvai por quem ama
Quem clama por socorro, quem ouvirá?
Crianças, velhos e cachorros sem temor
Clara meu eterno amor, sara minhas dores
Pra não dizer que eu não falei das flores
Da Bahia de São Salvador Brasil
Capoeira mata um mata mil, porque
Me fez hábil como um cão
Sábio como um monge
Antirreflexo de longe
Homem complexo sim
Confesso que queria
Ver Davi matar Golias
Nos trevos e cancelas
Becos e vielas
Guetos e favelas
Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício
Ê vida difícil, ô povo feliz
Quem samba fica
Quem não samba, camba
Chegou, salve geral da mansão dos bamba
Não se faz revolução sem um fura na mão
Sem justiça não há paz, é escravidão
Revolução no Brasil tem um nome
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal
Nessa noite em São Paulo um anjo vai morrer
Por mim e por você, por ter coragem de dizer
Todos nós devemos nos preparar para combater
É o momento para trabalhar pela base
Mais embaixo pela base
Chamemos os nossos amigos mais dispostos
Tenhamos decisão
Mesmo que seja enfrentando a morte
Por que para viver com dignidade
Para conquistar o poder para o povo
Para viver em liberdade
Construir o socialismo, o progresso
Vale mais a disposição
Cada um deve aprender a lutar em sua defesa pessoal
Aumentar a sua resistência física
Subir ou descer
Numa escada de barrancos
A medida que se for organizando a luta revolucionária
A luta armada, a luta de guerrilha
Que já venha com a sua arma

(Atenção)
Muito obrigado Marighella pela sua participação (Carlos Marighella)
Muito obrigado Carlos Marighella
Carlos Marighella

Eh Marighella agradecemos-lhe pela sua participação para o Brasil
Que com estes princípios se pode obter as mudanças
Carlos Marighella hoje vem para falarmos a cerca da conferencia da Orla
Marighella que impressões você teve da conferencia
Marighella em que outro aspecto você considera importante
Entre os vários temas tratados na conferencia da OLAS?
Marighella e sobre a questão da tomada do poder pelas forças revolucionarias
Também discutida na OLAS?
O que você tem a dizer a respeito?
Marighella, passando a outro ponto
Muito obrigado Marighella pela sua colaboração com o nosso programa! 

CARLOS MARIGHELLA

*
PERSIGO


Persigo tua lembrança
Tua cidade
Teu bairro
A Rua do Desterro
O Ginásio
A Politécnica baiana
A Baixa dos Sapateiros

Persigo
O itinerário
O Partido
São Paulo
Tuas viagens pelo mundo
URSS
China
Cuba
Algumas fotos
Como aquelas dos disparos
No cinema do Rio

Cadernos com frases
Poemas
Recortes amarelos de jornais
Persigo tua lembrança
Tuas palavras
Tuas ideias
Sem licença
Para praticar
Ações revolucionárias

Persigo tua lembrança
Algumas flores
Que cresceram
Do teu sangue
Na Alameda
Embora nunca mais
Tenha pisado ali
A primavera

Persigo tua lembrança
Tuas prisões
Tuas torturas
Fernando de Noronha
E a Ilha Grande
Teus discursos deputados
Tuas poesias guerrilheiras
Tuas ações
O Guerrilheiro
A OLAS

Persigo
Teu exemplo
Tuas lições
Até hoje
Proibidas nas Escolas...


(Do livro POESIAS SEM LICENÇA PARA CARLOS MARIGHELLA, Carlos Pronzato, 2014, Editoras Plena e Red, SP)
UMPOEMA PARA MARIGHELLA


Disciplina/ ousadia/ esperança/ liberdade/ Sonho de pais, avós, criança...//1964. Primeiro de abril/ ditadura. Prisões, tortura/ juventude, atitude, bravura// um tiro pela manhã/um encontro frustrado/ alguém espreita de uma janela/ psiu, passos rápidos/ emboscada/É Marighela/Tá lá o corpo do herói, no chão/A luta continua... Apesar das fake news/De uma direita repelente/bora povo, o Brasil precisa de nós/Borá pra rua.

Graça Andreatta 4/11/2024
*
 *BOM DIA MEUS IRMÃOS DE LUTAS*
ANTONIO CABRAL FILHO.RJ

Preciso desabafar com vocês: sempre fiz tudo que acho necessário para organizar a nossa classe e o povo de nosso país. 

Vivi o golpe de 1964 e tudo fiz pela sua derrubada e só não entrei na luta armada graças à morte do Comandante Marighella. Naquele momento as lutas mudaram de forma. 

A forma organização operária e popular sempre foi o grande mote. Deu nas DIRETAS JÁ, na constituinte e culminou na "redemocratizaçao" golpeada em 2016. 

Desde então todos sabemos o resultado: elegemos  Lula presidente. Mas essa "eleiçao" trás o quê de concreto para todos nós?  Primeiro, uma grande preocupação  com os rumos do novo mandato LULA.PT&CIA. Segundo, por mais que tenhamos conquistas, elas dependerão mais de nossa capacidade de organização . mobilização do que efetivamente da boa vontade política do conglomerado de forças da coligação que envolve o presidente eleito. 

Portanto, sem meias vacilações,  vamos ao que interessa. Tudo que tenho visto no campo das iniciativas de organização.mobilizacao dos oprimidos tem sido sistematicamente posto no lixo pelas forças inimigas. Isso nos obriga a fazer um exercício de pensar as nossas ações e ver onde estamos errando. Porque efetivamente estamos errando. Será que temos priorizado demais o trabalho virtual? Será que abandonamos o contato direto com nossos irmãos?  Será que temos recriado o suficiente as formas de organização?  

Bom, são perguntas. Perguntas feitas por mim. Não estou me respaldando em nada nem ninguém além da minha militância nos últimos 50 anos de Brasil. 

Creio que temos em nossos ombros a responsabilidade de não permitir mais o retrocesso na luta de nossa classe e do nosso povo. Até porque todos nós estamos vendo quem é o nosso inimigo fundamental: O CAPITAL.  Ele lança mão de qualquer fascistóide de aluguel para nos massacrar.  E não cabe mais titubeação. 

Como dizia Marighella: 
*A AÇÃO FAZ A VANGUARDA*
*

MARIGHELLA, PRESENTE!


O filme Marighella de Wagner Moura é um soco no estômago, uma tapa na cara, um gancho no queixo. Você bate, apanha, vai quase a nocaute, levanta, desperta e pensa qual será o próximo movimento físico e metafísico.


O filme prende a respiração, não oferece espaço pra distração, deixando-nos atentos, fortes e mobilizados o tempo todo. E agora.


Marighella é um filme phodda! Põe a gente num ringue. Ou melhor, numa luta. Ao final do último round somos tomados por um impulso no pulso erguido e cerrado em duas palavras de ordem: “Marighella, presente!” Seguido, imediatamente, por um “Fora Bolsonaro!”. 


Noutras palavras, Marighella é um filme de ação. Ele nos coloca em estado de luta. Ele nos mobiliza por dentro e por fora no sentido de que outro país mais justo e democrático não é só mais possível e sim, necessário. 


O filme de Wagner Moura não é só uma representação histórica ou narrativa cinematográfica de um passado ditatorial civil-militar violento e bem recente na história de nosso país.  Como disse Wagner Moura, o filme fala muito mais do Brasil de hoje, deste tempo sombrio que ataca por dentro do próprio governo, o estado democrático de direito.


A exibição do filme Marighela no dia 26 de outubro no Cineteatro São Luiz em Fortaleza, Ceará, foi uma noite memorável e encantadora. Façamos de cada exibição do filme Marighella nas salas de cinema um ato artístico e político pela redemocratização do Brasil. Mas também um ato de amor pelo Brasil, como grita a atriz Maria Marighella, numa das cenas mais emocionantes do filme. 


Dentre as várias leituras possíveis, o filme veio para nos tocar e mobilizar pela redemocratização do Brasil. Nossos corações democratas agradecem e se sentem comovidos (comover é mover com) e mais mobilizados pela reconstrução, refundação e regeneração do Brasil. Isso é urgente, enquanto ainda temos tempo. Numa frase de Marighella que capturo do filme, “as pessoas precisam saber que no Brasil tem gente resistindo”. Sim Marighella, sim Wagner, estamos na r(e)xistência. Eles não vencerão. A liberdade é uma luta constante.


No mais, Salve Wagner Moura! 

Marighella, presente!


Saudações ternas e (in)tensas


Fabiano dos Santos Piúba

Fortaleza, 27/10/2022 

(um texto ainda com a temperatura do filme em mais do que meu corpo)

JOAQUIM CÂMARA FERREIRA, 2º HOMEM NA ALN.
*
Perseguição Política e Ideológica 


Quem quis matar a luta 

do Martin Luther King?

 

Por que puseram Gandhi atrás das grades? 

 

Por que mandaram prender Mandela?

 

Quem mandou matar Marielle? 

 

Quem deu guela 

de onde tava o 

Marighella?

 

A prisão do Rafael Braga ainda indaga:

ver o sol nascer quadrado 

por portar um Pinho Sol?

 

E o Malcolm X, então,

precisa dizer 

qual foi o X da questão? 

 

E o Chico Mendes? Me diz 

E o que devia Angela Davis?

 

E a Carolina Maria, 

que foi presa porque lia?

 

Lição da Malala:

educação não é balela

 

E por que mantiveram o homem

que tirou o país da fome

quinhentos e oitenta dias 

trancado numa cela?


 Rafael de Noronha (São Paulo/SP)

A Marighella - CPR] [Marighella Vive!]

Aos 4 dias do mês de novembro de 1969, em noite de terça-feira, em São Paulo capital, Carlos Marighella, Comandante da Revolução Socialista Brasileira, era brutalmente assassinado pelas forças repressivas da ditadura militar, então instalada no Brasil após o golpe de 1964.

Naquela ocasião, o movimento comunista do Brasil, a tradição combativa de nosso povo, e a luta revolucionária pela Libertação Nacional e pelo Socialismo, enfim, perderiam um homem de pensamento e ação, um militante da teoria e da prática, que perto de completar 58 anos de vida, estava liderando a única resistência possível diante dos idos ditatoriais. O povo brasileiro perderia naquele momento o seu filho mais completo politicamente, a brava gente deste país perderia um verdadeiro herói.

Aqueles que mataram Marighella não conseguem ocupar a memória nem mesmo dos canalhas que tentam ainda hoje defender o indefensável regime facínora militar. Aqueles que mataram Marighella acabaram fuzilados pela História. Aqueles que mataram Marighella, e nisso estão também os que mandaram matar, inclusive o próprio imperialismo ianque e seus títeres da ditadura no Brasil, todos esses, mais cedo ou mais tarde, terão as contas acertadas com o povo explorado do Brasil e de todo o mundo.

O corpo de Marighella descansa em Salvador, a capital baiana onde nasceu o Comandante em 5 de dezembro de 1911. Mas a sua presença nunca parou. Marighella está presente em todas as lutas do povo brasileiro.

Carlos Marighella vive, Carlos Marighella para sempre viverá!

Há 55 anos ele morria por nós, ele morria pelo povo, ele morria pelo Brasil...

*

sábado, 2 de novembro de 2024

INFORME FRT * FÓRUM NACIONAL DA FRT/Frente Revolucionária dos Trabalhadores (FRT)

INFORME FRT
FÓRUM NACIONAL DA FRT/Frente Revolucionária dos Trabalhadores (FRT)

Saudações, camaradas!

Foi organizado hoje (02/11/2024), uma reunião da nossa FRT, onde discutimos alguns tópicos que julgamos importantes na atual conjuntura histórica das lutas de classes no Brasil e no mundo. Abaixo segue de forma bem resumida alguns tópicos de nossa reunião:

1-Foi abordado a atual ameaça da ofensiva burguesa contra os trabalhadores no Brasil pelas mãos do governo Lula. Avaliamos que essa ofensiva atual, é parte componente do contexto da guerra que os capitalistas têm travado contra a classe operária em todo o mundo. Ao nosso ver, é uma exigência imperativa do modo de produção capitalista em crise geral e que parece ter encontrado alguns limites absolutos para a sua reprodução: o capital somente pode reproduzir-se atualmente no lastro da barbárie e da destruição, o que leva a seguinte perspectiva histórica: a perenidade do capitalismo como modo de produção dominante na sociedade, tem dado mostras concretas de que já põe em risco as condições de existência da humanidade;

2-É dentro desta perspectiva histórica totalizante, que devemos ter em conta o que ocorre no Brasil e o avanço dos ataques neoliberais que o governo Lula.

3- pode começar a acirrar contra os trabalhadores. Enquanto nos seus dois mandatos anteriores Lula possuía margens de manobra para disfarsar-se como social democrata neodesenvolvimentista, hoje, num quadro de deterioração generalizada do regime burguês e do declínio histórico do sistema de dominação imperialista, o governo petista não pode mais manobrar como antes.

A burguesia e o imperialismo exigem severidade austericida e neoescravismo contemporâneo como "atualização" da histórica relação de superexploração do trabalho, como eixo central característico do capitalismo dependente;

4-Ao adotar em seus traços principais, o modelo econômico desenhado pelo grande capital financeiro e pelo latifúndio contemporâneo, o governo de Lula já se desgasta e leva de roldão o seu partido, além de desmoralizar sua base e todo o arco da esquerda liberal. Num contexto histórico de acirramento da ofensiva guerreirista das classes dominantes contra as massas, suprime-se as bases da política vacilante, conciliatória e bem comportada do que hoje se convencionou chamar de "esquerda" no Brasil. Forma-se assim o vácuo político preenchido e consolidado pela extrema direita agressiva e pela hegemonia ideológica neopentecostal.

A vitória acachapante da extrema direita nas eleições municipais deste ano deixa bem claro esse fenômeno. Onde a esquerda esmorece e se apresenta como agente da ordem; onde não se apresenta como ferramenta estratégica e referência de luta das massas trabalhadoras, o inimigo de classe encontra um campo aberto para atuar, manobrar e dar as suas cartas. A situação atual de enfraquecimento e decadência ideológica, programática, teórica e organizativa da esquerda brasileira, tem desarmado os trabalhadores e facilitado o caminho para a consolidação do Estado neoliberal no Brasil.

Não podemos esquecer que Lula tem sido desde às últimas décadas, o grande instrumento de desmobilização, despolitização e desmoralização da classe operária em nosso país. Dessa forma o PT, uma espécie de socialdemocracia tardia, fora do tempo e do espaço, perdeu já todas as condições que lhe permitia manter certa hegemonia no movimento operário e popular brasileiro, como como peso eleitoral;

5-Portanto, a atual crise generalizada do regime burguês, golpeou no coração as possibilidades de continuidade e perenidade do oportunismo petista. O PT passou pelo seu grande transformismo, tornou-se um agente da ordem, neste período de contra reforma burguesa, característico do capitalismo em sua fase neoliberal e agora transfigura-se cada vez mais num partido de centro, caminhando para se tornar um novo PSDB. E mais, o mesmo destino espera os demais entes da esquerda liberal, que em seu nascedouro já não encontram bases concretas para ocupar o posto do PT no campo do oportunismo;

6-Ao nosso ver, o recrudescimento das amarras da dependência do Brasil em relação ao grande capital imperialista e estrangeiro, sua posição subordinada no mercado e na divisão mundial do trabalho, são as bases das vergonhosas captulações e traições cometidas por Lula e sua chancelaria (Celso Amorim em primeiro lugar) no âmbito internacional. O imperialismo não permite mais vacilações demagógicas de Lula e exige fidelidade absoluta de seu mordomo latinoamericano, seja para quebrar as possibilidades de integração latinoamericana, isolar geoestratégicamente a Venezuela visando azeitar as armas da guerra híbrida contra a pátria de Bolívar e Chávez, ou sobretudo, inviabilizar e enfraquecer os BRICS por dentro. Essas são as tarefas que o decadente Tio Sam exige de seu vassalo petista;

7-Dentro dessa conjuntura adversa, a questão fundamental para os trabalhadores é reorganizar suas forças, restabelecer com paciência e consciência, seu poder de fogo, construir ou consertar suas ferramentas e armas que dêem condições de preparar um novo período de ofensiva contra o inimigo.
Reconstruir uma retaguarda que dê proteção e sustentação, mas acima de tudo, solidificar uma vanguarda que esteja a altura do que a guerra exige, são as principais tarefas da estratégia e tática da arte da guerra de classes na contemporaneidade.
Neste sentido, nossa avaliação é que torna-se um imperativo reconstruir um partido revolucionário de massas no Brasil, que possa se inserir no interior da classe, fortalecer sua hegemonia e conquistar a possibilidade de tornar-se o grande dirigente da classe. Essa tarefa tem, ao nosso ver, de estar sendo discutida, analisada e pensada pelos atuais setores revolucionários minoritários que não se renderam a ordem do capital. Superar nossa fragmentação, aglutinar numa organização os elementos mais conscientes do que existe entre os melhores e mais aguerridos militantes e dirigentes, aplainar uma estrada que possa nos unificar para uma direção que possibilite fortalecermos e colocar em pé tal perspectiva de organização, deve ser tarefa central para os revolucionários dispersos no país;

8-Diante da grave crise que passa o movimento operário brasileiro devido a uma conjunção de fatores, avaliamos que é preciso estabelecer um eixo de atuação que, mesmo limitado, possa fazer retomar uma política de atuação sistemática dos revolucionários nos locais de trabalho, nos sindicatos, fomentando a formação de oposições sindicais e núcleos de trabalhadores ; na aproximação das massas nos bairros populares e nas escolas, etc. Fortalecer um plano estratégico e tático para tal trabalho entre a classe, é o primeiro passo a ser dado, no sentido de batalhar para minar a influência ideológica da extrema direita, da cultura burguesa individualista e do neopentecostalismo entre as massas;

9-Diante da ofensiva mundial do imperialismo contra os povos para incrementar o neocolonialismo contemporâneo e a pilhagem, a América Latina torna-se vulnerável às investidas imperialistas, fato que a história de nossa região tem confirmado. Neste sentido, avaliamos que a criação de uma organização de Frente Antiimperialista em nosso continente é indispensável. A Frente Antifascista convocada pelo governo Maduro é, neste sentido, muito importante e condiz com a necessidade atual da sistematização da luta antiimperialista e antisionista, apesar de suas limitações. Dessa forma, temos estabelecido e fortalecido os contatos internacionais que estão se encaminhando para fortalecermos de alguma forma, mesmo que limitadamente essa ferramenta internacional de combate ao imperialismo e ao sionismo. Também, participar ativamente da resistência e luta da povo palestino de alguma forma, golpeando internacionalmente o Estado genocida de "Israel" , talvez seja a tarefa mais importante de nosso tempo, pois derrotar o Estado sionista é derrotar o imperialismo, maior inimigo da humanidade e base de sustentação do capitalismo mundial.

Essas são algumas questões debatidas pelos camaradas da FRT em nossa reunião. Fazemos um chamado aos demais camaradas para que venhamos a amadurecer essas discussões e que possamos trabalhar juntos para colocarmos em pé as ferramentas indispensáveis para o combate contra o capital e para a revolução socialista em nosso país.

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DOS TRABALHADORES
FRT
02/11/2024
*

ESTADOS UNIDOS SEM SONHO AMERICANO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

ESTADOS UNIDOS SEM SONHO AMERICANO

Donald Trump e a imagem atual dos Estados Unidos da América são o resultado do auge da deformação do sistema político capitalista burguês americano.

A actual campanha eleitoral nos EUA é um reflexo do estado actual da democracia burguesa americana, onde, por um lado, os eleitores terão de “decidir” entre duas opções políticas predominantes, um candidato Republicano e um candidato Democrata, ambos expoentes da mesma águia imperial.

E não é que o boletim de voto traga consigo os nomes de outros candidatos à Casa Branca, mas, num regime onde a política se baseia no poder do dinheiro, falar de uma batalha justa pelo poder depende apenas da vontade de alguns, sobre as maiorias.

 Lembre-se que ao final do massivo processo de 5 de novembro, a vontade popular dependerá da decisão final dos delegados eleitorais em dezembro, e é aí que se saberá qual figura liderará os destinos dos Estados Unidos para o futuro, um período de quatro anos marcado pela incerteza em sintonia com os acontecimentos mundiais e do qual o país do Norte é um ator fundamental no seu desenvolvimento.

Os EUA estão imersos numa profunda crise de liderança política, Biden chegou como um sopro de esperança após a gestão maquiavélica de Trump, mas o seu legado não terá sucesso depois de ter embarcado o seu país numa tendência histórica de querer dizimar a capacidade russa, investindo dinheiro em um conflito que limitou os próprios cofres federais para desenvolver o país, enquanto a China habilmente e mais do que relegou os Estados Unidos em infraestrutura e tecnologia.

Além disso, numa miopia política, foi tardiamente decidido processar Donald Trump pelos crimes cometidos, apesar de ter provas suficientes, e, apesar de ter sido considerado culpado em resultado do seu primeiro julgamento, o juiz, convenientemente, decidiu adiar o seu veredicto até depois das eleições. Não ter agido imediatamente após os acontecimentos no Capitólio deu o tempo necessário para a reorganização das forças trumpistas.

Trump baseia o seu ego nos seus milhões de dólares, referir-se ao seu homólogo com os epítetos mais bizarros é um reflexo da pobreza que tomou conta da moralidade política ali. É um claro desafio às normas estabelecidas pelos Estados Unidos, interna e externamente, mas se tomar novamente o poder, baseará a sua nova administração na liquidação dos direitos sociais alcançados pela sociedade americana durante décadas de esforço constante. Ele traçará uma linha de vingança contra tudo o que foi projetado contra ele e, com a história de “Make America Great Again”, irá afundá-la ainda mais. Veja as características da base fundamental do seu eleitorado.

Em termos macroeconómicos o país está mais ou menos bem, mas quando olhamos da perspectiva das necessidades das pessoas, a maioria apenas percebe que os seus bolsos estão endividados. A dívida é uma das formas pelas quais a vida cotidiana americana é fundada.

Tenhamos presente que as próprias contradições do sistema, que durante décadas foi exposto ao mundo como o "mais democrático", já estão a cobrar o seu preço e a levar o povo dos Estados Unidos a um limite de consequências imprevisíveis, sob uma política política elite limitada pela plutocracia e pela corrupção.

A suposta liberdade de compra e venda de armas, referendada numa constituição desenhada numa época caracterizada por um carácter de colonização e conquista, e matizada por uma fervorosa cultura cowboy onde a violência era "lei e ordem", criada com o discurso do tempo uma das sociedades mais armadas que já se viu nos tempos modernos. Armas de todos os tipos nas mãos de todos os tipos de entidades sociais.

Este não é um elemento menor, mas muito importante a destacar, a começar pela ameaça latente que a ocorrência de uma nova 'guerra civil' representa para a estabilidade da própria nação, o que seria agravado pela deterioração da imagem pública e a devassidão do desejo de poder de uma elite que, dividida em dois lados do que é considerado um mesmo partido, responde diretamente aos interesses de grupos economicamente influentes e muitas vezes determinantes.

Não esqueço que a democracia ao estilo americano muitas vezes passa despercebida aos olhos do mundo, e até do próprio povo americano, elemento que aí é considerado completamente normal, e é o exercício posto em prática pelas grandes corporações de lobby, todos os tipos, dependendo da vontade dos próprios representantes políticos no Congresso.

Há uma frase muito antiga, mas não menos válida nessa natureza destrutiva e desumana imposta a gerações inteiras pelo capitalismo: ‘quem paga manda’.
Isso deve ser mudado, e essa necessidade histórica de mudança está nas mãos daqueles que estão por vir, e se alguma coisa resta daqueles de nós que estamos aqui hoje.

A foto é muito antiga, mas é a mesma realidade hoje.
-AUTORIA DESCONHECIDA-

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Lei de Responsabilidade Fiscal (iniciando com o assunto, explicando que vem a ser política fiscal * Igor Grabois/SP

Lei de Responsabilidade Fiscal 
IGOR GRABOIS
Iniciando com o assunto, explicando que vem a ser política fiscal
Organização Comunista Arma da Crítica
OCAC
*

MANIFESTO CONTRA O PACOTE ANTIPOPULAR * Articulação de Movimentos Sociais/Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

MANIFESTO CONTRA O PACOTE ANTIPOPULAR
O Manifesto reúne centenas de acadêmicos, economistas, pesquisadores, comunicadores populares, sindicalistas e parlamentares contra as políticas de austeridade fiscal do governo federal.


Nesta quarta feira (30/10), centenas de acadêmicos, economistas, pesquisadores, comunicadores populares, sindicalistas e parlamentares lançam o Manifesto Contra o Pacote Antipopular, iniciativa condenando publicamente os cortes sociais anunciado pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet para o final deste ano.

Reunindo intelectuais como Vladimir Safatle, Ricardo Antunes, Lena Lavinas, Paulo Nakatani, ex-ministros como Roberto Amaral e José Gomes Temporão, além de parlamentares como Luiza Erundina, Sâmia Bomfim, Glauber Braga, Tarcísio Motta, Chico Alencar e Luciana Genro, presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, o texto condena a política de austeridade fiscal do governo federal que afeta diretamente gastos sociais nas áreas da saúde, educação, assistência social, previdência, entre outras.

As assinaturas estão sendo recolhidas através da
que pode ser lido na íntegra abaixo:

Nós, acadêmicos e especialistas em direitos sociais, economistas, pesquisadores, comunicadores populares, sindicalistas, ativistas do movimento estudantil, do movimento popular e parlamentares, nos unimos para condenar de forma veemente o conjunto de medidas de cortes sociais anunciado pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet para o final deste ano. As áreas alvo desses ataques já estão definidas: saúde, educação, Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e outros direitos essenciais. Embora os detalhes finais ainda não tenham sido divulgados, já está evidente que essas medidas fazem parte de uma estratégia de austeridade que aprofunda o Novo Arcabouço Fiscal e ataca diretamente conquistas sociais históricas

Desde o início, o Novo Arcabouço Fiscal foi concebido para impor limites rígidos aos gastos sociais e aos investimentos públicos, enquanto protege as despesas financeiras, especialmente o pagamento de juros que beneficiam os grandes rentistas. Essa estrutura gerou uma incompatibilidade entre os pisos constitucionais de saúde e educação, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a parcela dos benefícios previdenciários e de seguridade social vinculados ao salário mínimo, em relação ao Novo Teto de Gastos.

A fórmula fiscal atual foi estruturada para impedir que esses direitos, vinculados ao crescimento da receita corrente líquida (no caso da saúde), à receita de impostos (no caso da educação) e ao reajuste do salário mínimo (no caso do BPC e da previdência), sejam acomodados dentro dos limites estabelecidos. Essa configuração impede que os gastos cresçam conforme a demanda social e a dinâmica econômica, levando a uma compressão contínua desses direitos.

O pacote de austeridade agora anunciado e amplamente divulgado pela imprensa é a segunda fase desse programa: um ataque direto aos direitos sociais, buscando comprimir o que é garantido pela Constituição para que caiba dentro de um teto de gastos artificialmente limitado. As medidas em discussão incluem a flexibilização de direitos trabalhistas, como a redução da multa de 40% do FGTS para demissões sem justa causa e do seguro-desemprego, além de possíveis alterações no abono salarial e no BPC. O objetivo é claro: reduzir e restringir direitos básicos para obedecer às regras fiscais que priorizam as exigências do mercado às custas do bem-estar social. Mas quem paga essa conta? No caso do BPC, as principais vítimas são mulheres idosas negras e pessoas com deficiência, que constituem a maioria das beneficiárias e dependem diretamente desse programa para sobreviver. Trata-se de um pacote antipopular, que ignora deliberadamente as desigualdades estruturais do país e agrava a situação dos mais vulneráveis.

As medidas contam com o apoio de entidades como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da grande imprensa, que têm defendido abertamente que, para manter o Novo Arcabouço Fiscal, é necessária uma “redução estrutural” dos direitos sociais. Nós, em contraste, defendemos que o Novo Arcabouço Fiscal seja alterado ou revogado para que os direitos sociais não apenas sejam preservados, mas também expandidos, garantindo a inclusão e a proteção da população mais vulnerável.

A narrativa de crise fiscal é uma construção falaciosa. O verdadeiro problema não é a falta de recursos, mas a escolha de onde e como aplicá-los. A expansão fiscal promovida em 2023 e 2024 pelo governo Lula, possibilitada pela PEC de Transição, demonstrou que políticas fiscais expansivas podem impulsionar o crescimento econômico e reduzir o desemprego, sem causar descontrole inflacionário. Essa expansão fiscal abriu espaço para investimentos em infraestrutura, saúde e programas sociais, provando que a austeridade não é a única opção viável. Entretanto, este novo pacote de medidas visa precisamente o oposto: reverter esses avanços, sufocar o crescimento e impor uma política que perpetua o subfinanciamento crônico das áreas sociais.

Ceder a essa lógica de cortes e restrições não é apenas um erro econômico; é um ataque frontal aos direitos sociais e à dignidade da população. Ao abandonar investimentos em áreas essenciais, o governo abre caminho para o avanço de discursos autoritários e reacionários que se alimentam do desespero e da frustração popular. Essa estratégia é exatamente o que a extrema direita espera: um governo enfraquecido, incapaz de responder às demandas sociais e cada vez mais submetido aos interesses financeiros.

Por isso, convocamos todos e todas — trabalhadores, movimentos sociais, sindicatos, partidos, organizações da sociedade civil (OSCs) e todos os cidadãos comprometidos com a defesa dos direitos sociais e com a democracia — a se mobilizarem contra esse Pacote Antipopular. Não podemos permitir que direitos conquistados ao longo de décadas sejam destruídos por políticas de austeridade que apenas aprofundam a desigualdade e a exclusão. O momento exige resistência, organização e luta. Precisamos proteger a saúde, a educação, a previdência e, acima de tudo, a dignidade da classe trabalhadora. Sem uma resposta firme, o neoliberalismo continuará a devastar o que resta das conquistas e dos direitos da classe trabalhadora, entregando tudo ao mercado e sacrificando a maioria em nome do lucro de poucos.