CARTA À GOVERNADORA
Amiga Fátima Bezerra
Que do piso, é a madrinha
Sou um simples professor
Que nessa luta caminha
Venho pedir a senhora
Que leia a minha cartinha
II
Não serei mal educado
Na minha carta-cordel
Eu apenas pedirei
Que cumpra com seu papel
Pra que eu não acredite
Que a senhora é infiel
III
Aqui eu venho pedir
Para toda a minha classe
Ficaria agradecido
Se a senhora não negasse
O que nos foi prometido
E acabasse esse impasse
IV
Em momentos de campanha
Mostrando um largo sorriso
Muitas vezes repetiu
O valor da Lei do piso
Se a senhora esqueceu
Não tem problema, eu repriso
V
Já fui seu admirador
De acompanhar e aplaudir,
Estou aqui pra cobrar
Tudo que me fez ouvir
Todas as frases de efeito
Que fez eu me iludir
VI
Você se lembra do tempo?
Que era nossa companheira
Batendo nos inimigos
Dessa nação brasileira
Construindo uma Educação
Pra não ficar na poeira
VII
Via em você uma guerreira
De coragem e muita ação
Dizendo ser professora
De uma nova educação
Quando chegou no poder
Me encheu de decepção.
VIII
As perdas salariais
Causam grande sofrimento
A senhora poderia
Compensá-las com aumento.
Mas as promessas que fez
Caíram no esquecimento.
IX
Prezada governadora
Pare um pouco pra pensar
Agindo dessa maneira
Você não tem à ganhar
Melhore sua proposta
Pra essa GREVE acabar
X
Não vá contra seu discurso
Pois disso, tu não precisa
Honre a sua palavra
De forma definitiva
E peço que não transforme
Nosso piso, numa PISA
XI
Minha amiga professora
Seja bem mais moderada
Não PISE na sua classe
Que um dia foi aliada
E honre essa cadeira
Que a senhora estar sentada
XII
Desculpe se lhe falei
Palavras que tu não gostas
Avise a seus deputados
Que vamos dar as respostas
Pois a classe foi traída
Com a punhalada nas costas
XIII
Esperava da senhora
Um outro comportamento
Uma proposta ridícula
Não chegando a 10 por cento.
Com respeito eu lhe pergunto
temos cara de jumento?
XIV
Nos momentos de campanha
Batia em opositores
Apoiando a nossa luta
Agradando os eleitores
Sempre culpabilizando
Os outros governadores.
XV
Não vá pensar que estamos
Cabisbaixos e parados
A luta não terminou
Nós não fomos derrotados
Pois a vida é dinâmica
E estamos mobilizados
XVI
No passado era a senhora
Que a classe incentivava
A lutar por reajuste
Que era o que mais faltava
Professora, nesse tempo
Você só nos enganava?
XVII
Só espero mais respeito
E seja mais consciente
Lembre que foi professor
Que lhe deu essa PATENTE
Reveja sua proposta
E respeite mais a gente.
César Oliveira.RN