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sábado, 2 de novembro de 2024

INFORME FRT * FÓRUM NACIONAL DA FRT/Frente Revolucionária dos Trabalhadores (FRT)

INFORME FRT
FÓRUM NACIONAL DA FRT/Frente Revolucionária dos Trabalhadores (FRT)

Saudações, camaradas!

Foi organizado hoje (02/11/2024), uma reunião da nossa FRT, onde discutimos alguns tópicos que julgamos importantes na atual conjuntura histórica das lutas de classes no Brasil e no mundo. Abaixo segue de forma bem resumida alguns tópicos de nossa reunião:

1-Foi abordado a atual ameaça da ofensiva burguesa contra os trabalhadores no Brasil pelas mãos do governo Lula. Avaliamos que essa ofensiva atual, é parte componente do contexto da guerra que os capitalistas têm travado contra a classe operária em todo o mundo. Ao nosso ver, é uma exigência imperativa do modo de produção capitalista em crise geral e que parece ter encontrado alguns limites absolutos para a sua reprodução: o capital somente pode reproduzir-se atualmente no lastro da barbárie e da destruição, o que leva a seguinte perspectiva histórica: a perenidade do capitalismo como modo de produção dominante na sociedade, tem dado mostras concretas de que já põe em risco as condições de existência da humanidade;

2-É dentro desta perspectiva histórica totalizante, que devemos ter em conta o que ocorre no Brasil e o avanço dos ataques neoliberais que o governo Lula.

3- pode começar a acirrar contra os trabalhadores. Enquanto nos seus dois mandatos anteriores Lula possuía margens de manobra para disfarsar-se como social democrata neodesenvolvimentista, hoje, num quadro de deterioração generalizada do regime burguês e do declínio histórico do sistema de dominação imperialista, o governo petista não pode mais manobrar como antes.

A burguesia e o imperialismo exigem severidade austericida e neoescravismo contemporâneo como "atualização" da histórica relação de superexploração do trabalho, como eixo central característico do capitalismo dependente;

4-Ao adotar em seus traços principais, o modelo econômico desenhado pelo grande capital financeiro e pelo latifúndio contemporâneo, o governo de Lula já se desgasta e leva de roldão o seu partido, além de desmoralizar sua base e todo o arco da esquerda liberal. Num contexto histórico de acirramento da ofensiva guerreirista das classes dominantes contra as massas, suprime-se as bases da política vacilante, conciliatória e bem comportada do que hoje se convencionou chamar de "esquerda" no Brasil. Forma-se assim o vácuo político preenchido e consolidado pela extrema direita agressiva e pela hegemonia ideológica neopentecostal.

A vitória acachapante da extrema direita nas eleições municipais deste ano deixa bem claro esse fenômeno. Onde a esquerda esmorece e se apresenta como agente da ordem; onde não se apresenta como ferramenta estratégica e referência de luta das massas trabalhadoras, o inimigo de classe encontra um campo aberto para atuar, manobrar e dar as suas cartas. A situação atual de enfraquecimento e decadência ideológica, programática, teórica e organizativa da esquerda brasileira, tem desarmado os trabalhadores e facilitado o caminho para a consolidação do Estado neoliberal no Brasil.

Não podemos esquecer que Lula tem sido desde às últimas décadas, o grande instrumento de desmobilização, despolitização e desmoralização da classe operária em nosso país. Dessa forma o PT, uma espécie de socialdemocracia tardia, fora do tempo e do espaço, perdeu já todas as condições que lhe permitia manter certa hegemonia no movimento operário e popular brasileiro, como como peso eleitoral;

5-Portanto, a atual crise generalizada do regime burguês, golpeou no coração as possibilidades de continuidade e perenidade do oportunismo petista. O PT passou pelo seu grande transformismo, tornou-se um agente da ordem, neste período de contra reforma burguesa, característico do capitalismo em sua fase neoliberal e agora transfigura-se cada vez mais num partido de centro, caminhando para se tornar um novo PSDB. E mais, o mesmo destino espera os demais entes da esquerda liberal, que em seu nascedouro já não encontram bases concretas para ocupar o posto do PT no campo do oportunismo;

6-Ao nosso ver, o recrudescimento das amarras da dependência do Brasil em relação ao grande capital imperialista e estrangeiro, sua posição subordinada no mercado e na divisão mundial do trabalho, são as bases das vergonhosas captulações e traições cometidas por Lula e sua chancelaria (Celso Amorim em primeiro lugar) no âmbito internacional. O imperialismo não permite mais vacilações demagógicas de Lula e exige fidelidade absoluta de seu mordomo latinoamericano, seja para quebrar as possibilidades de integração latinoamericana, isolar geoestratégicamente a Venezuela visando azeitar as armas da guerra híbrida contra a pátria de Bolívar e Chávez, ou sobretudo, inviabilizar e enfraquecer os BRICS por dentro. Essas são as tarefas que o decadente Tio Sam exige de seu vassalo petista;

7-Dentro dessa conjuntura adversa, a questão fundamental para os trabalhadores é reorganizar suas forças, restabelecer com paciência e consciência, seu poder de fogo, construir ou consertar suas ferramentas e armas que dêem condições de preparar um novo período de ofensiva contra o inimigo.
Reconstruir uma retaguarda que dê proteção e sustentação, mas acima de tudo, solidificar uma vanguarda que esteja a altura do que a guerra exige, são as principais tarefas da estratégia e tática da arte da guerra de classes na contemporaneidade.
Neste sentido, nossa avaliação é que torna-se um imperativo reconstruir um partido revolucionário de massas no Brasil, que possa se inserir no interior da classe, fortalecer sua hegemonia e conquistar a possibilidade de tornar-se o grande dirigente da classe. Essa tarefa tem, ao nosso ver, de estar sendo discutida, analisada e pensada pelos atuais setores revolucionários minoritários que não se renderam a ordem do capital. Superar nossa fragmentação, aglutinar numa organização os elementos mais conscientes do que existe entre os melhores e mais aguerridos militantes e dirigentes, aplainar uma estrada que possa nos unificar para uma direção que possibilite fortalecermos e colocar em pé tal perspectiva de organização, deve ser tarefa central para os revolucionários dispersos no país;

8-Diante da grave crise que passa o movimento operário brasileiro devido a uma conjunção de fatores, avaliamos que é preciso estabelecer um eixo de atuação que, mesmo limitado, possa fazer retomar uma política de atuação sistemática dos revolucionários nos locais de trabalho, nos sindicatos, fomentando a formação de oposições sindicais e núcleos de trabalhadores ; na aproximação das massas nos bairros populares e nas escolas, etc. Fortalecer um plano estratégico e tático para tal trabalho entre a classe, é o primeiro passo a ser dado, no sentido de batalhar para minar a influência ideológica da extrema direita, da cultura burguesa individualista e do neopentecostalismo entre as massas;

9-Diante da ofensiva mundial do imperialismo contra os povos para incrementar o neocolonialismo contemporâneo e a pilhagem, a América Latina torna-se vulnerável às investidas imperialistas, fato que a história de nossa região tem confirmado. Neste sentido, avaliamos que a criação de uma organização de Frente Antiimperialista em nosso continente é indispensável. A Frente Antifascista convocada pelo governo Maduro é, neste sentido, muito importante e condiz com a necessidade atual da sistematização da luta antiimperialista e antisionista, apesar de suas limitações. Dessa forma, temos estabelecido e fortalecido os contatos internacionais que estão se encaminhando para fortalecermos de alguma forma, mesmo que limitadamente essa ferramenta internacional de combate ao imperialismo e ao sionismo. Também, participar ativamente da resistência e luta da povo palestino de alguma forma, golpeando internacionalmente o Estado genocida de "Israel" , talvez seja a tarefa mais importante de nosso tempo, pois derrotar o Estado sionista é derrotar o imperialismo, maior inimigo da humanidade e base de sustentação do capitalismo mundial.

Essas são algumas questões debatidas pelos camaradas da FRT em nossa reunião. Fazemos um chamado aos demais camaradas para que venhamos a amadurecer essas discussões e que possamos trabalhar juntos para colocarmos em pé as ferramentas indispensáveis para o combate contra o capital e para a revolução socialista em nosso país.

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DOS TRABALHADORES
FRT
02/11/2024
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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho