PAGINAS FRT

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

MARIGHELLA HERÓI DO POVO BRASILEIRO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

MARIGHELLA HERÓI DO POVO BRASILEIRO

Não pretendo nada,
nem flores, louvores, triunfos.
nada de nada.
Somente um protesto,
uma brecha no muro,
e fazer ecoar,
com voz surda que seja,
e sem outro valor,
o que se esconde no peito,
no fundo da alma
de milhões de sufocados.
Algo por onde possa filtrar o pensamento,
a ideia que puseram no cárcere.

A passagem subiu,
o leite acabou,
a criança morreu,
a carne sumiu,
o IPM prendeu,
o DOPS torturou,
o deputado cedeu,
a linha dura vetou,
a censura proibiu,
o governo entregou,
o desemprego cresceu,
a carestia aumentou,
o Nordeste encolheu,
o país resvalou.


Tudo dó,
tudo dó,
tudo dó...


E em todo o país
repercute o tom
de uma nota só...
de uma nota só...


O País de Uma Nota Só
Carlos Marighella
&
Carlos Marighella

Carlos Marighella essa mensagem é para os operários de Sao Paulo
Da Guanabara, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande Do Sul
Incluindo os trabalhadores do interior
Para criar o núcleo do exército de libertação

Carlos Marighella, Carlos Marighella
Carlos Marighella (Carlos Marighella) o poder pertence ao povo
(Carlos Marighella) nosso lema é unir as forças revolucionarias
(Em qualquer parte do Brasil, compatriotas de todas parte
Podem surgir dos bairros, das ruas, dos conjuntos residenciais
Das favelas, mocambos, malocas e alagados
A missão de todos os revolucionários é fazer revolução
Cada patriota deve saber manejar sua arma de fogo

(Carlos Marighella) aumentar sua resistência física (Carlos Marighella)
O principal mesmo para destruir seus inimigos é aprender a atirar
(Carlos Marighella)

Carlos Marighella, atenção, atenção, atenção
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal (vamo! Oi!)
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal
Protetor das multidões
Três encarnações de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel, se é o céu o que Deus quer
Consumado, é o que é, assim foi escrito
Mártir, o mito ou Maldito sonhador
Bandido da minha cor
Um novo Messias
Se o povo domina ou não
Se poucos sabiam ler
E eu morrer em vão
Leso e louco sem saber
Coisas do Brasil, super-herói, mulato
Defensor dos fracos, assaltante nato
Ouçam, é foto e é fato a planos cruéis
Tramam 30 fariseus contra Moisés, morô
Reaja ao revés, seja alvo de inveja, irmão
Esquinas revelam a sina de um rebelde, óh meu
Que ousou lutar, honrou a raça
Honrou a causa que adotou
Aplauso é pra poucos
Revolução no Brasil tem um nome
Vejam o homem
Sei que esse era um homem também
A imagem e o gesto
Lutar por amor
Indigesto como o sequestro do embaixador
O resto é flor, se tem festa eu vou
Eu peço, leia os meus versos, e o protesto é show
Presta atenção que o sucesso em excesso é cão
Que se habilita a lutar, fome grita horrível
A todo ouvido insensível que evita escutar
Acredita lutar, quanto custa ligar?
Cidade chama vida que esvai por quem ama
Quem clama por socorro, quem ouvirá?
Crianças, velhos e cachorros sem temor
Clara meu eterno amor, sara minhas dores
Pra não dizer que eu não falei das flores
Da Bahia de São Salvador Brasil
Capoeira mata um mata mil, porque
Me fez hábil como um cão
Sábio como um monge
Antirreflexo de longe
Homem complexo sim
Confesso que queria
Ver Davi matar Golias
Nos trevos e cancelas
Becos e vielas
Guetos e favelas
Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício
Ê vida difícil, ô povo feliz
Quem samba fica
Quem não samba, camba
Chegou, salve geral da mansão dos bamba
Não se faz revolução sem um fura na mão
Sem justiça não há paz, é escravidão
Revolução no Brasil tem um nome
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal
A postos para o seu general
Mil faces de um homem leal
Nessa noite em São Paulo um anjo vai morrer
Por mim e por você, por ter coragem de dizer
Todos nós devemos nos preparar para combater
É o momento para trabalhar pela base
Mais embaixo pela base
Chamemos os nossos amigos mais dispostos
Tenhamos decisão
Mesmo que seja enfrentando a morte
Por que para viver com dignidade
Para conquistar o poder para o povo
Para viver em liberdade
Construir o socialismo, o progresso
Vale mais a disposição
Cada um deve aprender a lutar em sua defesa pessoal
Aumentar a sua resistência física
Subir ou descer
Numa escada de barrancos
A medida que se for organizando a luta revolucionária
A luta armada, a luta de guerrilha
Que já venha com a sua arma

(Atenção)
Muito obrigado Marighella pela sua participação (Carlos Marighella)
Muito obrigado Carlos Marighella
Carlos Marighella

Eh Marighella agradecemos-lhe pela sua participação para o Brasil
Que com estes princípios se pode obter as mudanças
Carlos Marighella hoje vem para falarmos a cerca da conferencia da Orla
Marighella que impressões você teve da conferencia
Marighella em que outro aspecto você considera importante
Entre os vários temas tratados na conferencia da OLAS?
Marighella e sobre a questão da tomada do poder pelas forças revolucionarias
Também discutida na OLAS?
O que você tem a dizer a respeito?
Marighella, passando a outro ponto
Muito obrigado Marighella pela sua colaboração com o nosso programa! 

CARLOS MARIGHELLA

*
PERSIGO


Persigo tua lembrança
Tua cidade
Teu bairro
A Rua do Desterro
O Ginásio
A Politécnica baiana
A Baixa dos Sapateiros

Persigo
O itinerário
O Partido
São Paulo
Tuas viagens pelo mundo
URSS
China
Cuba
Algumas fotos
Como aquelas dos disparos
No cinema do Rio

Cadernos com frases
Poemas
Recortes amarelos de jornais
Persigo tua lembrança
Tuas palavras
Tuas ideias
Sem licença
Para praticar
Ações revolucionárias

Persigo tua lembrança
Algumas flores
Que cresceram
Do teu sangue
Na Alameda
Embora nunca mais
Tenha pisado ali
A primavera

Persigo tua lembrança
Tuas prisões
Tuas torturas
Fernando de Noronha
E a Ilha Grande
Teus discursos deputados
Tuas poesias guerrilheiras
Tuas ações
O Guerrilheiro
A OLAS

Persigo
Teu exemplo
Tuas lições
Até hoje
Proibidas nas Escolas...


(Do livro POESIAS SEM LICENÇA PARA CARLOS MARIGHELLA, Carlos Pronzato, 2014, Editoras Plena e Red, SP)
UMPOEMA PARA MARIGHELLA


Disciplina/ ousadia/ esperança/ liberdade/ Sonho de pais, avós, criança...//1964. Primeiro de abril/ ditadura. Prisões, tortura/ juventude, atitude, bravura// um tiro pela manhã/um encontro frustrado/ alguém espreita de uma janela/ psiu, passos rápidos/ emboscada/É Marighela/Tá lá o corpo do herói, no chão/A luta continua... Apesar das fake news/De uma direita repelente/bora povo, o Brasil precisa de nós/Borá pra rua.

Graça Andreatta 4/11/2024
*
 *BOM DIA MEUS IRMÃOS DE LUTAS*
ANTONIO CABRAL FILHO.RJ

Preciso desabafar com vocês: sempre fiz tudo que acho necessário para organizar a nossa classe e o povo de nosso país. 

Vivi o golpe de 1964 e tudo fiz pela sua derrubada e só não entrei na luta armada graças à morte do Comandante Marighella. Naquele momento as lutas mudaram de forma. 

A forma organização operária e popular sempre foi o grande mote. Deu nas DIRETAS JÁ, na constituinte e culminou na "redemocratizaçao" golpeada em 2016. 

Desde então todos sabemos o resultado: elegemos  Lula presidente. Mas essa "eleiçao" trás o quê de concreto para todos nós?  Primeiro, uma grande preocupação  com os rumos do novo mandato LULA.PT&CIA. Segundo, por mais que tenhamos conquistas, elas dependerão mais de nossa capacidade de organização . mobilização do que efetivamente da boa vontade política do conglomerado de forças da coligação que envolve o presidente eleito. 

Portanto, sem meias vacilações,  vamos ao que interessa. Tudo que tenho visto no campo das iniciativas de organização.mobilizacao dos oprimidos tem sido sistematicamente posto no lixo pelas forças inimigas. Isso nos obriga a fazer um exercício de pensar as nossas ações e ver onde estamos errando. Porque efetivamente estamos errando. Será que temos priorizado demais o trabalho virtual? Será que abandonamos o contato direto com nossos irmãos?  Será que temos recriado o suficiente as formas de organização?  

Bom, são perguntas. Perguntas feitas por mim. Não estou me respaldando em nada nem ninguém além da minha militância nos últimos 50 anos de Brasil. 

Creio que temos em nossos ombros a responsabilidade de não permitir mais o retrocesso na luta de nossa classe e do nosso povo. Até porque todos nós estamos vendo quem é o nosso inimigo fundamental: O CAPITAL.  Ele lança mão de qualquer fascistóide de aluguel para nos massacrar.  E não cabe mais titubeação. 

Como dizia Marighella: 
*A AÇÃO FAZ A VANGUARDA*
*

MARIGHELLA, PRESENTE!


O filme Marighella de Wagner Moura é um soco no estômago, uma tapa na cara, um gancho no queixo. Você bate, apanha, vai quase a nocaute, levanta, desperta e pensa qual será o próximo movimento físico e metafísico.


O filme prende a respiração, não oferece espaço pra distração, deixando-nos atentos, fortes e mobilizados o tempo todo. E agora.


Marighella é um filme phodda! Põe a gente num ringue. Ou melhor, numa luta. Ao final do último round somos tomados por um impulso no pulso erguido e cerrado em duas palavras de ordem: “Marighella, presente!” Seguido, imediatamente, por um “Fora Bolsonaro!”. 


Noutras palavras, Marighella é um filme de ação. Ele nos coloca em estado de luta. Ele nos mobiliza por dentro e por fora no sentido de que outro país mais justo e democrático não é só mais possível e sim, necessário. 


O filme de Wagner Moura não é só uma representação histórica ou narrativa cinematográfica de um passado ditatorial civil-militar violento e bem recente na história de nosso país.  Como disse Wagner Moura, o filme fala muito mais do Brasil de hoje, deste tempo sombrio que ataca por dentro do próprio governo, o estado democrático de direito.


A exibição do filme Marighela no dia 26 de outubro no Cineteatro São Luiz em Fortaleza, Ceará, foi uma noite memorável e encantadora. Façamos de cada exibição do filme Marighella nas salas de cinema um ato artístico e político pela redemocratização do Brasil. Mas também um ato de amor pelo Brasil, como grita a atriz Maria Marighella, numa das cenas mais emocionantes do filme. 


Dentre as várias leituras possíveis, o filme veio para nos tocar e mobilizar pela redemocratização do Brasil. Nossos corações democratas agradecem e se sentem comovidos (comover é mover com) e mais mobilizados pela reconstrução, refundação e regeneração do Brasil. Isso é urgente, enquanto ainda temos tempo. Numa frase de Marighella que capturo do filme, “as pessoas precisam saber que no Brasil tem gente resistindo”. Sim Marighella, sim Wagner, estamos na r(e)xistência. Eles não vencerão. A liberdade é uma luta constante.


No mais, Salve Wagner Moura! 

Marighella, presente!


Saudações ternas e (in)tensas


Fabiano dos Santos Piúba

Fortaleza, 27/10/2022 

(um texto ainda com a temperatura do filme em mais do que meu corpo)

JOAQUIM CÂMARA FERREIRA, 2º HOMEM NA ALN.
*
Perseguição Política e Ideológica 


Quem quis matar a luta 

do Martin Luther King?

 

Por que puseram Gandhi atrás das grades? 

 

Por que mandaram prender Mandela?

 

Quem mandou matar Marielle? 

 

Quem deu guela 

de onde tava o 

Marighella?

 

A prisão do Rafael Braga ainda indaga:

ver o sol nascer quadrado 

por portar um Pinho Sol?

 

E o Malcolm X, então,

precisa dizer 

qual foi o X da questão? 

 

E o Chico Mendes? Me diz 

E o que devia Angela Davis?

 

E a Carolina Maria, 

que foi presa porque lia?

 

Lição da Malala:

educação não é balela

 

E por que mantiveram o homem

que tirou o país da fome

quinhentos e oitenta dias 

trancado numa cela?


 Rafael de Noronha (São Paulo/SP)

A Marighella - CPR] [Marighella Vive!]

Aos 4 dias do mês de novembro de 1969, em noite de terça-feira, em São Paulo capital, Carlos Marighella, Comandante da Revolução Socialista Brasileira, era brutalmente assassinado pelas forças repressivas da ditadura militar, então instalada no Brasil após o golpe de 1964.

Naquela ocasião, o movimento comunista do Brasil, a tradição combativa de nosso povo, e a luta revolucionária pela Libertação Nacional e pelo Socialismo, enfim, perderiam um homem de pensamento e ação, um militante da teoria e da prática, que perto de completar 58 anos de vida, estava liderando a única resistência possível diante dos idos ditatoriais. O povo brasileiro perderia naquele momento o seu filho mais completo politicamente, a brava gente deste país perderia um verdadeiro herói.

Aqueles que mataram Marighella não conseguem ocupar a memória nem mesmo dos canalhas que tentam ainda hoje defender o indefensável regime facínora militar. Aqueles que mataram Marighella acabaram fuzilados pela História. Aqueles que mataram Marighella, e nisso estão também os que mandaram matar, inclusive o próprio imperialismo ianque e seus títeres da ditadura no Brasil, todos esses, mais cedo ou mais tarde, terão as contas acertadas com o povo explorado do Brasil e de todo o mundo.

O corpo de Marighella descansa em Salvador, a capital baiana onde nasceu o Comandante em 5 de dezembro de 1911. Mas a sua presença nunca parou. Marighella está presente em todas as lutas do povo brasileiro.

Carlos Marighella vive, Carlos Marighella para sempre viverá!

Há 55 anos ele morria por nós, ele morria pelo povo, ele morria pelo Brasil...
MARIGHELLA, O HERÓI INDÔMITO

Carlos Marighella é um símbolo das lutas pela libertação do povo brasileiro.

Filho de Augusto Marighella, operário metalúrgico imigrante italiano e de Maria Rita do Nascimento, negra descendente dos malês. Fez seus estudos secundários no antigo Ginásio da Bahia, hoje Colégio Central. Em 1932, ingressou na Escola Politécnica da Bahia, onde se torna líder estudantil. Abandona o curso para seguir para o Rio de Janeiro para dirigir o PCB, em 1934.

Preso em 1936, foi torturado pela polícia política de Filinto Muller. Solto, passa a clandestinidade, sendo preso novamente em 1939. Só é solto em 1945, com a anistia aos presos políticos no fim do governo Vargas. É eleito deputado constituinte pelo PCB da Bahia, tendo atuação destacada na Assembleia que redigiu a Carta de 46.

O PCB teve seu registro cassado em 1947, e os deputados comunistas perderam o mandato em 1948. Mais uma vez na clandestinidade, Marighella exerce várias funções na direção do Partido. Nos anos de 1953 e 1954, Marighella viaja pelo mundo socialista, inclusive a China Popular.

Com o golpe de 64 é preso novamente. Resistiu à prisão em um cinema do Rio de Janeiro. Descreveu o episódio no texto Porque Resisti à Prisão. Em seguida, se estabelece em São Paulo, onde assume a direção regional do Partido.

Logo no início da ditadura, Marighella abre divergência com a direção do Partido. Em 1966, comparece ao encontro da OLAS, Organização Latino-Americana de Solidariedade, em Havana. Rompe com a Comissão Executiva do Partido e, em 1967, é expulso. Organiza o Agrupamento Comunista de São Paulo, que viria a nuclear a Ação Libertadora Nacional, fundada em 1968.

A ALN se tornou a mais importante organização armada de luta contra a ditadura. A captura do embaixador estadunidense, em 1969, em conjunto com o MR8, seria uma das ações mais espetaculares da organização.

Marighella foi elevado a inimigo número 1 do regime. Após a prisão dos padres dominicanos que contribuíam com a ALN, armou-se uma operação para assassinar o líder revolucionário. Na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi assassinado pela equipe comandada pelo delegado Fleury.

Marighella se tornou uma lenda. Não à toa, a extrema-direita ainda hoje o considera o inimigo número 1. Marighella inspira as novas gerações de revolucionários, com a sua coragem e espírito de luta.

Marighella é a expressão de toda uma geração de comunistas em nosso país. Para quem quiser conhecer mais a vida de Carlos Marighella indicamos o livro Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo, de Mário Magalhães, publicado pela editora Companhia das Letras. Também indicamos a música Mil Faces de um Homem Leal, feita pelos Racionais em 2012 para o documentário Marighella, de Isa Grinspum Ferraz: https://www.youtube.com/watch?v=5Os1zJQALz8

ORGANIZAÇÃO COMUNISTA ARMA DA CRÍTICA
OCAC
*

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho