ESCLARECIMENTO E REPÚDIO
Zé Doca-MA, 05 DE AGOSTO DE 2024
NOTA DE ESCLARECIMENTOS sobre o Projeto Redd+ na Terra Indígena Alto Turiaçu (TIAT) e de Repúdio contra os fatos infundados que o Conselho “Conselho de Gestão” (Tuxa ta pame) tem divulgado na mídia nacional e internacional.
Eu Iracadju Ka`apor, Cacique Geral da TIAT conjuntamente com mais vinte e quatro (24) caciques representantes da maioria absoluta das aldeias do povo Ka’apor, o presidente da Associação Ka’apor Ta Hury, Raimundo Alves Tembé (Karairano), viemos a público para esclarecer e repudiar as informações falsas e mal-intencionadas que têm sido divulgadas sobre o processo de negociação do nosso povo com a empresa WILDELIFE WORKS.
Primeiramente gostaríamos de esclarecer que várias notícias falsas vêm sendo divulgadas com o apoio de José Maria Mendes de Andrade (Zezinho) um não indigena, que há vários anos promove sistematicamente intrigas entre o povo Ka’apor e outros povos indígenas e não indígenas na região. José Mendes responde ao processo de número 1004639- 70.2019.4.01.3700. Os autos em referência tratam de ação penal ajuizada em desfavor de JOSÉ MARIA MENDES DE ANDRADE, pela prática do crime de sequestro e cárcere privado, previsto no art.148, § 1º, I, do CP. José Mendes também é responsável por impedir alguns parentes de receberem atendimento de saúde nas regiões sobre as quais têm poder e influência, ou mesmo manipulando algumas lideranças de três aldeias de modo a promover sua própria agenda e para prejudicar nossos processos de autodeterminação e organização tradicional. Só a ação penal citada acima por si só já deixa claro a interferência negativa que José Mendes vem causando.
E gostaríamos de pontuar que algumas publicações do Conselho Indigenista Missionário do Maranhão (CIMI), por exemplo, que sequer buscaram conversar com o Cacique Geral e demais Caciques para colher elementos e escutar os grupos a favor do Projeto REDD+, e só ouviu um pequeno grupo o qual não representa a totalidade dos parentes, para a sua publicação. Assim como a agência de notícias The intercept Brasil,
com reportagem tendenciosa do jornalista Felipe Sabrina, que parece querer construir apenas uma narrativa negativa sobre a nossa autonomia de gestão e proteção do nosso território.
Neste sentido, queremos deixar claro que eu Iracadju Ka´apor Cacique Geral da TIAT, apoiado por mais 24 caciques e os associados da Associação Ka’apor Ta Hury autorizamos e acompanhamos todo o processo transparente e legal que veem ocorrendo no processo de um ano de negociações com a empresa Wildlife Works, que está interessada em nós apoia na elaboração de um projeto de venda de créditos de Carbono, e que tem prezado pela transparência e respeito com o nosso povo, buscando modos de apoiar ações de proteção territorial, promoção cultural, formativa e de combate e prevenção de incêndios nas comunidades da TIAT. E que fique claro também que o projeto de credito de carbono é de iniciativa do povo Ka´apor.
Nossos Guardiões da Floresta Ka’apor (Ka’a usak Ha Ta) são a linha de frente responsável pela identificação de zonas vulneráveis, acessos ilegais de invasores, clareiras abertas por madeireiros, caçadores e garimpeiros. Tal trabalho é reconhecido não apenas pelos Ka’apor, mas também por outros parentes, como os Guajajara e os Awa Guajá, que adotaram estratégias semelhantes em seus territórios, vizinhos da Terra Indígena Alto Turiaçu. E a Terra Indígena Alto Turiaçu figura, hoje, como a que mais recuperou sua área verde, tendo índices de desmatamento negativos, exceto nas três aldeias que fazem parte do Conselho Tuxa Ta Pame. Nas proximidades dessas aldeias há constate extração de madeira, estacas, caça ilegal, roças de não indígenas, aluguel de pastagem, onde moradores de povoados vizinhos comunicam essas práticas ilegais.
As aldeias que representam o chamado “Conselho de Gestão” (Tuxa ta pame), são três aldeias pequenas com poucas famílias que resolveram criam seus próprios núcleos famílias por diversas divergências nas aldeias maiores, todavia não representam o povo Ka’apor. Na realidade, o Conselho representa apenas algumas poucas famílias. E que vale destacar desde o início dos diálogos do Projeto REDD+ são convidados a participar do processo e não querem, temos evidências de que nunca foram excluídos do processo, todavia respeitamos suas decisões e esperamos que respeitem a decisão de 24 (vinte e quatro) caciques, mais o cacique geral de toda a Terra Indígena Alto Turiaçu.
Afirmamos que José Mendes não está respeitando os Ka’a Usak Ha Ta (guardiões da floresta), que têm um papel essencial na proteção do nosso território, com um trabalho de vários anos e com muitos resultados. Os guardiões da floresta realizam vigilância e monitoramento nas áreas de maior incidência de entradas ilegais, com o objetivo de proteger os limites do território indígena Alto Turiaçu das constantes invasões.
Exigimos respeito à nossa autodeterminação e pedimos ao Ministério Público Federal que compreenda melhor as disputas internas do povo Ka’apor, ouvindo e respeitando a maioria das nossas lideranças e a nossa autonomia sobre o território.
Reafirmamos nosso compromisso com a defesa da nossa casa comum, da nossa língua e da nossa cultura. Continuaremos firmes na nossa luta por autonomia e contra qualquer tentativa de manipulação e desinformação.
Atenciosamente,
Iracadju Ka’apor
Cacique Geral
Raimundo Alves Tembé – Presidente da
Associação Ka’apor Ta Hury.
***
NOTA DE ESCLARECIMENTOS sobre o Projeto Redd+ na Terra Indígena Alto Turiaçu (TIAT) e de Repúdio contra os fatos infundados que o Conselho “Conselho de Gestão” (Tuxa ta pame) tem divulgado na mídia nacional e internacional.
Eu Iracadju Ka`apor, Cacique Geral da TIAT conjuntamente com mais vinte e quatro (24) caciques representantes da maioria absoluta das aldeias do povo Ka’apor, o presidente da Associação Ka’apor Ta Hury, Raimundo Alves Tembé (Karairano), viemos a público para esclarecer e repudiar as informações falsas e mal-intencionadas que têm sido divulgadas sobre o processo de negociação do nosso povo com a empresa WILDELIFE WORKS.
Primeiramente gostaríamos de esclarecer que várias notícias falsas vêm sendo divulgadas com o apoio de José Maria Mendes de Andrade (Zezinho) um não indigena, que há vários anos promove sistematicamente intrigas entre o povo Ka’apor e outros povos indígenas e não indígenas na região. José Mendes responde ao processo de número 1004639- 70.2019.4.01.3700. Os autos em referência tratam de ação penal ajuizada em desfavor de JOSÉ MARIA MENDES DE ANDRADE, pela prática do crime de sequestro e cárcere privado, previsto no art.148, § 1º, I, do CP. José Mendes também é responsável por impedir alguns parentes de receberem atendimento de saúde nas regiões sobre as quais têm poder e influência, ou mesmo manipulando algumas lideranças de três aldeias de modo a promover sua própria agenda e para prejudicar nossos processos de autodeterminação e organização tradicional. Só a ação penal citada acima por si só já deixa claro a interferência negativa que José Mendes vem causando.
E gostaríamos de pontuar que algumas publicações do Conselho Indigenista Missionário do Maranhão (CIMI), por exemplo, que sequer buscaram conversar com o Cacique Geral e demais Caciques para colher elementos e escutar os grupos a favor do Projeto REDD+, e só ouviu um pequeno grupo o qual não representa a totalidade dos parentes, para a sua publicação. Assim como a agência de notícias The intercept Brasil,
com reportagem tendenciosa do jornalista Felipe Sabrina, que parece querer construir apenas uma narrativa negativa sobre a nossa autonomia de gestão e proteção do nosso território.
Neste sentido, queremos deixar claro que eu Iracadju Ka´apor Cacique Geral da TIAT, apoiado por mais 24 caciques e os associados da Associação Ka’apor Ta Hury autorizamos e acompanhamos todo o processo transparente e legal que veem ocorrendo no processo de um ano de negociações com a empresa Wildlife Works, que está interessada em nós apoia na elaboração de um projeto de venda de créditos de Carbono, e que tem prezado pela transparência e respeito com o nosso povo, buscando modos de apoiar ações de proteção territorial, promoção cultural, formativa e de combate e prevenção de incêndios nas comunidades da TIAT. E que fique claro também que o projeto de credito de carbono é de iniciativa do povo Ka´apor.
Nossos Guardiões da Floresta Ka’apor (Ka’a usak Ha Ta) são a linha de frente responsável pela identificação de zonas vulneráveis, acessos ilegais de invasores, clareiras abertas por madeireiros, caçadores e garimpeiros. Tal trabalho é reconhecido não apenas pelos Ka’apor, mas também por outros parentes, como os Guajajara e os Awa Guajá, que adotaram estratégias semelhantes em seus territórios, vizinhos da Terra Indígena Alto Turiaçu. E a Terra Indígena Alto Turiaçu figura, hoje, como a que mais recuperou sua área verde, tendo índices de desmatamento negativos, exceto nas três aldeias que fazem parte do Conselho Tuxa Ta Pame. Nas proximidades dessas aldeias há constate extração de madeira, estacas, caça ilegal, roças de não indígenas, aluguel de pastagem, onde moradores de povoados vizinhos comunicam essas práticas ilegais.
As aldeias que representam o chamado “Conselho de Gestão” (Tuxa ta pame), são três aldeias pequenas com poucas famílias que resolveram criam seus próprios núcleos famílias por diversas divergências nas aldeias maiores, todavia não representam o povo Ka’apor. Na realidade, o Conselho representa apenas algumas poucas famílias. E que vale destacar desde o início dos diálogos do Projeto REDD+ são convidados a participar do processo e não querem, temos evidências de que nunca foram excluídos do processo, todavia respeitamos suas decisões e esperamos que respeitem a decisão de 24 (vinte e quatro) caciques, mais o cacique geral de toda a Terra Indígena Alto Turiaçu.
Afirmamos que José Mendes não está respeitando os Ka’a Usak Ha Ta (guardiões da floresta), que têm um papel essencial na proteção do nosso território, com um trabalho de vários anos e com muitos resultados. Os guardiões da floresta realizam vigilância e monitoramento nas áreas de maior incidência de entradas ilegais, com o objetivo de proteger os limites do território indígena Alto Turiaçu das constantes invasões.
Exigimos respeito à nossa autodeterminação e pedimos ao Ministério Público Federal que compreenda melhor as disputas internas do povo Ka’apor, ouvindo e respeitando a maioria das nossas lideranças e a nossa autonomia sobre o território.
Reafirmamos nosso compromisso com a defesa da nossa casa comum, da nossa língua e da nossa cultura. Continuaremos firmes na nossa luta por autonomia e contra qualquer tentativa de manipulação e desinformação.
Atenciosamente,
Iracadju Ka’apor
Cacique Geral
Raimundo Alves Tembé – Presidente da
Associação Ka’apor Ta Hury.
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