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sábado, 4 de fevereiro de 2023

O futuro chegou depressa * Boaventura de Sousa Santos/Portugual

 O futuro chegou depressa

Boaventura de Sousa Santos/Portugual*


Dificilmente se encontrará na política internacional um começo tão turbulento de um mandato democrático como o que caracterizou o do presidente Lula. 


A democracia esteve por um fio e foi salva (por agora) devido a uma combinação contingente de fatores excepcionais: o talento de estadista do presidente, a atuação certa no momento certo de um ministro no lugar certo, Flávio Dino, logo secundado pelo apoio ativo do STF. 


As instituições especificamente encarregadas de defender a paz e a ordem pública estiveram ausentes, e algumas delas foram mesmo coniventes com a arruaça depredadora de bens públicos. Quando uma democracia prevalece nestas condições dá simultaneamente uma afirmação de força e de fraqueza. Mostra que tem mais ânimo para sobreviver do que para florescer. 


A verdade é que, a prazo, só sobreviverá se florescer e para isso são necessárias políticas com lógicas diferentes, suscetíveis de criarem conflitos entre si. E tudo tem de ser feito sob pressão. Ou seja, o futuro chegou depressa e com pressa.


O Brasil não volta a ser o que era antes de Bolsonaro, pelo menos durante alguns anos. O Brasil tinha duas feridas históricas mal curadas: o colonialismo português e a ditadura. A ferida do colonialismo estava mal curada porque nem a questão da terra nem a do racismo antinegro, anti-indígena e anticigano (as duas heranças malditas) foram solucionadas. A última só com o primeiro governo de Lula começou a ser enfrentada (ações afirmativas, etc). A ferida da ditadura estava mal curada devido ao pacto com os militares antidemocráticos na transição democrática de que resultou a não punição dos crimes cometidos pelos militares. 


Estas duas feridas explodiram com toda a purulência na figura de Bolsonaro. O pus misturou-se no sangue das relações sociais por via das redes sociais e aí vai ficar por muito tempo por ação de um lúmpen-capitalismo legal e ilegal, racial e sexista, que persiste na base da economia, uma base ressentida em relação ao topo da pirâmide, o capital financeiro, devido à usura deste. Esta ferida mal curada e agora mais exposta vai envenenar toda política democrática nos próximos anos. 


A convivência democrática vai ter de viver em paralelo com uma pulsão antidemocrática sob a forma de um golpe de Estado continuado, ora dormente ora ativo. Assim será até 2024, data das eleições norte-americanas, devido ao pacto de sangue entre a extrema-direita brasileira e a norte-americana.


A tentativa de golpe de 8 de janeiro alterou profundamente as prioridades do presidente Lula. Dado o agravamento da crise social, a agenda de Lula estava destinada a privilegiar a área social. De repente, a política de segurança impôs-se com total urgência. Prevejo que ela vá continuar a ocupar a atenção do Presidente durante todo o tempo em que o subterrâneo golpista mostrar ter aliados nas Forças Armadas, nas forças de segurança e no capital antiamazônico.


Este capital está apostado na destruição da amazônia e na solução final dos povos indígenas. A fotos dos Yanomanis que circularam no mundo só têm paralelo com as fotos das vítimas do holocausto nazista dos anos de 1940. Como poderia eu imaginar que, oito anos depois de dar as boas-vindas na Universidade de Coimbra aos lideres indígenas de Roraima (comitiva em que se integrava a agora Ministra Sônia Guajajara) e de receber deles o cocar e o bastão da chuva – uma grande honra para mim – assistiria à conversão do seu território, por cuja demarcação lutamos, num campo de concentração, um Auschwitz tropical? O Brasil precisa da cooperação internacional para obter a condenação internacional por genocídio do ex-presidente e alguns dos seus ministros, nomeadamente Sérgio Moro e Damares Alves.


Quando o futuro chega depressa faz exigências que frequentemente se atropelam. O drama midiático causado pela tentativa de golpe exige muita atenção e vigilância por parte dos dirigentes. Contudo, visto das populações marginalizadas a viver nas imensas periferias, o drama golpista é muito menor do que o de não poder dar comida aos filhos, ser assassinado pela polícia ou pelas milícias, ser estuprada pelo patrão ou assassinada pelo companheiro, ver a casa ser levada pela próxima enxurrada, sentir os tumores a crescer no corpo por excessiva exposição a inseticidas e pesticidas, mundialmente proibidos mas usados livremente no Brasil, ver a água do rio onde sempre se buscou o alimento contaminada ao ponto de os peixes serem veneno vivo, saber que o seu jovem filho negro ficará preso por tempo indefinido apesar de nunca ter sido condenado, temer que que o seu assentamento seja amanhã vandalizado por criminosos escoltados pela polícia. 


Estes são alguns dos dramas das populações que no futuro próximo, responderão às sondagens sobre a taxa de aprovação do Presidente Lula e seu governo. Quanto mais baixa for essa taxa mais champanhe será consumida pelos golpistas e pelas lideranças fascistas nacionais e estrangeiras. Confiemos no gênio político do presidente Lula, que sempre viveu intensamente estes dramas da população vulnerabilizada, para governar com uma mão pesada para conter e punir os golpistas presentes e futuros e para com uma mão solidária, amparar e devolver a esperança ao seu povo de sempre.


*Boaventura de Sousa Santos é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Autor, entre outros livros, de O fim do império cognitivo (Autêntica).

sábado, 17 de setembro de 2022

ENCONTRO SINDICAL LATINOAMERICANO * (Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT)

ENCONTRO SINDICAL LATINOAMERICANO
DECLARAÇÃO DO BRASIL

REUNIÃO SINDICAL LATINO-AMERICANA EM APOIO À CLASSE TRABALHADORA DO BRASIL NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Os Trabalhadores e Dirigentes sindicais de toda a América Latina, reunidos nos dias 17 e 18 de agosto na cidade de Brasília, convocados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística – CNTTL e pela Federação Unitária de Transportes, Portos, Pesca e Comunicação na América – FUTAC, setorial na região da Federação Mundial de Sindicatos – FSM, avaliando o cenário brasileiro e latino-americano resolvem lançar a presente carta a Classe Trabalhadora e ao Povo Brasileiro.

O Debate realizado durante a REUNIÃO SINDICAL LATINO-AMERICANA EM APOIO À CLASSE TRABALHADORA E AS ELEIÇÕES DO BRASIL, possibilitou estreitar laços e aprender com as experiências da classe trabalhadora de nossa América, os avanços e retrocessos dos povos nos países que estiveram presentes neste encontro, México, Panamá, Cuba, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.

Nossa América volta a experimentar ventos de mudanças e transformações, governos progressistas e de esquerda comprometidos com as pautas populares estão sendo eleitos em toda América Latina, governos eleitos com o apoio da classe trabalhadora e o movimento sindical conscientes do papel histórico em defesa da liberdade, de direitos e distribuição de renda. Onde o papel da juventude e da mulher foi e está sendo fundamental, a maior participação cidadã nas eleições presidenciais no Chile e na Colômbia demonstra isso.

O povo e a classe trabalhadora Brasileira têm em suas mãos, em 02 de outubro, o futuro ou à volta ao passado, DE UM LADO UM PROJETO que representa o aumento da miséria, da fome, do desemprego, da inflação, da violência, da tortura, do autoritarismo e da concentração de renda, representado por Bolsonaro, POR OUTRO LADO, um projeto popular que garante a democracia, o emprego e salários dignos, enfrentamento a fome, distribuição de renda, proteção ao meio ambiente, revogação das reformas trabalhista e previdenciária, além de investir em saúde, educação e segurança, este projeto representado por Lula.

Neste cenário, nós trabalhadores e dirigentes sindicais da América Latina, que tivemos reunidos em Brasília temos a clareza da importância histórica das eleições brasileiras, somaremos para derrotar o projeto fascista neoliberal que através de constantes ameaças golpistas busca a todo

Contatos da Organização: Paulo João Estausia – CNTTL (E-mail: presidencia@cnttl.org.br) / Ricardo Maldonado Olivares – FUTAC (E-mail: futacamerica@yahoo.es) / Carlos Alberto Dahmer (Litti) - SINDITAC-IJUI-RS (E-mail: sinditac.ijui@hotmail.com) / Marcos Lombardi Cuzzi – FUTAC (E-mail: lombardicuzzi@gmail.com) – Itamar Firmino da Guarda – CNTTL (E-mail: itamarbsb@cnttl.org.br) custo derrotar o povo e a classe trabalhadora brasileira.

Foi um Encontro Latino-Americano ocorrido no início da Campanha Eleitoral no Brasil, hoje na Colômbia têm o seu primeiro governo de esquerda, Chile e Argentina com presidentes progressistas no extremo sul, e outros povos da região continuam lutando contra o império pelos injustos e bloqueios financeiros criminosos e exige que a autodeterminação e a soberania sejam respeitadas, Cuba, Venezuela e Nicarágua não estão sozinhas. O México avança com a quarta transformação junto ao império, onde entre outras conquistas que a delegação mexicana nos explicou, está o Megaprojeto do Trem Maya de 1.500 km, como uma obra necessária que permite melhor conectividade e está gerando uma importante fonte de emprego.

No Encontro Latino-Americano em relação às eleições presidenciais e legislativas no Brasil em 2 de outubro, foi informados a todos que estiveram presentes, que existiu e existe uma campanha de difamação da direita que custou a prisão de LULA e a queda de Dilma, prejudicando as maiorias populares do Brasil com políticas antitrabalhistas e fascistas por parte de Bolsonaro. Mantendo o ideal da Grande Pátria, os trabalhadores da América que participam do encontro apoiam fortemente a Candidatura à Presidência do LULA.

Nós trabalhadores devemos nos preparar e o movimento sindical deve estar à altura dos desafios em toda a região, devemos desempenhar um papel político e social, devemos ser ativos e vigilantes, mantendo nossa independência e autonomia de classe, isso não significa ser neutro ou não nos envolver na política. A formação política e ideológica não só de nossos futuros líderes, mas também de nossas bases é fundamental para estarmos melhor preparados para as mudanças e transformações que nossos povos exigem e a classe trabalhadora deve promover, chegar aos espaços de poder é uma tarefa urgente, não podemos continuar deixando nosso destino para os outros.

Rejeitamos a perseguição sindical e a judicialização dos protestos e mobilizações dos trabalhadores e suas organizações no Brasil, tentando intimidar e impedir a luta com repressão e sanções econômicas.

Temos a consciência que somente com Lula na Presidência da República Federativa do Brasil, os representantes dos trabalhadores brasileiros poderão avançar nas pauta e nos interesses da classe trabalhadora, com Lula o Brasil vai enfrentar a fome, a miséria e implantará políticas públicas que atendam ao povo, reafirmamos e temos a convicção que a eleição de Lula tem importância e influência internacional nas relações capital trabalho e na garantia de distribuição de renda, por estas e outras questões declaramos apoio irrestrito a candidatura dos trabalhadores e a

Contatos da Organização: Paulo João Estausia – CNTTL (E-mail: presidencia@cnttl.org.br) / Ricardo Maldonado Olivares – FUTAC (E-mail: futacamerica@yahoo.es) / Carlos Alberto Dahmer (Litti) - SINDITAC-IJUI-RS (E-mail: sinditac.ijui@hotmail.com) / Marcos Lombardi Cuzzi – FUTAC (E-mail: lombardicuzzi@gmail.com) – Itamar Firmino da Guarda – CNTTL (E-mail: itamarbsb@cnttl.org.br) garantia da democracia no Brasil.

Unimos-nos as várias representações sindicais do Brasil que deixaram as diferenças de lado e estão unidas na busca de eleger o projeto dos trabalhadores, seguindo este ensinamento conclamamos todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras, como uma frase que foi composta em 1968, por Geraldo Vandré, e se tornou um “hino” contra a ditadura militar: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, façamos com as nossas mãos o destino que sonhamos o grande desafio de nossas vidas e das vidas dos filhos e netos de todos que trabalham é a eleição do metalúrgico Lula, sem medo de ser feliz com coragem de construir com nossas mãos tudo aquilo que nos diz respeito.

Lula Presidente

Viva a Classe Trabalhadora Brasileira e Internacional!

Pela Vida, Por Direitos e Democracia

18 de agosto de 2022.

Brasília – Brasil
Paulo João Estausia 
Presidente da CNTTL
Ricardo Maldonado O.
Secretário Geral da FUTAC
Contatos da Organização: Paulo João Estausia – CNTTL (E-mail: presidencia@cnttl.org.br) / Ricardo Maldonado Olivares – FUTAC (E-mail: futacamerica@yahoo.es) / Carlos Alberto Dahmer (Litti) - SINDITAC-IJUI-RS (E-mail: sinditac.ijui@hotmail.com) / Marcos Lombardi Cuzzi – FUTAC (E-mail: lombardicuzzi@gmail.com) – Itamar Firmino da Guarda – CNTTL (E-mail: itamarbsb@cnttl.org.br)