MANIFESTO-PROPOSTA
Escrevi o texto abaixo visando provocar um processo de discussão acerca do redirecionamento na práticas das forças democŕaticas progressistas e de esquerda no enfrentamento do neofascismo e diante de realidades econômico-sociais, políticas, culturais e comunicativas que realçam esta necessidade.
Embora enfrentando uma rebordosa de saúde, imaginava que poderia participar, até mesmo presencialmente. Mas a superposição de problemas me obriga a abdicar dessa pretensão. É a ditadura da realidade.
A bola está passada e espero que o jogo tenha início e continue. Estou na torcida.
Recife, 8 de novembro de 2022
Marcelo Mário de Melo
GRUPO DE DEBATES
FORTALECER A DEMOCRACIA NAS BASES
MANIFESTO-PROPOSTA
" "Olhos novos para o novo"
1- O presidente Lula assumirá a função de chefe estado, representando um amplo leque de forças políticas que assumiram uma posição antifascista. Sua vitória se deu por reduzida margem. Ele encontrará uma Constituição mutilada por emendas constitucionais de cunho antinacional e antipopular. Os resultados do pleito revelam o fortalecimento parlamentar do neofascismo, além da eleição de uma expressiva quantidade de governadores que lhe são afins. Defrontâmo-nos no Brasil com o neofascismo munido de uma liderança expressiva, uma mitância ativa, apoio empresarial e uma malha de comunicação significativa. Sem falar no apoio dos evangélicos enraizados nas comunidades. Realizando trabalhos assistenciais onde não chega a ação do estado. Presentes em todos os presídios do país. E com forte participação na televisão, no rádio e nas mídias sociais.
2- Mais do que nunca os democratas, os cidadãos de esquerda, os militantes de partidos políticos, movimentos sindicais e sociais, precisam ter a clareza e a consciência do papel específico que lhes cabe no
no movimento de massas. Em lugar de se ficarem à espera das melhorias que o governo Lula for implantando, para propagandeá-las, é necessário alargar e aprofundar as raízes no seio do povo. Acima de tudo, desenvolvendo um trabalho no sentido de marcar presença e fincar raízes nas comunidades, assim como o fazem os evangélicos, os cabos eleitorais, os bandidos e os milicianos. Procurando comunicar-se com o povo em linguagem simples e demonstrativa, despojada dos dialetos militantes e das professorais "colocações". Procurando falar para ser entendido, e não para ser decifrado.
3 - Para discutir estas questões cruciais, propomos a constituição do Grupo de Debates FORTALECER A DEMOCRACIA NAS BASES. Seu objetivo é aprofundar questões e encontrar alternativas para suprir as deficiências da militância quanto ao seu enraizamento nas bases da sociedade. Não se trata de uma nova tendência política nem de algo contrário ao que existe. Mas de um grupo de discussões aglutinador e unitário, buscando alternativas práticas em matéria de formas de luta e de organização. O objetivo é subsidiar a mitância nos diversos níveis, envolvendo-a nas discussões.Com os olhos voltados para novas realidades econômico-sociais, culturais e comunicativas, especialmente as mudanças que ocorrem na organização da força de trabalho em diversas áreas. Tudo isso desafiando a novas formas de mobilização.
4 - O governo Lula precisará contar com o suporte da mobilização popular articulada pelos partidos políticos, os movimentos sindicais e sociais e os democratas em geral. Sendo exigido o esforço máximo para se romper com a velha rotina de ficar esperando e aplaudindo as ações do governo E preciso buscar novos caminhos de inserção e mobilização social. O tão decantado e tão pouco praticado trabalho de base. Ressaltando-se a necessidade de as campanhas eleitorais bienais incluírem as tarefas voltadas para esse enraizamento. Não se restringindo à unilateralidade do eleitoralismo que vem predominando, em que os partidos políticos se amesquinham à condição de agências eleitorais. Salientando que quando mais houver enraizamento entre as massas, mais fortes serão as representações parlamentares democráticas e progressistas em todos os níveis.
5 - Contribuímos para dar um passo no sentido desse enraizamento, lançando este Manifesto, convocando às adesões e contribuições.Para em seguida dinamizarmos os debates. Enquanto se dá a transição de governo, discutamos as nossas responsabilidades sociais e militantes nos partidos e movimentos, no sentido de um redirecionamento, atentos à urgência que é exigida pelo grave momento político por que passa o Brasil.
A hora é agora
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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho