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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

E LULA DIZ AONDE VAI * José Márcio Gomes dos Santos Cunha /SP

 E LULA DIZ AONDE VAI

José Marcio Gomes dos Santos Cunha

Ontem ouvi ao vivo e hoje tomei a prudência de ler as palavras do líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula da Silva. Uma barbaridade. Na cerimônia de um partido que completa 42 anos e se reivindica "dos trabalhadores", pelo menos há uma expectativa de uma afirmação de classe. Nada.


A grande novidade no discurso de Lula da Silva foi decretar que a questão central é a luta de classes? Derrotar o liberalismo e o neoliberalismo? Superar o capitalismo? Realizar a reforma agrária, a reforma tributária, a reforma bancária? Reestatizar a Petrobras? Tocar na questão da propriedade da terra? Retomar a base de Alcântara? Tocar nas contas de capital? 


Não, não, a centralidade é o "amor" e que "o PT é o partido do amor". Afirmou o ex-presidente:

"[...] Mostra o poder da solidariedade contra o egoísmo, do amor sobre o ódio. E eu peço licença para dedicar minha fala a esse que é o sentimento mais nobre do ser humano, tão caro a cada um  de nós e a cada uma de nós.


Porque, antes de tudo, o PT é o partido do amor. Do amor ao Brasil e ao povo brasileiro."

" [...] Acredito em todas formas de amar. Creio no amor romântico, o amor fraterno, o amor de uma mãe e de um pai pelos filhos, o amor aos nossos amigos, o amor da gente por um animal de estimação, e dele pela gente."

" [...] sempre fui - e serei - acima de todos os ódios, abençoado pelo amor."


Em seu discurso Lula, claro, recorre à fé e religiosidade do povo, diz ele:

"Aprendi na Bíblia que "se eu não tiver amor, eu nada sou"".

"Jesus Cristo, o ser humano mais extraordinário que passou pelo planeta, nos ensinou a maior de todas as lições: Amai-vos uns aos outros".

"O amor está na base de todas as religiões e na maioria das culturas." 

Diz o líder petista:

"Vi de perto tudo o que de mais belo a humanidade é capaz de construir, se ela tiver amor."

"Minha fé na humanidade é resultante da crença inabalável nesse sentimento [o amor] cantado em verso e prosa."

"O amor e o ódio caminharam lado a lado na história da humanidade. Precisamos, mais do que nunca, fazer com que o amor prevaleça"

"[...] cooperação também pode ser chamada de amor ao próximo. Há milhões de anos, quando nossos antepassados se uniram e passaram a cooperar nas caçadas, eles foram capazes de derrotar as feras mais perigosas. Se unirmos agora, seremos capazes de construir um mundo com mais amor." 


E por aí vai.

Sim, sabemos que o PT é um partido político de centro - às vezes com algo de centro-esquerda - porém, por sua base social, surpreende cada vez mais pelo rebaixamento ideológico, político e cultural.


Lula se apresenta messiânico, com um discurso despolitizado, apelando à fé do povo, em meio a citações recheadas de obviedades e platitudes. E promessas, claro. E não etapas de lutas para superação da superexploração do trabalho, da dependência, da derrota do liberalismo/neoliberalismo, da construção de um horizonte socialista.


Aliás, socialismo é palavra que não sai da boca do petista. Enfim, quando de seu aniversário o PT deixa claro sua fase atual, de centro, onde o sentido de esquerda é passado remoto. E ser de esquerda é ser socialista-comunista, o resto é conversa fiada. Para Lula e o PT, para superar as mazelas da sociedade moderna e da exploração capitalista basta "amor", caridade na gestão pública e "políticas públicas" compensatórias. Não toca no capital. Não toca nas questões estruturais de um país na periferia do sistema capitalista. 

Lula da Silva, reforço o que digo há algum tempo, é o grande deseducador do povo brasileiro. 

E o povo brasileiro tem na verdade, para além da alternativa atual representada em Lula e as eleições 2022, o desafio de pensar e construir o pós-Lula, ele sendo eleito ou não. Pois 4 anos passa rápido e a luta de classes segue. 


Sem luta de classes, formação política e ideológica do povo e enfrentamento ao capitalismo, um mundo mais justo e igualitário jamais se realizará. De resto, luta que segue.


CONFIRA

Ao vivo: PT faz 42 anos reafirmando compromisso com o país e o povo | Partido dos Trabalhadores

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sábado, 11 de setembro de 2021

Por que não devemos ir às ruas no dia 12 de setembro? * Wilson Coelho / ES

 Por que não devemos ir às ruas no dia 12 de setembro?

mbl com Bolsonaro e cia

Wilson Coêlho / ES


Não ir às ruas no 12 de setembro é uma questão de honestidade aos princípios de classe e resistência, principalmente por sabermos que essa chamada vem do Movimento Brasil Livre (MBL). 


O MBL, como um movimento eminentemente defensor de Estado mínimo, privatização/desnacionalização, sucateamento ensino público e saúde pública, reforma trabalhista a serviço dos que usurpam o trabalho alheio, ajuste fiscal com proteção aos ricos e redução da maioridade penal e tudo o mais que representa os privilégios da classe dominante.


Não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o MBL compõem os interesses das bancadas evangélica e ruralista do Congresso trabalhando o desmonte do Estado e dando continuidade ao golpe desde o impeachment de Dilma Rousseff, além de ter auxiliado o governo golpista de Temer na promoção das reformas trabalhistas e previdenciárias.


Não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o MBL é um dos movimentos protagonistas do antipetismo e contribuiu com a eleição fraudulenta a base de fake news do governo atual.


ciro gomes com mbl

Não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o lema de “Fora Bolsonaro” utilizado pelo MBL não passa de uma farsa, considerando que esse movimento não tem nenhuma pauta contra as ações do atual governo, nenhuma crítica aos programas implantados pelo Paulo Guedes privilegiando grandes empresários, banqueiros e multinacionais.


Não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o MBL não tem nenhuma proposta para acabar com a fome, o desemprego e a inclusão das pessoas desvaforecidas e espoliadas pela miséria.


mbl armado

Não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o MBL, apesar de se assumir como defensor do liberalismo econômico e republicano, não passa de uma grande mentira, pois – entendendo o liberalismo econômico como a não-intervenção do Estado na economia – esse movimento apoia e reproduz as práticas da velha política de um estado privatizado e a serviço dos grandes empresários, latifundiários da burguesia rural e mercadores da fé.


Não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o MBL é a continuidade do bolsonarismo sem Bolsonaro, ou seja, o “Fora Bolsonaro” desse movimento e apenas uma estratégia para se livrar de um estorvo barulhento para garantir a manutenção do poder nas mãos dos homens brancos, ricos, remediados e conservadores com práticas misóginas, racistas, preconceituosas e simpatizantes do fascismo.


mbl com eduardo cunha

Enfim, não devemos ir às ruas no 12 de setembro porque o “Fora Bolsonaro” do MBL não passa de mais um artifício dessa direita bronca e dissimulada. Como no ditado popular “Vão-se os anéis, ficam os dedos”, o MBL quer “Fora Bolsonaro”, mas não abre mão do bolsonarismo, como se quisesse sacrificar a mãe grávida para preservar o seu feto. 

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