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sexta-feira, 8 de abril de 2022

SOBRE A EDUCAÇÃO PÚBLICA E ALGO MAIS * Wladimir Tadeu Baptista Soares / RJ

 SOBRE A EDUCAÇÃO PÚBLICA E ALGO MAIS 

 Prevista, particularmente, nos artigos 6, 205 e 206 da Constituição Federal de 1988, a  Educação é, por mandamento constitucional, reconhecida como um direito público, subjetivo,  fundamental e de cidadania. 

 É um direito público porque é um direito de todos, de forma universal e igual, não se  admitindo qualquer tipo de preconceito ou discriminação. É um direito subjetivo porque é um  direito que pode ser exigido do Estado (do Poder Público) pelo cidadão. 

É um direito fundamental porque é um direito humano assegurado constitucionalmente. É um direito de cidadania porque implica no gozo de um direito social emancipatório e com  finalidade de inclusão social. 

 Ao mesmo tempo, a Educação é um dever constitucional do Estado, da família e da  sociedade. Sendo assim, a família tem o dever de matricular as crianças nas escolas; o Estado tem  o dever (a obrigação) de oferecer e garantir oportunidade para todos, sem exceção, à uma  educação pública de qualidade, em todos os níveis de formação educacional; e a sociedade tem o  dever de solidariedade com relação à toda a coletividade, no sentido de que os tributos  arrecadados de todos pelo Estado sejam aplicados, prioritariamente, nos serviços públicos  considerados de relevância pública: saúde e educação. 

 A Educação, no seu processo de ensino-aprendizagem, inclui também a pesquisa, a  produção de conhecimento novo, de modo a constituir um pilar fundamental para o  desenvolvimento socioeconômico da Nação. 

 Educação Pública não é um favor do Estado, mas sim uma obrigação sua, da qual não pode  se afastar. 

 Defender a Educação Pública é dever moral de todo cidadão. Ofendê-la, transformá-la em  inimiga e agredir aqueles que a promovem - professores, estudantes e servidores públicos - é  querer implantar a estupidez e a ignorância no país como forma de dominação e emburrecimento  nacional. 

 Lutar por mais verbas para a Educação (e para a saúde) é um dever político geral de todos,  o que significa dizer que deve fazer parte de todas as reivindicações sociais, haja vista que sem  saúde pública e sem educação pública de qualidade estaremos fadados a um retrocesso à época  medieval. 

 Quando um Presidente da República acusa estudantes, professores e servidores públicos de  "idiotas e imbecis úteis", ele está a revelar toda a sua mediocridade e incompetência, todo o seu  despreparo para o cargo, toda a sua ignorância, estupidez e burrice, toda a sua agressividade, toda  a sua baixa capacidade intelectual e cognitiva, de modo que a sua legitimidade deixa de existir. E  o mesmo vale para aqueles que aderem à sua fala, ao seu discurso. 

 Enquanto lutamos pela Educação Pública, o próprio governo se antecipa em querer a sua  aniquilação, revelando um Ministro tosco e analfabeto funcional, ali posto para atender os  interesses do mercado, e não os interesses da Nação. E isso vale para todos eles.  Um governo que despreza a Educação é um governo que já deixou de existir e ainda não  percebeu isso. Um Ministro da Educação que afirma o Nazismo como um movimento político de  esquerda é tão vergonhoso, que é digno de pena, tamanha a sua boçalidade. 

 Não há nada neste governo que venha ao encontro das necessidades do povo brasileiro. Há,  sim, uma política pública de mentiras, cinismos, hipocrisias e chantagens. Um governo formado 

por gente mal intencionada, que zomba da nossa inteligência, exatamente por faltar-lhe  inteligência para se reconhecer como uma piada de muito mau gosto. 

 Um governo que ameaçou não pagar o salário dos seus servidores se a Reforma da  Previdência Social não fosse aprovada é um governo que, em bloco, deveria ter pedido para sair,  para ir embora e não voltar jamais. Salário é verba alimentar, assegurado constitucionalmente  como um direito humano fundamental de natureza social, que não pode servir de objeto de  barganha ou de constrangimento para tentar, pela imposição do medo, obrigar que os  parlamentares votassem a favor de uma Reforma que só trouxe injustiça social e acentuação da  vulnerabilidade e pobreza do povo brasileiro, enfraquecendo a solidariedade - princípio  fundamental da proteção social prevista no Texto Constitucional de 1988. Portanto, um princípio  cláusula pétrea constitucional. 

 Educação Pública não tem preço. Assim como Saúde Pública também não tem. Ao  contrário, ambos têm valor. Um valor ético da humanidade, um valor moral da civilização, um  valor social edificante da cidadania. Um valor que alicerça a dignidade. 

 O problema é que essa gente que, hoje, está aí a nos governar é incapaz de alcançar esse  entendimento, pois falta à essa gente capacidade de compreensão. Falta sensibilidade humana e  social. Falta senso de autocrítica. Falta bom senso. Falta boa-fé. Falta verdade. Falta  responsabilidade. Falta boa intenção. Falta respeito. Falta acolhimento. Mas sobram intolerância,  truculência, exclusão, covardia, manipulação, insensatez, insegurança, fake news e armas. Sim,  porque este não é um governo que preza a paz, não é um governo de argumentos, não é um  governo de construção. 

 Educação Pública é um elemento estruturante do Estado Democrático. Mas este não é um  governo de Democracia. Este é um governo que se movimenta na Autocracia - uma forma de  governo que se aproxima da ditadura, já que aquilo que o povo pensa ao governo não interessa. 

 Há um estamento perverso na realização do caos e da separação social, com a participação,  em grande parte, e em conluio, de todos os Poderes da República, e da imprensa (mídia-empresa).   

 Para esse governo atual, o importante é manter o desemprego em alta para contratar barato  e sem estabilidade. O importante é manter o povo ignorante para não haver resistência. O  importante é enfraquecer os sindicatos para não haver mobilização. O importante é não abrir  concursos públicos para promover o aparelhamento político da Administração Pública. O  importante é você continuar acreditando em um "mito" para que você ajude o governo a destruir  todos os avanços sociais historicamente conquistados e, ao final, destruir também você... 

Wladimir Tadeu Baptista Soares 

Advogado, Médico da Divisão de Promoção e Vigilância em Saúde (UFF) e Professor de Clínica  Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF Pesquisador do Instituto Gilvan Hansen 

Membro associado da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e da Associação  Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia (ABMMD) 

EX-Chefe de Equipe e Ex-Chefe do Serviço de Emergência do Hospital Universitário Antônio Pedro  (UFF) 

Mestre, Doutor 

Escritor, poeta e compositor 

wladuff.huap@gmail.com


sábado, 2 de abril de 2022

ABAIXO A MILITARIZAÇÃO DO ENSINO * FETEERJ E SINDICATOS / RJ

ABAIXO A MILITARIZAÇÃO DO ENSINO

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, assinou o decreto nº 48.003, no dia 23/03, que instituiu o programa de ensino Técnico Cívico-Militar nas unidades da FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica), em uma ação que revoltou toda a comunidade educacional de nosso estado.

A Feteerj e os Sindicatos de Professores (Sinpro) filiados à Federação se posicionam contra esse decreto absurdo que coloca a escola pública sobre a tutela de militares que nada conhecem sobre o processo pedagógico-educacional.

Com isso, a Feteerj e os Sinpros subscrevem a moção de repúdio escrita pelo Fórum Estadual de Educação do Estado RJ (FEERJ), constituído por 47 representantes da sociedade civil e governamental.

A seguir, transcrevemos a moção de repúdio da FEERJ:

MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA O DECRETO DE CLAUDIO CASTRO QUE MILITARIZA FAETEC

O Fórum Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro- FEERJ, constituído 47 representantes da sociedade civil e governamental, como órgãos públicos, autarquias, entidades e movimentos sociais, atua no sentido de não permitir retrocessos e ataques à educação, em especial à pública, e aos profissionais da educação, na defesa da gestão democrática e da participação social como direito de todos, todes e todas.

Ancorado nesses princípios, repudia de forma veemente a atitude do Governador do estado do Rio de Janeiro, que publicou no Diário Oficial o Decreto nº 48003 de 23 de março de 2022 instituindo o Programa escolas técnicas cívico-militares no estado do Rio de Janeiro.

Importante lembrar que o Governo Federal editou no dia 6 de setembro de 2019 o Decreto nº 10.004/2019, da Secretaria Geral da Presidência da República, criando o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares – Pecim, para a adesão voluntária dos entes federados. O estado do Rio de Janeiro não aderiu ao Programa. O Ministério da Educação, por meio de sua Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares da Secretaria de Educação Básica, tornou pública a decisão dos governantes estaduais, à época.

Outro fato minimamente intrigante encontra-se no teor do próprio Decreto, que considera o Plano Estadual de Educação do Rio de Janeiro (PEERJ) como justificativa para a implantação do Pecim, remetendo o Decreto as suas diretrizes e metas, apesar do projeto do Plano sequer ter sido encaminhado à Assembleia Legislativa (ALERJ). O Rio de Janeiro é o único estado brasileiro que ainda não teve aprovado o seu PEE.

Importante ressaltar que em contraposição à proposta educacional das escolas cívico-militares, o Feerj defende um projeto de educação que tem como princípio o exercício da democracia, valorizando a formação de crianças, jovens e adultos mais participativos, críticos, fortalecendo espaços das associações de pais, sindicatos dos profissionais da educação e grêmios estudantis, como instâncias coletivas na perspectiva de construir culturas de diálogo, de compartilhamento, em acordo com a Constituição Federal e o Plano Nacional de Educação.

Face a tais considerações, o anúncio do Governador desrespeitou todas as instâncias de representação democrática, uma vez que não houve consulta pública para analisar a posição anterior de não adesão do estado e, especialmente, a representação colegiada da rede de escolas da FAETEC, onde será implementado o Programa, já que não foram consultadas, fato revelador de uma postura autoritária e antidemocrática por parte do governo do estado. Há que ser considerado, também, que o fundamento legal utilizado para justificar o Programa é inexistente no estado do Rio de Janeiro.

Pelas questões apresentadas, o FEERJ repudia a adesão ao referido Programa e reivindica que o governador revogue o Decreto em pauta, em prol de uma educação pública laica, gratuita e de qualidade socialmente referenciada.

Rio de Janeiro, 25 de março de 2022 – Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro (FEERJ)

Subscrevem essa moção, além das entidades e instituições que compõem o FEERJ:

Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais

Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação

Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado-RJ (Feteerj)

Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico

Federação Nacional dos Sociólogos

Fórum Municipal de Nova Friburgo

Sindicato dos Professores da Baixada Fluminense (Sinpro)

Sindicato dos Professores da Região dos Lagos

Sindicato dos Professores de Campos e São João da Barra

Sindicato dos Professores de Macaé e Região

Sindicato dos Professores de Niterói e Região

Sindicato dos Professores de Nova Friburgo

Sindicato dos Professores de Petrópolis e Região

Sindicato dos Professores de Teresópolis

Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro

Sindicato dos Professores dos Norte e Noroeste Fluminense

Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro
CONFIRA

sábado, 19 de março de 2022

CARTA ABERTA À SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

 CARTA ABERTA À SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

-"Castrinho bozolóide em guerra com a educação"-

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro, 17 de março de 2022 

Ao Secretario de Educação Alexandre Valle,  

Ao Presidente da Faetec João Carrilho, 

Aos demais responsáveis da Educação do Estado do RJ, 

Com cópia à Coordenação do Iserj 

Com cópia ao Ministério Público do Estado. 

Ao ver o nome de nossos filhos e filhas sorteados para o ISERJ, CAP-Faetec, nós choramos. Choramos de emoção, porque eles teriam acesso ao que deve ser direito  garantido a toda criança brasileira: uma educação pública, de qualidade e socialmente  referenciada. Ainda celebramos essa pequena vitória, mas poucas semanas  pertencendo a essa comunidade já nos fez lembrar que nenhum direito vem por  caridade, é preciso lutar incessantemente pelos direitos. 

Já passou um mês desde o início do ano letivo, uma retomada presencial  possível pelo recuo da pandemia COVID-19 depois que milhões de crianças e  adolescentes foram submetidos à falta de planejamento e condições a uma educação  digna por 2 anos. 

Tudo poderia ser comemoração, porém estamos diante de sérios problemas.  Como já foi divulgado pela imprensa, não há professores concursados e nem há  comida.  

Há professores aprovados em concurso, mas não há a posse dos mesmos. A  Faetec abriu processo seletivo para contratação de temporários há semanas, mas até o  dia de 17/03/2022 não havia profissionais para garantir as aulas de grande maioria das  turmas do ensino infantil, fundamental e do ensino médio. Após 3 adiamentos, a  coordenação do ISERJ tenta garantir o acolhimento das turmas sem aulas, convocando  professoras em processo de aposentadoria, revezando entre profissionais da diretoria  e outras medidas desesperadas a fim de evitar que as crianças fiquem mais tempo  largadas em casa.  

Lembremos a perda pedagógica principalmente para os menores que estão nos  primeiros passos da educação formal. Cada dia sem aula significa um século de  prejuízos para as crianças e para o futuro deste país. 

Para piorar: há poucos suprimentos destinados a lanche e estão sendo  racionados, com previsão de acabarem por completo ainda esta semana. Os alimentos  destinados a almoço e jantar nunca chegaram em 2022. Resultado: temos milhares de  

alunos na Rede sem almoço, sem jantar e com lanche racionado. Ninguém precisa  contar a notícia de que muitas vezes a única refeição do dia dos estudantes é o  alimento oferecido pela escola pública, ainda mais nos dias de hoje com o Brasil  novamente incluído no Mapa da Fome, organizado pela ONU. 

Por isto, considerando a responsabilidade legal, administrativa e social dos  dirigentes desta instituição e à frente da pasta de educação do Estado do RJ, queremos manifestar nosso repúdio diante desse quadro de completo abandono e descaso. A  situação é absolutamente indignante, ilegal, irresponsável e negligente.  

A menos que tal precarização do ISERJ seja parte de um projeto organizado de  desmonte do ensino público, não há nem como nem porque não ter professores  concursados convocados. A opção por contratos temporários como solução 

permanente é por si só uma medida defeituosa grave no serviço público que para se  oferecer eficiente e socialmente referenciado demanda estabilidade e vínculo de seus  funcionários. A experiência concreta demonstra isso. 

A contar pelo orçamento público votado e aprovado, não se trata de falta de  recursos ou dinheiro. Estamos diante da omissão, do deixar de fazer, de gestão pública  leviana e repito do abandono de toda uma comunidade de profissionais de educação,  seus estudantes, suas famílias e da sociedade. 

Diante do exposto, gostaríamos de reivindicar as seguintes medidas urgentes e  emergenciais: 

1. Início das aulas de turmas sem professor, considerando o anúncio que o Estado  havia contratado profissionais em caráter temporário; 

2. a convocação e posse dos professores que já foram aprovados em concurso com  validade; 

3. garantia da proposta pedagógica do próprio ISERJ da biodocência: dois professores  por turma; 

4. realização de concursos pra carreiras ainda não contempladas em concurso anterior;  5. entrega imediata dos insumos para merenda.  

Trata-se de um mínimo essencial. Sem isso, não há esforço e dedicação do atual quadro que resiste bravamente às deficiências estruturais que dê conta do que as  crianças e comunidade precisam. 

Não queremos chorar de decepção. Só de alegrias. 

Assinam em conjunto (atualizado até 17/03/2022): 

01 - Laura Abrantes 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

02 - Pedro Farias Braga 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

03 – Maria Elena Leboso Alemparte 

Avó de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

04 – Celso Luiz Ribeiro Braga 

Avô de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

05 – Anna Claudia L. da S. de Sousa 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

06 – Adriana do Prado Pontes 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

07 – Michele Alves Ferreira Estevão da Fonseca 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

08 – Maria Luiza Rêgo 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ 

09 - Anna Carolina Batista Bayer de Sá 

Responsável de aluno de turma da Ed. Infantil – ISERJ

Antonio Cabral Filho

Responsável de aluno da Escola Municipal Jornalista Campos Ribeiro

Roseli Brito Cabral

Responsável de aluno da Escola Municipal Hemetério Santos

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