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segunda-feira, 14 de março de 2022

A GLOBOLIXO SERVIÇAL * Angela Carrato / WEB

 A GLOBOLIXO SERVIÇAL

Como o JN "informa" desinformando

A cada dia, o Jornal Nacional aprimora as técnicas de informar desinformando, mas a edição de hoje (11/3) pode ser considerada paradigmática.

Na escalada, a primeira reportagem anunciada foi sobre o aumento no preço dos combustíveis e as enormes filas geradas nos postos de gasolina  e o impacto sobre os revendedores de gás em todo o país. A segunda chamada, numa espécie de continuação, abordava a Guerra na Ucrânia. 

O resultado dessa técnica, sem que Bonner ou Renata precisassem dizer qualquer palavra, é  que o telespectador, de forma automática, associa o aumento dos preços dos combustíveis no Brasil à Guerra na Ucrânia. 


Já no primeiro bloco do telejornal, uma longa reportagem tratou do aumento no preço dos combustíveis, mas sem fazer qualquer referência sobre a total responsabilidade dos governos Temer e Bolsonaro.


Depois de eximir às petroleiras internacionais de pagarem impostos na exploração do  pré-sal feita por Temer, Bolsonaro vem fatiando e privatizando refinarias e demais setores da Petrobras, além de atrelar os preços internos dos combustíveis ao dólar, sem a menor necessidade, pois o Brasil é  autossuficiente em petróleo.


Tamanha deferência para com Bolsonaro numa questão  crucial  deve ter lá seu preço, mas sinaliza igualmente que a família Marinho não está fechando as portas para um possível apoio a ele nas eleições de outubro.


Para confundir ainda mais o telespectador em relação à responsabilidade sobre o aumento nos preços dos combustíveis no Brasil,  o JN apresentou uma longa reportagem sobre redução do ICMS, apontando a medida como uma solução possível,  mesmo que não imediata. O que não passa de mais uma mentira deslavada. 


É o vale tudo para esconder a realidade: o preço dos combustíveis está nas alturas e vai continuar subindo por causa da destruição da Petrobras, que tem dado lucro bilionário apenas para um grupo de acionistas nacionais e internacionais, verdadeiros oligarcas.


Quanto à  cobertura sobre a Guerra na Ucrânia, a ladainha continuou a mesma: a culpa é  da Rússia e do sanguinário Putin. Todas as imagens e referências positivas ficaram por conta de Zelensky e de Biden.


A denúncia da existência de armas químicas na Ucrânia feita por parte da Rússia foi minimizada e o JN continua mostrando as atrocidades da guerra apenas pelo ângulo do interesse ocidental.


No mais, a importante posse, hoje, do novo presidente do Chile, Gabriel Boric, mereceu do JN apenas um mero registro. Nem uma palavra sobre a reunião que ele teve com líderes da América Latina, onde defendeu a integração da região. 


Nem uma referência ao fato de o representante brasileiro, o vice  Hamilton Mourão, ter sido vaiado por populares e muito menos o carinho desses mesmos populares para com a ex-presidenta Dilma Rousseff, que foi à  posse representando o PT.


Aliás, o JN se limitou a dizer que Boric herda uma carga pesada em termos de desafios políticos, econômicos, sociais e sanitários, sem qualquer menção  à ditadura Pinochet e aos recentes governos neoliberais que destruíram a economia daquele país.


A expectativa é  de que Boric consiga encerrar de vez essa triste página na história do Chile, mas Bonner e Renata não falaram nada sobre isso.


Haja manipulação, mentiras e desinformação. Tudo junto e misturado.

Que falta faz a democratização da mídia no Brasil!


Angela Carrato

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