SEM CONLUIO NÃO TEM BLOQUEIO
Poderia dizer, à moda antiga, que ouço falar do bloqueio a Cuba desde que me entendo por gente. E uma coisa sempre me causou desconfiança: todas as acusações são atribuídas ao testa-de-ferro do capital: o governo estadunidense. Será que ninguém se dá conta de que apenas um membro de uma aliança político-militar não tem tanta força assim para determinar uma medida e aplicá-la a revelia de todos, unilateralmente?
Tudo bem que o poderio bélico estadunidense é um dos maiores do mundo, mas creio que todas as demais forças integrantes do bloco imperialista têm culpa no cartório. Todos podem constatar isso em relação a outros casos, não apenas de bloqueio, quando um ou mais membros se recusam a colaborar com as vontades tio-samtânicas.
Não é difícil constatar isso, por um lado, e por outro, me pergunto por que tantas forças políticas se manifestam contra o bloqueio a Cuba e nunca chamam uma mobilização mundial, apontando a omissão de todo o resto do mundo. Afinal, sem o respaldo do imperialismo em bloco, o governo estadunidense não teria condições morais para impor bloqueio a quem quer que seja.
Querem um exemplo? Eis a Venezuela, vítima dos narcos de todos os quadrantes e sob o cerco do governo estadunidense e de todo o bloco imperialista europeu. Ou seja, sem o conluio não teria bloqueio.
Hoje, por incrível que pareça, isso está expresso na votação contra o bloqueio:
Uma das melhores provas do enfoque unilateralista de que falo se encontra abaixo:
" Declaração do Nescuba/Ceam/UnB
O Núcleo de Estudos Cubanos (Nescuba), do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinários (Ceam), da Universidade de Brasília, constituído em 1995 pelo Ato da Reitoria 1959/1995 é formado por um grupo de professores e pesquisadores interessados em realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária voltadas para o estudo da realidade de Cuba, em toda sua dimensão histórica, social, política, econômica e cultural.
Na condição de estudiosos da realidade de Cuba, manifestamos nossa posição, somando-nos a vozes de distintas partes do mundo, acerca do Projeto de Resolução a ser apresentado por Cuba no dia 23 de junho próximo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas sobre a urgente necessidade de por fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba.
Consideramos imprescindível que esta Assembleia Geral aprove, pela vigésima nona vez, a resolução condenando esse bloqueio imposto desde 1962 e recrudescido, em plena pandemia, por 243 medidas adotadas contra Cuba pelo ex-presidente Donald Trump, e que continuam vigentes.
O bloqueio, além de violar normas do Direito Internacional e da boa e pacífica convivência entre as nações, atinge não só a soberania de Cuba como a de terceiros países, impondo limitações ilegais a seus governos, cidadãos e empresas pela aplicação unilateral de dispositivos extraterritoriais da Lei Helms-Burton, aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos da América em 1996.
O bloqueio econômico, comercial e financeiro a Cuba já causou ao país perdas estimadas em mais de 90 bilhões de dólares, caracterizando-se como uma ação genocida contra o povo cubano, privado de bens e recursos essenciais à sua vida devido às restrições ao livre comércio e intercâmbio não só com os Estados Unidos como com outras nações ilegalmente atingidas pelas medidas extraterritoriais e intervencionistas.
O bloqueio, medida política aplicada pelo governo dos Estados Unidos da América cria dificuldades de todo tipo ao cotidiano da população cubana, e intenta desse modo
fomentar insatisfações sociais e solapar a unidade construida no processo revolucionário, com a intenção de mudança do regime legítimo e constitucional da República de Cuba, conforme já declarado pelo governo estadunidense em diferentes momentos. Para atestar o fracasso dessa política genocida que tantos sofrimentos causa ao povo de Cuba, basta dizer que vem sendo executada por sucessivos governos estadunidenses nesses quase 60 anos.
Esperamos, assim, que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprove mais uma vez a Resolução apresentada por Cuba e faça prevalecer os princípios básicos do Direito Internacional e o respeito à soberania e à autodeterminação da República de Cuba.
VIVA a SOBERANIA dos POVOS DO MUNDO!!!!
ABAIXO O BLOQUEIO!!!
VIVA a REVOLUÇÃO CUBANA!!!
Em nome da equipe do Nescuba/Ceam/UnB, assinam este documento:
Jacques de Novion - coordenador
Felipe Canova - vice coordenador
Hélio Doyle e Maria Auxiliadora César - fundadores do Nescuba
Brasília, 21 de junho de 2021
23/06/21 16:57 - CGALRJ Galarza/RJ: IMG-20210623-WA0296.jpg (arquivo anexado)"
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