quinta-feira, 30 de novembro de 2023

SÍTIOS HISTÓRICOS DA DOR * Joãozinho Ribeiro/MA

SÍTIOS HISTÓRICOS DA DOR
Joãozinho Ribeiro(*)


Tive a imensa honra de participar nesta terça-feira, 28/11, na condição de artista convidado, da abertura simultânea de dois eventos bastantes significativos, fruto da cooperação internacional entre a Universidade de Licungo de Moçambique e a Fundação Souzândrade (Universidade Federal do Maranhão), a saber:

- 1ª Conferência Internacional sobre Contextos, Desafios e Possibilidade: Cooperação Fundação Souzândrade e Universidade Licungo de Moçambique.

- 2ª Conferência Internacional sobre Educação, Tecnologia e Cultura no contexto dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.

Na breve fala que me concederam, antes de apresentar a canção inédita de minha autoria “Pequena Grande África”, fiz menção a dois acontecimentos que têm um elo de ligação bastante estreito: o tráfico e a comercialização de milhares de meus ancestrais escravizados, trazidos do continente africano, e desembarcados nestes espaços, onde estão sendo erguidos monumentos vinculados a estas memórias – o Cais de Valongo e o Monumento à Diáspora Africana.

O primeiro, localizado na região reconhecida popularmente como Pequena África, que compreende os bairros da Saúde, Santo Cristo e Gamboa, na cidade do Rio de Janeiro; o segundo, na recém inaugurada Praça das Mercês, no coração do Centro Histórico de São Luís, no tradicional bairro do Desterro.

Por ter passado grande parte da infância, adolescência e juventude nesta região da capital ludovicense, as águas da memória me conduzem, literalmente, para outras águas, quando ainda não havia sido construído o Aterro do Bacanga, e costumávamos tomar banho de maré, saltando de uma enorme pedra, situada nas imediações da Fábrica Oleama, uma das maiores indústrias oleaginosas da época do Maranhão.

Lembro também de muitas peladas disputadas num campinho, naquela localidade que chamávamos de “Dique”, e de uma curiosidade das irregularidades geográficas deste inusitado estádio, que abrigou memoráveis partidas entre times formados por inesquecíveis nomes do nosso futebol: Djalma Campos, Assis, Pindura, Pelé, Campos (goleiro do Moto Clube) etc. Este local, de certa forma também nos protegia das investidas da polícia, que costumava caçar os dedicados peladeiros, associados à vadiagem.

Além do completo desnivelamento, quem estivesse postado em uma das cidadelas (trave na linguagem popular) não conseguia enxergar a outra, pois o prédio de uma usina de arroz (Cruzeiro, se não me engano) impedia a visualização completa da outra meta. Só mesmo muita secura de bola para atuar naquelas condições e circunstâncias totalmente improváveis, com direito a torcida e ao concorrido “desafiado”.

No livro “Tia Ciata e a Pequena África no Rio de janeiro”, do pesquisador e cineasta carioca Roberto Moura, há uma destacada referência ao mercado de escravos de Valongo (1774 – 1831), situado na Pedra do Sal (memória da migração dos baianos e da criação dos ranchos carnavalescos). Logradouro também lembrado pela letra do poeta e compositor Aldir Blanc, na música em parceria com o também compositor e cantor João Bosco, censurada pelo regime militar, “O Mestre-Sala dos Mares”: “Salve o navegante negro / Que tem por monumento / As pedras pisadas do cais”. Na letra original o verso continha a expressão “almirante negro”, o que era considerado um verdadeiro acinte para as forças armadas.

A premiada arqueóloga carioca Tania Andrade Lima, em 2011, durante escavações na zona portuária do Rio de Janeiro, descobriu vestígios do Cais de Valongo, que haviam sido propositadamente soterrados; quem sabe para esconder a vergonhosa chaga da escravidão, e o local por onde se estima terem aportado mais de um milhão de africanos escravizados. Em 2017, o Cais de Valongo entrou para o rol dos doze sítios históricos da dor, assim reconhecidos pela Unesco, como locais de memória e testemunho de verdadeiras tragédias pelas quais passaram consideráveis contingentes de pessoas humanas. Agora, Patrimônio Mundial.

Uma das artistas negras maranhenses selecionadas para construir um dos painéis do Monumento à Diáspora Africana, a ser inaugurado no próximo dia 30 de novembro na citada Praça das Mercês, a escultora Tassila Custodes, em publicação divulgada recentemente na internet pelo Instituto Cultural Vale, ressalta a importância do monumento com a seguinte ressalva: “Obviamente, sem esquecer ou até mesmo sem romantizar todo o processo criminoso a que nossos antepassados foram submetidos.”

Conforme informações contidas nesta mesma postagem do Instituto Cultural vale: a Praça das Mercês abrigará o Monumento da Diáspora Africana, que busca visibilizar a contribuição do povo negro para a cultura e a identidade do Maranhão. Informações sobre as datas, os nomes dos portos de embarque, os nomes dos navios e a quantidade de africanos de diversas nações desembarcados no Maranhão entre os anos de 1693 e 1844. Oito artistas negros do estado elaboram painéis que irão compor um monumento para resgatar o enraizamento afro cultural deixado na culinária, na fé, na dança, nos ofícios e nos modos de fazer.

Cotejando estes informes históricos e arqueológicos, podemos inferir que também por aqui tivemos o nosso sítio histórico da dor, local matizado pelo desembarque de milhares de negros escravizados trazidos do continente africano. As proporções podem não ser equivalentes, porém a tragédia não pode e nem deve ser minimizada e/ou banalizada.

“Valongo, portal de tanta desdita / Um sítio, memória da nossa dor / Merece uma outra versão escrita / Com a letra e a tinta / Dos versos retintos da minha cor”

(*) poeta e compositor

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

AS BASES OBJETIVAS DO RACISMO NO BRASIL * Revista Barravento

AS BASES OBJETIVAS DO RACISMO NO BRASIL
Introdução

O sociólogo e político brasileiro Guerreiro Ramos (1915-1982), que buscou pensar o negro como “negro-vida”, não como ser essencializado, criticou o que ele denominou de “sociologia inautêntica”, que transpunha para o Brasil conceitos forjados na Europa, aplicando-os de modo acrítico. Com efeito, excluía o negro do desenvolvimento nacional, tratava-o como problema. O problema não era o negro, argumentava, mas a sociologia assimilacionista que o transformou em problema. A questão real estaria na patologia do homem branco que, para alcançar o padrão estético europeu, precisava se diferenciar do negro, transformando-o em problema (Ramos, 1981). Um dos pioneiros nos estudos das relações raciais no Brasil, Florestan Fernandes (1920-1995), especialmente em sua obra de maturidade, vinculou a questão do racismo, assim como os desafios da população negra e da classe trabalhadora em geral, às especificidades da “revolução burguesa no Brasil” e à subordinação estrutural do capitalismo brasileiro ao imperialismo, cujos processos de modernização se expressam na extrema “concentração social, racial e regional da riqueza e da cultura” e nos “imensos bolsões de atraso educacional e de miséria” (Fernandes apud Chagas, 2011, p. 224). Dada sua natureza “compósita”[2] e associação subordinada ao capital externo, a burguesia brasileira é autocrática: acentua e concentra em suas mãos o poder político, transforma o Estado em instrumento exclusivo dos seus interesses particulares e egoístas, não admite conflitos inter-raciais e de classes e sufoca os protestos sociais, que são tomados de antemão como caso de polícia ou manifestações contra a ordem, o que significa, assim, que uma reforma racial dentro da ordem burguesa é impossível (Fernandes, 2017)[3]. Lélia Gonzalez (1935-1994), uma das maiores referências da luta antirracista no país, também combateu o mito da democracia racial, assim como o patriarcado e as opressões de gênero, presentes, inclusive, nos movimentos negros. O cientista social Clóvis Moura (1925-2003), por sua vez, colocou no centro do debate acerca da formação social brasileira, assim como no centro da crítica ao capitalismo brasileiro, o protagonismo negro, sobretudo da grande massa de trabalhadoras negras e trabalhadores negros do país. Nos últimos anos, uma das referências para o debate antirracista no Brasil tem sido a obra O que é racismo estrutural? (2018), de Sílvio de Almeida, atual ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ainda que o presente trabalho mobilize pistas de investigação deixadas por alguns expoentes do pensamento social brasileiro, seu objetivo não é analisar e polemizar as diferentes interpretações sobre racismo, tampouco a longa história de organização, resistência e lutas do povo negro no Brasil. Este artigo busca analisar as bases objetivas do racismo, em suas expressões ideológicas e práticas e, especificamente, a relação entre capitalismo, racismo, superexploração da força de trabalho e autocracia burguesa. Começa trazendo à tona o modo pelo qual o Brasil se inseriu no mundo moderno, a categoria da superexploração e a particularidade da formação social brasileira. Na sequência, aborda o processo de racialização do povo negro: a relação entre a abolição conservadora (1888) e a manutenção da estrutura subordinada do país, assim como os mecanismos ideológicos e práticos de discriminação, marginalização e subalternidade, que têm sido impostos à população afrodescendente no Brasil.

CONTINUA
*

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

DESNAZIFICAR O BRASIL JÁ! * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

DESNAZIFICAR O BRASIL JÁ!
NAZISSIONISMO ATACA BRENO ALTMAN
RESPOSTA DE BRENO ALTMAN À CENSURA SIONISTA

Soube pela imprensa que a CONIB (Confederação Israelita do Brasil) teria obtido medida liminar determinando a retirada de algumas das minhas postagens em redes sociais, sob o risco ser multado.

A alegação dessa agência do Estado sionista é que meus textos seriam “racistas”, por sua suposta natureza antissemita. De forma cautelar, sem apreciação de mérito, um juiz paulista teria acatado parcialmente as demandas apresentadas.

O comportamento dessa entidade é previsível. Sua história é repleta de manobras e artimanhas para defender os crimes praticados pelo regime que representa. Também são notórios seus vínculos com a extrema direita brasileira, com a qual partilha os piores valores antidemocráticos.

A CONIB, ao buscar me censurar, volta-se contra a liberdade de expressão e de imprensa, revelando as entranhas do autoritarismo típico da doutrina que professa. O sionismo, uma das mais brutais correntes chauvinistas de nosso tempo, persegue implacavelmente quem denuncia as práticas genocidas e de lesa-humanidade cometidas por Israel, tentando condenar seus críticos ao silêncio e à invisibilidade.

Para disfarçar suas intenções, os dirigentes dessa organização recorrem a uma mentira surrada, a da equivalência entre antissionismo e antissemitismo.

Antissemitismo é o ódio contra os judeus, que encontrou seu apogeu com o Holocausto, no qual morreram dezenas de meus familiares, entre milhões assassinados pela bestialidade nazista, esmagada pelo Exército Vermelho e a luta dos povos em 1945.

Antissionismo é a repulsa contra uma ideologia racista e colonial que envergonha a tradição humanista do judaísmo, manchando-a com o sangue das crianças executadas na Faixa de Gaza. São muitos os judeus antissionistas, como é o meu caso, comprometidos em combater o regime de apartheid construído pela liderança israelense, assim reconhecido por organizações de direitos humanos e pela resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas, vigente de 1975 a 1991, que identificava o sionismo com forma de discriminação racial.

Tenho orgulho de pertencer à militância contra o sionismo, ocupando a mesma trincheira escolhida por meus ancestrais há três gerações. Ameaças e arroubos ditatoriais da CONIB apenas reforçam a minha convicção sobre o papel que devo continuar a cumprir, ao lado de muitas outras pessoas, companheiros e coletivos.

Acusar-me de antissemita é apenas um discurso sórdido e falso, que não consegue ocultar a aliança entre o sionismo e os neofascistas da atualidade (como o primeiro-ministro de Israel, o ex-presidente do Brasil e o recém-eleito presidente da Argentina).

Tomarei as medidas judiciais cabíveis. E multiplicarei todos os esforços, em todos os espaços e momentos, para ajudar a desmascarar o regime sionista e ampliar o trabalho de solidariedade com o heroico povo palestino.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

BRASIL PRECISA SER DESNAZIFICADO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

BRASIL PRECISA SER DESNAZIFICADO
NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

Eduardo Alves Costa/SP

SOBRE A EXTREMA DIREITA FASCISTA NO MUNDO


A extrema direita 

Se sustenta nas mentiras,

Na postura autoritária 

E no vocabulário chulo

Das suas falas.

O fascismo procura se impor pela violência,

Pronunciando discursos de ódio contra um grupo ou contra alguém. 

A extrema direita defende a prática da tortura,

Estimula a intolerância 

E se alinha ao que há de pior na sociedade.

O fascista grita a sua falta de argumentos,

Revelando o ser inculto que é.

A extrema direita se diz patriota privatizando as nossas empresas públicas,

As nossas Universidades e o nosso sistema público de saúde. 

O fascista traz a palavra "Deus" no seu slogan,

Ao mesmo tempo em que quer armar toda a população e eliminar com a morte ou o exílio aqueles que lhe são oposição. 

A extrema direita é elitista, racista, xenofóbica, misógino, homofóbica e insensível às desigualdades e injustiças sociais.

O fascista é perverso, cínico, mau e cruel.

A extrema direita é neoliberal, implementando políticas públicas que retiram direitos dos trabalhadores e promove favorecimentos ao grande capital, defendendo um Estado Mínimo para a ordem social e um Estado Máximo para a ordem econômica, insuflado um individualismo extremo e negligenciando o Estado Social. 

O fascista defende ditadura e regime militar, atacando as instituições democráticas e perseguindo professores, intelectuais e artistas.

A extrema direita tem como matriz a ignorância e faz da Estupidez a sua bandeira, destruindo o meio ambiente, desqualificando a  ciência e criando teorias conspiratórias que não encontram fundamento na razão.

O fascista de extrema direita fala de pátria, ao mesmo tempo em que ataca a soberania, colocando o Estado nas mãos do mercado ao promover reformas Constitucionais nesse sentido. 

A dissonância cognitiva coletiva continua avançando numa dimensão mundial,

Tornando perigosa a vida neste planeta,

Colocando em risco todo ser vivo existente aqui.

Então, já passou da hora de se ter consciência da gravidade do tempo de agora, o que exige a elaboração de estratégias de resistência e de mudança de rumo político na direção de uma esquerda raiz - uma esquerda de verdade -, que possa transmitir confiança, sintonia, esperança e sinceridade nas suas falas e nas suas práticas, na defesa incondicional do interesse público, dos diteitos de cidadania, da nossa dignidade e da justiça social;

E na defesa, principalmente, do nosso Texto Constitucional de 1988 - a nossa Constituição Cidadã. 


Wladimir Tadeu Baptista Soares 

Cambuci/Niterói - RJ

Nordestino 

wladuff.huap@gmail.com 

20/11/2023

*
VI ÁLVARES
ZOANDO A GADAIADA
15 de Novembro
*
FORA LULA REÚNE 7 BOLSONARISTAS EM CURITIBA
CRIME ORGANIZADO
*



*

domingo, 12 de novembro de 2023

NAZISSIONISMO ATACA O BRASIL * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

NAZISSIONISMO ATACA O BRASIL

SIONISMO E BOLSONARISMO PRESSSIONAM O LULISMO


CÉSAR FONSECA


A reunião do embaixador de Israel, Daniel Zonshine, com o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje, na Câmara dos Deputados, representou início de formação de aliança sionismo-bolsonarismo para pressionar governo Lula a se definir diante da agenda de guerra israelense, apoiada pelos Estados Unidos, favorável à bandeira político-ideológica de Israel de direito de autodefesa colocado em prática no massacre sionista contra Palestina.


O encontro Bolsonaro-Zonshine, curiosamente, coincidentemente, ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal apreende terrorista islâmico supostamente ligados ao Hezbollah suspeito de armar atentados contra israelenses em território brasileiro.


Imediatamente à ação da PF brasileira, o presidente Benjamin Netanyahu divulga nota oficial de agradecimento do governo israelense às forças de segurança do governo Lula pela pronta providência em proteger interesses de Israel.


Politicamente, o governo Netanyahu considerou o episódio fator positivo a fortalecer as relações Brasil-Israel, no instante mais dramático da guerra de extermínio patrocinada pelo sionismo judeu contra os palestinos sufocados na Faixa de Gaza, com fome, com sede, sem socorros médicos, transformada em cemitério a céu aberto.


Consequentemente, do ponto de vista de Netanyahu, com essa diplomacia do terror, ficou mais complicada e, sobretudo, constrangedora possível ação diplomática brasileira no sentido de radicalizar contra Israel, em eventual tentativa de o Itamaraty retirar o embaixador brasileiro de Telavive.


Essa possibilidade tem sido aventada internamente devido ao fato de Israel, na Faixa de Gaza, atrasar a saída de brasileiros rumo ao Egito, para serem repatriados, graças às providências de Lula nesse sentido, sob pressão da sociedade brasileira.


JOGADA POLITICAMENTE EXPLOSIVA


A jogada política do bolsonarismo direitista fascista de aproximar do sionismo, por puro oportunismo ideológico, levando para dentro do Congresso nacional, o debate sobre a guerra de extermínio em curso, na Faixa de Gaza, coloca em xeque o lulismo.


Lula e seus aliados de centro esquerda passam a sofrer pressões adicionais de sua base quando as tensões diplomáticas Brasil-Israel entram em ponto de ebulição.


A crise tende a se agravar, principalmente, porque crescem dúvidas sobre as circunstâncias e fatores reais que levaram à prisão de integrantes do Hezbollah pela Polícia Federal, avisada/alertada pelo serviço secreto israelense do Mossad.


De imediato, o alerta levanta suspeita sobre relações PF-Mossad.


Teriam ambas as partes acordos de cooperação prévios que permitissem esse tipo de ação internacional do Mossad em território nacional?


Desde quando essa cooperação se realiza, com o conhecimento de quem, do ponto de vista institucional etc.?


As investigações, portanto, se fazem necessárias, transformando-se no foco do debate político a partir de agora.


Portanto, ambas as ocorrências, politicamente, incendiárias – de um lado, a ação cooperativa Mossad-PF-Brasil, e, de outro, a articulação sionismo/bolsonarismo no parlamento brasileiro – criam fato político que passa a sobrepor a própria política nacional como subproduto da guerra, que tem todas as condicionantes para se alastrar, conforme totalidade dos observadores internacionais. 

CÂMARA FEDERAL




PASTORA PREGANDO "ACABE COM GAZA"

PROF FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA/UERJ/UFRJ-RJ
Algumas considerações

O que é espantoso nessa questão do pseudo atentado do Hezbolá no Brasil é a nossa imprensa burguesa não se questiona sobre os fatos.

Como a Polícia Federal ficou sabendo desse suposto atentado? Se prenderam duas pessoas, onde estão as provas: explosivos etc.? 

Nada. Depois que sabemos que foi o Mossad que assessorou a PF no caso (que supresa!) aí que a coisa toda vem por terra de maneira cômica. 

No entanto, há várias questões que exigem resposta. Porque Lula e Flávio Dino autorizaram tal operação fajuta? 

Por que o Hezbolá decidiu explodir sinagogas justamente no Brasil, país que acabar de aprovar o ingresso no Irã nos BRICS? 

Que propósito serviriam esses atentados?

Por que não há notícias de atentados contra sinagogas em outros países do mundo? 
 
Será que o Hezbolá vai dispersar os seus poucos recursos, necessários na guerra contra Israel para destruir prédios pelo mundo? 

*E mais importante de tudo: quem acredita nessa história?*

Agora, apesar de tudo isso, há algo político muito importante para os brasileiros: não está na hora de investigar essa PF que não para de organizar golpes deste tipo, provavelmente (?) com a colaboração do FBI e da CIA?

Acabamos de ter atentados terroristas em Brasília, em 08 de janeiro, com invasoes e depredacoes dos 03 mais importantes prédios públicos da Republica, fogo em onibus, invasao de predio da PF,  rodovias bloqueadas, atentado frustado em caminhao de queresone no Aerporto de Brasilia, na véspera do Natal de 2022, milhares de terroristas brasileiros presos, e alguns já julgados e condenados a 17 anos de cana, e os caras vem falar em planejamento de atentados contra alvos sionistas.

Acham que somos otários.

Tá na cara que é pressao de judeus ricos no Brasil, para tentar justificar o genocidio, em curso, do povo palestino em Gaza.

O governo brasileiro se prestar a esta palhaçada tambem, para liberar 24 brasileiros em Gaza, nao é eticamente justificável.
*

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

30 DIAS DE NAZISSIONISMO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores?FRT

30 DIAS DE NAZISSIONISMO

O DISCRETO CHARME DOS NOBRES DA PAPUDA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

O DISCRETO CHARME DOS NOBRES DA PAPUDA

SAIU A ATUALIZAÇÃO DA LISTA.

PRESOS:

01) Anderson Torres - ex-ministro da justiça
02) Daniel Silveira - ex-deputado federal
03) Bismark - humorista, canal Hipócritas
04) Ivan Papo Reto - influencer
05) Serere - cacique
06) Gabriel Mont. - ex-vereador há + 5 meses
07) Mauro Cid - auxiliar de Bolsonaro
08) Max Guilherme - auxiliar de Bolsonaro
09) Sérgio Cordeiro - aux. de Bolsonaro
10) João Carlos - aux. de Bolsonaro
11) Ailton Gonçalves - aux. de Bolsonaro
12) Luís Marcos - aux. de Bolsonaro
13) Allan Frutuozo - jornalista
14) Diversos patriotas - 08/01/23

FORAGIDOS:

15) Wellington Macedo - jornalista
16) Allan dos Santos - jornalista, site 3° Livre
17) Adriano Castro - Ex-BBB

CASSADOS:

18) Pablo Marçal
19) Deltan Dallagnol
20) Jair Bolsonaro

DESMONETIZADOS E MULTADOS:

21) Monark
22) WALTER SOUZA BRAGA NETTO
23) CARLOS BOLSONARO
24) EDUARDO BOLSONARO
25) FLAVIO BOLSONARO
26) NIKOLAS FERREIRA
27) KIM PAIM
28) CARLA ZAMBELLI
29) GUSTAVO GAYER
30) LEANDRO RUSCHEL
31) SILVIO NAVARRO PEREJON
32) HENRIQUE DAMASCENO
33) LUCAS FERRUGEM
34) FILIPE SCHOSSLER
35) BARBARA ZAMBALDI
36) LUIZ PHILIPPE DE O. E BRAGANCA
37) PAULO EDUARDO LIMA MARTINS
38) BERNARDO PIRES KUSTER
39) ELISA BROM DE FREITAS
40) BEATRIZ KICIS DE SORDI
41) ERNANI FERNANDES B. NETO
42) THAIS RAPOSO DO AMARAL PINTO
43) ANDERSON AZEVEDO ROSSI
44) OTAVIO OSCAR FAKHOURY
45) RICARDO DE AQUINO SALLES
46) ANDRE PORCIUNCULA A. ESTEVES
47) ALEXANDRE RAMAGEM R.
48) PAULA MARISA C. DE OLIVEIRA
49) SARITA GONCALVES COELHO
50) DIEGO HENRIQUE GUEDES
51) MARCELO DE C. FRAGALI
52) JOSE PINHEIRO TOLENTINO
53) ROBERTO BEZERRA MOTTA
54) MARIO LUIS FRIAS
55) ROGER ROCHA MOREIRA
56) MICARLA ROCHA MELO
57) SILVIO GRIMALDO DE C.
58) FLAVIA FERRONATO
59) JAIRO MENDES LEAL
60) CAROLINE ROD. DE TONI
61) AUGUSTO PIRES PACHECO
62) PAULO VITOR SOUZA
63) BISMARK FABIO FUGAZZA
64) RODRIGO CONSTANTINO
65) ALEXANDRE DOS SANTOS
66) MAX GUILHERME M. DE MOURA
67) BRUNO CASTRO ENGLER
68) FLORENCIO DE ALMEIDA
69) FILIPE TOMAZELLI SABARA

DESMONETIZADOS NO INSTAGRAM E FACEBOOK:

70) @Doprimido2
71) @MonicaMachado38
72) @PadraoAlexandre
73) @Damadeferroofic
74) @TexugoWick
75) @PATRIOTAS
76) @viniciuscfp
77) @viniciuscfpires
78) @AXELJORGE92
79) @eumesmavivi_
80) @ruirapina3
81) @rafaelbboa
82) @apropria_bia
83) @oiiuiz
84) @emb_resistencia
85) @thaispsic
86) @clauwild1
87) @dimacgarcia
88) @Fa1ryNight,
89) @Conservadora191
90) @FlviaLeo16
91) @mendesluizpaulo
92) @freu_rodrigues
93) @ViLiMiGu_Tex
94) @iaragb
95) @glovesnews
96) @alepavanellim
97) @BrazilFight

VAMOS DIVULGAR PRA TODOS NOSSOS CONTATOS, PARENTES E AMIGOS  

Todos os patriotas do Oito de Janeiro, todos presos e condenados a 17 anos de prisão-
.
FORAGIDOS:
.
15) Wellington Macedo - jornalista
16) Allan dos Santos - jornalista, site 3° Livre
17) Adriano Castro - Ex-BBB
.
CASSADOS:
.
18) Pablo Marçal
19) Deltan Dallagnol
20) Jair Bolsonaro
.
DESMONETIZADOS E MULTADOS:
.
21) Monark
22) WALTER SOUZA BRAGA NETTO
23) CARLOS BOLSONARO
24) EDUARDO BOLSONARO
25) FLAVIO BOLSONARO
26) NIKOLAS FERREIRA
27) KIM PAIM
28) CARLA ZAMBELLI
29) GUSTAVO GAYER
30) LEANDRO RUSCHEL
31) SILVIO NAVARRO PEREJON
32) HENRIQUE DAMASCENO
33) LUCAS FERRUGEM
34) FILIPE SCHOSSLER
35) BARBARA ZAMBALDI
36) LUIZ PHILIPPE DE O. E BRAGANCA
37) PAULO EDUARDO LIMA MARTINS
38) BERNARDO PIRES KUSTER
39) ELISA BROM DE FREITAS
40) BEATRIZ KICIS DE SORDI
41) ERNANI FERNANDES B. NETO
42) THAIS RAPOSO DO AMARAL PINTO
43) ANDERSON AZEVEDO ROSSI
44) OTAVIO OSCAR FAKHOURY
45) RICARDO DE AQUINO SALLES
46) ANDRE PORCIUNCULA A. ESTEVES
47) ALEXANDRE RAMAGEM R.
48) PAULA MARISA C. DE OLIVEIRA
49) SARITA GONCALVES COELHO
50) DIEGO HENRIQUE GUEDES
51) MARCELO DE C. FRAGALI
52) JOSE PINHEIRO TOLENTINO
53) ROBERTO BEZERRA MOTTA
54) MARIO LUIS FRIAS
55) ROGER ROCHA MOREIRA
56) MICARLA ROCHA MELO
57) SILVIO GRIMALDO DE C.
58) FLAVIA FERRONATO
59) JAIRO MENDES LEAL
60) CAROLINE ROD. DE TONI
61) AUGUSTO PIRES PACHECO
62) PAULO VITOR SOUZA
63) BISMARK FABIO FUGAZZA
64) RODRIGO CONSTANTINO
65) ALEXANDRE DOS SANTOS
66) MAX GUILHERME M. DE MOURA
67) BRUNO CASTRO ENGLER
68) FLORENCIO DE ALMEIDA
69) FILIPE TOMAZELLI SABARA

DESMONETIZADOS NO INSTAGRAM E FACEBOOK:

70) @Doprimido2
71) @MonicaMachado38
72) @PadraoAlexandre
73) @Damadeferroofic
74) @TexugoWick
75) @PATRIOTAS
76) @viniciuscfp
77) @viniciuscfpires
78) @AXELJORGE92
79) @eumesmavivi_
80) @ruirapina3
81) @rafaelbboa
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83) @oiiuiz
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85) @thaispsic
86) @clauwild1
87) @dimacgarcia
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89) @Conservadora191
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93) @ViLiMiGu_Tex
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95) @glovesnews
96) @alepavanellim
97) @BrazilFight
98) .

MORTOS OU ASSASSINADOS:
1- GUSTAVO BEBIANO;
2- Adriano Magalhães da Nóbrega (Chefe de Milícia no RJ);
.
ARREPENDIDOS, OU JOGADOS NA LAMA, OU TRAÍDOS OU DEFENESTRADOS (ISOLADOS):
1- JOICE HASSELMAN;
2- ALEXANDRE FROTA;
3- ATRIZ REGINA DUARTE;
4- MONARK;
5- JORNALISTA APRESENTADOR MARCOS DA COSTA (EX JOVEM PAN);
6- A apresentadora Antonia Fontenelle (EX JOVEM PAN);
7- Kim Kataguiri (Deputado Fed.);
8- Janaína Paschoal (a louca do impeachment);
9- Pastora Deputada Fed. Flor de Lis;
10- Todos os patriotas do Oito de Janeiro, todos presos e condenados a 17 anos de prisão-
11- Carla Zambelli - Dep. Fed.

VAMOS DIVULGAR PRA TODOS NOSSOS CONTATOS, PARENTES E AMIGOS

terça-feira, 7 de novembro de 2023

O PÂNICO MORAL DO IDENTITARISMO * RUI LEITÃO

O PÂNICO MORAL DO IDENTITARISMO

Nos anos recentes a sociedade brasileira vive um exagerado sentimento de medo e de preconceitos, provocado pela pauta de costumes produzida pelos radicais de direita. São mensagens fraudulentas, publicadas nas redes sociais com o propósito de reagir contra determinados padrões normativos de comportamento. E assim, interferir nas disputas políticas.

É o que, em 1970, o sociólogo inglês Stanley Cohen chamou de “pânico moral”, quando fez um estudo da reação da sociedade britânica diante de posturas consideradas contrárias aos valores morais então vigentes. Segundo ele, o “pânico moral provoca mudanças na política legal e social ou até mesmo na forma como a sociedade se compreende”.

No Brasil o pânico moral resulta, principalmente, das pautas relacionadas à sexualidade e às causas de gênero, buscando fortalecer o controle social, estimulando hostilidades, na esfera pública e privada, a estilos de vida desaprovados pelos conservadores. Tornam-se bandeiras políticas com o objetivo de impedir transformações sociais, proferindo um discurso pretensamente moral visando a conquista de um consenso público, polarizando o combate entre as forças do Bem e do Mal, numa explícita distorção política e ideológica. E assim, adotando ações repressivas diante de grupos tidos como ameaçadores.

Essas “cruzadas morais”, estabelecidas com interesses políticos, surgem nas oportunidades de confusão ideológica e de crises sociais, dando ênfase a que atitudes e crenças que defendem sejam preservadas. Grupos religiosos fundamentalistas justificam suas posições como sendo um protesto à subversão social, particularmente sobre os valores da família e da vida, recorrendo a uma linguagem de indignação contra o Mal. Embora, em muitos casos, se perceba um falso moralismo.

A agenda moralista da ultradireita produz efeitos em variados campos das relações sociais, elaborada sobre um ideal de “cidadão do bem”. O pânico moral é uma estratégia conservadora que procura reafirmar o domínio de quem tem um poder maior na sociedade, em relação, principalmente, às minorias. Nem sempre suas formas de propagação são sutis. Elas se mostram cada vez mais explícitas, com o advento das redes sociais e da mídia descentralizada, na tentativa de afetar o nosso juízo da realidade, na conformidade de como passamos a produzir e consumir informações.

Para nos protegermos do pânico moral chequemos sempre as informações compartilhadas nas redes sociais e nos portais de notícias. Busquemos outras fontes. Ouçamos atentamente outros pontos de vista, ainda que sejam contrários aos nossos. Nunca deixemos de considerar perguntas como: Será que isso é verdade? Será que alguém realmente faria ou falaria algo assim? Existem dados que corroborem com essa afirmação? Só assim, estaremos vacinados contra o pânico moral.

Rui Leitão
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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

REDE GLOBO SEGUE OFENDENDO O POVO PALESTINO * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

REDE GLOBO SEGUE OFENDENDO O POVO PALESTINO
"JORGE PONTUAL É O HOMEM BOMBA DA GLOBO
MOISÉS MENDES

A Globo desqualifica todas as informações que venham de Gaza sobre a matança de crianças, sempre com a mesma frase de que os dados não podem ser “verificados de forma independente”.

É o padrão Globo: se a informação vem de Gaza, mesmo que com as imagens de gente morrendo, não há como saber quem e quantos Israel está matando.

E assim se repete o bombardeio diário da Globo, em várias frentes, em todos os seus telejornais, sempre com as versões de Netanyahu, Biden e seus aliados. Jorge Pontual, o comentarista que apoiou ataques a ambulâncias e depois disse estar arrependido, é apenas o complemento radical dessas posições.

A Globo criou as condições para que Pontual fosse o seu homem-bomba. Desde o começo dos ataques o jornalista defendeu os bombardeios e condenou as propostas de cessar fogo. E agora, na sexta-feira, implodiu-se com crachá e tudo ao dizer na GloboNews:

“Israel já tinha avisado que se tivesse gente do Hamas nessas ambulâncias, atacaria. E não deu outra. Se eles estavam na ambulância, infelizmente era isso que Israel tinha que fazer. Alvejar esses seus inimigos. Agora, era uma ambulância, e morreram pessoas que estavam perto e que não eram do Hamas. Isso é um exemplo de como é complicada essa situação”.

No sábado, saiu-se com esta numa rede social:

“Minha intenção foi a de dar a versão de Israel. Admito que não fui feliz, pois a muitos pareceu um endosso. Isso seria impossível, ninguém tem informações seguras sobre o que lá se passa. Os palestinos de Gaza vivem uma tragédia, com muitas perdas civis, que lamento profundamente. Peço desculpas por não ter deixado isso claro”.

Pontual sabe que homens-bombas não pedem desculpas. Mas usou um truque manjado dessa antiga direita que virou extrema direita inclusive no jornalismo. Até a família Bolsonaro já recorreu à tática dos falsos arrependimentos.

O que ele fez cumpre um roteiro básico. Joga para a galera que apoia o massacre, fideliza audiência, fica bem com as hienas e com a casa que o emprega e depois se desculpa. Mas o bombardeio já foi feito.

Por isso o pedido de desculpas é inútil como tentativa de reparação da própria imagem e dos danos provocados. A inutilidade está na primeira frase: “Minha intenção foi a de dar a versão de Israel”.

Mesmo os mais fieis ouvintes de Pontual não são tão estúpidos. A versão de Israel sobre as ambulâncias todo mundo conhece. O que o comentarista fez foi dar a sua opinião, que reforça a versão de Israel.

A segunda parte piora a coisa. Pontual diz que errou por não ter informações seguras sobre “o que lá se passa”. Lá, longe dos escritórios da Globo em Nova York, onde ele está, a informação segura é esta: Israel mata crianças.

E o encerramento da nota é um desastre, ao pedir desculpas por “não ter deixado isso claro”. Tudo está claro. Claro demais, em meio aos destroços da cobertura da Globo. Pontual é uma criação da Globo, a sua criatura escolhida para o sacrifício.

Não há nada fora da curva no que ele diz desde o começo dos ataques. Há coerência com o que vem sendo feito diariamente em todos os jornais da corporação.

Pontual sabe que os melhores correspondentes de guerra da Globo em Gaza, que nos contam tudo o que lá se passa, são Shahed al-Banna, de 18 anos, e Rasan Rabe, ambos brasileiros de origem palestina.

Eles falam todos dias do horror, enquanto são impedidos de sair de Gaza pelas represálias de Israel ao governo Lula. Em seus primeiros relatos, há quase um mês, Shahed avisou: “Não podemos mais ficar aqui, os israelenses vão atacar todos os lugares”.

E estão atacando todos os lugares, hospitais, escolas, casas, todos os dias, enquanto Shahed e Rasan não conseguem fugir para o Egito. No mesmo relato, Shahed disse, falando para a Globo em que Pontual trabalha: “Eu não quero morrer”.

Shahed disse que não queria morrer no dia 13 de outubro. No dia seguinte, Pontual defendeu na GloboNews que Israel não poderia parar os bombardeios à Gaza, “porque pedir cessar fogo agora é ajudar o Hamas”.

Pontual pediu que Israel jogasse bombas sobre Gaza, onde Shahed conta o seu drama e dos que estão por perto, fazendo o trabalho que um colega de Pontual não consegue fazer. Shahed trabalha de graça para a Globo sobre o que lá se passa, e Pontual pede que Israel bombardeie Gaza.

Dizer que é cruel é não dizer quase nada. Pontual ajudou a Globo e se implodir na cobertura que afunda a organização no pior pântano da sua história, com o sangue de milhares de crianças.

Pontual não é o cão que foge da coleira, ele dá sentido à cobertura da Globo na sua ação extremada de ativista pró-Israel. Não há nada fora do controle. Pontual está no controle absoluto da cobertura suicida da Globo sobre a matança em Gaza."