terça-feira, 31 de agosto de 2021

Queremos é o feijão * Poeta Cosme Lopes / RN

 Queremos é o feijão

Trabalhador não quer fuzil

Compra é arroz e feijão

Quem usa fuzil é bandido

Miliciano e valentão

Fuzil é para matar

O povo quer se alimentar

Manter a casa com o pão


Quem ganha salário mínimo

Não pensa no tal fuzil

O dinheiro nem lhe sobra

Para comprar um cantil

Mas o defensor da morte

Acha que arma é suporte

Para melhorar o Brasil


O trabalhador brasileiro

Quer é comida no prato

Quer um salário mais justo

Feijão e arroz barato

Quer ter é dignidade

Sentir a felicidade

De ter roupa e sapato


Brasileiro quer trabalho

Para está sempre ativo

Quer um Brasil que prospere

Não um país primitivo

Quer almoçar e jantar

Isso é menos que esbanjar

O cartão corporativo


Brasileliro quer comida

Mesmo sem ser o atum

Pois já cansou de ouvir 

A quem só faz zumzumzum

Comete crime e alarma

Pois quem incita usar arma

Comete um crime comum


E esse crime comum

Que já foi noticiado

Os juristas e ministro

Deixou o povo orientado

Veio de um delinquente

Dum cara inconsequente

O maior chefe de Estado


O maior chefe de Estado

Mentiroso e falastrão 

O seu histórico de vida

É cheio de corrupção 

Decreta amor ao fuzil

E ao povo do Brasil

Nega comida e proteção 


Metade dos brasieleiros 

Por ele foi enganado

Se apresentou como justo

Mas está desmascarado 

Se vê que ele não trabalha

Na verdade atrapalha 

O país está desgovernado


O cordel convida o Brasil

A vim fazer resistência 

Para não se engabelar

Mas usar a inteligência 

A usar bem a razão 

E desde agora dizer não 

A que ocupa a presidência 


A maioria dos brasileiros 

Quer é comida no prato

Quer trabalho quer vacina

Quer a justiça de fato

Rejeição a incoerência 

Renúncie da presidência 

Sujeito ignóbil e ingrato


Poeta Cosme Lopes

Ceará-Mirim, 31/08/2021


Afeganistão: Trump / Taliban * Berenice Bento / DF

AFEGANISTÃO: TRUMP&TALIBAN 

BERENICE BENTO / DF

...

A saída dos Estados Unidos tinha sido acordada para o dia 31 de agosto. Desde 2020 que as negociações de saída da potência ocupante e da OTAN já estavam em curso. Essas negociações se davam entre o Talibã e o Trump e não entre o presidente do país, o fantoche Ashraf Ghani. Então, o primeiro país que reconheceu o Talibã como governo são os Estados Unidos. Isso não parece estranho? Acredito que essa estranheza ou mistério foi desvendada pelo filósofo Rodrigo Karmy:[xii]os milicianos talibãs operam suas políticas no mesmo registo do império: no âmbito da necropolítica. Para Rodrigo, “os comandantes do Talibã que entraram no palácio presidencial não vieram das trincheiras. Suas roupas pareciam muito limpas, suas barbas e rifles muito bonitos. Não era a guerra que estava por trás disso, mas a sala de maquiagem (…). O Talibã não colocou em jogo nenhuma “cultura ancestral” (…), mas um conjunto de técnicas e discursos que vem se formando desde o fim da Guerra Fria (…) O talibanismo é uma maquinaria necropolítica feita a imagem e semelhança do antigo imperialismo estadunidense”....

Continua...

Mulheres afegãs - A TERRA É REDONDA 

***

Fazenda São Sebastião-MT é grilagem * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

 Fazenda São Sebastião-MT é grilagem

Fazenda São Sebastiao, grilagem, milícia rural, trabalhadores rurais, agricultura familiar, assentamento esperança do amanhecer, município de Santa Terezinha, mato grosso
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Vozes Latinas Especial * Cotidiano news

 VOZES LATINAS ESPECIAL

COTIDIANO NEWS

Cordel da ordem cubana * Jetro Cabano Fagundes / PA

CORDEL DA ORDEM CUBANA
JETRO CABANO FAGUNDES / PA

Quando te mandarem para Cuba
Naquela nazi risível provocação
Vem com a minha farinhosa puba
Te mostrarei o sonho, em canção
Simplesmente Magnífica Havana

Cubana Socialista
Uma bela capital
Vive atraindo turista
De tudo quanto é local
A cidade das colunas
Uma Musa dos Comunas
Sabe ser monumental

Cidade da arquitetura
Recanto Memorial
Variedades de culturas
Havana é sensacional
E além de bastante eclética
É guerreira e dialética
No contexto social

Por ali, onde tu passas
Como sempre a se encantar
Vês, nas vias, ruas praças
Um povão a se alegrar
Na sua expressividade
Alta culturalidade
No compor e tocarolar

Em cada sonho de esquina
Vês a arte musical
Começando na matina
A cultura do local
Ouves o melhor de Havana
Club da canção cubana
Buena Vista Social

Che Guevara Comandante
Tá presente, é imortal
Lembrado, a todo instante
Por Dom Puebla genial
Hasta Siempre, tão tocada
Pode ser considerada
Também Hino Nacional

Eita, Havana, pura nata
Latina tradicional
Em Diurnas Serenatas
Tem Escola Teatral
Suas praias quilométricas
Lembram poesias métricas
Tom de recife, coral

Ex paraíso dos cassinos
Do dragão imperial
Havana é Centro de Ensino
Modelo Internacional
Seu país, no Socialismo
Zerou o analfabetismo
Num valor educacional

Havana tem parentesco
Com belo sonho real
Tombada pela UNESCO
Patrimônio Mundial
Paixão de todo turista
É, sim. preservacionista
Une o antigo ao atual

É lá que Alberto Granado
Que com Che motociclou
Vive imortalizado
Numa Escola que criou
Com seus jeitos dialéticos
Paro o mundo exporta médicos
Só um fascista rejeitou

Viva Havana hospitaleira
Das paixões do meu Cordel
Nas expressões guerrilheiras
Tudo remete a Fidel
Do esporte à literatura
Tudo tem rubra tintura
Heróico, bravo revel

Magnífica, libertária
Do imortal José Marti
De alma revolucionária
Tem um lema: resistir
Quem detesta ianque rambo
Vai em Havana dança mambo
De lá nem quer mais partir

Havana é o auto retrato
Da soberana nação
Que de direito, de fato
Pode peitar o dragão
Que cobiçando saqueia
O Pré Sal, riqueza alheia
Na imperialista ambição

Jetro Cabano Fagundes
Farinheiro do Marajó e de Ananin

Para Claudio Cardoso, Comandante Cabano, Sumano Bolivariano, ele que sempre veste uma belíssima camisa cubana, nas manhãs de domingo, divulgando os poetas da nossa Academia Paraense de Literatura de Cordel.
Saudações Socialistas, meu caro Presidente
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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

CARTA ABERTA DA GERAÇÃO 68 SEMPRE NA LUTA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

CARTA ABERTA DA GERAÇÃO 68 SEMPRE NA LUTA

GERAÇÃO 68
https://www.youtube.com/watch?v=LlaSUAwm5Qk 
GERALDO VANDRÉ

  “Geração 68” entrega Carta Aberta para OAB, ABI e CNBB, em defesa da vida e da democracia.

O movimento Geração 68 Sempre na luta fará a entrega de sua Carta Aberta à OAB, à ABI e à CNBB como ato simbólico, buscando dialogar com três das organizações comprometidas com as lutas democráticas no Brasil. 


A entrega da Carta Aberta será feita individualmente, a cada entidade, neste 30 de agosto, por comissões representando o Geração 68. 


Às 11 horas, ao presidente da OAB no Rio de Janeiro, Felipe Santa Cruz. 


Ainda no Rio, às 13:30, ao presidente da ABI, o jornalista Paulo Gerônimo. 


E às 15 horas, na sede da CNBB, em Brasília, ao bispo Dom Joel Portella Amado, secretário geral da entidade. 


A ida das comissões às entidades ocorre no momento em que a democracia brasileira está ameaçada pelo presidente da República, por sua desastrada condução do enfrentamento à pandemia, pelo aprofundamento do desemprego, da miséria e da estagnação da economia brasileira e, particularmente, pelas suas constantes falas prometendo golpe de estado e ofendendo diretamente instituições e seus representantes, iniciativas desestabilizadoras da democracia.


A Carta Aberta e o Movimento Geração 68 Sempre na luta Quando a Carta Aberta do Geração 68 foi lançada, em 13 de maio, o Brasil contava com "mais de 400 mil mortes". 


Três meses depois, esse número já se aproxima de 600 mil mortes, parte substancial delas evitável, como demonstram inúmeras pesquisas e trabalhos científicos. 


A Carta é também o marco do lançamento do próprio Movimento Geração 68 Sempre na luta, voltado para agregar forças "pelo Direito à Vida, contra o genocídio em curso, pela interdição do governo do presidente" da República, responsável por uma política que leva milhares de brasileiros à morte, e "pelo direito do povo de viver e de ter esperança.


A entrega da Carta Aberta ocorrerá na segunda-feira, 30 de agosto, nos seguintes endereços e horários: 

– À Ordem dos Advogados do Brasil, será na Rua Araújo Porto Alegre, 36, grupo 1.208, ed. Aliança da Bahia, Rio de Janeiro, centro, às 11 horas; 

– À Associação Brasileira de Imprensa – ABI, na sede à Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Rio de Janeiro – Centro, às 13:30; e 

– À Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, na sede, em Brasília, Setor de Embaixadas Sul, Quadra 801, Conjunto B – Asa Sul, às 15 horas.


Carta Aberta do movimento Geração 68 Sempre na luta, seguida de 68 assinaturas, entre as mais de 2 mil e quinhentas colhidas. Em seguida, as comissões que farão as entregas da Carta.


Carta Aberta da Geração 68

Basta de Genocídio! Fora Bolsonaro!

Às brasileiras e aos brasileiros, aos movimentos sociais, partidos, sindicatos, centrais, ONG’s, organizações da sociedade civil, redes e a todas(os) que estejam dispostas(os) a lutar pelo Direito à Vida e pela Democracia. Somos parte da Geração 68, uma das gerações que ao longo do tempo participaram de inúmeras passeatas e lutaram contra a Ditadura Militar e por um Brasil mais justo e igualitário. Nesse momento, no ano de 2021, estamos agregando forças para lutar pelo Direito à Vida, contra o genocídio em curso, pela interdição do governo do presidente que intencionalmente tem induzido a morte de milhares de brasileiros, pelo direito do povo de viver e de ter esperança. Nosso país já tem mais de 400 mil mortos em fins de abril. Em maio poderá chegar a meio milhão de óbitos. Conjugada à pandemia, pela inépcia governamental, se abateu sobre os segmentos mais fragilizados a miséria e a fome. Quantos ainda terão de morrer pelo negacionismo do governo federal? Assinar esta carta não representa apenas um desejo de viver, mas de lutar para proteger as pessoas que amamos, a economia local e nacional, um futuro melhor sem o risco mortal de uma doença que assola todo o planeta. Todos sabemos que o epicentro da pandemia, o maior aliado da propagação do vírus, é o atual presidente da república e seu governo, sendo o único dirigente do mundo a sabotar a política de vacinação, deixando de adquirir vacinas quando elas estavam disponíveis. Tornou o Brasil em berçário de variantes do coronavírus e uma ameaça não apenas para a nossa população como para o mundo inteiro. 

Assinar esta carta representa igualmente lutar pela democracia que tem sido cotidianamente ameaçada pelo atual governo desde que tomou posse. Significa, ainda, lutar contra a violência que está presente no país aniquilando jovens pobres, pretos e os povos originários. Deste modo, participamos e convidamos todos os movimentos organizados e a população em geral a se unirem nesta luta, pela vida e pela democracia, que é de todo o povo. Iremos, em princípio, realizar uma manifestação pública - com toda a segurança sanitária necessária frente à pandemia - em diversas cidades do país no dia 26 de junho. Nesta data serão comemorados os 53 anos da gigantesca passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro. Se, então, gritávamos ‘Abaixo a Ditadura!’, hoje gritaremos em alto e bom som que ‘Ditadura Nunca Mais!’. Estamos dispostos a participar de qualquer outra manifestação, em qualquer outra data, que tenha os mesmos objetivos que expusemos acima. Esperamos encontrá-la(o) na manifestação, ou através das redes sociais, unindo forças pelo direito à vida e pela democracia.POR UM AUXILIO EMERGENCIAL DE R$ 600 PELA DEMOCRACIA SEMPRE. DITADURA NUNCA MAIS! BASTA DE GENOCÍDIO! FORA BOLSONARO!


https://blogdojuca.uol.com.br/2021/08/geracao-68-entrega-carta-aberta-para-oab-abi-e-cnbb-em-defesa-da-vida-e-da-democracia/


Assinam: 

Afonsinho (ex-jogador de futebol) 

André Singer 

Bete Mendes 

Carlos Minc 

Celso Amorim 

Chico Alencar 

Chico Buarque 

Cristovam Buarque 

Dalmo Dallari 

Dilma Rousseff 

Djalma Bom 

Eduardo Jorge 

Eduardo Suplicy 

Emir Sader 

Ermínia Maricato 

Fábio Konder Comparato Fernando Gabeira 

Fernando Morais 

Fernando Pimentel 

Flávio Tavares 

Franklin Martins 

Frei Beto 

Hildegard Angel 

Humberto Costa 

Idibal Pivetta 

Ivan Valente 

Jean Marc von der Weid 

João Alberto Capiberibe 

José Álvaro Moisés 

José Aníbal Peres de Pontes José Dirceu 

José Genoíno 

José Miguel Wisnik 

José Trajano 

Juca Ferreira 

Juca Kfouri 

Laerte Coutinho 

Leci Brandão 

Leonardo Boff 

Lucélia Santos 

Lucia Murat 

Luiz Carlos Barreto 

Luiz Gonzaga Belluzzo 

Luiz Nassif 

Luiza Erundina 

Manoel Conceição 

Maria Rita Kehl 

Maria Victoria Benevides Marieta Severo 

Marilena Chaui 

Marina Silva 

Max Mauro 

Olívio Dutra 

Paulo Sérgio Pinheiro 

Renan Calheiros 

Renato Janine Ribeiro Roberto Amaral 

Roberto Freire 

Roberto Requião 

Sebastião Salgado 

Sérgio Mamberti 

Silvio Tendler 

Sueli Carneiro 

Tânia Bacelar 

Tarso Genro 

Vitor Buaiz 

Vladimir Palmeira

Walter Lima Jr.


Participarão das comissões para a entrega da Carta Aberta: 


Na OAB e na ABI 

Afonsinho 

Beluce Belucci 

Carlos Alberto Muniz 

Cid Benjamin 

Dulce Pandolfi 

Edival Nunes Cajá 

Eliete Ferrer 

Elinor Brito 

Eny Moreira 

Fernando Gabeira 

Heloísa Buarque de Holanda

Lizst Vieira 

Lúcia Murat 

Marcelo Santa Cruz 

Mozart Campos Luna 

Paulo Ramos 

Pedro C Cunca Bocayuva Renata Sorrah 

Umberto Trigueiros.


Na CNBB 

Betty Almeida,  

Hélio Doyle, 

José Geraldo de Souza Jr

Madalena Rodrigues 

Suely Belatto


Conheça o Movimento Geração 68 Sempre na luta: Site: https://68naluta.org/ *

Facebook: https://facebook.com/geracao68semprenaluta

*

Instagram: @geracao68naluta/

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Frei Tito cordel * Leonardo Sampaio

 FREI TITO CORDEL

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domingo, 29 de agosto de 2021

Cartilha indígenas urbanos digital * Turma da Beira / UFPA

 CARTILHA INDÍGENAS IRBANOS DIGITAL

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LUTE COMO UM INDÍGENA * Geni Guarani

LUTE COMO UM INDÍGENA

O racismo anti indígena gira muito em torno do tempo: seríamos o atraso (tempo), impediríamos o progresso (tempo), não seríamos seres do presente, nem deveríamos compor o futuro (tempo).

LUTE COMO UM INDÍGENA

Que relógio é esse, que bússola é essa?


Como e desde quando este território que habitamos foi dividido em 26 estados?


Um dos grandes marcos foram as capitanias hereditárias, em 1534. 


A coroa portuguesa dividiu o Brasil em fatias, doando a cada capitão um "pedaço". 


Essa propriedade roubada e mantida à custa de chacina de indígenas, era passada de pai pra filho, por isso hereditária, como é até hoje a ideia de herança. 


Foram 15 capitanias na época. 13 delas falharam. 


Os motivos desse fracasso, na narrativa oficial, devem-se ao fato de que o território era grande demais para ser administrado e também porque houve "constantes ataques indígenas". 



O que tivemos foi resistência indígena contra os invasores. 


Na narrativa oficial de vários livros de escola, termos como "ataque indígena, violência indígena" etc são abundantes para narrar estas cenas. 


Somos colocados na história como empecilho pra produção das terras, pedra contra o desenvolvimento. Vejam o quanto é atual este discurso colonial de que somos atraso, problema, empecilho. 


A colonização não acabou. O agro vem sendo pop para eles desde 1500.


Os colonizadores e seus marcos temporais-espaciais-espirituais continuam sangrando as terras e nossos parentes humanos e não humanos.


O Brasil não foi descoberto, foi inventado.

Essa nação cuja língua oficiosa é o português e a religião oficiosa é o cristianismo só se torna possível com o constante racismo, genocídio e etnocídio.


"O colonialismo nomeia tudo aquilo que quer dominar", nos ensina Nego Bispo.


Nessa invenção colocaram centenas de vezes os nomes de seus santos nas terras que chamam Santa Catarina, Santo Paulo, Espírito Santo. 


Isso tudo é marco temporal, antes e depois Cristo dividem o mundo.


Não somos proprietários da terra, nem dos bichos nem de nós mesmos. Somos parte e ser parte é imenso. 


O primeiro território que descolonizamos é a nossa pele, pensamento, ação.


Juntem-se a nós, pois esse tempo colonial também os fere. Reflorestemos a vida.


Geni Guarani

*
Colaboração:  Maria Lidia Tupinamba/MS

Cordel para a dita * Crispiniano Neto / RN

CORDEL PARA A DITA

CRISPINIANO NETO / RN

Dizem que a “dita” é a sorte
De um povo ou de uma pessoa,
Há “dita” ruim, “dita” boa,
“Dita” fraca ou “dita” forte,
“Dita” pra vida ou pra morte,
“Dita” suja e “dita” pura,
“Dita” clara e “dita” escura,
“Dita” maldita ou bendita,
Mas “dita” vira desdita
Na maldita DITAdura!

Nas crônicas das tiranias
Jamais viu-se em ditadura,
Um só grama de brandura…
Só tortura e hipocrisias;
Somente em cabeças “Frias”
Tanta ignomínia anda,
Pois pra nós nunca foi branda
A má “dita” que perdura
Na maldita ditadura
Da cabeça de quem manda.

Porque chamar “Ditabranda”
Uma bruta ditadura
Que jogou na fase escura,
Cruel, corrupta e nefanda,
Nossa Pátria que demanda
Nas paredes da memória
Ao longo da sua história
Alguma oportunidade
De ver-se a felicidade
Pra quem foi jogado à escória!

Quem batiza a ditadura
De “ditabranda” ironiza,
Tripudia, escarra e pisa
Quem sofreu na escravatura,
Quem viu sua taba pura
Sucumbir frente às bandeiras,
Quem viu as hordas guerreiras
Matando a fé nos Sertões
Quem viu chibata e canhões
Contra as almas marinheiras!

Quem por “ditabranda” chama
Décadas de tortura e medo,
Prisão, cassação, degredo,
Golpes, ódio e mar de lama,
Com certeza é porque ama
A cartilha do fascismo,
E além do grande cinismo
De um jornalismo marrom
Que chama o que é ruim, de bom,
Pratica o mau-caratismo!

Somente um cérebro maldito
Defende com tanto afinco
Golpe, canhão, AI-5,
Censura, porão, conflito…
Cospe os ossos de Frei Tito,
Pisa na democracia…
Eu peço a essa mente Fria:
Por caridade não jogue
Por sobre o túmulo de Herzog
Seus buquês de covardia!

Só quem é da mesma laia
De Cabo Anselmo e Fleury
E as botas de Golbery
Lambeu de forma lacaia,
Só quem quer o Brasil caia
Ao patamar de Uganda,
Quem arapongas comanda,
Quem deu Kombi pra tortura…
É que chama a ditadura
Tão cruel de “ditabranda”!

Antes que jornais burgueses
Passem-nos Goebells nas ventas
Dizendo mais novecentas
E noventa e nove vezes,
Não vamos esperar meses,
Sequer semanas e dias
Que essas mentes doentias
Tão friamente fascistas
Precisam ser sempre vistas
Como calculistas… Frias!

Se a “Dita” foi mesmo branda
Cadê Padre Henrique orando?
Vandré, onde está cantando?
Rubens Paiva aonde anda?
Honestino a quem comanda
Na batalha estudantil?
Cadê Dina varonil?
Fiel Filho onde faz greve?
Herzog agora, onde escreve?
Cadê teus filhos, Brasil???????

Quem ensinou censurar,
Quem da OBAN foi reboque,
Quem noticiou que Roque
Morreu, antes de expirar,
Não poderá criticar
Fábio e Vitória jamais…
Tem rabo preso demais
Mas não com quem lê nem ouve…
Ditabranda NUNCA HOUVE;
Ditadura NUNCA MAIS