sexta-feira, 30 de junho de 2023

O QUE É QUE BAHIA TEM * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

O QUE É QUE A BAHIA TEM

A INDEPENDÊNCIA DA BAHIA, 

EM BAIANÊS

POR LOUTI BAHIA 

Oxe! Colé de mermo? Você fila aula e eu tenho que contar tudo de novo? Mas é niuma. Se ligue que você não sabe da terça-metade. Tá ligado que a Família Real partiu a mil de Portugal pra cá em 1808? Vazou com medo de Napoleão e quando chegou, deu uma de porreta e chamou a gente de Reino Unido.


Ficou todo mundo de boa e a gente comeu essa pilha. Tempo vai, tempo vem, rolou a crocodilagem: D. João VI e a Família Real partiram a mil de volta pra Portugal e ainda queriam que o Brasil voltasse a ser colônia. Aoooooooonde! Quem anda pra trás é caranguejo, mô pai. O povo se retô, pegô ar e o pau comeu. 


Aí, D. Pedro I deu o zig na família e disse assim pra Portugal: “Quem vai é o coelho. Diga ao povo que fico!” Pô, véio, D. Pedro brocô. Mas aí, o bicho pegô. Portugal ficou virado no estopô e a gente recebeu a galinha pulano: as tropas de Madeira de Melo armaram uma bocada nas ruas de Salvador e foi aquela muvuca. 


Nosso povo lutou, mas ximbou e se lenhou: o exército português tomou a cidade na tora. O povo ficou injuriado e fugiu picado para o Recôncavo junto com nossos soldados. Lá, eles usaram o tutano pra organizar a reação: tiveram uma ideia massa e criaram o Exército Libertador. Tinha poucos soldados e muita gente do povo: pobres, negros libertos, negros escravizados, índios, agricultores, etc. Só tinha uma mulher que se alistou na cocó dizendo que era homem: Maria Quitéria. 


Já tinha pra mais de 10 mil pessoas, mas era tudo feito a migué: tinha poucas armas, ninguém sabia lutar, um mangue da porra. E eu falo mesmo que eu não sou baú: o exército de Portugal virado no diabo e a gente ia lutar de badogue e barandão? Aí é barril dobrado. Mas o povo tava na pilha e o couro comeu. 


Um barco português chegou em Cachoeira atirando e os baianos renderam eles a bordo de canoas. Ô povo retado! Ô povo virado no estopô. Enquanto isso, em Salvador, o exército português tava bagunçando, mandando e desmandando: uma esculhambação da porra. Foi então que eles invadiram o Convento da Lapa e mataram a Sóror Joana Angélica. Aí fedeu. Aí escancarou tudo. Eles foram fuleiro. 


A notícia deixou o povo agoniado e o Exército Libertador decidiu que ia arrodear Salvador. Lá em Itaparica, o povo também deu testa ao exército português e não deixou invadir a ilha. Maria Felipa, uma negra retada, se juntou com mais 40 marisqueiras: elas ficaram de butuca e, na calada da noite, foram chavecar os vigias dos barcos. 


Levaram os donzelos pro mato e quando eles acharam que iam fazer ozadia, receberam foi uma surra de cansanção. Arde coma porra! É pior que tomar zunhada. Enquanto os vigias tavam nuzinhos, se coçando e se bulino, as mulheres colocaram fogo em mais de 40 barcos dos portugas. Receba, sinha miséra!


Já nas águas da Baía de Todos os Santos e no Rio Paraguaçu, foi João das Botas que lutou contra mais de 40 barcos portugueses com sua “Flotilha Itaparicana” que só tinha barco de pescador. É brincadeira um esparro desse? Mas ele tirou onda e segurou os portugueses. 


Até então, a briga era essa: o povo baiano contra Portugal. Mas aí, D. Pedro entrou na dança e mandou reforço. Pra terra, ele contratou o general francês “Labativs” (se falar Labatut, use o “lá ele” porque Labatut tem rima). Ele chegou com mais soldados do resto do Brasil e deu um trato no nosso Exército Libertador. Um tapinha aqui, outro ali, mas tudo continuou meio nas coxas, feito a facão. 


Mas como a guerra já era daqui pra li, e como baiano é baiano: se não guenta vara, peça cacetinho. Só tem tu, vai tu mesmo: imagine a paletada de Cachoeira até Salvador. Já para o mar, D. Pedro contratou o Lord Cochrane (mas pode chamar de “Croquete” que é niuma). O cara era escocês e já tinha fama de mau lá nas Europa. Isso já assustou a marinha portuguesa: ponto pra D. Pedro. 


O Exército Libertador tinha muita garra mas pouca experiência. Chegou e cercou a cidade mas levou um baculejo daqueles do exército português. Foi na Batalha de Pirajá: os caras bagunharam a gente. Foi barril de mil. Nem dava pra brincar de esconde-esconde ou gritar “um, dois, três, salve todos”. Já era, pai! 


Só que o nosso Corneteiro Lopes recebeu uma ordem pra tocar “borimbora” (Tradução: recuar), deu revertério e tocou “se joga” (Tradução: Cavalaria avançar e degolar). Oxe! Aí, esculhambou tudo. O nosso exército sacudiu a poeira e pra se amostrar, deu-lhe uma carreira e passou a porra nos portuga que não entenderam nada. Os portuga vazaram quando ouviram o toque de “se pique” e a galera do mau correndo pra dentro. 


Foi o maior migué da história da Bahia, do Brasil e do mundo porque a gente não tinha nem um cavalo pra contar história, que dirá uma cavalaria inteira. Só mesmo baiano pra ganhar uma guerra no grito. Isso né culhuda não, véio: foi assim mermo. O Corneteiro Lopes se armou porque deu certo, mas se desse merda, uzoto ia dizer que foi ideia de jerico. 


Com isso, isolamos os portugueses dentro de Salvador e aí deixamos eles sem água e sem comida: não entrava nem geladinho, nem bolinho-de-estudante, nem um real de big big.


Aí, quando a esquadra de Lord “Croquete” (Lord Cockrane) chegou e se juntou à flotinha de João das Botas, o sacrista do Madeira de Melo viu que já tava com a moral de jegue, chamou o rebanho de soldado dele na surdina e se picou de madrugada. 


Saiu no lixo mas João das Botas foi na cola deles até alto-mar e uns e oto “me disseram” que ele largou o doce assim, ó: Se plante, vú, seu Madeira! Não se abra não que eu não sou cupim. E nem volte aqui paroano! Na moral, véio, o nosso povo tirou onda: Salvador fiou livre e o Brasil consolidou sua independência. 


E quem não lutou com armas, lutou cuidando dos feridos, conseguindo comida para os soldados, doando dinheiro para as batalhas. Eita povo guerreiro! Eita povo boca de zero nove. E aí, painho, foi um arerê nas ruas de Salvador: o Exército Libertador entrou triunfante: todo mundo solto na buraqueira indo cumê água. A rua chega ficou apertada e assim nasceu o desfile do 2 de Julho. Né não é? 


Tá rebocado que você não sabia dessa história. Agora, tá ligado porque a tocha vem do Recôncavo, passa por Pirajá e chega na Lapinha, né? Tá ligado porque a festa é do povo, né? E tá ligado porque tem o Caboclo e a Cabocla, né? Ó paí! Não tá ligado não, seu leso. Me faça uma garapa! É porque eles representam a mistura popular que nos deu força pra lutar pela independência. Tá vendo aí? Fiz um texto grande pra apertar sua mente, mas a história é de lenhar, né não?


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Texto de Louti Bahia 

autor da página @amoahistoriadesalvador, pesquisador de cidades, especialista em Desenvolvimento Urbano, em Desenvolvimento Regional e em Planejamento Ambiental.

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DOIS DE JULHO, A VERDADEIRA DATA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


Hoje, dia 2 de julho de 2023, celebra-se na Bahia o verdadeiro bicentenário da independência do Brasil. Não foi no dia 7 de setembro de 1822, uma data de opereta, que a independência aconteceu de fato. Nada disso. A história é bem outra e por isso mesmo é pouco conhecida no país.


A coroa portuguesa não se importou muito em perder terras nas hoje conhecidas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Outra coisa era perder a rapadura, o açúcar, minérios, cachaça etc. no Nordeste. Não mesmo. Os nordestinos, especialmente pernambucanos e baianos, foram pro pau. Houve guerra, muitas lutas e mortes até que no dia dois de julho de 1823, os portugueses foram derrotados e a independência do país se concretizou. Pronto...


Então, apesar de todo preconceito ainda existente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil contra nordestinos, vê-se que o Nordeste tem uma grande tradição histórica de salvar o país. Não foi só nas eleições elegendo o Lula. Aqui, especialmente na Bahia, há um forte sentimento de pertencimento, de brasilidade acima de tudo. E não é gratuito, afinal foi no litoral sul baiano, especificamente em Porto Seguro, onde tudo começou em 1500.


Não se avexe em desconhecer esta história. A Historiografia oficial privilegia o 7 de setembro de 1822, o "Independência ou Morte", aquele lorota de que não houve lutas pela independência, de que foi tudo "civilizado". Nada disso. Não fosse a luta que nordestinos travaram por 10 meses, talvez o Brasil não tivesse se separado da coroa portuguesa tão cedo. Na realidade, hoje festeja-se na Bahia, com muita festa e alegria, os 200 anos da independência verdadeira do Brasil. Venha, essa gente é arretada, lutadora, aguerrida.


"Um baiano, um coco. Dois baianos, dois cocos. Três baianos, uma cocada. Quatro baianos, uma baianada"... 


CEP MAGALHAES.SP

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ODE AO 02 DE JULHO
(Castro Alves, São Paulo, junho de 1868)

Era no Dous de Julho
A pugna imensa
Travava-se nos cerros da Bahia…
O anjo da morte pálido cosia
Uma vasta mortalha em Pirajá.
“Neste lençol tão largo, tão extenso,
“Como um pedaço roto do infinito …
O mundo perguntava erguendo um grito:
“Qual dos gigantes morto rolará?! …

Debruçados do céu. . . a noite e os astros
Seguiam da peleja o incerto fado…
Era tocha — o fuzil avermelhado!
Era o Circo de Roma — o vasto chão!
Por palmas — o troar da artilharia!
Por feras — os canhões negros rugiam!
Por atletas — dous povos se batiam!
Enorme anfiteatro — era a amplidão!

Não! Não eram dous povos os que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado…
Era o porvir — em frente do passado,
A liberdade — em frente à escravidão.
Era a luta das águias — e do abutre,
A revolta do pulso — contra os ferros,
O pugilato da razão — com os erros,
O duelo da treva — e do clarão! …

No entanto a luta recrescia indômita
As bandeiras – como águias eriçadas —
“Se abismavam com as asas desdobradas
Na selva escura da fumaça atroz…
Tonto de espanto, cego de metralha
O arcanjo do triunfo vacilava…
E a glória desgrenhada acalentava
O cadáver sangrento dos heróis!

Mas quando a branca estrela matutina
Surgiu do espaço e as brisas forasteiras
No verde leque das gentis palmeiras
Foram cantar os hinos do arrebol,
Lá do campo deserto da batalha
Uma voz se elevou clara e divina.
Eras tu — liberdade peregrina!
Esposa do porvir — noiva do Sol!…

Eras tu que, com os dedos ensopados
No sangue dos avós mortos na guerra,
Livre sagravas a Colúmbia Terra,
Sagravas livre a nova geração!
Tu que erguias, subida na pirâmide
Formada pelos mortos do Cabrito,
Um pedaço de gládio — no infinito…
Um trapo de bandeira — n’amplidão!. ..

CASTRO ALVES - BA

As farsas ambientais, suas razões históricas e o caso Brasil * Pedro Augusto Pinho/PÁTRIA LATINA

As farsas ambientais, suas razões históricas e o caso Brasil

Pedro Augusto Pinho*

“Se tivéssemos de determinar a causa, que existe, de nosso deplorável estado atual sem resvalar para o monismo inconsequente, diríamos que ele produto da dependência externa, interrompida por inserções de uns poucos governos com visão estratégica” (Fernando Corrêa de Sá e Benevides, “A Crise Brasileira e seu Processo Histórico”, CEBRES, RJ, 1998).

O conservador jornal “O Estado de S. Paulo (sábado, 27/05/2023, página A23)” publicou matéria assinada por Fernando Reinach, doutor em biologia, com título “O mapa mais antigo tem 9 mil anos”, dando como referência https://doi.org/10.1371/jounal.pone.0277927.

Sinteticamente, este autor ressalta a qualidade do mapa, de área entre a Jordânia e o norte da Arábia Saudita, pelos detalhes e pela escala, que seria utilizado para planejar e executar a caça aos animais. E conclui:

“Foi exatamente nessa região, onde existem essas 6.255 armadilhas, que surgiu a agricultura, muito provavelmente como solução para alimentar a população quando a caça se tornou escassa. Já naquela época os homens tiveram de procurar outras soluções para sobreviver, depois de terem exterminado parte da biodiversidade”.

Também recentemente, em 1º/05/2023, Michael Klein e a Equipe Editorial do Sciencefiles.org publicaram, no blog do “ScienceFiles”, o longo artigo “Klimawandel: Windparks verursachen Trockenheit und duerre die belege werden immer zahlreicher neue studie”, que a Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET publicou, parcialmente e em tradução livre, sob título “Parques eólicos causam seca – as evidências estão aumentando” (21/06/2023), onde se lê:

“Os parques eólicos são ruins para a fauna e a flora, mas é claro que são uma vaca leiteira para toda série de aproveitadores, os loucos pelo clima”.

Publicamos no site “Viomundo” (23/04/2023), sob o título “A humanidade está mais sujeita a acabar por explosão de fenda geológica do que pela queima de todo combustível fóssil do mundo”, o alerta que os fenômenos geológicos são muito mais devastadores da espécie do que as ações humanas, e nem procurei citar a destruição da cidade de Pompeia, pelo vulcão no monte Vesúvio (Nápoles), em 79 d.C., e de outros (Etna, na ilha da Sicília, e o Stromboli, na ilha homônima), que causaram catástrofes na Itália.

Temos, em fatos, reportagens jornalísticas e análises científicas, o oposto do que os ambientalistas militantes e suas ricas Organizações Não Governamentais (ONGs) propagandeiam e com o que ameaçam governos nacionais. É o caso de indagarmos: por que se investe, corrompe, chantageia, inventa, imputando à indispensável energia, que mantém a sociedade humana em contínuo progresso há mais de 10.000 anos, o caráter malévolo e destruidor da natureza e da vida animal?

A ALIANÇA ECOLOGIA E FINANÇAS

A Inglaterra fez sua “revolução industrial” e se tornou o “Império onde o Sol não se punha”, com o carvão mineral. E hoje se considera o carvão mineral como grande poluidor, inimigo da natureza, um combustível fóssil que deve ser mantido inerte, inativo, ignorado pelos países e empresas.

Pode-se datar o nascimento das finanças inglesas, como poder, em 27 de julho de 1694, com o privado Banco da Inglaterra, tendo autorização para emitir moeda, regular o crédito e os depósitos, com o propósito explícito de financiar o governo inglês.  À época, ainda não havia a união dos três países que constituiriam a Grã Bretanha (1707), porém o Banco da Inglaterra logo assumiu estas funções para toda Grã Bretanha. Em 1760, quando se considera o início da Revolução Industrial, já existia um país, um banco e uma estrutura de poder com a Coroa Britânica, a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, esta restaurada em 1660.

A Câmara dos Lordes era então o maior poder, constituída por Lordes Espirituais (dois arcebispos e 24 bispos da Igreja Anglicana) e Lordes Temporais (766 membros vitalícios da nobreza britânica). Com o passar dos anos a Câmara dos Lordes teve momentos de grande importância e de descrédito, hoje sua composição é diferente, porém a aristocracia argentária continua sendo importante poder no Reino Unido.

Vê-se que as finanças estiveram conduzindo e usufruindo da industrialização no Reino Unido, sem qualquer preocupação ambiental. E nem se diga que era questão de época porque, no século XVII, a água do rio Tâmisa, que banha a cidade de Londres, já não era mais considerada potável. No auge da sua poluição, durante o século XIX, o rio foi apelidado de “Grande Fedor”. Os médicos londrinos foram os primeiros a chamar atenção para as doenças causadas pela intensa poluição na cidade.

Mas o Reino Unido era a grande potência do século XIX, sua aristocracia mandava no mundo, e não permitia contestação seja qual fosse.

Vários importantes acontecimentos ocorreram na segunda metade do século XIX: a Guerra da Secessão, abril de 1861 a abril de 1865, nos Estados Unidos da América (EUA); a Unificação da Alemanha, agosto de 1866 a janeiro de 1871; e o Reino da Itália que teve início com as guerras de 1848-1849, contra o exército sardo-piemontês, e se completa com a entrada em Roma, em 1870.

Os EUA desenvolveram o capitalismo industrial, com o Estado dando suporte financeiro e assumindo os ônus da infraestrutura, e tendo como insumo energético o petróleo, descoberto em 1859. Tendo área geográfica (9,5 milhões de km²) quase idêntica da Europa (10,3 milhões de km²), os EUA puderam usar seu território e seu mercado para promover seu crescimento. E, ao se deflagrar a I Grande Guerra (1914-1918), guerra ainda movida pela expansão colonial, os EUA entram no fim, mais para mostrar sua capacidade geopolítica do que disputar territórios, e os EUA também levavam as ideias ambientalistas, que surgiram em 1838, com John Muir e sua ONG Sierra Club.

A grande derrotada da I Grande Guerra foram as finanças inglesas. E suas colônias logo sofrem a mudança da fonte de energia, do carvão mineral para o petróleo, com o Acordo Achnacarry, na Escócia, em setembro de 1928; Acordo entre a Standard Oil de Nova Jersey, a Royal Dutch Shell e a Anglo-Persian Oil Company, às quais se juntam Standard Oil da Califórnia, Standard Oil de Nova York, Gulf Oil e Texaco, mostrando que o poder trocava de mãos.

Pelo Acordo, o mundo era dividido pelas Sete Irmãs, duas britânicas e cinco estadunidenses. O petróleo passava a ser a fonte primária de energia para a II Revolução Industrial. A II Grande Guerra confirma a troca do poder, das finanças para a indústria e, em decorrência, o uso do petróleo como principal insumo das matrizes energéticas.

E foi no movimento ecológico, ambientalista europeu, nascido em 1948, na França, conhecido como União Internacional da Proteção da Natureza (UICN), que as finanças foram buscar inspiração e apoio, para reconquista do poder.

VITÓRIA DAS FINANÇAS E FIM DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Os EUA acolhiam todas as religiões, iniciativas sociais, modos de vida, desde que se mantivessem intocadas a direção plutocrática do País e a federação, consolidada na Guerra da Secessão (Constituição de 1789 e suas 27 emendas). Porém se não favorecessem os verdadeiros dirigentes da nação, a plutocracia dominante, também nada receberiam para seus desenvolvimentos, talvez até alguns entraves burocráticos.

E assim foi definida a industrialização estadunidense com a criação de mercado consumidor que a remunerasse. Esta concepção além dos lucros privados e dos ganhos públicos com as tributações, gerava também receitas para manutenção das classes trabalhadoras, contendo os movimentos socialistas.

Salários e lucros, desigualmente distribuídos, mas com expectativas otimistas de melhoras com o crescimento econômico, promoviam os EUA.

A esta situação interna, o poder governante garantia com suas forças armadas e política externa de golpes e incentivos a insurreições, o suprimento de produtos, que inexistiam ou eram insuficientes nos EUA, e o mercado consumidor para as produções excedentes.

Este modelo era também exportado com o rótulo de democracia e liberdade para o mundo inteiro, acadêmico, político e midiático.

O resultado da II Grande Guerra foi grande exportador deste modelo industrial, ao lado do modelo socialista marxista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), também vitoriosos, que colocava todo lucro nas mãos do Estado.

As finanças desenvolveram duas linhas de ataque: o meramente ideológico, contestando o comunista com o modelo estadunidense, e o próprio modelo estadunidense com os movimentos ambientalistas que surgiram desde 1961 (World Wide Fund for Nature Inc. (WWF), Fundo Mundial para a Natureza, organização não-governamental internacional, fundada na cidade suíça Morges, capital do cantão Vaud, em 29 de abril de 1961).

Atuando em dois campos, colocando-os muitas vezes em conflito, as finanças foram também comprando e corrompendo as mídias, as academias, os políticos, por toda parte, recebendo como receita adesões pouco reflexivas de populações mais ignorantes e também remuneradas de ONGs, imprensas, acadêmicos e partidos políticos, que se apresentavam desde a extrema direita à extrema esquerda, com ou sem votos, mas capazes de atuarem em praças públicas e assembléias políticas.

Foi um investimento substancial, praticamente desde 1950, mas tinha o prêmio do poder mundial, como ocorrera no início da Revolução Industrial, na queda de Napoleão e com o Congresso de Viena de 1815.

As primeiras vitórias nem foram assim percebidas, na década de 1960, com motivações libertárias na França (Paris, maio de 1968) e nos EUA (Woodstock, NY, agosto de 1969). As liberdades de costumes introduziam as questões identitárias, fortemente subvencionadas no século XXI. Também faziam crer que o neoliberalismo abria todas possibilidades relacionais, ocultando seu lado religioso neopentecostal, contemporâneo destas manifestações pela absoluta liberdade, como se o homem não fosse animal social, de vida comunitária.

A década seguinte, 1970, foi dedicada às energias: “crises” artificialmente produzidas em 1973 e 1978, levando à verdadeira crise de excedentes em 1980 (oil glut).

Porém 30 anos de sistemáticos ataques ao comunismo e às fontes de energia da II Revolução Industrial produziram os grandes ganhos das desregulações financeiras da década de 1980, começando pelas duas maiores praças: Londres e Nova Iorque. Também se observa o crescimento extraordinário de paraísos fiscais, de menos de uma dezena, em 1980, para quase uma centena em 2000. Também nos anos 1980 é editado o Consenso de Washington (1989), os 10 mandamentos das finanças neoliberais.

Os anos 1990 foram da vitória, da consolidação do poder, com a queda da URSS, em 1991, e o domínio das finanças apátridas no Atlântico Norte e nas suas colônias econômicas e ideológicas, pelo mundo. Foi saudado como o Fim da História!

Na passagem do milênio já eram descortinados o futuro concentrador de renda, a interveniência das finanças marginais (das drogas, contrabandos de pessoas e bens, crimes diversos, ampla corrupção, chantagem em todos os setores e em todos países) e do fim dos direitos trabalhistas, previdenciários e mesmo dos Estados Nacionais, substituídos pela entidade “mercado”.

Assim chegamos ao século XXI, com mundo em permanente guerra, com receitas ultra concentradas, com a invasão de milícias e dos agentes criminosos onde antes havia o Estado Nacional.

O CASO BRASIL

Por 430 anos o Brasil foi um Estado Colonial, a princípio de Portugal, por breve momento – 1581 a 1640 – da Espanha, e a partir de 1703, com o tratado comercial militar celebrado entre Portugal e a Inglaterra (Tratado Methuen) passou a ser colônia da colônia, ou seja, colônia inglesa em segunda mão, até a Revolução de 1930, conduzida por Getúlio Vargas. Seguem-se então os 50 Anos Gloriosos, quando a imensa riqueza natural do Brasil foi utilizada para o desenvolvimento do Brasil e para melhoria da vida dos brasileiros.

A partir de 1980, sob título e pretexto de uma “redemocratização”, seguiram-se os 43 anos de recolonização pelas finanças apátridas.

Porém, nos mais de quatro séculos de domínio estrangeiro, o Brasil viu surgirem heróis, idealistas que deram sua vida e liberdade pela soberania nacional. O Tiradentes, mineiro Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), na Inconfidência Mineira, os baianos: soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas e alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento, na Conjuração Baiana de 1798, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, o capixaba Domingos José Martins e o pernambucano José de Barros Lima, na Revolução Pernambucana de 1817, e o Patriarca da Independência, paulista José Bonifácio de Andrada e Silva, preso e exilado pelo seu Projeto de Brasil após a Independência formal em 1822.  No Brasil Império, tivemos os militares gaúchos Bento Gonçalves da Silva e David Canabarro, além da catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro mais conhecida como Anita Garibaldi na Guerra dos Farrapos, de 1835 a 1845, contra os arbítrios do governo imperial; na Província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840, o paraense Antonio Vinagre e o cearense Eduardo Francisco Nogueira Angelim, na Cabanagem, a revolta popular e social que tinha suas principais lideranças na camada mais pobre, dos índios, negros e despossuídos; o maranhense Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, ou Manuel Balaio pela sua profissão, discriminados por sua condição social e obrigados a servir no Exército, em 1838 rebelaram-se contra a elite conservadora – representada por grandes proprietários de terras e militares – e combateram durante quatro anos as tropas do Império na Balaiada (1838-1841), no Maranhão; por todo Brasil estes e muitos mais heróis lutaram sem êxito, mas deixaram as sementes para sociedade e para o Estado Nacional Brasileiro.

O movimento vitorioso que nos proporcionou os 50 Gloriosos tinha ideologia forjada nas lutas e na realidade nacional, mesmo quando havia inspiração estrangeira, como o positivismo de Augusto Comte, que sofria a “redução sociológica”, como descreveu o sociólogo baiano Alberto Guerreiro Ramos (A Redução Sociológica – Introdução ao Estudo da Razão Sociológica, 1958). Denominamos “nacional trabalhismo”, por colocar o Brasil e o trabalho como principais projetos da política brasileira.

Foi este nacional trabalhismo que as forças apátridas e financeiras em 1980 combateram, na figura de sua maior liderança, o gaúcho Leonel de Moura Brizola, governador do Rio Grande do Sul e por duas vezes, não consecutivas, do Rio de Janeiro, fato único na história política do Brasil.

Quem combateu Brizola, foram estes mesmos que agora defendem nossa submissão às ONGs estrangeiras, subvencionadas pelas finanças apátridas, onde não faltam recursos ilícitos, criminosos, e que pousam de esquerda, mas recebem dinheiro da direita, de George Soros, da Fundação Ford, e têm infiltrados agentes estrangeiros e de brasileiros traidores no Estado em órgãos de controle estatal, como empresas de economia mista e fundações educacionais, culturais e de pesquisa.

A mais recente manifestação desses movimentos ocorreu em Brasília, em junho de 2023, a partir da lista de ex-alunos da Universidade de Brasília, Geração UnB Anos70, com ataques àqueles que sempre combateram o entreguismo colonial, mesmo quando fantasiados de questões climáticas ou se apresentam defensores desta inexistente democracia brasileira.

À GUISA DE CONCLUSÃO

O século XXI apresenta o retrocesso com as finanças apátridas, o neoliberalismo, a precedência de questões ambientais e identitárias, é o mundo do século XIX com a tecnologia contemporânea. Porém, também surge o mundo desejado e descrito pelo gênio político de Johann Gottlieb Fichte em 1796, o mundo multipolar dos acordos entre iguais, os Estados Nacionais, que, por sua vez, celebram com seus habitantes acordos de defesa, de proteção da vida, da saúde, da educação, da dignidade e do trabalho. O mundo que Fichte denominou do Direito Natural segundo os princípios da doutrina da ciência.

Há o mundo das globalizações, do único poder, da pasteurização das sociedades que se contrapõe ao mundo multipolar, da igualdade de direitos, das riquezas culturais acompanhando as diversidades geográficas. Só um ignorante, um colonizado mental, irá à Paris para ingerir comidas de fast food com coca-cola, ao invés de apreciar a rica gastronomia francesa, em um bistrô, acompanhada de vinho bordeaux ou bourgogne, ou ir à Eurodisney e não fazer excursão aos castelos do vale do Loire.

O que significa a multipolaridade? É integrar a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), de solidariedade e apoio múltiplo no lugar da belicosa Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), participar da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e não da colonizadora e excludente Organização dos Estados Americanos (OEA).

As finanças, as ONGs, os submissos a ideologias globais, denominem-se de esquerda ou de direita, são todos escravos, não suportam nem mesmo para eles próprios a responsabilidade das decisões, como cidadãos conscientes de sua nacionalidade, defensores do trabalho como única fonte legítima de riqueza.

Exemplo de submissão aos interesses das finanças apátridas vem com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que transcrevemos do Jornal do Brasil (STF valida mudança na pensão por morte do INSS, por Gabriel Mansur, 27/06/2023):

“A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela validade da mudança constitucional que alterou o pagamento de pensão por morte paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O julgamento ocorreu de forma virtual e foi finalizado na sexta-feira (23). Os ministros julgaram a constitucionalidade do artigo 23 da Emenda Constitucional 103, atrelada à Reforma da Previdência de 2019. Pela regra, quem fica viúvo tem direito de receber 50% do benefício do segurado que morreu, caso estivesse aposentado, ou da aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito, mais 10% por dependente, até o limite de 100%. Uma viúva sem filhos, por exemplo, recebe um valor mínimo de 60% sobre a aposentadoria do segurado que morreu ou de sua aposentadoria por invalidez. O cálculo foi contestado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar). Para a associação, há prejuízo para a viúva do segurado que morreu antes de se aposentar, já que a pensão seria paga sobre o valor de uma aposentadoria simulada. Ao analisar os questionamentos, a maioria dos ministros seguiu voto proferido pelo relator, Luís Roberto Barroso. Para o ministro, não há inconstitucionalidade nas alterações previdenciárias. Em seu relatório, ele aponta o déficit da Previdência, o aumento da expectativa de vida da população e a queda no número de filhos por mulher como um dos fatores que reforçam a necessidade de fazer uma reforma, mudando as regras”.

Assim, pelo mais elevado tribunal da justiça brasileira, o trabalho se submete ao lucro financeiro e o País ao interesse apátrida.

*Pedro Augusto Pinho é administrador aposentado, e atualmente preside a AEPET- Associação dos Engenheiros da Petrobrás.

(PÁTRIA LATINA)

quinta-feira, 29 de junho de 2023

OU DETONAM CAMPOS NETO OU ELE EXPLODE O PAÍS * Crispiniano Neto/RN

OU DETONAM CAMPOS NETO

 OU ELE EXPLODE O PAÍS


*
"Erro contábil" de R$ 1 trilhão pode tirar Campos Neto do BC
Processo de 2019 aberto no Tribunal de Contas da União aponta rombo trilionário e é estudado pelo governo como a possível brecha para ganhar disputa sobre queda da Selic

Já é de conhecimento público a insatisfação do Governo Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação à manutenção da Selic em 13,75%, anunciada na última quinta-feira (22). Dessa vez, aliados de Lula (PT) no Congresso Nacional estudam a possibilidade de utilizar um processo aberto em 2019 no Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta um “erro contábil” de R$ 1 trilhão, como a brecha para retirar o presidente da autarquia.

O processo apura as inconsistências apontadas, à época, pela Controladoria-Geral da União (CGU). O rombo trilionário se refere ao balanço do BC naquele mesmo ano. Para os auditores do TCU que avaliaram os dados advindos da ação, a documentação analisada não refletia a situação patrimonial, o resultado financeiro e nem o fluxo de caixa do BC, conforme relatório publicado.

A explicação dos auditores foi dada ao ministro Jonathan de Jesus, do TCU, que também é deputado federal pelo Republicanos. Jesus ficou com a relatoria do processo após o antigo relator, ministro Bruno Dantas, passar a presidir o tribunal, o que o obrigou a deixar as relatorias que exercia. Logo que assumiu o caso, o novo relator solicitou uma série de documentos que agora estão passando por análise.

De acordo com os aliados do Governo Lula, se o BC for condenado em plenário no TCU, uma brecha poderia ser aberta para que o Senado abrisse um processo de cassação de Campos Neto. A possibilidade existe, e a defesa do presidente do Copom (Comitê de Política Monetária; que estipula das taxas de juros) do BC está trabalhando para evitar a abertura da brecha.

“O caso se trata de uma mera divergência de interpretação entre o BC e a CGU sobre a forma de divulgação do fluxo de caixa em moeda local ou a segregação entre circulante e não circulante”, diz nota do BC à imprensa que antecipa o argumento da defesa.
Governo Lula x Banco Central

Após o bolsonarista Roberto Campos Neto, alçado pelo ex-presidente à Presidência do Banco Central, declarar guerra ao governo com a manutenção da taxa Selic em 13,75%, Lula voltou a criticar a política monetária da instituição e mirou o economista, convocando a sociedade brasileira a entrar na "briga" para baixar os juros.

“Quem está brigando com a taxa de juros é a sociedade brasileira, não o governo, porque é irracional o que está acontecendo hoje no Brasil. 72% da população brasileira está endividada. Não há crédito. Eu tenho cobrado dos Senadores que colocaram esse cidadão no Banco Central”, disse Lula em Roma na manhã da última quinta-feira (22), antes de embarcar para a França, onde encontrará o presidente Emmanuel Macron.

A manutenção dos juros escorchantes causou indignação no governo e entre empresários do setor produtivo, que acreditam que Campos Neto busca forçar uma crise, provocando sua demissão, para prejudicar a política econômica de Lula.

A consternação foi maior por causa dos números apresentados pela Economia, com inflação em queda e crescimento do PIB acima das previsões dos agentes do sistema financeiro ouvidos pelo próprio Banco Central no boletim semanal Focus, que já projeta um crescimento do país acima de 2% em 2023.

Em sua fala, Lula citou que está falando com senadores. O único caminho para exoneração de Campos Neto passa, necessariamente, pelo Senado, caso o governo peça a demissão por “comprovado e recorrente desempenho insuficiente” do presidente do BC na condução da Política Monetária.

Para isso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) precisa buscar aval da Presidência da República para a exoneração, que precisa ser aprovada por 41 dos senadores. Principal articuladora de uma queda de Campos Neto, Gleisi Hoffmann classificou como sabotagem a manutenção dos juros em 13,75%.

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AUDITORIA CIDADÃ

terça-feira, 27 de junho de 2023

A QUEM SERVEM AS ONGS * Pedro Augusto Pinho/Pátria Latina

A QUEM SERVEM AS ONGS

Os Estados contemporâneos comportam, dentro de suas fronteiras, as organizações da governança do próprio Estado, com a estrutura que o povo define, por seus representantes, organizações nacionais de interesse privado, para complementarem a ação do Estado e satisfazerem interesses particulares, e organizações estrangeiras, que buscam auferir ganhos com os recursos da Nação, contida naquele Estado específico, ou para doutrinar e/ou difundir ideologias alienígenas, sem que seja excluído o ganho material.

Desde o século passado apareceram instituições que se denominaram Organizações não Governamentais (ONGs), como se pudessem ser criadas por particulares Organizações Governamentais.

A expressão ONG não está definida em lei brasileira. Porém, em 2014, tivemos a implementação do Marco Regulatório da Sociedade Civil (MIROSC), que criou o conceito legal de Organização da Sociedade Civil (OSC), para fins de parceria com a administração pública.

Esta inovação regulatória é consequência do poder que se instalou entre nós no movimento conhecido como “redemocratização”, na década de 1980, e que, desde 1990, domina o Estado brasileiro: o neoliberalismo financeiro.
O neoliberalismo propugna que o Estado seja mínimo, em nada interfira que as “organizações da sociedade civil” possam se incumbir, atuar, inclusive ações de defesa nacional e segurança pública, mas, muito especialmente, em tudo que se relacione à economia, às finanças, à moeda, ao câmbio e juros. O neoliberalismo impõe a entidade abrangente e não descrita do “mercado” como gestor do Estado e da vida dos seus habitantes.
As ONGs surgiram ligadas às Igrejas, hospitais, mas seus objetivos logo se afastam das ações assistencialistas para a doutrinação política, e, assim, passam a ter sistema de administração onde os controles gerenciais fossem mais adequados à ocultação de fontes de recursos e ao manejo das prestações de contas e registros contábeis.

A I Grande Guerra marca o fim do poder das finanças inglesas, que dominaram o Reino Unido no século XIX, em especial na época pós-napoleônica. É, também, quando o enfraquecimento das igrejas e dos partidos políticos, faz surgirem as ONGs para representar os interesses no meio-ambiente, em pessoas vítimas de preconceito (raça, gênero, sexo), deficiências físicas e mentais, posicionamentos políticos, ancestralidades, entre outros.

As finanças inglesas encontraram nas ONGs ambientais um aliado contra o industrialismo, combatendo as energias fósseis, que sustentaram as I e II Revoluções Industriais.
No Brasil, a interferência das ONGs na sociedade fez com que parlamentares de diferentes correntes políticas, nos três níveis do poder, apresentassem projetos disciplinando suas atividades. Mas se depararam com a multiplicidade de objetivos e formas de atuação. Hoje há diversas regras, documentos disciplinatórios nas diversas instâncias do poder público, tratando de ONGs, não somente nas suas generalidades, mas, principalmente, nas especificidades de suas ações, gestão e parcerias.

AS ONGs AMBIENTAIS

Nossa imensa preocupação diz respeito a uma fragilidade do Estado Nacional Brasileiro: o planejamento e controle da produção de energia primária, que faz do Brasil o país com dos mais baixos consumos de energia per capita do planeta, abaixo até da média mundial.

As ONGs ambientais são empecilho ao desenvolvimento da energia brasileira, principalmente aquelas que nos permitem os maiores e melhores resultados, a custos mais baixos e em menores tempos: as energias fósseis e as de fontes hídricas e nuclear.

O mais abrangente entendimento jurídico da expressão “não governamental” considera que estas organizações normalmente exercem alguma função pública e, ainda que não pertençam ao Estado, ofertam serviços que atendem a um conjunto da sociedade maior do que apenas os fundadores, administradores e membros da organização. Assim, entende-se que sua esfera de sua atuação é a esfera pública, embora não submetida aos controles e requisitos, permanentemente auditados, das empresas ou fundações e sociedades e, muito menos ainda, dos órgãos da administração direta do Estado. Ou seja, as ONGs ambientais são agentes estrangeiros que interferem na vida pública brasileira, com mínimo de controles exigidos a todos agentes públicos, para impedir o desenvolvimento do País onde não interessa a seus patrocinadores, estes residentes no exterior.

E há mais. Utilizando modelo bastante contestável da atuação do Estado, que são as “parcerias público-privadas”, estas ONGs, que agem no sentido desmoralizador, depreciador das ações estatais, quando não as combatem abertamente, recebem recursos públicos, do meu, do seu, do nosso imposto, para atacar o “parceiro”.

Trataremos apenas de duas ONGs ambientais, que gozam de ampla divulgação no Brasil e no mundo, recebendo aplausos e apoios até mesmo de quem deveria fiscalizá-las, auditá-las ou até proibi-las pelos males provocados e pelas nem sempre transparentes ações.

Ambas surgiram no momento que as finanças encetavam o mais acerbo ataque à industrialização, combatendo principalmente o seu mais relevante insumo: o petróleo. A história registra como as “crises do petróleo” que ocorrem nas décadas de 1960 a 1980.
World Wildlife Fund (WWF)

A World Wide Fund for Nature Inc. (WWF), Fundo Mundial para a Natureza, é organização não-governamental internacional, fundada na cidade suíça Morges, capital do cantão Vaud, em 29 de abril de 1961, que atua na área de preservação da natureza e redução do impacto humano no meio ambiente. Anteriormente, era denominada World Wildlife Fund.

Seus fundadores foram majoritariamente ricos e nobres, que, como ocorre com seus assemelhados, criam motivos para suas distrações e lazer, sem maiores preocupações. A história do Mundo nos mostra numerosos e tristes exemplos, principalmente na África, onde populações foram dizimadas por ações da nobreza e de ricos ingleses, belgas e neerlandeses.

Bernardo de Lipa-Biesterfeld, príncipe germânico, marido da rainha Juliana, do Países Baixos; Filipe, Duque de Edimburgo, príncipe da Grécia e da Dinamarca, marido da rainha Isabel II; Guy Mountfort, executivo de publicidade, diletante naturalista, que recebeu o título “Most Excellent Order of the British Empire” (OBE), da rainha Isabel II; Edward Max Nicholson, nascido na Irlanda, educado em Oxford (Hertford College), ornitólogo, editor da “British Birds” e presidente da “Royal Society for the Protection of Birds”; Peter Markham Scott OBE, pintor, oficial da marinha e esportista, interessou em fotografar aves selvagens, recebeu o Prêmio J. Paul Getty; Julian Sorell Huxley FRS (Fellow of the Royal Society), de importante família, seu irmão foi o escritor Aldous Huxley, seu meio irmão, o biólogo e Prêmio Nobel de Medicina, Andrew Huxley; seu pai foi o escritor e editor Leonard Huxley; seu avô paterno o biólogo T. H. Huxley, famoso por ser colega e apoiar Charles Darwin, e seu avô materno foi o acadêmico Tom Arnold, filho de Thomas Arnold, da Rugby School.
A estes europeus juntou-se o estadunidense Godfrey A. Rockefeller, da bilionária família que se desenvolveu com a indústria do petróleo. A Godfrey coube a indústria de helicópteros, tendo presidido a Helicopter Association of America e a Helicopter Association International.

Em 1963, a WWF realizou conferência e publicou relatório denunciando o “aquecimento global antropogênico”, escrito por Noel Eichhorn, com base no trabalho de Frank Fraser Darling (então vice-presidente da fundação). A ONG WWF esteve envolvida, em toda sua existência e nos vários países onde atuou, em numerosos casos por violar legislações nacionais e locais, por denúncias ou ações controvérsias diversas.
A televisão pública alemã ARD exibiu documentário, em 22 de junho de 2011, no qual mostrava como a WWF coopera com corporações como a Monsanto, fornecendo certificação de sustentabilidade em troca de doações – essencialmente greenwashing (lavagem verde ou “injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas”). A WWF negou as acusações. Ao incentivar o ecoturismo de alto impacto, o programa alega que a WWF contribui para a destruição do habitat e das espécies que afirma proteger, ao mesmo tempo em que prejudica os povos indígenas (Ian Harryman, “Ecological Problem Solving: A Comparative Study of Primate Conservation”).

Em 2017, relatório da “Survival International” afirmou que paramilitares financiados pela WWF estavam cometendo abusos contra o povo Baka e Bayaka, na Bacia do Congo, que “enfrentam assédio e espancamentos, tortura e morte”, além de corromperem e ajudarem na destruição de áreas conservadas. O relatório acusou a WWF e seus guardas de parceria com várias empresas madeireiras que realizaram desmatamento, enquanto os guardas florestais ignoraram as redes de tráfico de animais selvagens (The Guardian).

Em 2019, investigação do BuzzFeed News denunciou que grupos paramilitares financiados pela WWF estiveram envolvidos em sérias violações de direitos humanos, e a organização encobriu os incidentes e agiu para proteger os perpetradores da aplicação da lei. Esses grupos armados foram acusados de torturar, agredir sexualmente e executar aldeões com base em acusações falsas. Em caso encontrado pelos investigadores do BuzzFeed News, um menino de 11 anos foi supostamente torturado por guardas florestais financiados pela WWF na frente de seus pais (www.buzzfeednews.com, consultado em 4 de março de 2019).
O jornalismo investigativo pela NBC e Naomi Klein, em 2008 e 2013, respectivamente, descobriram que a WWF investiu e lucra com contratos de investimento multimilionários que colocaram em desenvolvimento produção de petróleo, gás, carvão e areias betuminosas e não desinvestiu, quando confrontados, mas indicaram que esperariam até 2020 para fazê-lo, pois o término antecipado não teria sido tão lucrativo para eles. A WWF não se opõe aos combustíveis fósseis, mas se engaja no que, internamente, chama de “desenvolvimento responsável” dos combustíveis fósseis.

Muitos outros casos poderiam ser apontados, porém preferimos tratar da WWF no Brasil.

A WWF-Brasil foi criada em 1996 e está sediada em Brasília. Aproveita a Lei nº 9.605, sancionada em fevereiro de 1999, por Fernando Henrique Cardoso, e regulamentada em setembro de 2000, que estabelece as penas para as infrações e agressões cometidas contra o meio ambiente no Brasil. Prevê multas que chegam a 50 milhões de reais para uma variedade de infrações: pesca em locais proibidos, crimes contra o patrimônio, soltura de balões, pichações, caça ilegal, obras poluidoras, queimadas e desmatamento. Fazia parte do conjunto de medidas antidesenvolvimentistas que atendiam às finanças internacionais, adotadas por Fernando Cardoso.

GREENPEACE

Greenpeace é uma organização não governamental com sede em Amsterdã, nos Países Baixos, escritórios em mais de 55 países, fundada em 1971, em Vancouver, na Columbia Britânica (Canadá),

De acordo com seu relatório de 2021, a Greenpeace US recebeu de contribuições e doações US$ 24.986.228 e como resultado de investimentos e outras receitas US$ 6.764.950, ou seja, pouco mais de 31 milhões de dólares estadunidenses para a despesa de US$ 28,7 milhões.

Considerando que o Greenpeace aparece na imprensa com navios ostentando seu nome e marca, aviões, helicópteros, parece-nos muito pouco este volume de recursos. Também para manter diversos escritórios, pagando alugueis, impostos e serviços de eletricidade, água e saneamento, aquecimento e refrigeração, por menor que seja o quadro de empregados, não se espera haver saldo contábil, principalmente por não haver registro de despesas com empréstimos e financiamentos.

Provavelmente porque, como assinalamos neste artigo, o Greenpeace recebe, dos próprios governos, cujas ações combate, recursos públicos como entidade não lucrativa. O lucro parece estar nos US$ 4.367.167, em salários.

Como ocorre em muitas ONGs sem fins lucrativos; obtêm “empregos públicos”, bem remunerados e sem concurso utilizando dos recursos das Parcerias Público Privadas (PPP).
O maior volume individual de recursos vai para as campanhas climáticas. No entanto, não conhecemos as campanhas contra a produção de óleo e gás das areias betuminosas, reconhecidas como muito mais poluidoras do que o petróleo convencional. Também em relação aos efeitos maléficos para o clima, apontado em diversos estudos, da geração de energia eólica no Texas, nem um só protesto.

Indubitavelmente, há uma política não explícita, velada, do Greenpeace ao escolher seus alvos. E não nos parece ser do bem comum.

No Brasil, o Greenpeace afirma estar há mais de 30 anos. Coincide com a tomada de poder das finanças apátridas no Brasil. E atuando em três cidades: Manaus, Brasília e São Paulo, com 200 empregados.

Sua contabilidade apesar de haver um título Transparência, no relatório, é absolutamente obscura, oculta pela classificação de entidade privada sem fins lucrativos.
*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

1968 RESISTE * ENSINAR HISTÓRIA

1968 RESISTE
Da esquerda para a direita, as atrizes Eva Tudor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Benguel.

Em 26 de junho de 1968, ocorreu a Passeata dos Cem Mil na cidade do Rio de Janeiro em protesto às violências praticadas pela polícia alguns dias antes no centro da cidade, atingindo estudantes e populares. Promovida pelo movimento estudantil — na época o principal núcleo de oposição ao regime militar instaurado no país em março de 1964 —, a marcha contou também com a participação de intelectuais, operários, profissionais liberais e religiosos, além da adesão maciça de populares. As principais reivindicações dos manifestantes eram o restabelecimento das liberdades democráticas, a suspensão da censura à imprensa e a concessão de mais verbas para a educação. Antecedentes imediatos Desde março cresciam os confrontos entre estudantes e militares. Naquele mês, policiais invadiram o restaurante universitário “Calabouço”, onde os estudantes protestavam contra a elevação do preço das refeições, e mataram o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, de 18 anos (28 de março de 1968). No dia 29 de março, cerca de 60 mil pessoas participaram do cortejo fúnebre até o cemitério São João Batista, em Botafogo. A manifestação transcorreu normalmente, sem a intervenção policial. No resto do país, entretanto, ocorreram demonstrações e marchas de protesto. Em Salvador, Belo Horizonte, Goiânia e Porto Alegre, estudantes e populares entraram em choque com as forças policiais. A UNE decretou greve geral dos estudantes. Em 31 de março, data do quarto aniversário da derrubada de Goulart, ocorreram novas demonstrações de repúdio contra o assassinato do estudante. Os protestos de rua acabaram se convertendo num conflito aberto entre estudantes e populares de um lado, e efetivos do Exército do outro, que provocou a morte de duas pessoas, ferimentos em quase cem e cerca de duzentas prisões. No dia 4 de abril, foram celebradas duas missas de sétimo dia pela alma de Edson Luís na igreja da Candelária, no centro do Rio, uma às 11h30 e a segunda às 18h15. Ambas reuniram milhares de pessoas e, novamente, resultaram em confrontos com policiais a cavalo, armados de sabres e cassetetes, lançamento de gás lacrimogêneo enquanto helicópteros da Marinha e aviões da Força Aérea Brasileira sobrevoavam a área da Candelária. O efetivo militar de prontidão reunia 20 mil homens do I Exército, 10 mil da Polícia Militar, 1.200 da Guarda Civil além de 400 detetives da Secretaria de Segurança. Cerca de 580 pessoas foram presas e levadas para a fortaleza de Santa Cruz, em Niterói. Depois da missa de sétimo dia de Edson Luís, o movimento estudantil experimentou um ligeiro recuo, produzido em grande parte pelas medidas policiais e pelas disposições repressivas contidas na Instrução nº 177, portaria baixada em 5 de abril pelo ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva. Na última semana de maio, sob o impacto do movimento estudantil irrompido naquele momento na França e em outros países europeus, os estudantes voltaram às ruas em diversas cidades do país. As manifestações atingiram seu ponto mais alto na segunda metade de junho e contavam, inclusive, com a participação expressiva de trabalhadores, descontentes com a política salarial do governo. No dia 21 de junho, a avenida Rio Branco no Rio de Janeiro transformou-se num verdadeiro campo de batalha, cercado de nuvens de gás lacrimogêneo e com viaturas policiais incendiadas. O confronto terminou com centenas de feridos, cerca de mil prisões, 28 mortos, segundo informações dos hospitais, ou 3, segundo a versão oficial. A Passeata dos Cem Mil As lideranças estudantis marcaram uma manifestação de grande envergadura para o dia 26 de junho, quarta-feira. O evento foi autorizado pelas autoridades como uma trégua frente à crescente oposição pública à ação truculenta do governo, pelas críticas da imprensa à repressão policial e pelo anúncio da presença, na passeata, do bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, dom José de Castro Pinto, além de outros religiosos. Na manhã do dia 26, o Centro do Rio foi tomado por grupos de estudantes, artistas, intelectuais e outros setores da população. A Cinelândia abrigou um elevado número de estudantes, enquanto artistas de teatro, cinema, música e artes plásticas se reuniam em frente à loja Mesbla, no Passeio Público. Pouco antes das duas horas da tarde, teve início a marcha reunindo cerca de 50 mil pessoas — incluindo numerosos padres e freiras que carregavam cartazes e faixas com dizeres como “O povo organizado derruba a ditadura” e “Abaixo o imperialismo” e proferiam lemas do mesmo teor. Munidos de frascos de tinta de tipo spray, os manifestantes pichavam as ruas do Centro com frases contendo reivindicações e críticas ao governo. Artistas do teatro, cinema e televisão se juntaram aos estudantes na Passeata dos Cem Mil.

Durante o trajeto, a passeata foi engrossada por grande número de populares e estudantes. Às 15 horas, quando a passeata já reunia cerca de cem mil pessoas, o líder estudantil Vladimir Palmeira fez um discurso em frente à igreja da Candelária. A marcha terminou por volta das 17 horas diante do palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa carioca. Em suas três horas de duração não se registraram incidentes. Convocada como uma forma de protesto contra as mortes, as prisões e a violência policial, a Passeata dos Cem Mil — como ficou conhecida a marcha — paralisou o Rio de Janeiro durante quase todo o dia 26 e marcou o momento de maior amplitude do movimento estudantil brasileiro desde 1964. Depois da Passeata dos Cem Mil, o presidente general Costa e Silva mostrou-se propenso a iniciar um diálogo com os estudantes. Foi marcada para 2 de julho, em Brasília, uma audiência entre o presidente e uma comissão do movimento que apresentou quatro reivindicações básicas: libertação dos estudantes presos, reabertura do restaurante do Calabouço, fim de toda repressão policial, suspensão da censura às artes. Costa e Silva rejeitou todos os pedidos da comissão e as manifestações estudantis voltam às ruas.

Fonte LAMARÃO, Sérgio. Passeata dos Cem Mil. FGV / CPDOC. Saiba mais O movimento estudantil, da ditadura de Vargas à ditadura militar Assassinato do estudante Edson Luís pela polícia militar Golpe civil-militar inicia a ditadura Decretado o Ato Institucional nº. 5 (AI-5) Lei de Imprensa impõe a censura prévia A “canção de protesto”: a música contra a ditadura militar Maio 68: quando os estudantes incendiaram o Velho Mundo Abertura

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domingo, 25 de junho de 2023

LOBBY MILITAR ENTREGUISTA AMEAÇA A SOBERANIA BRASILEIRA * A TRICONTINENTAL

 LOBBY MILITAR ENTREGUISTA AMEAÇA A SOBERANIA BRASILEIRA

CONFIRA

INTRODUÇÃO

O mapeamento em questão é intitulado “O Lobby dos Militares no Legislativo”, e foi desenvolvido pelo escritório brasileiro do Instituto Tricontinental.

“Um mapeamento preliminar das assessorias das Forças Armadas dedicadas à defesa dos interesse dos militares junto à Câmara e ao Senado Federal aponta que a caserna pode ter uma estrutura até 715% maior do que a assessoria parlamentar do Ministério da Defesa —órgão do governo federal que, na prática, é responsável pela articulação entre as forças e os demais órgãos do Estado”, destaca o texto.

Os números mostram que a pasta da Defesa tem hoje uma assessoria parlamentar composta por 13 funcionários, ante 12 servidores dedicados exclusivamente às questões da Marinha, dez à Aeronáutica e 14 ao Exército. A Força Terrestre ainda conta com outras 19 assessorias regionais, que, segundo estimativa do estudo, totalizam mais de cem militares dedicados ao Legislativo.

Ainda segundo o estudo, “uma prova da força da articulação dos militares junto ao Congresso está no fato de que, nos últimos 12 anos, o Exército, sozinho, foi o destinatário de mais de R$ 1,6 bilhão em emendas parlamentares”.

Para pesquisadores do Observatório da Defesa e Soberania, vinculado ao instituto, este é apenas um dos aspectos da tutela militar sobre a política brasileira, e “enquanto a tutela permanecer, não teremos plena democracia no Brasil”.