sábado, 29 de abril de 2023

1º DE MAIO INTERNACIONALISTA DE CLASSE E DE LUTA * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

1º DE MAIO INTERNACIONALISTA 
DE CLASSE E DE LUTA
RUMO AO SOCIALISMO!

Neste 1º de Maio a FRT e todos seus integrantes - pessoas e organizações - traz aos trabalhadores e demais oprimidos o convite a se empenhar nas lutas contra os ataques do capital. 

Companheiros, com uma rápida olhada no cenário mundial, qualquer um de nós constata claramente a desgraça causada pela exploração capitalista. Há guerras em todos os sentidos, desde o modo como as notícias são veiculadas na mídia, passando pelas novas bactérias até às mais avançadas tecnologias de destruição em massa, como os drones. 

Desde a invasão do Iraque, da Síria, do Afeganistão, da Líbia com a execução covarde de Muammar al-Kadafi, estamos assistindo a destruição de vidas humanas de forma apocalíptica. Em todas essas demonstrações de força, o seu protagonista tem sido o testa-de-ferro do capital, o IMPERIALISMO, que apesar de tantas derrotas, não se conteve e aventurou o domínio da Europa desde a QUEDA DO MURO DE BERLIM. Para isso, se apoderou de uma republiqueta nazista chamada UCRANIA, onde em 2014, depôs um governo eleito e empossou um boneco intitulado Zelenski. Passou a instalar bases da OTAN, ameaçando a Rússia, como se ela não tivesse o direito de se defender. Bom, o resultado nós já sabemos.

Hoje todos nós estamos vivendo no limite. Defender a vida se tornou um ato revolucionário. É nossa única saída diante da voracidade com que as grandes potencias se lançam sobre nossos países para se apoderarem dos nossos recursos minerais, hídricos e ambientais, além de empresas estratégicas e setores importantes de nossas economias. O golpe de 2016 no Brasil é isso, só para tomar o nosso PRE-SAL. O golpe de 2019 no Bolívia, só pra tomar o lítio dos bolivianos etc. O que vem ocorrendo na África e na América Central se encaixa nessa direção. 

Devido a essa disputa mundial pelos recursos, as grandes potências já racharam o imperialismo e se dividiram. Antes, havia apenas um bloco de países, que se agrupava em torno do FMI - Fundo Monetário Internacional. Mas agora já temos dois, claramente organizados, formando o novo BRICS, encabeçado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No entanto, avaliamos que isso não vai parar por aí. Acreditamos que paralelo ao FMI e ao BRICS surja um terceiro bloco de países, os NÃO ALINHADOS.

Companheiras, companheiros, trabalhadores de todos os setores, o 1º DE MAIO é a data eleita pelo proletariado mundial para denunciar os crimes cometidos em Chicago - EUA, no ano de 1886, contra a vida de de nossos irmãos, que passaram à história como os MÁRTIRES DE CHICAGO. Portanto, foi devido às péssimas condições de vida e trabalho que eles foram obrigados a reagir contra a exploração patronal. 

Por isso, hoje tanto quanto naquela época, nós trabalhadores, não temos outra alternativa a não ser nos unirmos e defender os nossos direitos. Somente assim poderemos dar fim à política de assalto e extorsão imposta pelo capitalismo através da política neoliberal de extinção dos direitos sociais conquistados pela humanidade ao longo dos últimos séculos de lutas sociais.

Prova disso é a mobilização da classe trabalhadora na Europa e na América Latina. A Europa de Margareth Tatcher não existe mais. As privatizações estão sendo revogadas em todos os países. Assistimos nos últimos dias a um dos maiores levantes operários daquele continente, feito pelos aposentados contra as reformas da previdência francesa. E aqui no nosso continente, os aposentados chilenos vem dando trabalho ao chicago-boy Gabriel Bóric. 

NOSSA PAUTA PARA AVANÇARMOS

Portanto, nossa única saída é a luta. Precisamos de uma pauta de reivindicações construída em consenso dentro da classe. E ela precisa ser iniciada pela REVOGAÇÃO DAS REFORMAS NEOLIBERAIS JÁ! Todos os desastres cometidos contra os trabalhadores precisam ser alvo de nossa reação, de forma organizada e mobilizada, comandada por nós, sem direções pelegas nem partidos patronais. Nossos sindicatos devem ser dirigidos e controlados, resultados de nossa união desde o local de trabalho, sem manda-chuvas paus mandados dos patrões.

PONTOS DE PAUTA:

REVOGAÇÃO DAS REFORMAS NEOLIBERAIS JÁ!

1 - Geração de emprego com redução da jornada de trabalho;
2 - Reestatização das empresas privatizadas com a instituição da cogestão;
3 - Salário igual para trabalho igual com paridade nos recursos humanos, instituindo a inclusão dos deficientes, homossexuais, negros, povos originários indígenas e imigrantes;
4 - Fim do trabalho intermitente;
5 - FGTS corrigido pela inflação;
6 - Aposentadoria digna para todos, respeitando a contribuição e revisão do FATOR PREVIDENCIÁRIO;
7 - Fortalecimento da soberania nacional, com Banco Central público em cogestão, instituição de taxa de juros que fortaleça o crescimento econômico;
8 - Política externa independente, fortalecimento da paz entre as nações e combate ao nazismo;
9 - Fortalecimento dos programas de intercambio cientifico com bolsas de estudos entre nações parceiras;
10 - Desmilitarização, fim do alistamento militar obrigatório.
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DOCUMENTOS DE ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS
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O 1-° DE MAIO DA EMANCIPAÇÃO DO TRABALHO COM  SEU SISTEMA!


O Crítica Radical convida você para uma reflexão á altura dos desafios apresentados pela crise do limite do capitalismo, diante da configuração de uma oportunidade histórica para realizarmos sua suplantação.

     Três textos ( e não  só ) estarão na base do debate dessa instigante conspiração acalentada durante muito tempo pelo grupo. Um é o Manifesto Contra o Trabalho ( krisis) lançado em 1999,  um  texto de Robert Kurz lançado em 1997 e extraído do livro Os Últimos Combates ( Vozes) e o outro um texto de Tomasz Konicz Emancipação na Crise de 2022 ( Exit).


     O transcorrer do tempo confirmou as análises apresentadas. Diante disso, abre-se a possibilidade para enquanto antissujeitos(as) realizarmos a façanha histórica de irmos muito além do moderno sistema fetichista patriarcal produtor de mercadorias e inaugurarmos a sociedade da emancipação humana e ambiental.


Obs: se a manifestação for á tarde a reflexão será pela manhã ou vice versa ( às 9 ou 15 horas)

Dia 1-° de maio de 2023 

Na sede do Crítica. Praça Rosa Fonseca, (antiga João Gentil) Benfica 

      Abraço!

 Crítica Radical



Você sabe quais as bandeiras de luta as Centrais Sindicais levarão ao 1º de Maio em todo o Brasil?

Se não souber, não se preocupe, vamos te contar.


O dia do trabalhador e da trabalhadora, celebrado na próxima segunda-feira (1º), terá como tema "Emprego, Direitos, Renda e Democracia". 


Para isso, a CUT e as demais centrais sindicais mobilizam suas bases em todo o país com materiais que reforçam os direitos e a luta da classe trabalhadora.


Da valorização do salário mínimo ao fim da alta taxa de juros, as centrais preparam 15 reivindicações para o #1Maio2023. Entre elas, estão: o fortalecimento da negociação coletiva; mais emprego e renda; trabalho igual, salário igual; valorização do servidor público; regulamentação do trabalho por aplicativos e a defesa das empresas públicas.


Para ficar por dentro do que vai acontecer no 1º de maio, veja nossos materiais e ajude a compartilhar em suas redes sociais para alcançar mais trabalhadoras e trabalhadores.


Veja as demais pautas no Portal CUT: https://bit.ly/41X1TAX



DECLARACIÓN 1° MAYO

ASOCIACION INTERSINDICAL DE TRABAJADORES Y TRABAJADORAS CLASISTAS (AIT)


El mes de mayo, y fundamentalmente el primero, conmemoramos el día internacional de la clase trabajadora. Recordamos a nuestros y nuestras mártires, a quienes han dedicado su vida a la defensa de los intereses de la clase. Intereses inmediatos, como mejoras de sueldos, tiempo de trabajo, condiciones laborales, participación en las decisiones, y los históricos, como el fin a la explotación, socialización de los medios de producción, poder para transformar la sociedad, fin a toda discriminación y opresión.


Toda la riqueza, los bienes y servicios son producidos por las y los trabajadores, cualquiera sea su trabajo, la vida en toda la sociedad está basada en la producción. Este modelo capitalista, en cualquiera de sus “versiones” (la democrático-liberal, la autoritaria conservadora, la globalizada o la dictadura abierta) se reproduce y amplía en base a la explotación.


Las clases dominantes y opresoras, la patronal (criolla o trasnacional) y los gobiernos a su servicio saben muy bien que la mantención de sus privilegios se juega en gran parte en las diferentes políticas y medidas (de fuerza o de “consenso democrático”) que debilitan a la organización sindical autónoma y clasista, democrática en la base y con acción directa de la clase trabajadora. Para eso recurren a sus leyes, a la fragmentación de la organización sindical, al ataque mismo a la posibilidad de organización, y de manera muy importante, a la cooptación o compra de dirigencia sindical.


Es estratégico para la patronal (además de perseguir la organización propia obstaculizando la creación de sindicatos) contar con “sindicatos” burocráticos y de colaboración de clases. Organizaciones dirigidas por una verdadera “aristocracia” sindical, vendida a los intereses de los gobiernos de distinto signo colaborador. Este tipo de sindicalismo es funcional a la explotación, a la flexibilización, precarización, a la mantención de un sistema opresivo y explotador.


En esta opción política se inscribe el actual gobierno. Surgido como una alternativa de los mismos de siempre para acabar con el ímpetu rebelde de octubre, nos impusieron un pacto de relegitimación del orden que parecía explosionar el año 2019. Este pacto se vistió de nueva constitución para desalojar de las calles a un movimiento de masas que se organizaba y comenzaba a confiar en su propia fuerza, bien sabemos fue un fracaso y se expresa hoy en un nuevo proceso que a todas luces carece de toda legitimidad incluso en el marco de sus propias lógicas. Ellos, los Boric/Vallejos/Toha; los Kast/Piñera/Paris/Carter; los Frei/Lagos/Bachelet se unen para imponer un nuevo pacto constitucional. Ese circo triste y fome no tiene nada que ver con las luchas y derechos de la clase trabajadora.


Más allá de las palabras, sus leyes y acciones apuntan a precarizar y mantener la explotación y marginalidad. Las legítimas (aunque insuficientes)  40 horas, son transformadas por su consenso legislativo en flexibilidad laboral y precarización. La verdadera seguridad social y pensiones dignas, transformada en salvataje camuflado a las AFP y la capitalización individual. La legítima organización de las y los trabajadores transformada en leyes que sirven como camisa de fuerza a los sindicatos y sus luchas. El salario vital para vivir dignamente transformado en un aumento miserable que solo se ajusta a la inflación.


Ahora mismo, manipulando las vivencias de inseguridad y narco-violencia de los territorios populares, la exclusión educacional y la ausencia de futuro digno posible en los marcos de sus modelos, nos venden un reforzamiento y mayores competencias y garantías para la policía. Nosotras y nosotros sabemos que esta legislación de “gatillo  fácil”, esta palabrería de reconocimiento y “protección” a carabineros y PDI es para avanzar en la criminalización de la protesta y la organización sindical clasista. La policía reforzada y con defensa propia privilegiada, no es sino libertad para reprimir las huelgas y movilizaciones, hacer retroceder a punta de balas, gases y abusos la luchas populares y de la clase trabajadora. Es fortalecer el desarrollo de un Estado Contrainsurgente. 


Frente a esta situación es urgente redoblar esfuerzos. Construir sindicatos en cada unidad productiva o de servicios, unificar estos sindicatos en Federaciones, Confederaciones y una Central Sindical verdaderamente clasista y de masas, denunciando y combatiendo a la vez al sindicalismo burocrático y conciliador. 


Nos convocamos, aportamos con decisión a construir una corriente sindical clasista y combativa. Este sindicalismo recoge y recrea creativamente la tradición del sindicalismo de protagonismo de la base, de las luchas directas por mejores condiciones de vida, solidaridad internacionalista, que porta y organiza un proyecto histórico de construcción de una sociedad sin explotación. Llamamos a construir más y mejores sindicatos, a enfrentar a los gobiernos patronales y a sus políticas antipopulares, a desenmascarar y denunciar a las dirigencias burocráticas del movimiento sindical. Nos convocamos a la unidad y a la lucha organizada, Gritamos con fuerza, junto a los mártires de Chicago, junto a Juan Pablo, VIVAN LOS SINDICATOS, MIERDA… abajo la conciliación, la colaboración y el entreguismo. Por un sindicalismo clasista y combativo.


Contra la ofensiva patronal y la burocracia sindical

¡SINDICALÍZATE PARA LUCHAR!

MANIFESTO DE 1º DE MAIO

Hoje a luta é pela Vida!
em homenagem a Don Pablo González Casanova fundador da Nova Central dos Trabalhadores.

Ao povo do México.

Ao Movimento Social Democrático.

Ao Sindicalismo Independente.

Aos Trabalhadores do Mundo.

Colegas:

Vivemos tempos difíceis, de incerteza, conflito e desagregação social.

Em meio à crise estrutural do capitalismo, trabalhadores de todo o mundo travam uma batalha desigual pela vida. A pandemia de COVID-19 e a guerra na Ucrânia como expressão da disputa pela hegemonia mundial entre as grandes potências imperialistas nos colocaram repentinamente em um novo cenário global em que as crises que abalam o mundo se entrelaçam. alimentação, mudanças climáticas, precariedade energética, todos ligados ao naufrágio da recessão econômica global. Um cenário, aliás, em que o maior impacto desses obstáculos recai sobre metade da população, sobre mulheres pobres, assalariadas e não assalariadas.

Vivemos em um mundo de maior desigualdade. Enquanto 1,0% da população concentra a maior riqueza do planeta, 99% da população mundial empobreceu sob os efeitos da precarização do trabalho, dos cortes governamentais nos gastos públicos, do pesado fardo das dívidas ilegítimas que subjugam nossos povos, da expropriação e a privatização de bens comuns como a água e o território, e as consequências irreversíveis da devastação do meio ambiente por um capitalismo selvagem e decadente que põe em risco a existência da sociedade humana.

Como nos disse Don Pablo González Casanova: “Hoje a luta é pela Vida”.

O que significa lutar pela vida em um mundo em disputa, no qual os flagelos do capitalismo se manifestam em toda a sua dureza? Don Pablo levantou a classe trabalhadora do México,“a necessidade de reformular suas lutas e reestruturar suas organizações para fortalecer sua capacidade defensiva e aumentar sua inegável capacidade de construir um outro mundo possível”.

Estamos neste caminho, retomando o programa de luta que generosamente nos ofereceu na época da fundação daNova Central dos Trabalhadores.

A vida é possível em um novo mundo a salvo da exploração do homem pelo homem, da opressão das mulheres e protegido pela mãe natureza. Precisamos ousar construir, com autonomia de classe e uma perspectiva socialista, ecológica e feminista, uma plataforma de convergência onde todas as resistências, todos os movimentos sociais temáticos e

todas as utopias libertárias. É urgente deixar para trás o neoliberalismo, o neocolonialismo, o patriarcado e a opressão de qualquer outro tipo. Para isso, é fundamental construir uma nova hegemonia popular de caráter global inscrita em um horizonte emancipatório, travando uma luta frontal contra o capitalismo, os governos neoliberais e as novas formas de corporativismo.

Neste primeiro de maio, trabalhadores de todo o mundo sairão às ruas para protestar contra as reformas neoliberais que buscam tirar nossas conquistas históricas. Governos neoliberais, e alguns que se dizem progressistas, estão lançando uma ofensiva brutal contra a classe trabalhadora, impondo reformas antipopulares por decreto, como a reforma da previdência de Emmanuel Macron na França, que aumenta os anos de trabalho e contribuição para poder se aposentar naquele país. Há protestos operários na Inglaterra, Alemanha, Espanha, Grécia e Portugal que estão colocando em xeque as democracias burguesas europeias.

Na América Latina, a mobilização social busca conter a continuidade do neoliberalismo (Uruguai, Panamá, Equador, Costa Rica, etc.), bem como aprofundar as mudanças políticas, econômicas e sociais nos países onde governa o progressismo (Chile, Colômbia, Brasil, Bolívia, etc).

Do México queremos expressar nossa solidariedade militante com todos esses processos de luta operária e popular que estão abalando as estruturas de dominação burguesa em todo o mundo.

Ao protesto social contra o aumento dos preços, os despedimentos em massa e a precarização do trabalho; somam-se reivindicações políticas a favor das liberdades democráticas e contra os governos neoliberais, destacando-se as mobilizações das mulheres por reivindicações específicas contra o feminicídio e a crescente violência de gênero, pela plena igualdade laboral e pelo direito de decidir sobre seus corpos.

Neste 1º de maio, trabalhadores de todo o mundo sairão para lutar por reivindicações universais: Redução da jornada de trabalho, renda básica universal, defesa da previdência solidária, direito à greve, liberdade sindical e contratação coletiva; pela abolição de dívidas ilegítimas e pelo resgate cooperativo de empresas falidas devido à crise econômica.

No México, a situação da classe trabalhadora não é tão diferente da de outros países. A reforma da liberdade sindical de 2019, a reforma da terceirização de 2021 e os aumentos consecutivos do salário mínimo não reverteram totalmente o processo de precarização do trabalho. São mudanças que, embora possam gerar oportunidades de progresso na democratização do sindicalismo e aliviar a precária situação de vida de uma parcela da população trabalhadora, estão longe de reverter as políticas neoliberais que nos foram impostas a sangue e fogo durante o período neoliberal período comandado pelo PRI e pelo PAN. E o que é pior, algumas práticas, típicas desses governos oligarcas, são atualmente reproduzidas do governo da 4ª. Transformação pela falta de diálogo com os movimentos sociais, pelo descaso com suas reivindicações e pela ausência de uma solução justa para os conflitos trabalhadores-empregadores. O que nalguns casos se traduz na aprovação de leis como a Lei das Pensões com Pagamento em Unidades de Medida e Atualização (UMAS), a violação da autonomia dos nossos

organizações sindicais, a criminalização de nossos movimentos e a repressão às lutas populares.

É o caso do Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME), que tem sido sistematicamente negado o direito de ser ouvido por funcionários da República, como o Diretor da Comissão Federal de Eletricidade (CFE), apesar de compartilharmos a política energética do atual governo no sentido de recuperar a soberania energética de nosso país. O fechamento deste funcionário, ancorado em seu passado PRI, impediu a solução fundamental para a necessária reintegração trabalhista dos trabalhadores filiados ao SME que foram demitidos injustamente pelo governo de drogas de Felipe Calderón Hinojosa com a cumplicidade do Judiciário da Federação . Exigimos a reinserção dos trabalhadores demitidos do SME, sua refiliação ao Instituto Mexicano de Seguridade Social e a retirada das ações penais do CFE contra sua direção sindical.

Manifestamo-nos contra o desaparecimento da Agência de Notícias do Estado Mexicano (NOTIMEX) após três anos da Greve do Sindicato Único de Trabalhadores de NOTIMEX (SUTNOTIMEX) exigimos respeito por sua fonte de trabalho e cumprimento dos prêmios obtidos de seus Favor. Levantamos nossas vozes contra o desaparecimento do Instituto Mexicano de Tecnologia da Água (IMTA), que eliminaria o Acordo Coletivo de Trabalho dos colegas do Sindicato dos Trabalhadores do Instituto Mexicano de Tecnologia da Água (SITIMTA) e os deixaria desempregados.

Exigimos o reconhecimento dos direitos dos médicos e cientistas agrupados no Sindicato Independente dos Trabalhadores em Pesquisa em Ciências da Saúde (SITIC-Saúde) que buscam a assinatura de seu Acordo Coletivo de Trabalho; Apoiamos os camaradas do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Indústria Automotiva (SINTTIA) que neste momento enfrentam o carisma sindical da CTM na busca de um Acordo Coletivo que beneficie os companheiros da empresa Fränkische.

Deter o desmonte da Cooperativa de Trabalhadores Democráticos de Occidente (TRADOC), produto de uma das lutas mais emblemáticas da classe trabalhadora em nosso país.

Exigimos o restabelecimento da mesa de diálogo entre o Governo Federal e a Coordenadoria Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e exigimos solução para suas justas demandas.

Pela aprovação legislativa da iniciativa cidadã da Lei Geral da Água promovida pela Coordenadora Nacional “Água para Todos Água para a Vida” e a ficha limpa para a Assembleia Nacional dos Utilizadores de Energia Elétrica (ANUEE) que luta pelo Direito Humano à Energia. Reconhecimento dos direitos trabalhistas dos trabalhadores da Aplicación.

Exigimos respeito perante os locais de revisão salarial e contratual dos colegas da Associação Sindical dos Trabalhadores do Instituto de Habitação (ASTINVI), do Sindicato do Sindicato dos Trabalhadores do Instituto de Ensino Médio (SUTIEMS), e pela defesa da questão trabalhista do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Passageiros da Cidade do México (STTP) que hoje enfrenta funcionários intransigentes que não ouvem os trabalhadores e violam sistematicamente seu direito à livre sindicalização e negociação coletiva.

Exigimos salários justos, melhores condições de trabalho e segurança social para os trabalhadores agrícolas. Parem com a superexploração e discriminação a que são submetidos! Exigimos proteção trabalhista e social para os trabalhadores migrantes que buscam refúgio em nosso país. Nosso apoio à justa luta dos povos indígenas que defendem seu território e seus recursos naturais contra empresas extrativistas transnacionais e megaprojetos. Nossa solidariedade às mães dos desaparecidos que procuram. Ainda faltam 43.Justiça para Ayotzinapa!

No caso das mulheres trabalhadoras, apoiamos a demanda pela redução das desigualdades, contratação estável, melhores oportunidades de acesso, permanência e promoção no emprego e ambientes de trabalho livres de violência. Da mesma forma, exigimos que o cuidado e o trabalho doméstico, o trabalho de reproduzir a vida seja reconhecido, revalorizado e redistribuído pela sociedade, pelo Estado e nas famílias, para o que precisamos de uma política pública que resgate os serviços assistenciais e reduza a jornada de trabalho para que os trabalhadores recuperem sua direito ao lazer. A mais-valia que sua força de trabalho gerou não deve ser usada para continuar engordando os bolsos das elites oligárquicas, deve ser redistribuída para o bem viver de todos os assalariados.

Por fim, queremos informar que em breve os convocaremos para a realização de uma Convenção Nacional Democrática dos Trabalhadores que contribua para a reorganização da classe trabalhadora e nos forneça uma plataforma de luta antissistêmica e reivindicativa. Aderimos ao chamado para um Diálogo Nacional.

NÓS EXIGIMOS

RESPEITO À LIBERDADE E AUTONOMIA SINDICAL!

ABAIXO O CARRISMO DA UNIÃO!

NÃO AOS AFORES, POR UMA APOSENTADORIA DECENTE COM UM SALÁRIO MÍNIMO!

AUMENTO SALÁRIO DE EMERGÊNCIA!

POR UMA LEI GERAL DA ÁGUA!

SOLUÇÃO PARA O CONFLITO DO Sindicato MEXICANO DOS ELETRICISTAS! SOLUÇÃO PARA O STRIKE SUTNOTIMEX!

NÃO AO DESAPARECIMENTO DO IMTA!

PARE AS AGRESSÕES NAS COMUNIDADES ZAPATISTAS!

SOLUÇÃO PARA AS EXIGÊNCIAS JUSTAS DA CNTE E DA ANUEE!

APOIO TOTAL À GREVE GERAL NA FRANÇA!

TODAS E TODOS À MARCHA INDEPENDENTE DE PRIMEIRO DE MAIO!DO ANJO DA INDEPENDÊNCIA AO MONUMENTO À REVOLUÇÃO. 9:00 da manhã.

“A emancipação da classe trabalhadora será obra da própria classe trabalhadora”
NOVA SEDE DOS TRABALHADORES México 1º de maio de 2023.

Declaração da FSM sobre o Primeiro de Maio de 2023

25 de abril de 2023

A Federação Sindical Mundial, a voz militante e classista, representando 105 milhões de trabalhadores que vivem, trabalham e lutam em 133 países em 5 continentes, homenageia o 137º aniversário da luta dos trabalhadores em Chicago em 1886, que constituiu um marco duradouro da classe trabalhadora e um farol brilhante para as lutas de hoje e de amanhã por trabalho estável com direitos, seguridade social, assistência médica e educação públicas gratuitas e universais, uma vida digna.

Atualmente, a crise do capitalismo está se agravando em todo o mundo, resultando na violação aberta dos direitos democráticos e sindicais, na deterioração das condições de trabalho e de vida e no aumento dramático das desigualdades sociais, da pobreza e da exploração. O grande capital e seus representantes políticos usam o pretexto da crise capitalista de todos os tipos para atacar até mesmo os direitos democráticos e sindicais mais fundamentais, como o direito de greve, de manifestação e de organização. Eles fazem de tudo para transferir as consequências da crise para os ombros da classe trabalhadora, dos aposentados, dos agricultores e da parte mais pobre dos trabalhadores autônomos.

O aumento incontrolável dos preços, especialmente dos produtos de primeira necessidade, bem como a "pobreza energética", é outra forma de reduzir os salários e proteger e aumentar os lucros, o que se traduz em mais pobreza e na deterioração do padrão de vida dos trabalhadores. Mais uma vez, eles querem que os povos e os trabalhadores paguem por sua crise. Mas os trabalhadores não estão dispostos a pagar a conta. Essa mensagem é ouvida em alto e bom som em um número cada vez maior de locais de trabalho, em um número cada vez maior de países.

Os afiliados da FSM, no espírito militante do recente 18º Congresso que realizamos em Roma há um ano, estão na vanguarda dessas lutas, exigindo o atendimento das necessidades contemporâneas dos trabalhadores em todos os níveis: salários, emprego, seguridade social, assistência médica, educação, cultura. Reforçamos nossa oposição às privatizações e às políticas antitrabalhadores, estamos ao lado das mulheres trabalhadoras em luta, aquelas que sofrem com a dupla exploração, lutando por direitos iguais ao trabalho, à sociedade e à vida. Na mesma direção, continuamos nossa luta pelos jovens, que são sempre as primeiras vítimas da crise capitalista, e pelos migrantes que são explorados como mão de obra barata. Estamos lado a lado com as partes vulneráveis da classe trabalhadora, exigindo rendimentos decentes para os trabalhadores subempregados, empregos adequados para os desempregados e pensões decentes para os aposentados. Reforçamos nossas ações militantes para garantir todos os direitos e liberdades trabalhistas e para que os acordos sejam implementados na prática, em vez de serem apenas palavras vazias. Essas lutas continuam incessantemente e sem trégua, apesar da intensificação da repressão e do autoritarismo do Estado, infelizmente com a tolerância ou até mesmo a colaboração de líderes sindicais vendidos, juntamente com sindicatos pelegos que estão alinhados às ordens do capital.

Além das consequências da pandemia e da crise econômica, a burguesia quer que a classe trabalhadora pague o preço da guerra imperialista dos EUA, da OTAN e da UE com a Rússia na Ucrânia. Reiteramos nossa firme solidariedade internacionalista com os povos que sofrem.  Exigimos o fim da guerra na Ucrânia, a eliminação de todas as guerras imperialistas, a retirada e o desmantelamento da OTAN e de todas as coalizões militares e a abolição das armas nucleares. Intensificamos nossa luta para garantir o direito dos povos de viver em paz e de determinar livre e independentemente seu presente e seu futuro.  Lutamos pelo fim das guerras e sanções econômicas como meio de promover interesses imperialistas estrangeiros em países soberanos e independentes. Exigimos o fim imediato dos embargos criminosos contra a Cuba socialista e o crime contínuo contra o povo palestino. Nossas armas mais poderosas são o INTERNACIONALISMO e a SOLIDARIEDADE. Nenhum trabalhador deve se sentir sozinho.

A FSM, por ocasião do Dia Internacional dos Trabalhadores de 2023, transmite suas saudações calorosas, internacionalistas, militantes e de classe a todos os trabalhadores em luta e a todos os sindicatos militantes que, incansável e resolutamente, realizam a luta diária pela dignidade, pela satisfação das necessidades contemporâneas da classe trabalhadora e das camadas populares. Intensificamos nossas ações comuns em todos os setores, em todos os países, em todos os continentes, pela emancipação da classe trabalhadora, para satisfazer nossos próprios interesses e necessidades da classe; contra as raízes da pobreza, da miséria, das guerras e dos refugiados; para construir uma sociedade justa centrada no ser humano, com condições dignas de vida e de trabalho para cada ser humano, uma sociedade livre da barbárie capitalista e da exploração do homem pelo homem.

Convocamos todos os afiliados e amigos da FSM a homenagear o Dia Internacional dos Trabalhadores sob os slogans e as bandeiras da FSM:

-Solidariedade internacionalista: a arma da classe trabalhadora.

-Nós nos recusamos a pagar por sua crise

-Parem os bloqueios imperialistas e as guerras econômicas.







CARTA ABERTA AOS BABACAS DO FACEBOOK * Moina Lima Taiguara / BA

 CARTA ABERTA AOS BABACAS DO FACEBOOK

(N.E.: para os coxinhas e avessos aos livros entenderem um pouco mais da Ditadura Militar)


“Para aqueles que mandaram eu acordar ou passar pro outro lado, quero dizer o seguinte:

Eu acordei quando eu tinha 4 anos de idade quando meu pai de uma hora pra outra resolveu deixar nossa casa no RJ em Santa Teresa e se auto exilar com a família mais uma vez.

Eu acordei quando nesta mesma idade, viajamos pro Uruguai, Paraguai e Argentina de buzum sem rumo pra tentarmos ter paz fugindo da repressão. Minha mãe grávida da minha irmã mais nova, carregando uma filha pequena nos braços e malas e meu pai com pesos nas costas também, os dois desesperados precisando de proteção.

Eu acordei quando lá em Recife que é onde fomos parar pra termos um pouco de tranquilidade por mais um ano e pouquinho, minha irmã nasceu e descobriram que meus pais estavam lá e lá fomos nós de novo alugar outro lugar pra ficar, dessa vez em SP, onde meu irmão nasceu.

Eu acordei quando eu percebi que eu não me fixava em nenhuma escola, porque eu sempre precisava estar partindo com 4,5,6,7 anos de idade. Que minhas notas na escola não passavam de 4.0.

Que eu reprovei 2 x a terceira série por falta e rendimento.

Acordei quando tivemos nossa casa invadida por terroristas e vi minhas bonecas e meus brinquedos todos amassados, quebrados, sem olhos, sem cabeças (pra aterrorizar mesmo as crianças da casa).

Acordei quando meu pai resolveu peitar tudo e voltar pra sua casa no RJ e jogaram gás lacrimogêneo em cima de mim no Humaitá, eu com apenas 8 anos de idade.

Acordei quando meu pai me colocou na corcunda de suas costas pra fazer manifestação e parou em frente a Câmara dos Vereadores no RJ depois de uma explosão e me mostrou o que era uma ditadura.

Acordei quando comecei a entender que meu pai foi o artista musical mais censurado do Brasil (confirmado pelos órgãos nacionais), muita das vezes por nenhum motivo. Que isso refletia financeiramente em nossas vidas, porque meu pai não tinha mais trabalho, não cantava mais e só recebia dinheiro de direitos autorais e royalties de músicas que não estavam proibidas nas rádios.

Sorte nossa que tínhamos casa própria no RJ, senão a situação seria pior.

Acordei quando minha mãe passou a ser perseguida por garimpeiros quando lutava pela causa indígena e foi listada como "Marcada Pra Morrer" e teve sua cara estampada no Jornal Nacional.

Acordei quando minha mãe sofreu violência dessa mesma corja. 

Acordei quando meu pai adquiriu um câncer de bexiga e morreu aos 50 anos de tanto estresse na vida. Esse câncer que matou o meu pai com apenas 50 anos de idade foi o reflexo de tudo isso. E eu não perdoo quem matou o meu pai: a ditadura.

Então vão se fuder vocês com seus falsos moralismos.

Porque só quem sente na pele é quem pode falar alguma coisa. Ou quem tem no mínimo conhecimento histórico do que foi uma repressão.

E já aviso, quem é apoiador de ditadura, faça o favor de se retirar da minha lista imediatamente. Não aceito, não compartilho, não quero estar NUNCA perto de vocês.

Quanto ao meu posicionamento político é isso: Sou filha de comunista, sou de esquerda e assim me permanecerei. 

Sou socialista e assim serei. Quem não gostar, que se mande também. Tô nem aí. E quem quiser ficar, que me respeite e não me mande acordar, porque acordada eu já estou há muitos anos. Tenho 41 anos e comecei a sacar tudo aos 4.”


Moína Lima Taiguara / BA

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sexta-feira, 28 de abril de 2023

CARTA ABERTA AO CIDADÃO DE BEM * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

CARTA ABERTA AO CIDADÃO DE BEM

Rumo à abolição do trabalho? * Luc Ferry / Le Figaro.Fr

Rumo à abolição do trabalho?
Luc Ferry

Tradução de Robson de Oliveira

Figaro economia, quinta-feira 06 de abril de 2023

Como a “velha toupeira” de que falava Marx, uma crítica radical do trabalho abre caminho de forma subterrânea, por vezes violenta, na esquerda da esquerda, entre os colapsólogos e os “decrescentistas”. Ela não anima somente as ações como as que pudemos observar em Santa Solina1, mas também de forma felizmente mais calma as milhões de pessoas que rejeitam de maneira visceral qualquer prolongamento da idade para deixar de trabalhar. Embora a corrente da “teoria crítica do valor” vinda da Alemanha ainda permaneça marginal, cada ano ganha mais terreno, não somente entre jovens que zelam pela radicalidade anticapitalista, mas também entre aqueles que, depois da pandemia, tiveram o sentimento de que “perder sua vida por dinheiro”, o que não tem nada de anedótico se acreditarmos numa pesquisa Ifop recente segundo a qual 37% dos assalariados confessam praticar na atualidade o “quiet quiting”2! Nascida nos anos 1980 com autores como Robert Kurz, Anselm Jappe, Moishe Postone ou Alastair Hemmens, a teoria crítica do valor opõe, como eu já sugeri em minha última crônica, dois tipos de desconstrução da noção de trabalho: uma superfcial ou “fenomenológica” que se encontraria num Marx “exotérico”, outra radical ou “categorial” que já estaria aforada num Marx “esotérico”. Como escreve Alastair Hemmens sem seu prefácio ao Manifesto contra o trabalho (editora Crise e Crítica) “o Marx exotérico viu no trabalho uma forma social positiva e transhistórica que se viu alienada e explorada por uma classe dominante, a burguesia.

O capital, nesse sentido, seria uma espécie de roubo de uma riqueza que permanece não questionada”. Nessa perspectiva ainda superfcial, bastaria

1 Resistência do movimento Levante da Terra contra a construção de megarreservatórios de água para guardar água para agricultura. No último confronto com a polícia, 200 manifestantes e 50 policiais saíram feridos. [N.T]

2 Fazer o estritamente necessário no trabalho. [N. T.]

portanto fazer a revolução, expropriar os proprietários e devolver aos trabalhadores os produtos de seu trabalho para que tudo ficasse muito bem no melhor dos mundos comunistas. “O Marx esotérico, ao contrário, continua Hemmens, viu no trabalho enquanto tal a essência mesma do capitalismo: uma forma social historicamente específica, irracional e destruidora cujo único objetivo é transformar dinheiro em mais dinheiro.” Como um homem que vacila do alto de um despenhadeiro corre cada vez mais rápido para escapar à queda, o capitalismo globalizado não visaria outra coisa senão produzir dinheiro pelo dinheiro, crescimento pelo crescimento.

O trabalho, motor desse processo, em lugar de produzir valor de uso, bens úteis, não seria nada mais do que uma abstração produtora de valor de troca: pouco importa que se produzam carros, roupas ou remédios, o importante é que dê lucro! Para dar vazão à produção de riquezas, esse produtivismo insano deveria criar incessantemente necessidades cada vez mais artificiais para lograr êxito, desconstruir os valores tradicionais a fim de que a espiral do consumo não pare nunca, tudo isso às custas da destruição do planeta. Escravo de um sistema absurdo, o trabalhador não seria mais que uma peça na engrenagem irrefletida de uma maquinaria ela própria irrefletida.

A verdadeira revolução anticapitalista não residiria, portanto, na apropriação dos meios de produção, mas na aniquilação desse motor do produtivismo que é o trabalho enquanto tal. Depois da revolução, seria necessário estabilizar o consumo como já pedem os decrescentistas: voltar ao low-tech e ao local, reaprender a cultivar a terra prescindindo de tecnologias modernas, em suma, quebrar a lógica da destruição-criadora inerente a uma globalização liberal cuja estrutura mais fundamental não é outra senão a do “mundo da técnica” denunciada por Heidegger ou Ellul. Claro, nem todo mundo lê as obras desses teóricos; o que importa é que suas ideias não param de ganhar terreno na ecologia política radical.

Suas conclusões não são menos insustentáveis que catastróficas – insustentáveis, porque para parar dar um fim no crescimento, seria preciso no mínimo que a decisão fosse universal, tomada por um governo mundial que nunca vai existir; catastróficas, porque uma humanidade que renunciasse ao progresso e às inovações para afundar no torrão local abandonaria o que é sua essência mesma, a saber, a perfectibilidade e a historicidade, e nisso, devolvida à sua condição natural de animalidade, ela não teria mais nada de humano. O que fica é que o debate está aberto e que não será resolvido com molotovs nem bombas de gás lacrimogêneo.
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quinta-feira, 27 de abril de 2023

CARTA AO COMPANHEIRO RICARDINHO * Setorial de Turismo do PT.RJ

 CARTA AO COMPANHEIRO RICARDINHO

Aproveito o ensejo para publicar o que escrevi no Diretório Estadual para o novo prócer do Turismo, @⁨RicardinhoVicePTRJ⁩. Companheiro Ricardinho,

Até a sua resposta eivada de empáfia, aqui no grupo do Diretório, nós, do Setorial de Turismo do PT-RJ ainda não tínhamos tecido qualquer observação quanto ao cargo que você usurpa, mas já que você fez questão de mencionar a sua “função” ou “trabalho” na EMBRATUR, me vejo na obrigação de não deixar qualquer dúvida quanto ao absurdo que ela representa, pelo menos para os PROFISSIONAIS DO TURISMO. Até agora só reclamávamos por não termos sido chamados para ajudar a mudar a cara da EMBRATUR. Você não é um profissional ou acadêmico do turismo, você só foi nomeado Gerente de Articulações Regionais da EMBRATUR por ser dirigente do PT. Uma nomeação que não leva em conta a sua total falta de capacidade técnica para o cargo, por isso ela é motivo de vergonha para o PT e para o Governo Lula! Tal aberração revoltou a todos os membros do Trade Turístico que dela souberam.

O Setorial de Turismo do PT-RJ é Estadual sim! Somos o primeiro do Brasil, mas não tente diminuir a nossa importância e representatividade por isso, muito pelo contrário. Representamos um terço dos quase trinta mil Guias de Turismo do país, somos turismólogos, aeroviários, hoteleiros, agentes de viagens e somos do Estado mais representativo da imagem do Brasil no exterior. São as Agências de Viagens do Rio de Janeiro que vendem o Brasil lá fora. Eram profissionais como eu e o Arnaldo Bichucher que guiavam as “Caravanas da EMBRATUR” para os outros Estados do País, era um esforço para promover o país junto a agentes de viagens e jornalistas de todo o planeta, tudo isso devido à enorme expertise que temos. O Setorial de Turismo do PT-RJ deveria ser tratado com carinho para servir de exemplo para que outros Profissionais do Turismo de outros estados se sintam encorajados a fundar outros Setoriais Estaduais de Turismo, até termos Setoriais Estaduais suficientes para que o Setorial Nacional de Turismo, do qual somos o embrião, possa ser criado. Infelizmente e paradoxalmente, o partido, ou pelo menos um dos seus dirigentes, prefere que o Setorial de Turismo não exista, só pra que você, Ricardinho, possa ocupar o seu carguinho em paz, sem ser incomodado. Só a título de curiosidade, qual seria o seu cargo em qualquer área do Turismo, se você não fosse dirigente do PT???

Voltando à sua resposta, quando você diz: “Vamos atender à Liguia no dia 10 de Maio...” isso não é atender à LIGUIA, isso é o Presidente da EMBRATUR atendendo, protocolarmente, ao convite para abrir o IV Seminário Estadual de Guias de Turismo, seria mais um absurdo se o Presidente da EMBRATUR, depois de tudo, resolvesse não prestigiar o seminário. Mas, isso não nos surpreenderia.

Ricardinho, você dizer que respeita as instâncias é uma piada de péssimo gosto, você desmereceu o Setorial de Turismo, tentou me isolar nas nossas conversas e tentou vender a quimera de que estaria aberto pra conversar com a LIGUIA, mas não com o Setorial, tentou descaradamente dividir o nosso grupo e passou a se comunicar diretamente com o Arnaldo, achando que poderia cooptá-lo para criar uma cisão no grupo. Sua atuação é deplorável e mais lamentável ainda é ver o silêncio de tantos companheiros, que concordam comigo, mas aqui não dizem nada por medo da represália do seu jogo rasteiro. E quanto à minha alegada insistência, você ainda não tem ideia de até posso ir com ela para defender os interesses do TURISMO.

Considerando o exposto, nós, do Setorial de Turismo do PT-RJ, temos plena certeza de que temos muito a contribuir na construção de uma EMBRATUR que inove ao invés de insistir em fazer mais do mesmo. Para isso, reivindicamos a Coordenação do Sudeste, atualmente ocupada pela bolsonarista Camila Vieira de Souza. Esta Coordenadoria é tradicionalmente ocupada por um representante do Rio de Janeiro e o nosso nome para o cargo é o Presidente da LIGUIA, o Jornalista, Guia de Turismo e pós-graduado em Gestão de Turismo, Arnaldo Bichucher.

Lamentamos que a situação tenha chegado a este ponto.

Saudações Turísticas,

UM OUTRO TURISMO É POSSÍVEL!
SETORIAL DE TURISMO DO PT.RJ

Confira a lista dos novos secretários municipais:


Adilson Pires: Assistência Social

Tainá de Paula: Meio Ambiente e Clima

Tatiana Roque: Ciência e Tecnologia

Éverton Gomes: Trabalho e Renda

Daniela Maia: Turismo

Marcelo Calero: Cultura

Eduardo Cavaliere: Casa Civil

Júlio Arthur Vilas Boas: Parques e Jardins

Daniela Santa Cruz: Cidade das Artes

Guilherme Schleder: Esportes

Tony Chalita: Transformação digital e Integridade Pública

Marco Aurélio Regalo: Conservação

Patrick Corrêa- Habitação

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Ameaça do gigante chinês * Frei Betto - SP

 AMEAÇA DO GIGANTE CHINÊS

Frei Betto / SP


       A “Newsweek” noticiou que o ex-presidente Jimmy Carter recebeu telefonema de Trump, preocupado com o crescimento geopolítico da China. Carter reagiu: "Você tem medo que a China nos supere, e concordo com você. Sabe por que a China nos superará? Eu normalizei relações diplomáticas com Pequim em 1979, e desde aquela data sabe quantas vezes a China entrou em guerra com alguém? Nenhuma, enquanto estamos constantemente em guerra. Os EUA são a nação mais guerreira da história do mundo, quer impor aos Estados se submeterem ao nosso governo e aos valores americanos em todo o Ocidente, e controlar as empresas que dispõem de recursos energéticos em outros países. A China, no entanto, investe seus recursos em projetos de infraestrutura, ferrovias de alta velocidade, tecnologia 6G, inteligência robótica, universidades, hospitais, portos e edifícios, em vez de usá-los em despesas militares. Quantos quilômetros de ferrovias de alta velocidade temos em nosso país? Já desperdiçamos U$ 300 bilhões em despesas militares para submeter países que procuravam sair da nossa hegemonia. A China não desperdiçou nenhum centavo em guerras e, por isso, nos ultrapassa em quase todas as áreas. Se tivéssemos U$ 300 bilhões para instalar infraestruturas, robôs e saúde pública nos EUA, teríamos trens bala transoceânicos de alta velocidade. Teríamos pontes que não desabam, sistema de saúde grátis para os americanos não infectarem, por Covid-19, mais conterrâneos do que qualquer outro país do mundo. Teríamos estradas adequadas. Nosso sistema educativo seria tão bom quanto o da Coreia do Sul ou Xangai."


       Os EUA estão gastando em orçamento militar, neste ano de 2023, quase US$ 800 bilhões. E mantêm mais de 700 bases militares ao redor do mundo. O orçamento militar da China em 2023 não chega a US$ 300 e ela não dispõe de nenhuma base militar fora de suas fronteiras.


       Passei um mês na China em 1988 e visitei oito províncias. Então, a China era chinesa. Toda a população vestia a mesma roupa anil estilo Mao Tsé-tung e as diferenças sociais não eram gritantes. Hoje, diz a anedota que, perguntado se atualmente o sistema chinês é híbrido, o presidente Xi Jinping respondeu: “Sim, o Conselho de Estado e o Birô Político são comunistas e, os demais, capitalistas”. 


       Os chineses são pragmáticos. E o governo e as empresas, diante da necessidade alheia, perguntam primeiro pela contrapartida antes do gesto de solidariedade. É um povo autocentrado. A palavra China significa “país do meio”, o centro do mundo. Vi nas escolas mapas-múndi nos quais o território chinês se destacava no centro, assim como muitos mapas no Brasil são eurocentrados. 


       A recente viagem de Lula a China incomodou a Casa Branca que, progressivamente, perde sua hegemonia na América Latina. Sabem quantas vezes o presidente Biden visitou a América do Sul? Nenhuma. Biden, infelizmente, se relaciona com o nosso continente mais pautado por Trump do que por Obama. Este flexibilizou as relações com Cuba, inclusive reatando relações diplomáticas, embora mantendo o bloqueio, enquanto Trump adotou quase 300 medidas para apertar o bloqueio e Biden não ousa revogá-las.


       A China é, hoje, o principal parceiro comercial do Brasil. É o país que mais importa nossos produtos. Em 2022, as exportações brasileiras para a China (incluindo Hong Kong e Macau) somaram 91,26 bilhões de dólares. O Brasil é o quarto país no mundo onde a China mais investe. Responde por 5% do total. O país asiático importou US$ 90 bilhões do Brasil em 2022 e exportou US$ 60 bilhões. As exportações do Brasil para os chineses somaram, no ano passado, mais do que o total que o país vendeu para os EUA (US$ 37 bilhões) e a União Europeia (US$ 50,8 bilhões).


       Na afirmação de nossa soberania, Lula decretou o fim do dólar como moeda de comércio entre a China e o Brasil. E deu um “chega pra lá” no FMI e no Banco Mundial ao valorizar o banco dos Brics, com sede em Xangai e, agora, presidido por Dilma Rousseff.


       Um mundo multilateral favorece o surgimento de uma nova governança global, capaz de assegurar a paz no planeta. Mas, para isso, é preciso que a União Europeia dê o seu grito de independência em relação à Casa Branca e que a ONU sofra uma profunda reforma, a começar pela democratização de seu Conselho de Segurança. 

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Frei Betto é escritor, autor de “Paraíso perdido – viagens ao mundo socialista” (Rocco), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org 

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