Manifesto em apoio à Márcia Mura
São Paulo, 13 de outubro de 2021.
Nós do Comitê de Mulheres da Rede Nacional de Articulação dos Indígenas em Contextos Urbanos e Migrantes (RENIU), vimos em nome destes coletivos declarar apoio à professora Márcia Nunes Maciel, Márcia Mura, doutora em História Social pela USP (Universidade de São Paulo), indígena do povo Mura, pesquisadora indígena e membro do Coletivo Mura – Porto Velho – Rondônia.
Esse apoio refere-se ao pedido de remoção da professora da escola Ribeirinha onde atuava pela Secretaria de Educação Estadual de Rondônia. Repudiamos veemente o relatório circunstanciado que sustenta o pedido de remoção alegando dificuldades em lotar a docente em escolas ribeirinhas por “insistência da professora em inserir a temática indígena”. Márcia Mura é uma pessoa de grande índole, de ótima reputação e extremamente atuante de forma incansável junto aos indígenas de Rondônia. Em 2010, recebeu o prêmio de intercâmbio cultural do Ministério da Cultura (Minc), para apresentar sua pesquisa de mestrado sobre mulheres que vivenciam o espaço do seringal na Amazônia pela Federal do Amazonas (UFAM).
É historiadora e escritora de diversas obras, dentre elas destacam-se: o livro “O Espaço Lembrado – Experiências de Vidas em Seringais da Amazônia”. Ela também participa do Instituto Madeira Vivo e do Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO/USP). Defensora dos Direitos Humanos, luta incansavelmente pelas mulheres indígenas, indígenas em Contexto Urbano e em trânsito e ainda é contra o Marco Temporal e a exploração de territórios originários pelo agronegócio, hidrelétricas, mineradoras e demais empreendimentos. Ademais, ressaltamos a importância do cumprimento da Lei Nº 11.645, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo assim, a obrigatoriedade de incluir oficialmente no currículo de ensino a temática “História e Cultura Afro brasileira e Indígena”.
Abaixo co-assinam essa carta:
Marcos Júlio Aguiar - Articulador Nacional da RENIU, coordenador do Programa "Índios na Cidade " da ONG Opção Brasil.
Isadora Santos De Sousa Silva - Guajajara de Goiânia - Articuladora Indígena da RENIU.
Comunidade Indígena Carajá de Minas.
Maria Lídia Ferreira - Tupinambá do Maranhão - Coletivo Indígena Urbano do Maranhão
Kawatá Pataxó - Aldeia Kirimurê
Márcio Matos, mestre em antropologia pelo PPGA/UFBA
Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase - Coordenação do Morhan-MG.
Karina Tajyputir Tupinambá / Movimento Tupinambá - Coletivo Indígena Urbano de Belém / Associação Multiétnica Wyka Kwara/TOAJ- TRIBUNAL ORIGINÁRIO ABYA YALA DE JUSTIÇA.
Carmen Lúcia Silva Lima - antropóloga e docente da Universidade Federal do Piauí.
Laboratório de Estudos sobre Ação Coletiva e Cultura - LACC.
Grupo de Pesquisa Urbanização e Natureza na Amazônia - URBANA.
Laboratório do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia PNCSA/UFPI.
Grupo de Pesquisas Identidades Coletivas, Conhecimentos Tradicionais e Processo
de Territorialização/UFPI.
Maria Carolina Arruda Branco - Cientista Social e Mestranda em Antropologia pelo PPGAnt UFGD
Antônio Fernandes Góes Neto (Ceunir/Feusp)
Coletivo Diversidades em espiral
Isadora Santos de Sousa Silva - Guajajara - mestranda em Direito Agrário na UFG.
Cooperativa Eparreh.
Editora Mbotyrô.
Ingorar Pataxó hã hã hãe- Pajé e Juiz do TOAJ- TRIBUNAL ORIGINÁRIO ABYA YALA DE JUSTIÇA.
Grasiela Lima, Coordenadora do GEERERI (Grupo de Estudos "Educação e Relações Étnicorraciais na Temática Indígena"), da Fundação Araporã, Araraquara/SP.
14/10/21 08:46 - MLidia/MA: Carta feita pela rede RENIU
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