DECLARAÇÃO DE APOIO AO POVO PERUANO
A oligarquia peruana que perdeu nas urnas e se esconde atrás das balas.
Os povos de Nossa América enfrentam mais uma vez um golpe enquadrado em uma guerra legal contra as lideranças populares da região, também chamada de lawfare. Desta vez é o povo peruano que resiste ao poder político e midiático de uma direita que sistematicamente ignora a vontade popular em todo o continente.
Na última quinta-feira, 8 de dezembro, o Congresso peruano, por meio de uma votação repleta de irregularidades, destituiu o presidente Pedro Castillo do cargo, alegando “impedimento moral permanente”, declaração que foi usada para afastar vários líderes nos últimos anos. Isso mergulhou o Peru em uma profunda crise institucional que tem sido aproveitada pelas forças políticas do Congresso para destruir a separação de poderes e usar o estado de excepcionalidade para proteger os interesses dos Estados Unidos na América Latina. Setores do fujimorismo têm procurado desestabilizar o governo popular de Castillo desde sua posse, por dois fatores: a) sua origem sindical, indígena e rural; e 2) a identidade popular e esquerdista com que consegue chegar à chefia do executivo.
Neste sentido, é por estas razões que está ocorrendo uma explosão popular nas ruas do Peru com cinco mandatos democráticos: 1) avanço das eleições para 2023 com plenas garantias; 2) respeito à vontade popular e libertação imediata de Pedro Castillo; 3) a renúncia de Dina Boluarte, que aproveitou a crise para virar as costas às bases sociais que a elegeram; 4) o fechamento do Congresso como instituição ilegítima que agia contra a democracia peruana; 5) A convocação de um novo Congresso com poderes constituintes para revogar a antiga carta promulgada pela ditadura de Fujimori em 1993.
Nesta nova onda de protestos do povo peruano, Dina Boluarte optou pelo uso das forças armadas, dando à mobilização social um tratamento militar, aprofundando a crise nacional e deixando um saldo de dezoito mortos, quase 60 feridos e mais de 10 pessoas foram detidos, de acordo com a Ouvidoria do Peru.
Assim, desde Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, os processos populares agrupados na Frente Popular Darío Santillán - FPDS, no Movimento dos Pequenos Agricultores -MPA-, no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto -MTST-, Ukamau e no Congresso dos Povos. apoio ao povo peruano em suas justas demandas. Nos declaramos contra aqueles que usurparam sua vontade, com a aprovação do governo dos Estados Unidos e ante o silêncio estrondoso da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Alertamos para o preocupante fato de que governos alternativos e populares continuam sofrendo com o intervencionismo dos Estados Unidos que, com seus aliados regionais, continua utilizando táticas de desestabilização. Acompanhamos o povo peruano em sua defesa da democracia e do poder popular.
Territórios latino-americanos em resistência
Frente Popular Darío Santillán – Movimento dos Pequenos Agricultores – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – Ukamau – Congresso dos Povos - Frente Revolucionária dos Trabalhadores - Partido Comunista dos Trabalhadores Brasileiros-PCTB.
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ANEXOS
No Peru, a polícia e o exército parecem ter entendido que quem tem razão é o povo e não as elites. Eles acabam se juntando às marchas populares pedindo a libertação do presidente Castillo
*DECLARAÇÃO DO BISPO DE AYACUCHO
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