MAIS SOLIDARIEDADE AO PROFESSOR JOSÉ MARTINS
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SOLIDARIEDADE AO PROFESSOR JOSÉ MARTINS
SOLIDARIEDADE AO PROFESSOR JOSÉ MARTINS
o companheiro, professor José Martins, fundador da Crítica da Economia, sofreu um AVC e está precisando da solidariedade de todos e todas.
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Carta de José Martins aos colaboradores da Crítica da Economia.
Camaradas. Nos últimos trinta e sete anos de vida de nosso boletim ocorreram inúmeros momentos em que fui obrigado a desacelerar a sua redação devido a problemas de saúde. Ao fim de cada uma dessas “licenças para tratamento” retomávamos nosso trabalho com o mesmo entusiasmo de antes das enfermidades. Assim, o boletim permaneceu até hoje vivo, ininterrupto e invariante.
No decorrer dos últimos meses aconteceu novamente. Fui atingido por forte processo de mal-estar psicológico e de esgotamento muscular. Isso acabou abafando miseravelmente minha capacidade de cumprir a rotina de pesquisas, programação e, finalmente, de redação dos boletins semanais – além, também, da completa paralização de outras atividades de extensão com aulas, palestras, debates, lives nas redes sociais etc.
Fortes manifestações anímicas de mal-estar interno, angústia, desânimo etc. – que eram seguidas de incômodas exteriorizações musculares perfeitamente visíveis e de outras imaginárias arritmias nos sistemas cardiocirculatórios, neurológicos etc.
Um processo de enfermidade que demorei a aceitar como uma coisa séria e que devia ser devidamente tratada pelo atendimento simultâneo de competentes clínicos gerais, cardiologistas, neurologistas, psiquiatras e outros profissionais igualmente necessários como psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas etc.
Felizmente - me apresso a informar em primeira mão para vocês, meus queridos e queridas camaradas que me acompanham nesta longa jornada - que estou emergindo lentamente daqueles piores momentos. Depois de diagnósticos mais claros e de precisos exames de imagem, laboratoriais etc. não foi observada nenhuma lesão significativa nos sistemas cardiovasculares, neurológicos e musculares em geral. Nenhuma necessidade de intervenção cirúrgica ou de perigosas concentrações medicamentosas da sinistra indústria farmacêutica.
Em resumo, todos os profissionais concordam e convergem para o diagnóstico de síndromes anímicas, emocionais, e que como tal devem ser tratadas. É exatamente isso que faço no momento, com poucos remédios fitoterápicos; caminhadas e alongamentos na brisa do mar do Campeche; acupuntura; aulas de Pilates com aparelhos, e por último, mas não menos importante, aquela magnetizante terapia bioenergética teorizada e aplicada originalmente pelo velho camarada e valoroso revolucionário Wilhelm Reich.
Portanto, resta agora cuidar e superar algumas somatizações de couraças e bloqueios crescentes do que Freud chamou de “mal-estar da civilização”. Um processo geneticamente material. Acúmulo repentino de pressões sobre a reprodução social que emergem ciclicamente e intensificam em períodos de crise geral do capital, seguidas pelo recrudescimento do totalitarismo estatal, da exploração sobre os trabalhadores produtivos em todo o mundo, das guerras mundiais e, no fim da linha, da repressão mortal dos instintos, vontades e emoções de todos os seres pensantes do planeta.
Espero muito breve estar plenamente recuperado e poder retornar às minhas atividades normais de trabalho e de convivência social com camaradas de luta e pessoas queridas que me cercam, que nunca me deixaram só.
Para concluir esta longa carta, tenhamos paciência com este meu breve retiro para me revigorar e voltarmos à luta de sempre. Bem unidos. Confiança na recuperação e sem interrupção do apoio e contribuição para a continuidade do nosso trabalho, principalmente de nosso boletim de 37 anos. Próxima estação: 40 anos! Ininterrupto e invariante!
Abraço fraternal de José Martins e Equipe 13 de Maio Crítica da Economia!
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