O QUE É USAID
*O QUE É A USAID, UM INSTRUMENTO DOS EUA PARA FINANCIAMENTO DE GOLPES DE ESTADO*
*Publicado RT Espanhol: 4 de fev de 2025 15:00 GMT*
*A equipe de Donald Trump suspendeu o financiamento de projetos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que vem sendo acusada há anos de realizar atividades subversivas em vários países.*
O que é a USAID?
Histórico da criação da agência
O que a USAID faz?
Atividades na América Latina
Críticas da equipe de Trump
Início da reforma da USAID
*O que é a USAID?*
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tem sido há muito tempo um instrumento essencial da política externa americana.
De acordo com o site oficial do governo dos EUA, é a principal agência "para estender assistência a países que se recuperam de desastres, buscam escapar da pobreza e empreendem reformas democráticas".
*Histórico da criação da agência*
A USAID foi criada em 1961, no meio da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética. Como observa a AP, o ex-presidente dos EUA John Kennedy queria uma maneira mais eficiente de combater a influência soviética no exterior por meio de ajuda externa e considerou o Departamento de Estado "frustrantemente burocrático" ao fazê-lo.
*O que a USAID faz?*
A agência emprega mais de 10.000 pessoas, das quais aproximadamente dois terços trabalham no exterior. A USAID continua sendo a maior doadora mundial de ajuda humanitária, fornecendo 42% de toda a ajuda humanitária registrada pelas Nações Unidas em 2024. A agência destinou mais de US$ 40 bilhões em assistência financeira a 130 países no ano fiscal de 2023.
Apesar de seus objetivos humanitários declarados, a agência é regularmente criticada por governos estrangeiros, que a veem como uma ferramenta de influência dos EUA para interferir nos assuntos internos de suas nações.
*Atividades na América Latina*
A América Latina tem sido historicamente uma das regiões nas quais a USAID desenvolveu suas atividades. Além da estreita cooperação entre a USAID e o FBI na segunda metade do século XX, a agência de desenvolvimento também foi acusada de interferir nos assuntos soberanos de países da região mais recentemente.
*Venezuela*
A USAID intensificou seu trabalho na Venezuela antes e imediatamente após o golpe de 11 de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chávez, que retomou o poder dois dias depois. A entidade foi acusada de apoiar a oposição e participar da tentativa de mudança de poder. Em 2006, foi revelado que o Escritório de Iniciativas de Transição da USAID supervisionou mais de US$ 26 milhões em doações para vários grupos na Venezuela desde 2002.
Um dos telegramas da agência vazados pelo WikiLeaks explicou a estratégia dos EUA na Venezuela entre 2004 e 2006, que incluía as seguintes disposições: "1) fortalecer as instituições democráticas, 2) penetrar na base política de Chávez, 3) dividir o chavismo, 4) proteger negócios vitais dos EUA e 5) isolar Chávez internacionalmente".
*Bolívia*
Em 2013, o então presidente boliviano Evo Morales expulsou a USAID do país, acusando-a de conspiração e interferência em assuntos políticos internos.
Durante o mandato de *Evo Morales,* a agência foi acusada pelo Governo de participar ativamente de planos violentos de desestabilização, separatismo e intervenção em processos eleitorais na Bolívia.
*Cuba*
A USAID estava por trás da criação do chamado "Twitter cubano", uma rede social cujo objetivo real era mudar o poder em Cuba, conforme revelado pela AP em 2014. O plano da agência era criar uma audiência para o projeto ZunZuneo, atraindo principalmente usuários jovens, e então incentivar a organização de manifestações políticas.
O financiamento da plataforma foi canalizado por meio de empresas criadas na Espanha e nas Ilhas Cayman para ocultar a origem do dinheiro. O ZunZuneo operou por vários anos e deixou de existir em 2012, quando o financiamento governamental cessou.
O então administrador da USAID, Rajiv Shah, descartou a ideia de que se tratava de um programa secreto, embora admitisse que "algumas partes dele foram feitas discretamente". A agência disse na época que estava "orgulhosa de seu trabalho em Cuba para fornecer assistência humanitária básica, promover direitos humanos e liberdades fundamentais e ajudar a informação a fluir mais livremente para o povo cubano".
*México*
Em um dos exemplos mais recentes de atividade subversiva da USAID, o governo mexicano revelou em agosto de 2024 que, durante o mandato de *Andrés Manuel López Obrador,* a agência financiou a organização de oposição Mexicanos Contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI) com 96,7 milhões de pesos (mais de 5 milhões de dólares).
*Críticas da equipe de Trump*
Desde que assumiu o cargo, o presidente dos EUA, Donald Trump, e sua equipe têm feito uma torrente de críticas contra a agência, que ele disse ser "administrada por um bando de lunáticos radicais".
*Elon Musk,* chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), acusou a USAID de financiar pesquisas sobre armas biológicas, incluindo um laboratório ligado à disseminação da Covid-19, e de pagar "meios de comunicação para publicar sua propaganda".
Revelando as despesas mais "ridículas" da agência, o governo Trump revelou que os fundos foram alocados para alimentação de "combatentes afiliados à Al Qaeda na Síria", "uma 'ópera transgênero' na Colômbia" e financiamento de "turismo no Egito", entre outros propósitos.
*Início da reforma da USAID*
Em meio a críticas, o financiamento para projetos da USAID foi suspenso, enquanto Musk alegou que a agência estava "além de qualquer reparo", acrescentando: "Estamos fechando-a".
As operações da agência estão sendo reorganizadas, e o Secretário de Estado dos EUA *Marco Rubio* se tornou seu administrador interino. Ele disse que muitas funções "continuarão" e confirmou a fusão da agência com o Departamento de Estado.
Nesse contexto, *Rubio* notificou o Congresso de que "as atividades de ajuda externa da USAID estão sob revisão para possível reorganização".
*Reconhecido como um grupo terrorista na Rússia e proibido em seu território.
*Publicado RT Espanhol: 4 de fev de 2025 15:00 GMT*
*A equipe de Donald Trump suspendeu o financiamento de projetos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que vem sendo acusada há anos de realizar atividades subversivas em vários países.*






*O que é a USAID?*
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tem sido há muito tempo um instrumento essencial da política externa americana.
De acordo com o site oficial do governo dos EUA, é a principal agência "para estender assistência a países que se recuperam de desastres, buscam escapar da pobreza e empreendem reformas democráticas".
*Histórico da criação da agência*
A USAID foi criada em 1961, no meio da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética. Como observa a AP, o ex-presidente dos EUA John Kennedy queria uma maneira mais eficiente de combater a influência soviética no exterior por meio de ajuda externa e considerou o Departamento de Estado "frustrantemente burocrático" ao fazê-lo.
*O que a USAID faz?*
A agência emprega mais de 10.000 pessoas, das quais aproximadamente dois terços trabalham no exterior. A USAID continua sendo a maior doadora mundial de ajuda humanitária, fornecendo 42% de toda a ajuda humanitária registrada pelas Nações Unidas em 2024. A agência destinou mais de US$ 40 bilhões em assistência financeira a 130 países no ano fiscal de 2023.
Apesar de seus objetivos humanitários declarados, a agência é regularmente criticada por governos estrangeiros, que a veem como uma ferramenta de influência dos EUA para interferir nos assuntos internos de suas nações.
*Atividades na América Latina*
A América Latina tem sido historicamente uma das regiões nas quais a USAID desenvolveu suas atividades. Além da estreita cooperação entre a USAID e o FBI na segunda metade do século XX, a agência de desenvolvimento também foi acusada de interferir nos assuntos soberanos de países da região mais recentemente.
*Venezuela*
A USAID intensificou seu trabalho na Venezuela antes e imediatamente após o golpe de 11 de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chávez, que retomou o poder dois dias depois. A entidade foi acusada de apoiar a oposição e participar da tentativa de mudança de poder. Em 2006, foi revelado que o Escritório de Iniciativas de Transição da USAID supervisionou mais de US$ 26 milhões em doações para vários grupos na Venezuela desde 2002.
Um dos telegramas da agência vazados pelo WikiLeaks explicou a estratégia dos EUA na Venezuela entre 2004 e 2006, que incluía as seguintes disposições: "1) fortalecer as instituições democráticas, 2) penetrar na base política de Chávez, 3) dividir o chavismo, 4) proteger negócios vitais dos EUA e 5) isolar Chávez internacionalmente".
*Bolívia*
Em 2013, o então presidente boliviano Evo Morales expulsou a USAID do país, acusando-a de conspiração e interferência em assuntos políticos internos.
Durante o mandato de *Evo Morales,* a agência foi acusada pelo Governo de participar ativamente de planos violentos de desestabilização, separatismo e intervenção em processos eleitorais na Bolívia.
*Cuba*
A USAID estava por trás da criação do chamado "Twitter cubano", uma rede social cujo objetivo real era mudar o poder em Cuba, conforme revelado pela AP em 2014. O plano da agência era criar uma audiência para o projeto ZunZuneo, atraindo principalmente usuários jovens, e então incentivar a organização de manifestações políticas.
O financiamento da plataforma foi canalizado por meio de empresas criadas na Espanha e nas Ilhas Cayman para ocultar a origem do dinheiro. O ZunZuneo operou por vários anos e deixou de existir em 2012, quando o financiamento governamental cessou.
O então administrador da USAID, Rajiv Shah, descartou a ideia de que se tratava de um programa secreto, embora admitisse que "algumas partes dele foram feitas discretamente". A agência disse na época que estava "orgulhosa de seu trabalho em Cuba para fornecer assistência humanitária básica, promover direitos humanos e liberdades fundamentais e ajudar a informação a fluir mais livremente para o povo cubano".
*México*
Em um dos exemplos mais recentes de atividade subversiva da USAID, o governo mexicano revelou em agosto de 2024 que, durante o mandato de *Andrés Manuel López Obrador,* a agência financiou a organização de oposição Mexicanos Contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI) com 96,7 milhões de pesos (mais de 5 milhões de dólares).
*Críticas da equipe de Trump*
Desde que assumiu o cargo, o presidente dos EUA, Donald Trump, e sua equipe têm feito uma torrente de críticas contra a agência, que ele disse ser "administrada por um bando de lunáticos radicais".
*Elon Musk,* chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), acusou a USAID de financiar pesquisas sobre armas biológicas, incluindo um laboratório ligado à disseminação da Covid-19, e de pagar "meios de comunicação para publicar sua propaganda".
Revelando as despesas mais "ridículas" da agência, o governo Trump revelou que os fundos foram alocados para alimentação de "combatentes afiliados à Al Qaeda na Síria", "uma 'ópera transgênero' na Colômbia" e financiamento de "turismo no Egito", entre outros propósitos.
*Início da reforma da USAID*
Em meio a críticas, o financiamento para projetos da USAID foi suspenso, enquanto Musk alegou que a agência estava "além de qualquer reparo", acrescentando: "Estamos fechando-a".
As operações da agência estão sendo reorganizadas, e o Secretário de Estado dos EUA *Marco Rubio* se tornou seu administrador interino. Ele disse que muitas funções "continuarão" e confirmou a fusão da agência com o Departamento de Estado.
Nesse contexto, *Rubio* notificou o Congresso de que "as atividades de ajuda externa da USAID estão sob revisão para possível reorganização".
*Reconhecido como um grupo terrorista na Rússia e proibido em seu território.
O governo dos Estados Unidos anunciou a decisão de fechar a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) definitivamente, classificando a agência como um “grupo de criminosos”. A USAID, que deveria supervisionar programas humanitários e de desenvolvimento no exterior, é conhecida pela esquerda combativa como um grupo que de atua na desestabilização de países e governos ao redor do mundo.
Historicamente, a agência teve papel decisivo em eventos como o Maidan na Ucrânia, onde grupos neonazistas tomaram o poder em 2014. Entre 1995 e 2002, os EUA investiram mais de US$ 23 milhões, em média, apenas na assistência à mídia de oposição para derrubar Slobodan Milosevic, totalizando mais de US$ 100 milhões em esforços para sua deposição, com forte envolvimento do investidor George Soros.
Além disso, a USAID tem um “braço” formado por ONGs que atuam ativamente no apoio a certos grupos opositores em diversos países. Enquanto na Espanha esse apoio é feito através do ministério do exterior, nos EUA, organizações como o National Endowment for Democracy (NED), a Freedom House e o International Republican Institute, ligados ao partido republicano, recebem substanciais financiamentos da USAID. Essa agência, por sua vez, já capitaneou movimentos golpistas na América Latina desde os anos 60, incluindo no Brasil.
Na Bolívia, documentos obtidos pelo jornalista Jeremy Bigwood revelaram que a USAID manteve um “Escritório para Iniciativas de Transição”, que investiu US$ 97 milhões em projetos de “descentralização” e “autonomias regionais” desde 2002, fortalecendo governos estaduais opositores ao então presidente Evo Morales. Um PowerPoint vazado pelo WikiLeaks mostrou que a USAID colaborava com o IRI e a Freedom House, que também recebem vultuosos financiamentos da agência.
Recentemente, foram divulgados os fundos históricos da USAID destinados à subversão em Cuba, totalizando 197.270.000 dólares entre 2001 e 2008, conforme reportado por Tracey Eaton em seu blog “Along the Malecon”. Um texto assinado por Bolívia, Cuba, Equador, Dominica, Nicarágua e Venezuela denunciou as ações de “ingerência aberta” da USAID, que financia grupos e projetos voltados para desestabilizar governos legítimos que não se alinham aos interesses de Washington.
Evo Morales, em um ato público no Dia Internacional dos Trabalhadores, anunciou a expulsão da USAID da Bolívia, alegando que a agência conspirava contra seu governo. O mandatário boliviano justificou a decisão como uma questão de soberania e segurança do Estado, ressaltando as experiências negativas que a USAID teve em outros países da região, onde houve clara intervenção e desestabilização.
Em que pesem todas as más intenções do atual presidente dos EUA, fato é que a decisão de fechar de uma vez por todas essa obscura agência só poderá beneficiar os povos de todos os países.
FOTO: USP
FONTE: https://www.facebook.com/photo?fbid=9076362669085843&set=a.105549126167287 "
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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho