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sexta-feira, 18 de março de 2022

COVID.19 - 17 de março de 2022 * Dalva Silveira / MG

 COVID-19 17 de março de 2022

ANTOLOGIA POÉTICA NOVO DECAMERON


Hoje faz dois anos em que o prefeito Alexandre Kalil decretou a suspensão temporária das atividades com potencial de aglomeração de pessoas, devido à Pandemia de COVID-19, em Belo Horizonte/MG (vigor a partir de 20-03-20). A percepção de que uma nova e atípica situação seria enfrentada devido a esse ato e a ordem geral “Fique em casa”, trouxe-me  susto, medo, desespero e  incerteza frente ao futuro. Sendo assim, movida pela emoção do momento histórico, escrevi  vinte e três poemas na primeira fase do Distanciamento Social. Então, como considero importante rememorar e refletir sobre essa pandemia, que  atingiu a humanidade em escala mundial e trouxe com ela grandes conseqüências culturais, econômicas, políticas e sociais,  compartilho agora um dos dois poemas sobre o tema, dentre os dois que foram publicados na oportuna Antologia Poética NOVO DECAMERON ( Starling, 2021)

Coronavírus e incógnitas 


Surge um vírus!

E vira o mundo 

de cabeça para baixo.

Acho, não acredito!

Então, medito...

Reflito...


Fito um argumento fixo, extremo:

risco de morte!

O cessar do bem supremo!

 Temo! E sob o medo,

 medonhas leis se impõem!

Então, sem chão, tremo...


Sou simples mortal!

Pessoa do povo,

E me sinto num ovo!

E como morto-vivo, 

sinto saudades dos abraços,

e até dos amassos 

nos coletivos,

quando todos respiravam sem temor,

num tempo antes do terror! 


Sinto-me em ditadura!

numa dura indeCISÃO! 

Se saio fico doente,

se fico, doente então...

Assim a internet avança...

e a quase todos alcança!


Quanto horror!

O que me resta?

Cuidar-me frente à incógnita,

Conheço muita gente inóspita,

que sem bombas,

sem  armas,

sem grandes gastos 

e com muito lucro,

arma, mata e desconhece o luto!


Tudo está no ar...

Existiram duas guerras mundiais...

E tantos outros ais...

Ah!  porque duvidar?

Os estragos e prantos são tantos...

que prefiro não contar... 


No momento,

Estou levada pelo vento, perdida,

não vejo uma saída

 e não posso sair!

Sigo, secando a ferida, 

partida e temendo o partir... 


Dalva Silveira / MG

(criado em 20 de abril de 2020)

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