O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho, ele não morre de morte natural. Precisamos aliar o antifascismo e o antimperialismo ao internacionalismo proletário, e assim somar forças para construir o socialismo. Faça a sua parte. A FRENTE REVOLUCIONARIA DOS TRABALHADORES-FRT, busca unir os trabalhadores em toda sua diversidade, e formar o mais forte Movimento Popular Revolucionário em defesa de todos e construir a Sociedade dos Trabalhadores - a SOCIEDADE COMUNISTA!
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
COMISSÃO NACIONAL INDÍGENA DA VERDADE * Procuradoria da República / MG
segunda-feira, 5 de dezembro de 2022
Boa tarde Parentes * Eni Carajá-MG
Boa tarde Parentes
A cultura indígena tem sido atacada de todas as formas e às vezes com apoio de determinados grupos indígenas comprados por esses tipos de acordo.
Falando isso desenho aqui que. A Prefeitura de Belo Horizonte, para atender um acordo espúrio com uma vereadora agora deputada federal, para que se conceda espaço de uso e ocupação de solo no centro da capital decidiu e emitiu uma Portaria Conjunta de número 13/2022 em maio deste ano, em que a princípio seria a regulamentação da Comercialização de produtos artesanais de indígenas, Hippies e Nômades que estejam na capital.
Pasmem, a Prefeitura simplesmente proibiu o transporte de materiais a serem expostos em carrinhos e ainda não permitiu utilizar sacos para a guarda desse material e boa parte são gamelas, cestos e outros que são volumosos.
Proibiu no artigo quarto da portaria a venda dos produtos indígenas deixando em aberto que os preços e o comércio o comprador teria que apresentar o preço da obra do artesão indígena e que poderia aí haver uma transação por pecúnia sem estipular como isso se daria.
Alguns artesãos indígenas que defendem a postura da Prefeitura dizem que a portaria negociada é apenas para inglês ver e que nada iria mudar.
Mas lendo a matéria dos Kaingangs pude ver que conforme a vontade da gestão eles podem sim aplicar na íntegra a portaria que inclusive determina que os produtos tem que ser expostos no chão, pano de 80 cm X 1;20 e assim só piora a situação.
Definiram até pontos de ônibus em Regionais como locais permitidos à exposição mas proibidos a comercialização.
Pior, o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial da capital, discutiu o assunto por demanda da Rede de Articulação de Indígenas em Contextos Urbanos e Migrantes RENIU, que faz parte da composição do mesmo e o GT povos tradicionais se posicionou favorável a Prefeitura e segue se assim a portaria inconstitucional.
Como denunciante sigo buscando a revogação, mas três Secretarias Municipais figuram como autoras dessa excrescência, a Políticas Urbanas, a Assistência Social e Alimentação, onde se vincula o Compir BH e a Cultura.
A Portaria abre inclusive a possibilidade da área da assistência social definir quem é indígena ou não.
Isso lesa a cultura , os indígenas sejam os mesmos crianças, adolescentes, jovens ou adultos e a sociedade de um modo geral.
Sigamos em luta contra o racismo e a desigualdade racial.
ANEXO
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Modéstia Mineira * Poranduba Brasiliensis
Modéstia Mineira
Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismada ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima.
Vendo um jovem padre que passava pelo local perguntei a razão daquela ostentação.
O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar US$100.
Fiquei tentado porém declinei da oferta.
Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro em uma coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma:
- Linha direta com o paraíso ao custo de US$100 a ligação.
Depois da Itália, chegando ao Brasil, fui direto para Minas. Ao visitar a nossa gloriosa Igreja de São José, no centro de BH, fiquei surpresa ao ver novamente a mesma cena: uma coluna de mármore com um telefone de ouro.
Sob o telefone um cartaz que dizia: LINHA DIRETA COM O PARAÍSO - PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 0,25 (vinte e cinco centavos).
Não me agüentei, e perguntei....
- Padre, eu disse, viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este, mas o preço da chamada era US$100. Por que aqui é somente R$0,25?
O Padre sorriu e disse. “Meu amigo, você está em Minas. Aqui a ligação é local.”
*O PARAÍSO É AQUI !!!!!!!!!!!!!!*
sexta-feira, 18 de março de 2022
COVID.19 - 17 de março de 2022 * Dalva Silveira / MG
COVID-19 17 de março de 2022
Hoje faz dois anos em que o prefeito Alexandre Kalil decretou a suspensão temporária das atividades com potencial de aglomeração de pessoas, devido à Pandemia de COVID-19, em Belo Horizonte/MG (vigor a partir de 20-03-20). A percepção de que uma nova e atípica situação seria enfrentada devido a esse ato e a ordem geral “Fique em casa”, trouxe-me susto, medo, desespero e incerteza frente ao futuro. Sendo assim, movida pela emoção do momento histórico, escrevi vinte e três poemas na primeira fase do Distanciamento Social. Então, como considero importante rememorar e refletir sobre essa pandemia, que atingiu a humanidade em escala mundial e trouxe com ela grandes conseqüências culturais, econômicas, políticas e sociais, compartilho agora um dos dois poemas sobre o tema, dentre os dois que foram publicados na oportuna Antologia Poética NOVO DECAMERON ( Starling, 2021)
Coronavírus e incógnitas
Surge um vírus!
E vira o mundo
de cabeça para baixo.
Acho, não acredito!
Então, medito...
Reflito...
Fito um argumento fixo, extremo:
risco de morte!
O cessar do bem supremo!
Temo! E sob o medo,
medonhas leis se impõem!
Então, sem chão, tremo...
Sou simples mortal!
Pessoa do povo,
E me sinto num ovo!
E como morto-vivo,
sinto saudades dos abraços,
e até dos amassos
nos coletivos,
quando todos respiravam sem temor,
num tempo antes do terror!
Sinto-me em ditadura!
numa dura indeCISÃO!
Se saio fico doente,
se fico, doente então...
Assim a internet avança...
e a quase todos alcança!
Quanto horror!
O que me resta?
Cuidar-me frente à incógnita,
Conheço muita gente inóspita,
que sem bombas,
sem armas,
sem grandes gastos
e com muito lucro,
arma, mata e desconhece o luto!
Tudo está no ar...
Existiram duas guerras mundiais...
E tantos outros ais...
Ah! porque duvidar?
Os estragos e prantos são tantos...
que prefiro não contar...
No momento,
Estou levada pelo vento, perdida,
não vejo uma saída
e não posso sair!
Sigo, secando a ferida,
partida e temendo o partir...
Dalva Silveira / MG
(criado em 20 de abril de 2020)
https://www.instagram.com/p/CbNyHGEpdf5/?utm_medium=share_sheet
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
Milton Nascimento ainda Bituca * Eduardo Afonso / MG
MILTON NASCIMENTO AINDA BITUCA
Por Eduardo Affonso
08/01/2022
Emoldurado por um teatro desoladoramente vazio e sob as palmas apenas da orquestra, um homem caminha, amparado, até sua cadeira, na boca de cena. Ali, ouve em silêncio os primeiros acordes de canções compostas há meio século — ou teria sido há meia hora? E então solta a voz — aquela que Elis Regina disse ser a de Deus, se Deus tivesse uma voz.
A voz de Deus não tem mais o timbre, a potência, a extensão de outros tempos. Mas é, ainda, solene, terna, envolvente. Divina.
Quem está ali é Milton Nascimento, cercado de novos arranjos, jovens artistas e músicos embevecidos com o compositor que não precisou escolher entre ser moderno ou eterno. Sua arte esteve sempre impregnada de uma ancestralidade e uma modernidade atemporais. Milton é aquela esquina onde se cruzaram os Beatles e a música sacra, San Vicente e o Beco do Mota, o jazz e o que se dançava nos bailes da vida. Ao cantar Três Pontas, cantou o mundo.
Diferentemente dos outros grandes da sua geração, não foi preso, não teve de se exilar. Sua prisão foi a censura; seu exílio, o das palavras. Do encontro com Clementina de Jesus, salvou-se um refrão; restou uma invocação do que seria um dueto com Dorival Caymmi. Nem por isso Milton deixou de fazer do “Milagre dos peixes” um dos seus discos mais eloquentes: a voz era um instrumento que não se podia censurar.
Milton sempre foi de falar pouco e, com sua música, dizer o indizível. Sem alarde, compôs uma poderosa trilha sonora para nossa época. Vestiu os versos viscerais de Ruy Guerra (Meus gritos, afro-latidos / Implodem, rasgam, esganam, E tudo aquilo de que fujo / Tirou prêmio, aval e posto) em “E daí?”. A utopia de “Primeiro de maio”, a metáfora do “Cio da terra”, parcerias com Chico Buarque. É seu, com Wagner Tiso, o hino das Diretas Já e da redemocratização (E há que se cuidar do broto / Pra que a vida nos dê flor / E fruto). Com Caetano Veloso, a celebração de que Qualquer maneira de amor vale a pena.
Sua militância, com Fernando Brant, foi a da amizade. É solidariedade a ideologia que perpassa a canção do sal, a missa dos quilombos, o afeto por uma gente que ri / quando deve chorar / e não vive / apenas aguenta.
Milton tornou mais belas as palavras de Carlos Drummond, Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, desentranhando melodias tão inspiradas quanto os versos — sem jamais ofuscá-los. Soube ser reverente e à altura dos mestres que musicou.
Quando tenho saudades de mim — do menino, do moleque, do homem que eu era, de tudo que eu podia ser —, ouço Milton, e ele me reconcilia comigo.
No Cine-Theatro Central de Juiz de Fora — onde se apresentou na noite de 29 de dezembro, com a Orquestra Ouro Preto —, cada cadeira vazia evocava um dos milhões que o guardam do lado esquerdo do peito, que fizeram ao som da sua voz a travessia das últimas cinco, seis décadas.
Em 2022, chegando aos 80 anos, Milton vai mais uma vez aonde o povo está, na turnê “A última sessão de música”. Uma série de encontros e despedidas, em que Bituca, velho maquinista com seu boné, de sorriso aberto e roupa nova, vem renovar a nossa fé.
AUTOR: EDUARDO AFFONSO - arquiteto, cronista, ligado na psicanálise, um mineiro vegetariano que só não é vegano porque não consegue largar o queijo.