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quinta-feira, 19 de maio de 2022

O LOBISOMEM DO PALÁCIO DO PLANALTO * Normando Rodrigues

 O LOBISOMEM DO PALÁCIO DO PLANALTO

Normando Rodrigues


*Os generais, Paulo Sérgio à frente, estão prontinhos para bancar um golpe nas eleições de outubro, com o objetivo de manter o Lobisomem no Palácio do Planalto.* 

 

Como todo crime, o golpe somente será possível com a combinação de motivos, meios e oportunidade.

 

 *Motivos subjetivos* 

 

Nem só de pão com leite condensado vivem os militares. Uma das principais razões pelas quais os estrelados nutriram ressentimentos contra a falecida Nova República (1985-2016) se chama prestígio, ou a falta dele.

 

Em 21 anos de governos autoritários o Exército demonstrou eficiência em algumas poucas áreas, mais do que neutralizada pela incapacidade geral para administrar uma sociedade complexa, diversa e plural.

 

Com a redemocratização acabou-se o “Quartel Brasil” no qual um oficial inferior, psicótico e larápio, podia sonhar em ser presidente da República e eles voltaram para os quartéis do Brasil, porém sem nenhum aprendizado sobre a era de trevas que geraram.

 

 *Motivos objetivos* 

 

Muito se deve falar sobre o quanto o Monstro e seus filhinhos removem da administração pública quaisquer obstáculos às suas maracutaias. Acontece que a escola onde aprenderam a roubar e afastar fiscais foi a Ditadura de 1964-1985.

 

Hoje, além do próprio Lobisomem, pelo menos 36 generais recebem indevidamente acima do teto constitucional. 

 

É possível que este número seja ainda maior, somados dados sigilosos e a remuneração de outros oficiais superiores que ocupam cargos no governo fascista. Manter “isso aí”, via reeleição, passa a ser uma prioridade dos fardados.

 

 *Meios* 

 

É muito improvável que o golpe se dê com tanques nas ruas, salvo como literalmente cortina de fumaça a ser gerada por blindados obsoletos e porcamente mantidos.

 

O golpe seguirá o padrão da guerra híbrida, com estímulo a manifestações auriverdes pedindo intervenção militar, combinadas com intimidações às instituições, como as feitas por Villas Bôas em 2018, roteiro que se mostra eficaz desde 2013.

 

As instituições que funcionam normalmente? Não apenas nada fazem e nada farão, como colocaram o Partido Armado – óbvio concorrente no pleito eleitoral – para dentro do TSE.

 

 *Oportunidade* 

 

Machado de Assis sagazmente inverteu o dito popular para afirmar que o ladrão faz a ocasião. Nossos milicos esperam com a manipulação da opinião pública criar a oportunidade perfeita para o golpe.

 

Isso passa por desacreditar a urna eletrônica e a apuração. Não é por incompreensão que os generais fazem ao TSE indagações descabidas e ineptas. É por mal dissimulada má fé.

 

Combinando-se as falsas dúvidas sobre a votação e apuração, com a já desenhada proximidade de desempenho entre Lula e o Lobisomem, estará dada a oportunidade de mais uma quartelada contra o Brasil.

 

 *Incompetência* 

 

Descartadas a má fé golpista em prol do Lobisomem e dos próprios bolsos, e a inconstitucionalidade da atuação militar na apuração de votos, a incompetência de nosso Exército já desaconselharia seu emprego como “guardião eleitoral”.

 

Basta lembrar da gigantesca compra da inútil ivermectina, da omissão quanto a vacinas e da falta de oxigênio em Manaus. Isso para não falar de viagra, próteses penianas e lubrificantes íntimos.

 

Com tal histórico, uma eventual apuração eleitoral verde-oliva seria capaz de apontar o Macaco Tião como próximo presidente do Brasil, apesar do chimpanzé não ser candidato e ter morrido há quase 30 anos. 

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sexta-feira, 18 de março de 2022

COVID.19 - 17 de março de 2022 * Dalva Silveira / MG

 COVID-19 17 de março de 2022

ANTOLOGIA POÉTICA NOVO DECAMERON


Hoje faz dois anos em que o prefeito Alexandre Kalil decretou a suspensão temporária das atividades com potencial de aglomeração de pessoas, devido à Pandemia de COVID-19, em Belo Horizonte/MG (vigor a partir de 20-03-20). A percepção de que uma nova e atípica situação seria enfrentada devido a esse ato e a ordem geral “Fique em casa”, trouxe-me  susto, medo, desespero e  incerteza frente ao futuro. Sendo assim, movida pela emoção do momento histórico, escrevi  vinte e três poemas na primeira fase do Distanciamento Social. Então, como considero importante rememorar e refletir sobre essa pandemia, que  atingiu a humanidade em escala mundial e trouxe com ela grandes conseqüências culturais, econômicas, políticas e sociais,  compartilho agora um dos dois poemas sobre o tema, dentre os dois que foram publicados na oportuna Antologia Poética NOVO DECAMERON ( Starling, 2021)

Coronavírus e incógnitas 


Surge um vírus!

E vira o mundo 

de cabeça para baixo.

Acho, não acredito!

Então, medito...

Reflito...


Fito um argumento fixo, extremo:

risco de morte!

O cessar do bem supremo!

 Temo! E sob o medo,

 medonhas leis se impõem!

Então, sem chão, tremo...


Sou simples mortal!

Pessoa do povo,

E me sinto num ovo!

E como morto-vivo, 

sinto saudades dos abraços,

e até dos amassos 

nos coletivos,

quando todos respiravam sem temor,

num tempo antes do terror! 


Sinto-me em ditadura!

numa dura indeCISÃO! 

Se saio fico doente,

se fico, doente então...

Assim a internet avança...

e a quase todos alcança!


Quanto horror!

O que me resta?

Cuidar-me frente à incógnita,

Conheço muita gente inóspita,

que sem bombas,

sem  armas,

sem grandes gastos 

e com muito lucro,

arma, mata e desconhece o luto!


Tudo está no ar...

Existiram duas guerras mundiais...

E tantos outros ais...

Ah!  porque duvidar?

Os estragos e prantos são tantos...

que prefiro não contar... 


No momento,

Estou levada pelo vento, perdida,

não vejo uma saída

 e não posso sair!

Sigo, secando a ferida, 

partida e temendo o partir... 


Dalva Silveira / MG

(criado em 20 de abril de 2020)

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