VAMOS DEIXAR BOLSONARO NOS LEVAR A NOVA DITADURA?
Pedro Cesar Batista – DF
Em 31 de março fará 56 anos do golpe organizado pela CIA/EUA e executado pelos militares e empresários no Brasil, o qual tem registro de milhares de presos, torturados, exilados e centenas de mortos e desaparecidos, além da censura, perseguição, invasão de domicílios e desrespeito às normas legais, substituídas pelo arbítrio institucionalizado.
Novamente, estão no poder, os golpistas
comandados pelos EUA, que governam contrários aos interesses da imensa maioria
do povo brasileiro, agora eleitos pelo voto, em uma eleição repleta de fraudes,
especialmente após o golpe jurídico (lawfare), que cassou uma presidente sem
ter cometido nem um crime de responsabilidade, prendeu a principal liderança política
do país e foi sustentada por uma campanha midiática repleta de mentiras.
Passaram-se 56 anos desde o golpe de 31
de março de 1964. O Brasil segue sendo o único país no mundo em que os
responsáveis pelos crimes praticados seguem impunes. Tudo graças a um acordo
entre as elites, que aprovou uma anistia manca em 1979, a qual colocou
torturadores e vítimas em um mesmo nível.
Isto tudo possibilitou, que um capitão,
expulso do Exército após tentar praticar um ato terrorista dentro do quartel,
fosse eleito presidente. Tudo graças à intervenção direta dos EUA, através da
Lava Jato, e que insiste em aplicar a Doutrina Monroe na região, com o programa
ultraliberal em implantação desde a queda de Dilma Rousseff.
O governo, herdeiro de 1964, lacaio do
imperialismo e executivo do capital internacional, sustenta-se com mentiras,
ameaças e entregando o patrimônio nacional e desmontando a rede de políticas
sociais para servir ao grande capital, que vive uma de suas mais agudas crises
da história.
Ao mesmo tempo, observa-se, que há
resistência em ir às ruas para desalojar o governo do miliciano fascista.
Certos setores afirmam que se deve respeitar a eleição; outros, fortalecem
lutas específicas, sem levar a frente a bandeira para desalojar o capitão e sua
corja de traidores. Infelizmente esta luta necessária não tem unificado a
esquerda e outros setores populares.
A cegueira é parceira do oportunismo,
que muitas vezes anda de mãos dadas com a traição, justificando a necessidade
de evitar a radicalização. Se o desemprego, a miséria, a violência, as mentiras
e o desmonte do Brasil avançam de maneira veloz, cruel e sádica, como não ir
para o enfrentamento com um governo tão vil, criminoso e sádico?
Em março muitos setores realizaram
lutas, importantes, vitoriosas e representativas. Entretanto, no próximo dia 31
de março, data de triste lembrança do golpe, que tem como um de seus símbolos o
assassino Brilhante Ustra, herói de Bolsonaro, torna-se uma obrigação ir às
ruas e dar um basta a estes criminosos e traidores do Brasil. Deixar no
esquecimento os crimes praticados pelos golpistas de 1964, não exigir a queda
desse governo - que é resultado de uma fraude, uma intervenção pensada e
organizada pelos EUA -, significa se acovardar neste importante momento
histórico.
Pedro Cesar Batista - DF
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