Peru: trabalhadores em luta
No último dia 22 de dezembro os trabalhadores rurais peruanos, organizaram poderosa mobilização para exigir do Congresso Nacional do país uma nova constituição trabalhista, que garanta direitos econômicos e sociais essenciais. Centenas de trabalhadores bloquearam os principais trechos da rodovia Pan-americana do Peru em massiva mobilização, que de fato assustou a burguesia semicolonial do país.
Os trabalhadores organizaram verdadeiras barricadas queimando pneus, se armando com paus e pedras como forma de reagir à selvagem repressão policial mobilizada. Viaturas foram incendiadas, veículos oficiais do Estado foram apedrejados e diversos trabalhadores feridos pelas forças de choque da polícia. Historicamente a repressão policial sempre foi o principal recurso utilizado pelos capitalistas no Peru contra as massas exploradas, devido às explosivas contradições sociais que tomam conta do país, expressão do caráter dependente e subdesenvolvido do país.
Os protestos cresceram depois que o Congresso não aprovou as novas leis exigidas pelos trabalhadores desde o início de dezembro. De acordo com matéria do site de notícias Uol: " ‘Quinze dias se passaram e o Congresso nada fez para resolver nossas reivindicações’, criticou a jornalistas Paulina Velásquez, secretária-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores da Agroindústria (Fentagro)”. (Uol, 22-12-2020).
Os trabalhadores exigem da indústria agroexportadora que aumente para 18 dólares o dia de trabalho, que atualmente é 11 dólares, o que estabelece um novo regime laboral, recrudescendo a luta de classes no país. Com a sabotagem por parte do Congresso à demanda popular, os trabalhadores se levantam massivamente.
De fato, o que ocorre no Peru é parte do acirramento das lutas populares que tem se agigantado em toda a América latina; recentemente os povos de Bolívia (que derrotaram o golpe de Estado da extrema direita), Chile, Equador, Paraguai, Argentina, Haiti, etc., tem protagonizado importantes levantes populares contra as políticas econômicas neoliberais, que na prática vem empobrecendo nossos países e desintegrado gravemente o tecido social no continente. O avanço da crise estrutural do capitalismo potencializa as já graves contradições políticas e sociais.
Na atual quadra da sociedade burguesa tardia, as mais elementares
demandas das massas tornam-se revolucionárias, sobretudo no capitalismo dependente, voltado estruturalmente para a produção do superlucro em benefício do capital estrangeiro e da burguesia nativa, aprofundando como consequência a superexploração sobre os trabalhadores.
Os povos trabalhadores de nosso continente precisam cobrir de solidariedade militante a luta dos companheiros peruanos. A vitória dos camaradas peruanos pode sem dúvida, fortalecer a auto-confiança da classe e servir como exemplo a todo operariado e campesinato em luta contra as burguesias dependentes e o imperialismo na região.
A Frente Revolucionária dos Trabalhadores desde o Brasil, se põe incondicionalmente na mesma trincheira da batalha dos camaradas.
Frente Revolucionária dos Trabalhadores
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O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho