Tarefas do momento
Os povos colombianos e peruanos, cada um a seu modo, avançam em suas lutas. Na Colômbia, o Paro Nacional, mobiliza há mais de um mês trabalhadores, juventude, mulheres e a população em todo o país, que sofre os ataques de forças paramilitares e militares orientadas pelo narcogoverno de Iván Duque/Uribe, que já deixou mais de 60 mortos, encarcerou e feriu milhares, com a OEA e a grande imprensa totalmente caladas. No Peru, a candidatura de Pedro Castillo provocou uma unidade de todas as forças reacionárias, das elites serviçais ao imperialismo, Vargas Llosa assumiu o papel de porta voz da burguesia peruana e imperial, para tentar impedir a importante vitória eleitoral do professor, que sintetiza a resistência histórica dos povos latinos, andinos e caribenhos.
No Brasil, verificamos dentro das forças de esquerda e progressistas um debate em que se confrontam duas posições: i) ir às ruas, enfrentar a pandemia e colocar para fora o miliciano fascista, herdeiro da ditadura e defensor do nazismo imediatamente ou ii) não realizar grandes manifestações, apenas atos simbólicos, reforçar as denúncias contra os crimes do presidente genocida e criar as condições para vencer a eleição em 2022. Duas posições que se conflitam. Uma chama para o enfrentamento, mesmo com pandemia, outra, aposta as fichas na eleição do próximo ano. Apesar de terem o mesmo objetivo, diante da força da direita, com os militares e reacionários dirigindo o país, as duas posições se tornam bastante contraditórias.
A burguesia a serviço do imperialismo na América Latina e Caribe nunca deixou de praticar seus crimes. São séculos de violência, sustentada a partir da propagação de um irracionalismo que falseia a história, aliena a população, garante roubos, controla a mídia, governos e Estados. Forma os oficiais das FFAA, magistrados e financia parlamentares, golpes e a ação de traidores contra seus povos. Os EUA nunca deixaram de agir contra a soberania e autodeterminação dos povos, desde a implantação da Doutrina Monroe, ao executar a máxima de “A América para os americanos”, com assassinatos de lideranças e extermínio massivo contra os povos latino-caribenhos.
O Brasil, país mais populoso e com maior território na região, faz com que as forças de esquerda e populares tenham uma responsabilidade maior na luta contra essa situação. Os EUA mantem o bloqueio contra Cuba e Venezuela, sabotam a Nicarágua, sustentam e apoiam governos assassinos na Colômbia, Brasil, Haiti, Honduras, Guatemala; governos que agem como lacaios e serviçais do império.
Por isso, neste momento, acomodar-se em torno de disputas institucionais acaba fazendo o que a direita deseja, neste campo a reação controla as leis, as armas e tem o capital. As ruas sempre foram o local de conquistas e vitórias da classe trabalhadora contra o opressor e o sistema. As disputas institucionais devem ser o resultado das lutas objetivas, assim como tem sido pelos povos colombianos, boliviano (que derrotou os golpistas), os haitianos e tantos outros, que, mesmo durante a pandemia da covid-19, não se deixaram acomodar, intimidar e não desistiram de fazer o enfrentamento histórico entre as classes trabalhadoras e a burguesia.
Cabe aos setores que se propõe fazer o combate em nome dos oprimidos e explorados forjar a unidade, organização e mobilização necessárias para derrotar a burguesia e o imperialismo, fortalecer a defesa da soberania e a dignidade da classe trabalhadora e dos povos. Fazer avançar a luta da classe trabalhadora, criar as condições subjetivas para dar um basta ao governo genocida que dirige o Brasil, exigir a responsabilização jurídica do miliciano que ocupa a Presidência da República, virar esta triste página da história. Esperar 2022 é permitir que os crimes e a matança sigam, colocando em risco o futuro, inclusive o institucional nos marcos do sistema democrático burguês. A ilusão de classe é uma tática poderosa dos exploradores para manter a classe trabalhadora iludida, dispersa e sem a coragem necessária.
Adelante, gracias Pedro!!! Venceremos !!!!
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