segunda-feira, 25 de abril de 2022

A SITUAÇÃO DOS METALÚRGICOS VENEZUELANOS * Osvaldo Leon / Venezuela

 A SITUAÇÃO DOS METALÚRGICOS VENEZUELANOS

Osvaldo León - maraco1956@yahoo.com

(Para os camaradas da Frente Revolucionária dos Trabalhadores / Brasil.)


A classe trabalhadora do SIDOR assume uma greve contra as políticas de desvalorização salarial.


É necessário fazer um breve e histórico panorama do processo bolivariano (revolução bolivariana para muitos), nosso processo, que parte das lutas pela nossa independência como nação, passando pelas diversas guerras internas, incluindo a guerra federal (guerra de classes) liderada pelo general de homens livres Ezequiel Zamora, bem como assim como as lutas dos séculos passados, o século da formação dos sindicatos e das grandes lutas, juntamente com a luta armada travada por setores revolucionários nas décadas de 60, 70, 80 e 90.


NuestraAmerica, nas décadas de 80 e 90 , houve uma insurreição popular chamada rebelião *Caracazo* de um povo cansado de carregar a crise do capital nos ombros.

Daí surge o levante militar de Chávez que encarna todas essas décadas de luta e resistência.


Com a vitória do chavismo, aprofunda-se o confronto direto contra o imperialismo norte-americano, com ele vêm sanções e agressões, que se manifestaram nas ruas com marchas e greves patronais, o governo Chávez aprofunda a luta de classes, mobiliza a classe trabalhadora e outros setores explorados contra o imperialismo, Fedecamaras e uma classe média reacionária que administrava o Estado e as diversas indústrias estratégicas e básicas do país.


Houve grandes momentos nas ruas: com grandes vitórias populares, a nova Constituição Bolivariana aprovada por eleições com vitória esmagadora, a derrota da greve patronal da FEDECAMARAS e da meritocracia petrolífera pelos trabalhadores da PDVSA, assim como a vitória popular contra o Estado golpista a Chávez, que o traz de volta ao poder. Golpe liderado pelo imperialismo e executado por um grupo de generais fascistas, a direção da igreja, FEDECAMARAS e o velho sindicalismo adeco-copeyano agrupado no CTV.


Após o assassinato de Chávez, o imperialismo aprofunda seus ataques, tanto em ações militares internas quanto com a tentativa de assassinato contra o presidente Nicolás Maduro, aprofundando as sanções e decretando um bloqueio criminoso que, junto com os patrões da Fedecamaras, gera escassez de suprimentos. gerando assim longas filas para buscar o descontentamento popular.


Nesse quadro histórico, a classe trabalhadora desempenha um papel de liderança, mobiliza, enfrenta as guarimbas (táticas de guerra urbana que a direita alimentou para criar uma guerra civil), com as quais a classe consegue integrar um novo centro operário e o governo Chávez. ele reconhece suas conquistas salariais, tornando-se parte do Direito do Trabalho.


Com o bloqueio e as sanções, um setor reformista e social-democrata busca uma saída em aliança com a burguesia, com ela e seus partidos há diversos diálogos, chegando a acordos que prejudicam os interesses da classe trabalhadora e de outros setores explorados, a partir daí emitem um conjunto de políticas e leis que dão uma guinada ao processo político revolucionário, tais como:

- Politicamente.

Eleições com partidos e candidatos com julgamento por corrupção e participação em guarimbas.

- Devolução de empresas e terras nacionalizadas pelo governo Chávez.

Legalmente:

 - São aprovadas leis a favor do capital, tais como:

1) Lei dos Conselhos Produtivos de Trabalhadores (CPTT), esta lei surge em tempos de paralisações e desabastecimento de produtos, esta lei permite o uso do conhecimento dos trabalhadores para inovação em processos de produção privados, uma lei com muitas brechas.

2) Direito do investimento privado.

3) Lei antibloqueio que permite a privatização de empresas estatais ou intervenção de capital em alguns processos.

4) Lei dos Empreendedores, feita basicamente para as novas empresas de manutenção, serviço e venda de insumos e matérias-primas para as maquiladoras, visto tudo isso a partir do emprego precário.

que elimina grande parte de nossos ganhos salariais, legais e contratuais (elimina contratos coletivos, fluxograma de cálculo de salários, tabulações, tabelas etc.)

2.792Comida.

7) Em discussão lei de zonas especiais (ZEE).

Todas essas leis e políticas foram propostas não pelos militares de direita que estão dentro do governo, não, todas essas leis e decretos vêm de grupos de pessoas de uma esquerda reformista que buscam, com alianças com a burguesia, um processo de " libertação" em etapas. "e um socialismo que só eles conhecem, uma esquerda vacilante que vive de privilégios e posições, tanto dentro do governo como no sindicato dos trabalhadores.


No mês de março, Nicolás aumenta o salário mínimo nacional de 3 dólares para 30 dólares, fato que criou grandes expectativas entre os trabalhadores do país, esse aumento serviu para que os técnicos do governo terminassem de eliminar todos os ganhos salariais (o pouco que foi esquerda do salário normal), desvalorizando completamente o salário, essa ação política foi amplamente comemorada pelos bancos que multiplicaram seus capitais porque o estado incorpora US$ 80 milhões semanais para "estabilizar o Bolívar em relação ao valor do dólar.


 Tudo isso é comemorado também pela Fedecamaras, (a burguesia do agronegócio e importadora que multiplicam seus lucros) tanto que o meio digital bancário (Banking and Business) sai imediatamente apoiando a desvalorização dos salários, tudo isso faz parte dos acordos de diálogo entre governo e a oposição nas mesas de trabalho do México. Nesta situação os trabalhadores de setor têm dois conflitos:

1) para manter os ganhos salariais e respeito aos seus contratos coletivos, além de enfrentar demissões e repressão por parte de órgãos policiais.

2) enfrentar a aposentadoria antecipada, política promovida tanto pelo CVG quanto pelas empresas, desmantelando o maior sindicato do continente (mais de 16.000 associados).


Com a desvalorização do salário, busca-se tornar as empresas básicas e estratégicas atrativas para o capital transnacional, empresas como a Siderúrgica del Orinoco (SIDOR) com mais de 60 anos de experiência e conhecimento acumulado, tendo o menor salário de todas as siderúrgicas no mundo com trabalhadores altamente especializados, ou do setor de alumínio, também com mais de 60 anos de experiência e com uma classe trabalhadora especializada e com os salários mais baixos do setor em todo o mundo. O mesmo acontece com trabalhadores e professores do setor universitário, onde o contrato coletivo assinado no ano passado é desconhecido e todos os seus benefícios salariais são reduzidos.


É nesse quadro que se inscrevem as lutas do movimento operário revolucionário, bolivariano e chavista, como parte da resistência contra as correntes neoliberais e reformistas do governo.

Nós, trabalhadores, não podemos continuar a pagar pela crise do capital.

Nem capitalistas nem burocratas todo o poder para os trabalhadores.

Não à desvalorização salarial.

Não à reforma antecipada.

Até à vitória, sempre.


Osvaldo León (Rojo) militante do Coletivo de Controle Operário de Alcasa.

Guiana / Venezuela

*
MAIS INFORMES DA SIDOR

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O capitalismo está podre. Todos sabemos disso. Mas ele não cai sozinho