quinta-feira, 2 de junho de 2022

Proibido Esquecer Rosa Fonseca * Frente Revolucionária dos Trabalhadores / FRT

PROIBIDO ESQUECER ROSA FONSECA

 A ROSA

Haroldo Barbosa . CE 

*

Ontem, 1º/6/22, estive no velório da Rosa. Muita emoção, reencontro com antigos camaradas de militância e a dor compartilhada.


ROSA FONSECA

Estou cada vez mais mais convencido que as redes sociais servem ao projeto da destruição e barbárie em curso (capitalismo) e que não há tecnologias neutras. Como dizia o Assange, encarcerado até hoje por ter feito seu trabalho como jornalista, “ a internet é uma ameaça à civilização humana”. 


Mesmo sabedor de tudo isso, vou usar este espaço para mais uma vez lembrar da Rosa.  Lembranças que não vou ordenar. Não vou revisar. O texto pode sair truncado, até equivocado. Mas hoje é o que eu quero compartilhar.


Me apaixonei pela Rosa desde a primeira vez que a vi. Não pessoalmente, mas em um cartaz de sua campanha eleitoral pelo PT, ainda em 1986. Pelo que lembro, as fotos dos outros candidatos eram as típicas fotos de “santinhos” de campanha. A da Rosa é essa da postagem, ou uma similar. Ela era diferente.


Quem veio de uma geração, que como eu, cresceu à sombra da ditadura, e que, ainda jovem se revoltou contra as injustiças do mundo, tinha e tem na Rosa uma referência imensa. 

Seu nome consta no livro Brasil Nunca Mais, que li antes de conhecê-la. Sendo torturada, mostraram a outro militante o que ela passava para aterrorizá-lo. Pra mim e pra muitos dessa geração, ela era quase uma lenda. 


Era a mulher de muita coragem, que ainda bem jovem, desafiou em um programa de televisão o ministro e esbirro da ditadura, Jarbas Passarinho. Por isso amargou cadeia e tortura.


Com a militância, iniciando aí por volta de 88 ou 89, a fui conhecendo melhor.

Cinco horas da manhã, de um dia qualquer nesse período, anuncia o Paulo Oliveira (porta-voz não só do Sistema Verdes Mares): Rosa Fonseca foi presa na porta da Esmaltec. Mais um dia comum.


Mas a Rosa não era só a militante. Era a professora, que mesmo em campanha eleitoral, e com um ativismo que não conhecia horário nem local, teimava em não deixar de dar aulas aos “bichinhos”, (seus alunos em uma escola municipal, se não me engano, a Estado de Alagoas, no Pirambu).


Era uma das poucas ativistas, se não a única, do grupo que hoje é o Crítica Radical,  que tocava violão. Sabia dedilhar “aquela” (forma como pedíamos) e “aquela outra”. Aquela, era “Ponta do Lápis”, do Rodger Rogério. Aquela outra, eu não recordo.


Como me lembrou ontem, durante uma conversa no velório, o Zé Maria Tabosa (e hoje o Érico Firmo em sua coluna), ela não aparece na foto oficial da posse de seu único mandato como vereadora. Pouco antes da hora solene da foto, ela abandonou a sessão para se juntar à luta de uma comunidade que estava sendo despejada pela PM.


Era a quixadaense, que em meio a reuniões de análise da conjuntura, usava frases como “as coisas estão embiocando”. Risadas e perplexidade. Era dona de um riso contagiante.


Era a estudiosa, se não me engano, mestra na área da educação, e que ainda nos anos 90, juntamente com a diretoria do Sindiute, promoveu um Encontro/Congresso com educadores e estudantes para debater sobre os efeitos nefastos do neoliberalismo que já se anunciava ainda de forma tênue.


Era a figura alegre e boêmia, quando o tempo dedicado à militância a deixava ser. Adorava uma caipirinha. Lembro de uma caminhada em comum com o Jonas Pinheiro e o professor Vicente, de madrugada, pelas ruas do Rio de Janeiro, cantando um samba do Assis Valente (Camisa listrada). Tempo de congresso da CNTE.


Tinha uma imensa paciência (em determinadas circunstâncias). Certa vez intermediei uma “entrevista” dela com umas jovens estudantes de um colégio de freiras daqui de Fortaleza. Era para um trabalho escolar, uma gincana. A mais sem noção, fez a primeira pergunta: é verdade que cortaram os bicos dos seus seios durante a tortura? A resposta começou com uma sonora gargalhada.


Era a pessoa conhecida por todos e em todos os lugares desta Fortaleza. Em 2019, participei de uma caminhada de protesto alusiva ao caso de Juan Santos. Juan tinha 14 anos e foi morto por um disparo de um PM quando festejava com amigos em uma praça de Fortaleza. Lá estava o Crítica Radical com seu carro de som. De repente, duas senhoras (acho que a mãe e a avó do garoto), se aproximam chorando, se abraçam com a Rosa, e assim seguem até ao final da passeata.


Era a ativista que não media o tamanho dos desafios. Que não se vergou ao capitalismo e que viu na ruptura e na crítica radical a saída para a crise e a emancipação humana. Que desde que a conheci, sempre teve muito carinho e cuidado com sua família. E sua família ia muito além dos parentes consanguíneos. Era a irmã da Célia Zanneti, do Jorge Paiva, da Maria Luíza. De muitas e muitos de nós.


Em um poema, o Mário de Andrade disse que era trezentos e cinquenta. A Rosa, talvez mais. Não havia só uma Rosa. Ela era muitas. Segue sendo. Lembro aqui um trecho da Canção do Tamoio, que era uma de suas citações prediletas:

“Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida:

Viver é lutar.

A vida é combate,

Que os fracos abate,

Que os fortes, os bravos

Só pode exaltar.”

Rosa Fonseca, presente! Hoje e sempre!

HOJE ESTAMOS MENOS DO QUE ONTEM
Esse primeiro de junho
De dois mil e vinte e dois
Houve um divisor de águas
Há um antes e um depois.
Na terra da qual viemos
Houve uma triste incidência
Da nossa querida Rosa
Sentimos a triste ausência
Terra da qual somos feitos,
Que nos ensina a brotar
Ensina a nos auto-prover
Ensina a nos emancipar
Dar-nos a capacidade
No estágio da florescência,
De encontrarmos o sentido
Para esta nossa existência
Pra que na realidade
Façamos a diferença
Pensando aquilo que faz
Fazendo aquilo que pensa
Como embelezou o mundo
Uma flor muito cheirosa
Exalando suas essências
Com o perfume de Rosa
Rosa de passagem efêmera
Em tudo que fez foi feliz
Fez seu retorno pra terra
Nossa mãe nossa matriz
Oh! Querida companheira
Rosa Fonseca presente
Tarefas muito importantes
Cumpriste rapidamente,
Tarefas emancipatorias
Que a ti foram confiadas
Cumprisse ainda deixando
As nossas encaminhadas
A nós que aqu'inda estamos
É cumprir o combinado
Até o final dos tempos
O que está designado.
Agradecemos-te Rosa
Pela sua grande ajuda
Pra cumprimos nossa parte
Pra ver se esse mundo muda
Desde esta fase carnal
Até outra evoluída
As da bem aventuranças
Para o Critica e o Ciclovida

MANOEL INÁCIO NASCIMENTO - CE


Hoje,
uma Rosa atirou-se no vento,
rumo à imensidão dos céus
uma flecha vermelha
facho de luz em brasa
que foi se juntar às estrelas.
Uma Rosa que fez tanto e com tanto fervor
quando caminhava entre nós,
que jamais será possível arrancá-la
aos nossos corações.
E sempre que se entoar,
em qualquer parte do mundo,
um canto de liberdade
quando um grito corajoso se ouvir
contra a opressão
qando a tenra poesia gritar ao tempo da história
uma utopia
na voz de uma criança...
Será Ela, a nossa Rosa, sempre!
que se manifesta
em sua humanidade
em sua humildade
em sua coragem.

EPITÁCIO MACÁRIO - CE
PERFIL BIOGRÁFICO

O adeus a Rosa da Fonsêca: história de uma resistente


| Ceará | Professora e ex-vereadora, Rosa da Fonsêca morreu ontem, em Fortaleza. Rosa foi personagem central na luta pela anistia e resistência à ditadura


Henrique Araújo


Quando completou 60 anos, ainda em 2009, Rosa da Fonsêca preparou uma festa aberta ao público, numa mistura de celebração e ato político. Mais de uma década depois, Rosa se despede, após falecer em decorrência de câncer no ovário.


O velório na Funerária Ethernus, das 8h às 15h, será liberado a quem queira participar da cerimônia, como talvez Rosa desejasse. O sepultamento está previsto para as 16 horas, no cemitério Parque da Paz.


Aos 73 anos, a militante, ex-vereadora e professora da rede municipal de Fortaleza enfrentava a doença havia alguns anos. Internada no Hospital São Carlos, mantinha-se firme na esperança de dobrar a enfermidade, como tinha feito com outros obstáculos que lhe atravessaram a vida. E não foram poucos.


Fundadora do grupo Crítica Radical, Rosa foi presa pela ditadura militar brasileira em 1971, aos 22 anos. Então estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ligada à organização Ação Popular, dava ali os primeiros passos numa trajetória de resistência contra o arbítrio, exercendo papel central na luta pela anistia e pela organização de movimentos de mulheres e de categorias no Ceará.


De lá para cá, foi vereadora e exerceu cargos de direção em entidades sindicais, mas se notabilizou mesmo como uma ativista incansável e ferrenha adepta de uma concepção emancipatória da vida e do exercício da política.


Fora da vida institucional, e ao lado dos amigos Jorge Paiva, Célia Zanetti e Maria Luiza Fontenele, companheiros de todas as horas, criou uma comunidade rural a partir da qual pretendia lançar as bases de uma nova sociabilidade, avessa ao regime do capital e em cujo horizonte fosse possível uma alternativa ao modelo hegemônico, que, de acordo com ela, levaria o planeta ao colapso.


Nessa trincheira, abdicou de si em favor da causa, como no aniversário de 60 anos, quando dispensou presentes e pediu àqueles que tinham a intenção de homenageá-la para, se possível, contribuir de alguma maneira a fim de que o Crítica Radical pudesse ter sustentabilidade financeira.


Assim foi Rosa Maria Ferreira da Fonsêca, nascida em 24 de abril de 1949, em Quixadá, filha do português Manoel Rodrigues Fonsêca com a cearense Maria Rocilda, irmã de oito - seis mulheres e dois homens -, amiga de tantos e sempre disposta a se perfilar ao lado dos mais vulneráveis.


Autor do perfil biográfico de Rosa, publicado em 2017 pelas Edições Demócrito Rocha, o jornalista e editor do O POVO Érico Firmo escreve que, "mesmo os maiores desafetos hão de reconhecer nela alguém que sempre se moveu por profunda convicção no que acredita, sem jamais colocar ambições pessoais à frente".


"Esse desapego e a falta de ambições pessoais de Rosa", acrescentou, "aliados à entrega às causas e convicções, não têm paralelo na política do Ceará".


Durante essa quarta-feira, 1º de junho, esse reconhecimento se expressou em palavras manifestadas por políticos dos mais variados campos do espectro ideológico.


Governadora do Estado, Izolda Cela (PDT) lamentou a perda. "Mulher de luta, foi representante de movimentos sindicais e sempre guiou sua atuação pela igualdade dos direitos aos mais necessitados. Além disso, desafiou a Ditadura Militar com muita bravura", escreveu.


Ex-titular do Abolição, Camilo Santana (PT) registrou "imenso pesar com a notícia da morte de Rosa da Fonseca", enfatizando que a ativista e professora "foi exemplo de luta e resistência, tendo enfrentado, com sua coragem, a Ditadura Militar, período mais difícil do nosso Brasil".


Deputado federal pelo PT, José Guimarães afirmou que o "falecimento de Rosa enche meu coração de tristeza" e que "a ex-vereadora foi uma guerreira" que dedicou a vida "à luta por justiça social e esteve na linha de frente contra a ditadura", deixando um legado "inscrito nos anais da história revolucionária do Ceará".


Já o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), reconheceu que "a história de vida de Rosa da Fonsêca tem como sinônimo um permanente compromisso com a defesa do seu povo" e que a militante foi "uma mulher de fibra que desafiou regimes ditatoriais e que soube, como poucos, fazer da luta política um sacerdócio de muita fé".


Também deputado federal, Capitão Wagner (União Brasil) lembrou de haver tido "a honra e bela experiência de conviver com Rosa da Fonseca", com quem, "independente de posições políticas", sempre teve boa relação, "a ponto de eu ganhar um apartamento em rifa promovida por ela". Em seguida, desejou conforto espiritual aos familiares de Rosa.


No ensaio biográfico que assino sobre Rosa da Fonsêca para a coleção Terra Bárbara, pelas Edições Demócrito Rocha, escrevi que dificilmente alguém na história política do Ceará fez tanto barulho com tão pouca atuação institucional. Quando falamos de Rosa, mencionamos "a ex-vereadora". Só ex-vereadora?


Sim, é comum colegas jornalistas perguntarem sobre outros cargos. Não foi deputada? Não. Foi presidente da CUT Ceará, mas definitivamente o tamanho de Rosa não cabe nos cargos que ela ocupou. Ela não gostava de instituições — é emancipadora. O papel que ela tem não é por causa desse ou daquele cargo.


Tanto que, nesse solitário mandato, ela não está na foto oficial da posse. Porque, durante a solenidade, soube que uma comunidade estava sendo expulsa das moradias e abandonou a sessão para ir até o local.


Sem mandato, em 10 de janeiro de 1988 O POVO a descrevia: "A mulher mais polêmica do Ceará". Foi das mais incômodas opositoras de Juraci Magalhães, de Ciro Gomes.


Sobre Tasso Jereissati, O POVO também citava naquele mesmo 10 de janeiro: "A simples alusão a seu nome é capaz de desconcertar o governador Tasso Jereissati".


Rompeu com o PCdoB e foi expulsa do PT. Atuou contra a ditadura militar e queria fazer parte da luta armada. Como não tinha aptidão para pegar em armas, decidiu cursar enfermagem — desistiu ao chegar às aulas práticas, da anatomia, e ver que aquilo não era para ela.


Estava na organização da luta pela anistia, até a ocupação do Cocó, em 2013, quando deu dores de cabeça a Cid Gomes. Ela coordenou o primeiro protesto do "Fora, Collor", em Juazeiro do Norte, que fez o ex-presidente dizer que tinha "aquilo roxo". Rosa fez isso e muito mais.


Mesmo os maiores desafetos hão de reconhecer nela alguém que sempre se moveu por profunda convicção no que acredita, sem jamais colocar ambições pessoais à frente. Mostra foi dada quando ela pediu demissão do cargo de auditora fiscal concursada da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) para ser professora da rede pública de Fortaleza. Era assim, como professora, que Rosa era identificada, mais que como ex-vereadora.


Esse desapego e a falta de ambições pessoais de Rosa, aliados à entrega às causa e convicções, não têm paralelo na política do Ceará. (Érico Firmo)


Pois Rosa, fica agradecido o exemplo deixado por aqui. E não é porque você se foi que, de uma hora para outra, virou a melhor pessoa do mundo. Não. Somos dores e delícias. Ainda bem, escrevemos muito sobre seus sonhos e coletivos e protestos. Podíamos até resistir, porque nunca chegamos perto de sua radicalidade generosa para mudar o mundo, mas reportamos. Eu, Regina Ribeiro, Érico Firmo, Guálter George, Erivaldo Carvalho, Felipe Araújo e outros jornalistas do O POVO.


Por derradeiro, esperei encontrar você no dia dos 73 anos de vossa existência necessária, há umas três semanas. Não rolou, claro, porque você estava meio passarinho por causa da saúde mexida.


Pena que não nos encontraremos mais por aqui nem nesse tal "paraíso", deixei de acreditar em homens e mulheres que só perpetuam a história dos "vencedores" e ainda apoiam políticos bárbaros.


Mas olhe, tenho uma satisfação desmedida de ter tido a chance de tentar aprender com a senhora. Discurso e prática. Você foi coerente na doçura e na porrada.


Lembro da ocupação do Cocó e você diante de Cid Gomes (PDT), governador da época. Foi dialógica até onde o proselitismo rompeu o aceitável. Era apenas o corte de castanholeiras, espécies exóticas e invasoras. Porém, o fundamento radical era conseguir legalizar o Parque e expandir a consciência sobre a necessidade de uma árvore, também, ter direito à Cidade.


Há outras histórias sobre você, muitas. A melhor delas, foi a senhora ter continuado a ser a Rosa. (Demitri Túlio)


Em maio de 2017, Rosa da Fonsêca teve sua biografia lançada pela editora Demócrito Rocha, dentro da Coleção Terra Bárbara.


A obra foi escrita pelo jornalista Érico Firmo, editor-executivo do núcleo de Política do O POVO. 


"O livro é, na essência, uma reportagem. A partir da Rosa, mas que acaba indo além dela. Impossível falar da Rosa sem falar da ditadura, da anistia, da reorganização dos partidos, dos sindicatos, da CUT. Dos primórdios das organizações de mulheres no Ceará. Dos governos aos quais se opôs, de Tasso Jereissati, Ciro Gomes e tantos outros. E impossível não falar de seu grupo, não falar de Maria Luiza, de Jorge Paiva, do Crítica Radical", explicou Firmo à época. 


A Coleção Terra Bárbara, publicação das Edições Demócrito Rocha, coloca nas prateleiras os perfis biográficos de personalidades locais.


Já foram biografadas figuras como Moacir Lopes, Fausto Nilo, Chico Anysio, Dona Mocinha, Mário Gomes e Ednardo.


O intuito é destrinchar aspectos menos conhecidos da vida de personagens que nasceram ou escolheram o Estado como casa. A coleção surgiu no início dos anos 2000 e, a cada ano, tem novos títulos lançados.


Érico Firmo diz ter empregado esforços para fazer um livro "honesto e verdadeiro sobre quem é a Rosa".


Além disso, a publicação expressa as polêmicas que marcam a existência da biografada.


"Os confrontos são a tônica de sua trajetória e entendo que não seria verdadeiro abordar a história dela sem trazer esses embates e as contradições nas quais se envolveu e se envolve", aponta Firmo. (Carlos Holanda e Demitri Túlio)


https://mais.opovo.com.br/jornal/politica/2022/06/10247594-o-adeus-a-rosa-da-fonseca-historia-de-uma-resistente.html 

MAIS ROSA FONSECA
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COLABOROU: RONALDO ROGÉRIO
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