sábado, 3 de setembro de 2022

FEMINISMO E O DEBATE PRESIDENCIAL NA BANDEIRANTES Heitor Silva . RJ

 FEMINISMO E O DEBATE PRESIDENCIAL NA BANDEIRANTES 

Heitor Silva . RJ


Vinhamos falando há muito tempo dos limites do feminismo e agora eles ficaram explícitos durante o debate dos candidatos a presidente na Bandeirantes. Antes que pedras sejam jogadas é preciso dizer que é necessário maior participação de mulheres na política, mas isso não basta!


Agora, temos quatro candidatos homens e duas mulheres, diante de uma gratuita ofensa a uma jornalista vociferada por Bolsonaro as duas saíram em defesa e muitas mulheres eleitoras devem ter sentido que ali estavam representadas; será?


Quem é Simone Tebet?


Simone Tebet contestou as urnas eletrônicas, ajudou Aécio a desestabilizar o país, apoiou a destituição de Dilma e foi uma das parlamentares que mais atacou os povos indígenas. Votou com o governo Bolsonaro em 86% das matérias apreciadas pelo Senado. É o bolsonarismo de saia!


Ela foi eleita senadora pelo Mato Grosso do Sul pela primeira vez em 2014 e faz parte da bancada ruralista. Filha do ex-senador Ramez Tebet, que a lançou na política. Seu principal projeto pede a suspensão das demarcações de terras indígenas e o pagamento de indenizações para fazendeiros invasores - por sinal, ela é dona de um latifúndio em Caarapó (MS), município conhecido pelos episódios de violência contra os indígenas, e é suspeita de ser uma dessas invasoras.


Ajudou a eleger o Bolsonaro e ainda faz parte de sua base de apoio, embora candidata. Votou a favor da PEC do Teto de Gastos, que impede o aumento dos gastos sociais por 20 anos, das Reformas Trabalhista e da Previdência e do orçamento secreto.


Quem é Soraya Thronicke?


 Quando saiu em defesa da jornalista atacada disse: “lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas”. A onça Soraya elegeu-se senadora pelo Mato Grosso do Sul com 373.712 votos nas eleições de 2018, seu slogan era "A senadora do Bolsonaro".  Seu posicionamento político é referido, por ela mesma, como uma base conservadora nos costumes e liberal na economia.


Eleita apoiou a defesa do porte de armas é uma autodeclarada defensora do direito à propriedade privada, de fevereiro de 2019 a 2021 foi presidenta da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e entrou em conflito com a líder indígena e ex-candidata à vice-presidência da República, Sônia Guajajara, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, com a temática de saúde indígena, quando a senadora discorreu sobre questões indígenas e direito a terras. Em sua pauta conservadora é contra o aborto e contra a liberação das drogas. 


No debate dos presidenciáveis na Bandeirantes em resposta à colunista do UOL Thaís Oyama, a senadora colocou em dúvida denúncias de vítimas de violência sexual ao questionar se “uma mulher não pode mentir” em um caso de estupro.


Se apresenta como conservadora e defensora da família, mas a origem de seu patrimônio é uma REDE DE MOTÉIS que ela administra junto com o marido. Conservador que faz fortuna com local de “saliências” é coisa digna de um Nelson Rodrigues!


Por fim uma observação sobre o feminismo, o debate da rede mostrou os limites ideológicos do feminismo: uma fração da direita neoliberal brasileira também é, hoje, feminista como nos EUA ou no Reino Unido. Temos que pensar sobre que feminismo queremos. Precisamos de muito mais mulheres na política, mas que representem as necessidades e desejos da classe trabalhadora; vejam ninguém fala em plano nacional de criação de creches ou de ensino integral que garante à mulher o direito de trabalhar fora do lar, ninguém fala em estratégias de redução do diferencial salarial das mulheres frente aos homens. 


MAIS MULHERES NA POLÍTICA COMPROMETIDAS COM AS CAUSAS REAIS QUE AFETAM A VIDA DA MULHER TRABALHADORA!

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