“REFORMAS” QUE NÃO SÃO REFORMAS
A sociedade brasileira carrega as marcas da brutal desigualdade. Diante do anseio difuso e da demanda permanente por reformas, até a elite econômica se disfarça de reformista. E faz isso com sucesso. Afinal, como ensinou Carlos Marx, aquele comunista, a ideologia dominante em qualquer sociedade será sempre a ideologia da classe dominante.
Faz tempo, décadas, que estamos calejados no convívio com esta retórica mentirosa. Nunca houve tantos reformistas na política brasileira. Até parece que só os trabalhadores assalariados e os excluídos de tudo repudiam as reformas. Estariam contentes com a situação dominante?
A “reforma” do Estado serviu para remover a estabilidade do servidor público, e a da Previdência - da qual a casta militar foi preservada - sacrificou a seguridade social. Estabilidade e seguridade, dimensões fundamentais da democracia moderna. A “reforma” Trabalhista destruiu direitos sociais e abriu espaço para as “terceirizações”, território onde prospera o trabalho análogo à escravidão.
Nada disso merece o nome de reforma. São restaurações do domínio oligárquico e patrimonialista que deixaram o país mais fragilizado e o povo mais pobre e desprotegido. O decantado Estado Mínimo só minimizou o que nele havia de conquistas sociais, para gáudio das fortalezas do poder privado.
Nos debates sobre a Reforma Tributária, estão ensaiando a mesma pantomima. Todos são a favor. Mas os editoriais da mídia grande não tocam na questão crucial: imposto progressivo. Sem reverter o processo de concentração patrimonial e de renda, que está na raiz da tragédia brasileira, essa será mais uma “reforma” entre aspas.
O problema da fome, da subalimentação da população de baixa renda, da melhoria dos salários, das condições de trabalho, da criação de empregos são questões de indiscutível atualidade no debate tributário. Não se trata mais de introduzir melhorias na agenda dominante, mas de questioná-la nos seus fundamentos. Basta de “reformas” que não são Reformas.
BOLSONARO LAVA DINHEIRO
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