GLAUBER FICA
A Perseguição a Glauber Braga e os Limites da Conciliação: Quando a Coerência se Torna Crime
Por Aurelio Fernandes O pedido de cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga não pode ser lido como um caso isolado ou meramente jurídico. Ele é, antes de tudo, um ato político com profundo significado. Trata-se de mais um episódio da perseguição sistemática a parlamentares que não se curvam às regras não escritas do jogo institucional brasileiro – aquelas que blindam os donos do poder e sufocam vozes dissidentes.
Glauber Braga se destacou nos últimos anos como uma das poucas figuras da esquerda parlamentar que mantém uma posição clara e combativa contra os interesses da direita e da extrema direita. Ele não mede palavras ao denunciar os esquemas, negociatas e acordões que permeiam o Congresso Nacional. E, mais do que isso, recusa-se a tratar o parlamento como uma vitrine de vaidades ou uma feira de conchavos.
Essa postura o tornou alvo preferencial de setores fascistas e do centrão fisiológico. Glauber incomoda porque denuncia. Porque expõe o que muitos preferem manter nas sombras. Sua atuação firme, especialmente nas comissões e nas votações mais sensíveis, mostra que ainda há espaço para coerência política dentro de uma instituição dominada por interesses privados.
O pedido de cassação contra ele se insere justamente nesse contexto. A justificativa oficial pode até usar a linguagem da moralidade e do decoro, mas o que está por trás é a tentativa de silenciar um parlamentar que rompe com o protocolo da conciliação. Glauber não "constrói pontes" com quem sabota os direitos do povo – ele denúncia. E isso, para a elite política brasileira, é inaceitável.
Mais do que criticar a direita, Glauber Braga tem apontado os limites da atual composição do governo Lula, centrada em uma lógica de conciliação de classes que historicamente se mostrou incapaz de promover transformações estruturais. A reedição do pacto social-democrata, em pleno colapso do neoliberalismo e sob pressão de uma extrema direita ativa, não passa de um paliativo frágil.
Essa crítica não é feita da oposição cínica, mas desde uma esquerda que entende a urgência do nosso tempo. Glauber representa um campo político que sabe que a mudança real não virá da negociação com os inimigos do povo, mas do enfrentamento organizado, enraizado nos movimentos populares, nos trabalhadores e na juventude combativa.
É por isso que sua presença no Congresso incomoda tanto. Porque ele atua como um vetor de radicalização democrática em um ambiente moldado para domesticar. Glauber Braga transforma a tribuna em trincheira, e isso não é figura de linguagem: é prática política. Sua coerência desmascara a hipocrisia dos discursos institucionais que, em nome da governabilidade, se ajoelham diante dos algozes da democracia.
Enquanto boa parte da esquerda se adapta aos limites impostos pelo sistema, Glauber insiste em ultrapassá-los. Ele entende que a política, para ser transformadora, precisa se reconectar com o povo e com seus interesses reais. E, nesse sentido, ele encarna uma ideia de política que vai além da gestão do possível: a política como "arte de tornar possível o impossível".
Essa concepção resgata a dimensão revolucionária da política. Não como utopia abstrata, mas como prática concreta de ruptura. Glauber sabe que nenhum direito foi conquistado por meio da conciliação com os opressores – todos vieram da luta. E sua atuação parlamentar reflete essa compreensão histórica.
O pedido de cassação, portanto, revela mais sobre os acusadores do que sobre o acusado. Mostra o medo das instituições diante de qualquer sopro de insubordinação real. Não é Glauber quem ameaça à democracia – é a tentativa de silenciá-lo que revela o quanto ela está fragilizada.
É preciso denunciar esse processo como parte de uma estratégia maior de contenção da esquerda combativa. O sistema tenta cooptar quem pode ser cooptado e destruir quem resiste. Glauber escolheu resistir, e paga o preço por isso. Mas sua voz segue ecoando porque ela fala verdades que muita gente sente, mas poucos têm coragem de dizer.
É também um teste para a esquerda institucional. Defender Glauber não é apenas defender um parlamentar – é defender o direito à divergência, à crítica, à construção de alternativas. É afirmar que a política não pode ser reduzida à gestão do que está posto, mas deve servir para imaginar e construir o que ainda não existe.
A cassação de Glauber seria uma vitória da ordem vigente. Uma ordem que naturaliza a fome, a miséria, a violência policial e o saque das riquezas nacionais. Ele incomoda porque rompe com essa naturalização e exige que a política cumpra seu papel transformador.
Sua coerência escancara a incoerência alheia. Por isso ele é perigoso para os que se escondem atrás da “governabilidade”. Glauber não aceita o discurso de que é preciso ceder tudo para avançar pouco. Ele aponta para outro caminho – um caminho de confronto, organização popular e luta de classes.
É esse caminho que assusta. Porque ele reacende a memória de que é possível fazer política com dignidade. Que é possível resistir sem vender a alma. E que é possível sonhar com um Brasil onde a política esteja a serviço da maioria, e não de meia dúzia de privilegiados.
A perseguição a Glauber deve ser entendida como um alerta. Se conseguem cassá-lo hoje, quem será o próximo? A criminalização da esquerda radical não começa com repressão de rua – começa com o cerco institucional, o isolamento político, o linchamento moral.
Por isso, é hora de unidade em torno da defesa de Glauber Braga. Não apenas por ele, mas pela prática política que ele representa. Uma política radical que recusa a conciliação com os exploradores e aposta na organização da classe trabalhadora como sujeito histórico da transformação.
Em tempos de crise ecológica, social e política, manter a ilusão da estabilidade é a verdadeira irresponsabilidade. Glauber joga luz sobre essa farsa e, por isso, querem apagá-lo. Mas ideias não se cassam. E a luta segue.
Sua trajetória mostra que ainda é possível fazer política com coragem, com ética e com propósito. E se é disso que têm medo, então é exatamente isso que precisamos fortalecer.
PROF WLADIMIR TADEU BAPTISTA SOARES
NITERÓI . RJ
GLAUBER BRAGA EM GREVE DE FOME
FAZENDAS DE ARTHUR LIRA
#GLAUBERFICA
ResponderExcluirREPRESENTANTE DO POVO BRASILEIRO DA CLASSE HONESTA E TRABALHADORA, PORTANTO, SOMOS GLAUBER, E ELE FICA