BERTA RIBEIRO VIVE E LUTA
Muita gente admira e enche a boca para elogiar Darcy Ribeiro. Ok, legal! Está certo. Mas é preciso conhecer e admirar também a mulher que, nesse caso, legitima plenamente o ditado segundo o qual “por trás de todo grande homem existe uma grande mulher”.
Berta Gleizer Ribeiro foi companheira de vida e obra de Darcy e contribuiu enormemente nas pesquisas dele. Etnóloga, antropóloga e museóloga, é lembrada como uma autoridade no estudo da cultura indígena brasileira. Não só estudava os indígenas, como fez de sua proteção um dos grandes objetivos de vida, lutando para que os direitos dos povos originários fossem mantidos. Romena, Berta veio fugida com a família para o Brasil por conta do crescente antissemitismo no Leste Europeu. Seu pai seria assassinado em um campo de concentração, e a mãe cometeria suicídio.
Em 1948, Berta e Darcy Ribeiro casam-se, vinculando suas vidas e trajetórias profissionais. Berta passa a acompanhar o marido às visitas de campo, conhecendo as tribos indígenas do Mato Grosso e, com base nessas expedições e na sua formação em Geografia e História, começa a especialização em etnologia indígena. Torna-se especialista no artesanato, arte e tecnologia dos povos nativos.
Quando Darcy Ribeiro foi preso durante a ditadura militar, foi Berta que agilizou sua soltura e depois o acompanhou no exílio. Mesmo depois de separados, Berta e Darcy continuaram trabalhando juntos e, paralelamente, desenvolvendo pesquisas individuais.
Berta Ribeiro foi grande colaboradora do Museu do Índio e do Museu Nacional, além de liderar a campanha pela demarcação das terras indígenas. Em 1995, dois anos antes de morrer, Berta recebeu do governo brasileiro a Ordem Nacional do Mérito Científico.
Uma mulher a ser celebrada e lembrada especialmente nesse momento em que um governo obtuso e nefasto ataca os direitos indígenas, o meio ambiente e a ciência. Viva Berta Ribeiro!
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