quarta-feira, 6 de julho de 2022

GALDINO PATAXÓ VIVE * Centro Socialista Primavera dos Povos de Ribeirão Preto-CSPP.RP/SP

GALDINO PATAXÓ VIVE

 Galdino Jesus dos Santos foi um indígena membro da etnia pataxó-hã-hã-hãe, nascido em 1952 na Bahia. Sua vida foi interrompida em 1997, aos 45 anos, quando foi vítima de um dos assassinatos mais brutais registrados e televisionados da história de nosso país. O fato aconteceu no dia 20 de abril na capital federal.

LUTE COMO UM INDÍGENA

Devido a um conflito fundiário com um fazendeiro da região em que moravam, no sul da Bahia, Galdino participava de uma comitiva de indígenas que foi à Brasília em 1997 para tentar afirmar o direito de proteger o território em que moravam. Quando Galdino voltou da reunião à noite não conseguiu entrar na pensão porque havia chegado depois do horário permitido para entrar.

Sendo obrigado a dormir na rua, abrigou-se num ponto de ônibus coberto. Após ter se instalado, cinco pessoas passaram pelo local, buscaram álcool em um posto de gasolina, voltaram, jogaram o líquido em Galdino e atearam fogo. Galdino teve diversas queimaduras pelo corpo e morreu horas depois em decorrência dos ferimentos.

MUNDO DAS CLASSES SOCIAIS

Os autores do crime foram presos e confessaram o ato e, não bastasse a atrocidade que haviam cometido, tentaram arrumar uma justificativa. Ao serem inquiridos sobre a razão de terem queimado Galdino, justificaram que aquilo era uma brincadeira e que acharam que seria engraçado. Além disso, complementaram que só atearam fogo no homem deitado porque pensaram que era um morador de rua dormindo. 

É bem difícil reunir tanto horror em somente um caso, mas para piorar, os quatro maiores de idade foram condenados a 14 anos de prisão, dos quais cumpriram menos da metade e saíram. Penalidade bem diferente da realidade da maioria dos presos de nosso país, que enfrentam a superlotação dos presídios, violência carcerária e falta de produtos básicos cotidianos. Os criminosos deste caso tinham até a chave de sua própria cela.

O outro assassino, menor de idade na época, não cumpriu sua pena em uma penitenciária convencional por causa da idade. E em 2016 conseguiu ingressar na Polícia Rodoviária Federal, recebendo em 2020 um cargo comissionado na corporação pelo governo de Jair Bolsonaro. Nele permaneceu 11 meses, antes de ser destituído.

ASSASSINOS DE GALDINO PATAXÓ

SÃO TUDO "GENTE DE BEM..."

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