sábado, 30 de março de 2024

1964 NUNCA MAIS * Frente Revolucionária dos Trabalhadores/FRT

1964 NUNCA MAIS
PELOTÃO DO GOLPE

CASA DE TORTURA

É isto que significou o 8 de Janeiro.

6 de janeiro de 2024
Orlando Calheiro*

Passado um ano da tentativa de golpe, o antropólogo Orlando Calheiros reflete sobre o que os terroristas realmente queriam.

Já faz um ano que assistimos à barbárie causada por apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília. Mas o que esses golpistas realmente desejavam?

Vou dizer algo contraintuitivo: não há nada historicamente excepcional no 8 de Janeiro. E compreendo seu estranhamento lendo isso e lembrando da quebradeira. Afinal, quando vimos algo semelhante?

Esse é nosso primeiro ponto crucial: o que assistimos no 8 de Janeiro foi “apenas” o aspecto mais superficial de um evento cujas raízes estão plantadas no centro da nossa ideia de nação. Apesar de toda a selvageria, não havia nada de novo ali.

Bolsonaro e seus apoiadores não representam um desvio sombrio na marcha civilizacional brasileira. Uma marcha que supostamente se reinicia com o fim da ditadura, se consolida com a eleição de Fernando Henrique Cardoso e atinge o seu ápice durante os primeiros governos Lula.

Tratá-los assim reforça as paixões que mobilizam os movimentos de extrema direita no país. Afinal, eles próprios se imaginam como uma resposta à suposta marcha progressista, tida como um projeto de destruição.

Quando olhamos para o contexto político que antecede o golpe de 1964 e para o que antecede o 8 de Janeiro, vemos que os movimentos conservadores se imaginavam como os últimos defensores de uma nação em declínio moral.

Houve nos dois momentos, também, uma campanha de terror promovida por veículos de comunicação (e hoje por meio das redes) sobre o que poderia acontecer se o que consideravam como “esquerda” continuasse no poder.

Não por coincidência, João Goulart foi deposto antes mesmo de poder implementar as reformas de base que prometiam revolucionar as estruturas sociais. “Prometiam”, pois Jango não tinha apoio político para implementá-las.

O apoio popular ao golpe de 1964 se constrói pelo medo do que imaginavam que ele poderia fazer, e não pelo que fazia. Afinal, os grupos políticos que se sentiam ameaçados estavam e permaneceram no poder.

Há algo semelhante no contexto que antecede o 8 de Janeiro. A despeito de bons avanços em algumas áreas cruciais, como a distribuição de renda e o acesso à saúde e à educação, a marcha que supostamente se reinicia com a redemocratização nunca foi capaz de cumprir as promessas de transformar o país em uma democracia.

Seguimos com dispositivos herdados da ditadura e do próprio período colonial, como a estrutura racista da sociedade e as questões fundiárias.

Não por acidente, alguns dos avanços desse período, como a citada melhora na distribuição de renda, acabaram sendo rapidamente fagocitados pela estrutura conservadora da sociedade brasileira, terminando por reforçá-la.

Digo isso mirando o posicionamento político de boa parte da classe média que se formou durante os primeiros anos do governo do PT, especialmente no Sul e no Sudeste.

Na política institucional, a situação é ainda pior. Grupos políticos conservadores e/ou oriundos da ditadura nunca estiveram longe do poder. Diria, inclusive, o contrário.

Os movimentos conservadores vêm aumentando consideravelmente a sua presença no Parlamento, tornando-se base de governos progressistas, como o próprio PT.

O golpe em 2016 é um sintoma desse movimento: a forma como o impeachment de Dilma Rousseff é aprovado sem grande resistência, inclusive com o apoio de ministros do próprio governo, demonstra como o país jamais se libertou da ordem conservadora.

A  emergência do bolsonarismo e a eleição de Jair Bolsonaro são apenas uma consequência natural da permanência dessa estrutura. O 8 de Janeiro também.

Concebê-los como movimentos extraordinários seria uma postura negacionista, que ignora a permanência dessa estrutura e seu fortalecimento.

Isso porque a tal ordem que eles defendiam nunca esteve de fato ameaçada. Ela apenas cresce e se fortalece no país.

Até políticos e grupos que se consideram progressistas ou de esquerda defendem abertamente alguns de seus valores – especialmente em áreas como a segurança pública ou a defesa dos interesses do agronegócio.

A tal ameaça à “ordem” que mobilizou os golpistas do 8 de Janeiro não passa de uma realidade alternativa, um pânico moral alimentado constantemente pela propaganda de setores que se beneficiam dessa mesma ordem, como os militares.

Setores que nunca foram de fato ameaçados. Por isso, repito: o que os golpistas realmente desejavam? O Brasil de sempre.

E isso nos ensina que, enquanto não houver uma ruptura efetiva com essa “ordem”, uma política que busque fugir dessa lógica antiga que rege o Brasil, veremos outros 8 de Janeiro se repetindo.

FORA MILICO
GOLPISMO
OPERAÇÃO CONDOR
MOURÃO GOLPISTA
Nada contra a pessoa de Mourão, mas essa manifestação, por si só, exige a prisão preventiva em função da tentativa de justificar uma ação contra o STF.
O retorno de alguns militares ao poder no governo anterior, abriu esse horror político que presenciamos. O país precisa ser devolvido "de fato" à população civil. Infelizmente, a ditadura militar no Brasil não foi superada. 
BRAGA NETO 08/01/2023
Aos Generais Golpistas prisão, julgamento e punição civil.
Por: Bolivar Meirelles

Ulisses Guimarães e os constituintes não fizeram seus papéis. Anistiaram, sob pressão, criminosos, torturadores, estupradores e assassinos dos governos militares ditatoriais do pós 1964. A Constituição vigente sob pressão do Ministro do Exército de José Sarney, o General Leônidas Pires Gonçalves não reverteu ao Serviço Ativo os militares Legalistas de 1964 que defenderam o Governo de João Goulart. Não adianta colocar na conta dos militares, apenas, o golpismo. O depoimento do governo número três de Lula explicita que, a maioria das Força Armadas, pelo Alto Comando, foi legalista no período que antecedeu e se expôs no 8 de janeiro de 2023, já no Governo três de Lula. Assumam, pois, os Civis  sim, os Civis, o seu papel: punam, após nítido julgamento, os militares, inclusive generais culpados. O Comandante do Exército nesse fatídico 8 de janeiro de 2023, o General de 4 estrelas Júlio César de Arruda não pode ser esquecido. Haja mais necessidade de explícita culpa?! Exemplo excelente seria o Poder Civil se impor. O Presidente , Lula já o fez, demitiu o insubordinado Comandante do Exército que, além de nítido comprometimento com o incompetente quebra quebra, queria nomear para o comando de batalhão estratégico, em Goiânia, capital de Goiás, o insubordinado ex ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o Tenente Coronel Mauro Cid. Haja provas contundentes de um insubordinado General de quatro estrelas! Para não falar no General Heleno, golpista desde os idos de Ernesto Geisel, quando, como ajudante de ordens, do General Frota, já ajudava a dar Golpe no Ditador à época. Julguem e, se comprovada a culpa, punam, não com superficial punição de regimento militar, sim prisão de Juiz Civil, cassação de carta patente inclusive. General de Exército hoje, ex general de Exército no pós demissão calcada em assertivo julgamento. O Poder Civil tem outra chance de assumir o seu papel. Ulisses Guimarães e os constituintes dessa carta atual tiveram chance, vacilaram ou, apenas, cumpriram as suas vontades de "subservientes" aos comandos militares. Não venham, não continuem na interminável "ladainha" de imputar, apenas, aos militares sua "vocação" golpista. Até pelo fato de que no 8 de janeiro de 2023 ter ficado bem explícito de que a insubordinação de poucos militares de alta patente foi travada pela maioria legalista dos Altos Comandos das Forças Singulares: Exército, Marinha e Aeronáutica. Não venham, pois, com o cansativo argumento de que a culpa dos golpes de Estado é, fundamentalmente, dos Militares. Assumam suas culpas vacilantes membros civis dos Poderes Civis. Assim o Povo Brasileiro espera. Essa seria a maior homenagem ao Brasil nesse primeiro ano do quebra quebra do 8 de janeiro de 2023.

General de Brigada Reformado Bolivar Marinho Soares de Meirelles

ASSALTO AO COFRE PÚBLICO
CARTA DO GOLPE
MINUTA DO GOLPE

Em delação, Mauro Cid revela que Bolsonaro fez reunião com cúpula militar para avaliar golpe no país


https://oglobo.globo.com/blogs/bela-megale/post/2023/09/em-delacao-mauro-cid-revela-que-bolsonaro-fez-reuniao-com-cupula-militar-para-avaliar-golpe-no-pais.ghtml

21/09/2023 08:23 - César Gomes. RJ: 

Bela Megale


O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu, no ano passado, com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar de seu governo, para discutir detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar. Se colocado em prática, o plano de golpe impediria a troca de governo no Brasil. A informação chegou à atua chefia das Forças Armadas, como um dos fatos narrados em delação premiada pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.


O relato caiu como uma bomba entre os militares. Segundo informações apuradas pela coluna, Cid relatou que ele próprio foi um dos participantes de uma reunião, onde uma minuta de golpe foi debatida entre os presentes.


O dado que mais criou tensão na cúpula das Forças é o de que Cid revelou que o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente. Já o comando do Exército afirmou, naquela ocasião, que não embarcaria no plano golpista.


A delação premiada de Mauro Cid é considerada um ponto de partida das investigações. A Polícia Federal tem tratado o tema com cautela e sigilo. Para os fatos serem validados e as pessoas citadas pelo tenente-coronel serem eventualmente responsabilizadas, é preciso que haja provas que corroborem as informações repassadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.


É grande a preocupação entre os militares, sobre os efeitos que o relato de Mauro Cid pode ter, principalmente por envolver membros da cúpula das Forças e ministros que, apesar de estarem na reserva, foram generais de alta patente.

HINO DO BOZO

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