IGREJA DO ESCRAVISMO
Como a psicologia social e política, vê a teoria de domínio, exercida pelas igrejas evangélicas pentecostais atualmente, defendendo o fascismo?
A análise da defesa de ideologias autoritárias, como o fascismo, por parte de certos segmentos das igrejas evangélicas pentecostais, através da lente da psicologia social e política e da teoria do domínio, demanda uma abordagem sensível e multifacetada. Especificamente, quando se considera a adesão a princípios ou práticas associadas ao fascismo, há várias dimensões psicológicas, sociais e políticas, que entram em jogo.
Construção e Manutenção do Poder
A teoria do domínio explora como as relações de poder são construídas, mantidas e desafiadas dentro da sociedade. Quando certas igrejas ou grupos, dentro delas mostram simpatia ou defendem abordagens autoritárias, isso pode ser visto como uma tentativa de estabelecer, ou manter, uma estrutura de poder específica. Isso geralmente, envolve a delimitação clara de in-group (nós) e out-group (eles), onde o in-group está associado à detenção de toda autoridade moral, espiritual e política da verdade, enquanto o out-group, é frequentemente demonizado, ou considerado inferior.
Identidade Coletiva e Ideologia
A psicologia social, considera como as identidades coletivas, são formadas e mobilizadas. No contexto de igrejas, que podem defender ou simpatizar com o fascismo, isso frequentemente, se traduz na criação de uma identidade coletiva forte, que contrasta os membros da igreja, com os outros não igrejais, muitas vezes em bases morais, religiosas ou ideológicas. Essa identidade é reforçada, por narrativas e simbolismo compartilhados, práticas rituais e a retórica dos líderes, que podem evocar ideais fascistas como unidade, pureza e a necessidade de autoridade forte, para combater as forças democráticas, percebidas como ameaçadoras para o grupo.
Influência Social e Controle
As igrejas, particularmente nesse contexto, exercem um significativo controle social sobre seus membros, não apenas em termos de crenças religiosas, mas também, em relação a visões políticas e sociais. A partir da teoria do domínio, isso pode ser visto, como uma forma de exercer poder e influência, onde as normas e valores do grupo, são impostos e reforçados através de diversos mecanismos, como sermões, estudos bíblicos, e comunicação comunitária.
Engajamento Político e Social
O envolvimento ativo desses grupos, em questões políticas e sociais, pode ser uma manifestação de sua tentativa de exercer domínio, não apenas dentro da própria comunidade religiosa, mas também, na sociedade mais ampla. Isso pode incluir, a mobilização para apoiar políticas, ou candidatos, que refletem seus "valores", ou que prometem proteger seus interesses.
Desafios e Resistência
Também é essencial, considerar as vozes dentro e fora dessas comunidades, que desafiam e resistem, às ideologias e práticas autoritárias. A resistência, pode vir de membros, que oferecem interpretações alternativas dos ensinamentos religiosos, de outros grupos religiosos, ou de ativistas sociais e políticos, que trabalham para promover a democracia e os direitos humanos.
A psicologia social e política, ao aplicar a teoria do domínio ao estudo das igrejas evangélicas pentecostais, fornece uma estrutura para entender como e por que essas estruturas, podem apoiar sistemas autoritários ou fascistas. Ela destaca a importância do poder, da identidade, da influência social e do engajamento político, na configuração das relações entre igrejas, seus membros e a sociedade mais ampla.
Daniel Barthes/SP
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