quarta-feira, 21 de agosto de 2024

PETIÇÃO MAPUCHE * Lof Pailako/AR

PETIÇÃO MAPUCHE

Lisboa, 19 de agosto de 2024

Ao Sr. Ministro Martín Leonardo SOTO e às autoridades pertinentes,

Por meio da presente, diversas organizações e pessoas emigradas da América Latina, que residimos em Portugal, dirigimos ao Estado Argentino, mais uma vez, a nossa posição de solidariedade com o povo mapuche, historicamente criminalizado e continuamente reprimido, especialmente na última década.

Estamos profundamente preocupados com a grave situação de violência que as pessoas mapuches estão a sofrer nos seus territórios, que vai desde o assédio quotidiano até ao assassinato, como vimos recentemente com Juan Carlos Villa em Mallin Ahogado, Río Negro. As denúncias por violações dos direitos humanos são inúmeras. Os assassinatos de Lucinda Quintupuray, Elias Cayicol Garay e Rafael Nahuel são apenas uma amostra disso. Recentemente, duas Lof (comunidades) mapuches estão em perigo de despejo, repressão e morte: a Lof Quemquemtrew e, hoje mesmo, a Lof Pailako.

A Lof Pailako recebeu uma ordem de despejo que foi apelada, o que suspendeu o despejo até esta segunda-feira, 19/08. Hoje, toda a comunidade internacional, bem como várias organizações da Argentina, estamos a observar e a acompanhar de perto a situação da Lof Pailako dentro e fora do país.

A situação está a agravar-se cada vez mais, com a militarização da Patagónia e a aprovação de leis, como a Lei de Bases e o RIGI (Regime de Incentivos para Grandes Investimentos), que abrem a porta ao saque, à exploração e à destruição dos territórios e das suas gentes.

Exigimos ao Estado Argentino o fim da repressão, a desmilitarização, a liberdade e o arquivamento dos processos contra todos/as os/as presos/as mapuches.

Exigimos também a suspensão de toda e qualquer ordem de despejo e apelamos à garantia da integridade física e emocional de todas as pessoas adultas e crianças que ali vivem.

Repudiamos a aprovação do RIGI e da Lei de Bases.

Exigimos ao Estado Argentino o respeito e a reparação aos Povos Originários, preexistentes à sua constituição, que hoje resistem a este avanço dos interesses empresariais, assim como o fim da violência sistemática que enfrentam diariamente e que sofrem desde a colonização dos seus territórios, que não foi interrompida nestes 40 anos de democracia.

Em particular, exigimos que os Parques Nacionais restabeleçam o diálogo proposto pela Lof Pailako.

Desde Portugal, continuamos atentos e em alerta por tudo o que está a acontecer. Sem mais, e esperando que o Estado Argentino respeite as demandas do povo e as exigências internacionais, aguardamos uma rápida resolução do assédio e o respeito aos direitos dos povos originários preexistentes ao Estado Nacional Argentino.

Que os Parques Nacionais restabeleçam o diálogo com a Lof Pailako!! Por infâncias Mapuche livres em território ancestral!

�� Canais de comunicação:

red.apoyo.pailako@gmail.com

Facebook: https://www.facebook.com/paillakolof

Pasta de links com notas/imprensa:

https://drive.google.com/drive/folders/1ZZ14B_Kq2_BaSIPIQ45JDNsQMm45PoOU?usp=dri ve_link

Pasta pública com material de divulgação:

https://drive.google.com/drive/folders/1a-5vxokBDEGkzX1TW7osCNba5691PWvU?usp=driv e_link

Atentamente,

Assembleia Portugal: Argentina no se vende!
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Depois de mais de um ano e meio de prisão sem julgamento, a sétima montagem, com prévia criminalização mediática e falsos depoimentos de testemunhas sem rosto incluídos, que Héctor Llaitul Carrillanca, werkén, porta-voz, do CAM enfrentou na sua luta ao lado do seu povo contra o capitalismo predatório de Wallmapu, foi condenado a 23 anos de prisão, 15 dos quais resultaram de declarações à imprensa.
Hoje, o mais proeminente líder Mapuche encontra-se em um delicado estado de saúde, como resultado de uma prolongada greve de fome que exigiu sua transferência do PCC de Concepción para o módulo de membros da comunidade Mapuche da prisão de Temuco. O Governo da Frente Ampla e o Partido Comunista, através da Gendarmaria, negam-lhe a referida transferência e também lhe negam cuidados médicos adequados.
Victoria Bórquez Concha, sua advogada, denunciou que após a transferência do werkén para o Hospital Regional de Concepción por descompensação e arritmia e a decisão da equipe médica de realizar uma série de exames, a Gendarmaria: “Porém, de forma intempestiva, ele é retirado do Hospital e não sabemos qual é o seu real estado de saúde.
Chamamos a informar e estar atentos à evolução do estado de saúde do mais alto líder Mapuche.
LIBERDADE PARA HÉCTOR LLAITUL E TODOS OS PRISIONEIROS POLÍTICOS MAPCHE

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