VIRA-LATAS COMPLEXADOS ABANAM A CAUDA PARA TRUMP
Quando trato de viralatismo é importante dizer não estou me referindo ao nosso querido e respeitável “cão caramelo”, oficialmente reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Brasil por meio do Projeto de Lei 1897/23. O verdadeiro “vira-lata” é o direitista e o extremo-direitista que se envergonham da sua brasilidade, do seu povo e de sua história.
O fenômeno viralatista já foi cantado por Beth Carvalho em sua interpretação da canção “Corda no Pescoço”, de autoria de Adalto Magalha e Almir Guineto. “(...) morde o osso, mas da fruta que eles gostam, come até o caroço...”, dizia nossa afinada diva sambista, referindo-se ao cordão de puxa-sacos da gringaiada rica. Em sua composição “O Patrão Mandou”, Paulinho Soares tratou do mesmo tema: “O patrão mandou cantar com a língua enrolada. Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada. Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar o nosso samba da parada. Very good, macacada! Very good, macacada!”
Jackson do Pandeiro, apesar do nome próprio anglo-saxão, também defendeu a nossa cultura frente ao “viralatismo”, ao cantar o primeiro verso da canção “Chiclete com Banana”: “eu só ponho be-bop no meu samba quando o Tio Sam pegar no tamborim..."
A expressão nelsonrodriguiana "complexo de vira-lata" sintetiza o sentimento de inferioridade e autodepreciação que a direita e a extrema-direita brasileiras nutrem em relação à sua própria cultura e identidade. O termo sugere que, diante de modelos estrangeiros considerados superiores, há uma tendência de minimizar ou desvalorizar as qualidades e realizações nacionais.
Os nazipobres, bonecos de ventríloquo da plutocracia rentista, acusaram injusta e falsamente o Ministro Haddad de aumentar impostos. Contudo, diante da tributação voraz de Trump, que anunciou a imposição de tarifas de até 25% sobre as importações, comemoraram.
Desde sua posse em janeiro de 2025, o presidente Donald Trump, implementou uma série de medidas tarifárias com o objetivo de proteger a economia americana e reduzir o déficit comercial, num conjunto de ações que incluem majorações brutais nas tarifas de importação e a introdução de novas taxas sobre produtos de diversos países.
Ao impor tarifas elevadas sobre produtos importados, Trump provoca os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, que tendem a retaliar com medidas semelhantes, numa escalada que cria um ciclo de represálias que torna o ambiente de comércio internacional cada vez mais tenso, imprevisível e instável. O aumento das tarifas encarece os produtos para os consumidores, induz à inflação, diminui o volume de comércio e gera incerteza no mercado, o que desestimula investimentos e afeta as cadeias de suprimentos globais. A adoção de tais medidas não só impacta negativamente a economia dos países envolvidos, mas também pode desencadear uma série de retaliações que só agravariam a já delicada situação econômica global.
O isolamento da economia norte-americana estimula retaliações de outros países, gera instabilidade e incerteza, prejudica a cooperação econômica e aprofunda crises em economias mais vulneráveis. Trump tenta favorecer a economia norte-americana de maneira artificial, sem resolver seus problemas estruturais de produtividade e competitividade. Em vez de promover um desenvolvimento sustentável, a sobretaxação sobre as importações apenas transfere os custos para consumidores e empresas que dependem do aço estrangeiro, resultando em aumento de preços e perda de eficiência. Esse tipo de barreira comercial também intensifica as desigualdades globais, prejudicando países fornecedores, como o Brasil, que têm no setor siderúrgico uma importante fonte interna de empregos e exportações. Trata-se de uma ação de imperialismo econômico, que impõe dificuldades para nações que competem no mercado internacional enquanto favorecem grandes corporações domésticas.
A cegueira imposta pelo viralatismo é tão grande que os pobres de direita saúdam as medidas trumpistas que prejudicam as exportações nacionais. O aumento das taxas sobre a importação de aço brasileiro, anunciado por Trump, afeta negativamente o Brasil ao encarecer os seus produtos no mercado norte-americano, reduzindo sua competitividade. Com a elevação dos custos, as exportações de aço ficarão menos atrativas, o que provocará uma queda acentuada na demanda por parte dos compradores. Essa redução nas vendas afetará a produção e os empregos no setor siderúrgico e nas indústrias que dele dependem, além de desequilibrar a balança comercial do país.
O paradoxo de celebrar o seu algoz, transcende o mero complexo de vira-lata e já ingressa no campo das enfermidades psicológicas. Quem desenvolve um vínculo afetivo com o seu agressor sofre de “síndrome de Estocolmo”, o fenômeno assim batizado pelo criminologista e psiquiatra sueco Nils Bejerottor, em que a vítima passa a demonstrar simpatia por quem a ataca. Comemorar medidas que só prejudicam o Brasil, é um ato patológico que confirma uma mentalidade de submissão e de comemoração do próprio prejuízo.
Os vira-latas direitistas admiradores de Trump se inspiram na invenção de Thomas Adams, o chiclete, que apesar de só levar dentada, ainda gruda no dente.
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