quarta-feira, 19 de novembro de 2025

A LUTA ANTI-IMPERIALISTA E ANTIFASCISTA É O EIXO DA TÁTICA NO MOMENTO ATUAL * Liga Comunista Brasileira/LCB

A LUTA ANTI-IMPERIALISTA E ANTIFASCISTA É O EIXO DA TÁTICA NO MOMENTO ATUAL

A descarada agressividade do imperialismo estadunidense, combinada a ameaça de fascistização dos regimes políticos, tornam-se, nos dias de hoje, a contradição principal da luta das massas trabalhadoras. O imperialismo estadunidense, ainda é hegemônico, mas exibe sinais de franca decadência. O governo Trump representa a facção mais agressiva do imperialismo, com traços abertamente fascistas.

Trump se aproveita demagogicamente de um fato indubitável para enganar o povo: a insatisfação popular com a deterioração das democracias burguesas, atualmente subordinadas aos interesses do capital monopolista e financeiro. E, como todo demagogo fascista, utiliza-se da insatisfação popular e da criação de inimigos imaginários, para construir um regime político abertamente ditatorial e terrorista, mantendo intacto os interesses do grande capital. No caso da América Latina, cujas burguesias demonstram maior grau de alinhamento ao imperialismo, largas facções da burguesia, e mesmo de setores populares, alinham-se aos Estados Unidos, seja por interesses financeiros, seja por adesão aos seus valores políticos e ideológicos. Além do mais, os Estados Unidos atuaram para proteger as elites latino-americanas, aplicando golpes e ditaduras militares, quando as forças populares avançavam com reformas de caráter democrático e de inclusão social.

Essas intervenções, ao longo da história, assumiram justificativas variadas, quase sempre falsas.

Atualmente, utiliza-se como espectro ameaçador os altos índices de criminalidade e o narcotráfico. Por isso o interesse do imperialismo, sob o governo Trump, de forçar os governos latino-americanos a caracterizarem como terroristas as organizações narcotraficantes. Essa é a justificativa para Trump realizar ataques e mesmo ameaçar com uma invasão à República Bolivariana da Venezuela, acusando seu presidente, Nicolás Maduro, de liderar um cartel (inexistente) de drogas.

No caso do Brasil, em linha com a política de Trump, a extrema-direita se utiliza da comoção causada pelo massacre promovido pelo governo do Rio de Janeiro para retomar o controle do debate político. Utilizam-se da pauta da segurança pública, apontando-a como principal problema do Brasil. Colocam-se como únicos defensores de uma ordem pública ameaçada por criminosos que contam com a leniência da justiça. A solução, para essa gente, adviria de um crescente punitivismo e de uma autorização para a polícia matar, utilizando os mesmos moldes que o Estado sionista de Israel utiliza na Faixa de Gaza.

No fundo, tudo não passa de uma cortina de fumaça para justificar a construção de um regime político ainda mais autoritário, policialesco e terrorista contra o povo e seus setores políticos mais combativos. Falando de forma mais direta, a extrema-direita finge que quer recrudescer a legislação penal, quando o objetivo imediato é encobrir seus próprios crimes e os crimes de seus aliados nas cúpulas das organizações criminosas. A extrema-direita, hoje, é o operador político do crime organizado nas câmaras de vereadores, na câmara dos deputados, nas assembleias legislativas, nos governos estaduais e nos governos municipais. A proposta do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do PL anti facção, de tirar a Polícia Federal das investigações, é o melhor exemplo dessa busca pela impunidade em nome do combate à impunidade.

Lênin, em sua obra "Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo", aponta como uma tendência do imperialismo a reação política em toda a linha. Nos dias de hoje, o imperialismo estadunidense recorre ao fascismo como meio de frear sua evidente decadência. O combate ao fascismo está indissociável do combate ao imperialismo. Em termos práticos, ela se consubstancia em uma luta pela soberania nacional, pela construção de uma nova democracia, apoiada nas massas trabalhadoras, por mudanças estruturais no regime de propriedade e na repartição da renda e da riqueza, para superar nossas graves contradições sociais.

Combater o fascismo e o imperialismo – esse é o eixo tático da luta das massas trabalhadoras brasileiras.

Comitê Central da Liga Comunista Brasileira
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