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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

É URGENTE UMA MUDANÇA DE RUMO * Organização Comunista Arma da Crítica-OCAC

É URGENTE UMA MUDANÇA DE RUMO

Pesquisas de opinião captam tendências momentâneas. Por isso não podem ser tomadas como valor absoluto. Contudo, tomadas na sua justa medida, sinalizam o estado de ânimo das massas populares. Devem, portanto, serem consideradas como medida da percepção sobre a realidade.

A pesquisa da Quaest divulgada semana passada indica uma queda na aprovação do governo e do próprio presidente em todos os segmentos. Não escaparam da avaliação negativa nem mesmo os segmentos populares responsáveis pela vitória eleitoral de Lula na eleição de 2022.

Em agosto a desaprovação ao trabalho de Lula era de 35% e aumentou para 42% em outubro. Já a avaliação geral do governo caiu de 42% em agosto para 38% em outubro. Em alguns segmentos o tombo foi grande. No Nordeste, a aprovação do trabalho de Lula despencou de 77% em fevereiro para 68% em outubro. Já na avaliação geral do governo a queda foi ainda maior, de 62% em fevereiro para 48% em outubro.

O dado mais preocupante indicou uma queda significativa, entre os pesquisados, na avaliação do governo Lula em relação a Bolsonaro. Em fevereiro, 60% consideravam Lula melhor. Em junho o índice caiu para 49% e em outubro chegou a 47%. A pesquisa demonstrou uma relativa fidelidade nos índices gerais de aprovação. O crescimento da desaprovação foi alimentada entre pesquisados que nas enquetes anteriores não souberam ou não quiseram responder.

A causa dessa tendência à desaprovação de Lula e seu governo é basicamente a situação econômica. Apesar das expectativas de uma melhora, a sensação captada pela pesquisa é de ter havido um aumento geral de preços e do desemprego. Bem como de estagnação ou mesmo rebaixamento dos salários.

A percepção negativa é induzida pela falta de medidas capazes de reverter a grave situação econômica e social. Temos exata noção da deterioração econômica causada pelo ajuste ultraliberal e a destruição do tecido social brasileiro. Assim como os constrangimentos provocados por um Congresso em sua maioria corrupto e que age no sentido de limitar abertamente o mínimo reformismo manifestado pelo presidente da República.

Porém, o governo também tem responsabilidade ao optar por uma política de interesse do mercado e de ceder constantemente às chantagens do Centrão, ofertando-lhes cargos e verbas. O Ministro da Economia, Fernando Haddad, passou um semestre inteiro dedicado a negociar uma nova regra fiscal de déficit zero para passar confiança aos rentistas. O resultado bem conhecido será a diminuição do investimento público e descumprimento das promessas de aplicar pisos nacionais mínimos como o da enfermagem.

A política de preços da Petrobrás continua a ser ditada pelos interesses do rentismo. Nenhum sinal de rever a privatização da Eletrobrás ainda foi feita. E fundos públicos como o da educação continuam sendo drenados para interesses privados. É o caso da Fundação Lemann, que depois de dar um golpe de R$ 40 bilhões nas Lojas Americanas e comprar a Eletrobrás a preço de banana, vai receber R$ 6,6 bilhões do Ministério da Educação para promover “consultorias técnicas” com secretarias de educação por todo o país para implementar projetos de internet de alta velocidade. É verdade que o desemprego caiu para 8% no segundo trimestre, mas a informalidade continua alta, ao atingir 40% da força de trabalho.

Depois do desastre do governo Bolsonaro, a eleição de Lula manifestou o anseio dos setores mais empobrecidos e explorados do povo por uma mudança de rumo no país.

Cumprir essa promessa exige como medida imediata a superação do ajuste ultraliberal. Medidas práticas para destravar o investimento público e estimular a produção industrial precisam ser tomadas. É preciso melhorar as condições de vida das massas trabalhadoras, o que resultará em condições mais propícias para ela se organizar. Os dados da pesquisa Quaest precisam ser compreendidos pelo governo, especialmente por Lula, para se impor com urgência uma mudança de rumo, caso não queira sucumbir completamente.